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Testament: The Order of High Human | Review

Jogos com uma pegada de história e ação sempre me encheram muito os olhos. E a proposta de Testament: The Order of High Human é bem essa. Este jogo de ação e aventura com pitadas de RPG e metroidvania em primeira pessoa da Fairyship Games, lançado para PC, via Steam e Epic Games Store, e futuramente para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PlayStation 4, nos transporta para o fantasioso mundo de Tessara, nos colocando em na pele de Aran, um rei imortal dos Altos Humanos, que acaba perdendo sua divindade e terá de encarar seu irmão Arva, que decide abraçar as trevas, se tornando seu maior rival.

A história, bem comum para jogos de RPG, parece ser bem interessante. Mas será que a ideia de misturar metroidvania, RPG e ação em primeira pessoa dá certo? E a narrativa, será que é boa? Há muitas perguntas sobre este jogo, e iremos tentar apresentar seus principais pontos em mais uma análise. Confira!

Uma história de luz e trevas

Testament: The Order of High Human retrata um cenário de traição. Mas uma traição entre irmãos. Após ser traído por Arva, Aran vê o reino de Tessara enlouquecendo, se tornando um lugar de violência e caos. E como este deus caído, temos que traçar um caminho de sobrevivência para salvar o reino da escuridão. Tessara é uma civilização antiga, que agora conta com o controle do ditador Arva, que transforma boa parte dos habitantes em séquitos sanguinários, adoradores de um deus cruel.

Desta forma, temos a missão de liberar este reino destes fardos. Mas para isso, nosso protagonista precisará recuperar seu poder perdido e sobreviver a tantos percalços e puzzles complexos. E aquele que prevalecer decidirá o destino do mundo. E bem, a tarefa não é nada simples… A narrativa de Testament: The Order of High Human é interessante e bem dublada, transmitindo as emoções de ambos irmãos, sendo complementada por documentos achados no decorrer da aventura, que detalham um pouco mais a lore do jogo.

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Esgueirar-se é uma boa forma de avançar, sobretudo contra muitos inimigos. (Imagem: Divulgação)

A história deste mundo fantasioso é legal, mas meio arrastada. Além disso, existem outros fatores que precisam de atenção. Afinal de contas, não podemos determinar o jogo apenas por seus aspectos narrativos. Mas neste ponto, Testament: The Order of High Human consegue se encaixar em sua proposta, explicando boa parte dos acontecimentos no decorrer do tempo. Contudo, ainda é simplório demais.

Jogabilidade diferenciada

Essa mistureba criada em Testament: The Order of High Human é interessante, sobretudo para um jogo indie. Ela é bem simples, e apresenta todo teor desafiador de um metroidvania, mas no estilo de títulos como os da série The Elder Scrolls, embora bem mais limitado. Há todo um cuidado em explicar as principais mecânicas do jogo ao longo de sua história. Após algum tempo, estamos preparados para enfrentar criaturas variadas, contando com um sistema de esgrima bem simples, mas efetivo. Ele se complementa ao permitir combos inovadores, diversos feitiços com características variadas e também nos permite utilizar um arco, muito útil para ataques à distância.

O combate de Testament: The Order of High Human é realmente simples, mas é um pouco diferente e requer um tempinho de treino e algumas mortes, que nos levam a renascer no último checkpoint, sem todo aquele sufoco de perder tudo. Com uma mecânica de dash para esquivar dos inimigos, ele também lembra vários outros títulos, cujo esta habilidade e o seu cooldown devem ser feitos com muito cuidado, evitando danos dos diversos inimigos, que te cercam e podem facilmente te matar. Neste ponto, gostei das lutas e dos chefes que também surgem. No entanto, sinto que o jogo podia ser um pouquinho mais refinado. Se fosse, seria ainda mais bacana.

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Os inimigos te atacam sem dó. (Imagem: Divulgação)

As habilidades destravadas ao ganhar novos pontos são variadas, acrescentando ainda mais detalhes na jogabilidade. Neste ponto, o jogo se aproxima bem do que estamos habituados em RPGs, sendo uma característica sempre muito interessante e convidativa para customizar o seu estilo de jogo.

Por fim, há também uma série de olhos das trevas, cada um com habilidades específicas. Alguns bloqueiam seu caminho, outros dominam as criaturas, garantindo-lhes invencibilidade e por aí vai. Felizmente, você encontrará o arco de luz que resolverá o problema. Estes percalços aumentam a dificuldade do jogo, sendo até um pouco apelativos, mas isso é comum em jogos mais desafiadores, o que é a proposta de Testament: The Order of High Human.

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As habilidades são variadas, bem como os chefões. (Imagem: Divulgação)

Muitos puzzles

Outra coisa apresentada em diversos momentos em Testament: The Order of High Human são os puzzles. Você deverá quebrar um bocado a cabeça para passar de desafios em que você deverá executar manobras parecidas com as de parkour, mas também terá quebra-cabeças mecânicos para ativar algumas coisas. Sobre isso, acho uma questão complexa, pois tira um bocado da ação esperada pelos jogadores, que acabam tendo de pular pra lá e para cá ou simplesmente mexer em mecânicas para abrir algumas portas, tudo isso para avançar a história.

Contudo, em alguns momentos, superar essas provações pode nos dar novos poderes e também nos contar mais detalhes narrativos. Honestamente, acho que esse tipo de coisa em exagero tira toda a emoção do jogo, e Testament: The Order of High Human abusa um bocadinho disso. E aí a história se arrasta ainda mais, ficando meio entediante. Ou muito. Isso vai variar de jogador para jogador. Eu não gosto, e isso me causa certo desânimo. Mas faz parte…

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Esses puzzles sempre cortam o clímax do jogo. (Imagem: Divulgação)

Gráficos e outros pontos técnicos

Como dito mais acima, a dublagem de Testament: The Order of High Human é interessante, e isso merece ser ressaltado. Mas, ao mesmo tempo, parece ser feita de maneira mais “artesanal”, apresentando alguns ligeiros ruídos. Sim, sou atento a esses detalhes e devo dize-los para vocês.

Os gráficos são bacanas, mas são de uma geração anterior. Eles são bonitos, é verdade, mas podemos perceber que o game poderia ser mais bonito ainda. Mas ele tem detalhes que curto. Um deles é poder ver os pés do personagem e o movimento dos braços ao correr ou andando pelas paredes. Isso pode parecer bobeira, mas dá uma sensação de imersão muito legal e que acaba fazendo falta em alguns jogos. Já seu menu é simples demais, apresentando uma imagem congelada de nosso protagonista, sendo meio sem sal. Este ponto poderia ser melhorado, mas é apenas um detalhe.

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A história vai apresentando aos poucos cada uma das habilidades. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Testament: The Order of High Human?

Testament: The Order of High Human é um bom jogo, mas pode soar meio simples para alguns jogadores. Eu particularmente não vejo problema nisso, mas vamos notando ao longo de sua narrativa que essa é uma marca comum. Contudo, a história é boa e condiz com a ideia que o título busca transmitir, sendo inclusive imersivo por apresentar alguns detalhes que julgo serem relevantes para um jogo em primeira pessoa. Nos pontos mais técnicos, o game apresenta bons gráficos, dublagem bacana, física interessante e surpreende pela qualidade, sendo bem simples, mas entregando um conteúdo bom, sobretudo se levarmos em consideração que este é um jogo indie.

Concluindo, Testament: The Order of High Human pode ser um jogo entre tantos para alguns. Pode ser um jogo bacana para outros. Mas jamais será um Skyrim da vida (ou algo próximo ao próprio game da Bethesda). Sei que a comparação é bem injusta, mas é o mais próximo que consigo conceber de um jogo de fantasia em primeira pessoa. Há muitos pontos para melhorar nele e, honestamente, a sensação que fiquei é que o simples acabou sendo simplista e meio repetitivo, e isso é meio frustrante. Ainda assim, acho válido dar uma chance a este título, que pode ser considerado razoavelmente bom.

*Review elaborado em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela Fairyship Games.

Testament: The Order of High Human

R$ 95,00
7.2

História

7.5/10

Jogabilidade

7.5/10

Gráficos e sons

7.7/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Os gráficos são bacanas, mesmo sendo de geração anterior
  • A ideia de mesclar gêneros é ousada e merece ser considerada
  • Variedade de habilidades

Contras

  • O jogo soa simplista demais, ao contrário de sua ideia de misturar estilos
  • Puzzles cortam muito o clima (muito mesmo)
  • A narrativa é justa, mas meio arrastada

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.