RKGK | Review
RKGK é um jogo de plataforma 3D em que controlamos Valah e seu grupo de rebeldes, conhecidos como RKGK, na luta para libertar a sociedade da opressiva corporação B Corp. Para enfrentar essa força opressora, a protagonista e seus aliados utilizam o poder da arte para libertar as mentes das pessoas da lavagem cerebral promovida por essa organização maligna. A premissa do jogo é bastante interessante, ainda que não seja inteiramente inovadora.
No entanto, o que realmente se destaca nos trailers e materiais de divulgação é a forma como o título combina pichações e arte com os aspectos de jogabilidade típicos de um jogo de plataforma. Diante disso, surge a pergunta: será que essa aventura contra a corporação do mal consegue realmente entregar uma experiência divertida? Descubra em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
Valah e o poder da arte
A narrativa de RKGK é direta e objetiva. Valah e seu grupo de rebeldes buscam libertar a sociedade das garras de uma megacorporação opressora. Para isso, eles espalham arte pichando murais pela cidade de Cap City, cobrindo as várias TVs que realizam lavagem cerebral na população. O jogo mantém essa premissa básica ao longo de toda a jornada, focando menos em arcos profundos de desenvolvimento de personagens e mais em uma narrativa contínua. Em vez de se aprofundar, o título aposta em uma vibe descolada, com diálogos que tentam ser engraçados e cheios de carisma.
A protagonista, Valah, enfrenta todos os desafios com coragem, nunca hesitando em se lançar em situações perigosas, especialmente quando o objetivo é espalhar sua arte e libertar a sociedade. RKGK faz um excelente trabalho em manter uma atmosfera cativante na história, principalmente graças ao seu estilo artístico impressionante. Esse fator, por si só, sustentou minha experiência ao longo de toda a jornada, e realmente não senti falta de grandes desenvolvimentos de personagens.
Sinceramente, se o título tivesse desviado o foco de seus pontos mais fortes, isso poderia ter se tornado um aspecto negativo. Felizmente, não é o caso aqui, e RKGK consegue entregar uma experiência satisfatória com ênfase na jogabilidade e na estética.
Libertando a sociedade com a arte
RKGK me surpreendeu com sua jogabilidade de plataforma em 3D. Dividido em várias fases, o jogo nos desafia a atravessar trajetos repletos de obstáculos, inimigos e TVs para pichar. Controlamos Valah em uma perspectiva de terceira pessoa, equipada com seu kit de pichação. Podemos usar a tinta para nos locomover mais rapidamente, atacar os robôs da B Corp e até mesmo planar brevemente para alcançar locais mais altos e realizar movimentos fluidos nas plataformas.
Cada fase apresenta desafios que geram pontos, e há caixas com moedas espalhadas pelo cenário. Quanto mais moedas coletarmos, mais pontos acumulamos no final de cada fase. Esses pontos permitem liberar fases de batalhas contra chefes e desbloquear skins para a protagonista.
Além disso, temos a missão de libertar as pessoas pichando televisores espalhados pelos ambientes. Para isso, é necessário coletar tubos de tinta em caixas. Um aspecto importante é o medidor de estilo, que, quando cheio, torna Valah mais rápida, com ataques mais potentes e a capacidade de planar por mais tempo. No entanto, é preciso atenção, pois esse aumento de poder é perdido se a protagonista for atingida ou falhar em algum salto de plataforma.
RKGK impressiona com a variedade de desafios presentes em cada fase. Encontramos armadilhas, plataformas que exigem saltos precisos e, ao mesmo tempo, robôs que fazem de tudo para nos atrapalhar. Uma das fases mais legais é em um esgoto, onde precisamos pular em várias tábuas na água, enfrentar inimigos e planar para escapar da forte correnteza que ameaça arrastar Valah a qualquer momento.
O jogo é recompensador com sua fluidez e oferece bastante diversão, incentivando os jogadores a repetirem as fases para dominar cada um dos desafios apresentados.
A variedade de inimigos e chefes decepciona
Infelizmente, nem todos os aspectos de RKGK conseguem manter o mesmo nível de variedade das fases. Os inimigos se repetem bastante ao longo das diferentes localidades do jogo, com a maioria sendo robôs que atacam Valah pulando sobre ela ou torres que disparam pulsos de energia, tentando interromper seu fluxo de movimento durante os desafios de plataforma. Além disso, enfrentar esses inimigos não apresenta grande desafio, bastando saltar sobre eles e atingi-los com tinta ou realizar um ataque direto.
Outro aspecto importante em RKGK são as batalhas contra chefes. Após acumularmos pontos suficientes nas outras missões, podemos desbloquear esses cenários onde enfrentaremos grandes inimigos. O objetivo principal nessas lutas é, após derrotar os chefes, destruir um dos alicerces que sustentam a grande base da Corp B. Assim, ao destruir todos os alicerces, eliminamos essa ameaça. Embora a premissa seja interessante, as batalhas contra chefes me decepcionaram.
A maioria dessas batalhas envolve desviar de ataques de energia dos robôs, em um estilo quase bullet hell, e destruir suas fontes de energia. O game introduz alguns elementos de plataforma nesses confrontos; por exemplo, em uma das lutas, um grande robô derruba as plataformas onde Valah está, exigindo atenção e agilidade para se mover para locais seguros, ao mesmo tempo que se desvia de ataques de energia e enfrenta alguns robôs.
Embora essas batalhas sejam divertidas na primeira vez, falta variedade e desafio nesses confrontos, dando a impressão de que, quando a luta começa a ficar interessante, ela simplesmente acaba.
A direção de arte impressiona
O ponto mais forte de RKGK é, sem dúvida, a direção de arte. O jogo apresenta visuais vibrantes e coloridos, especialmente quando Valah utiliza suas habilidades de pichação. Cada fase é marcada por uma arte única criada pela protagonista, proporcionando uma experiência visualmente dinâmica. Os jogadores também podem personalizar as artes que aparecerão nas telas das fases, conversando com um NPC na base de operações.
Cada missão nos leva a uma localidade diferente de Cap City, variando desde altos prédios e esgotos até bases corporativas e outros ambientes distintos. Essa diversidade de cenários contribui para um forte senso de progressão, à medida que avançamos pela cidade e nos aproximamos cada vez mais de derrotar a opressão da B Corp. O design dos personagens também é um destaque: tanto a protagonista quanto os membros de seu time exibem visuais coloridos e ousados, que refletem bem seu objetivo de libertar a sociedade por meio da arte.
O estilo artístico do jogo não só impressiona visualmente, mas também reforça a narrativa, destacando o contraste entre a opressão monótona da B Corp e a vibrante rebeldia dos protagonistas. Essa atenção aos detalhes visuais ajuda a manter o interesse dos jogadores e a imersão na luta contra a corporação opressora, tornando RKGK uma experiência memorável em termos de estética e expressão artística.
A trilha sonora torna as fases empolgantes
Outro fator em que RKGK surpreende é na trilha sonora. O jogo apresenta várias faixas de música eletrônica ao longo das fases, tornando os desafios mais empolgantes e imersivos. A música eletrônica, com seus ritmos energéticos, complementa perfeitamente a ação frenética e os elementos visuais vibrantes do jogo, elevando a experiência dos jogadores enquanto atravessam os obstáculos e enfrentam os inimigos.
Além disso, o game oferece missões extras com músicas originais compostas especificamente para esses trechos, o que adiciona uma camada de variedade à jornada e mantém a experiência fresca e envolvente. Essas faixas exclusivas ajudam a diferenciar cada missão extra, tornando-as momentos memoráveis e distintos dentro do jogo.
No entanto, devo admitir que senti falta de uma maior variedade nas faixas durante os confrontos contra chefes. Embora as músicas eletrônicas mantenham a energia alta, a repetitividade das faixas nesses momentos pode fazer com que os confrontos percam um pouco de sua intensidade e singularidade. Uma trilha sonora mais diversificada nesses confrontos poderia ter adicionado uma dimensão extra de tensão e emoção, aprimorando ainda mais a experiência geral do jogo.
Um excelente desempenho no PC
Minha experiência foi em um PC equipado com uma RTX 3060. RKGK é bem leve e não exige muito da máquina, sendo que tive um desempenho acima dos 120 FPS na resolução 1440P com os gráficos na qualidade máxima. Outro ponto positivo é que não tive nenhum problema envolvendo travamentos ou bugs.
Vale a pena comprar RKGK ?
RKGK oferece uma experiência divertida do começo ao fim, apesar de alguns pontos fracos, como a repetição de inimigos e chefes decepcionantes. O jogo compensa essas falhas com uma grande variedade de fases que proporcionam desafios de plataforma satisfatórios.
Um dos destaques do título é seu forte fator de replay, que incentiva os jogadores a repetirem as missões em busca de pontuações mais altas. Dominar cada fase é extremamente divertido, especialmente com a trilha sonora incrível que acompanha a jogabilidade.
RKGK é, portanto, um título que recomendo para todos os fãs de jogos de plataforma que buscam uma jornada empolgante e envolvente, com um alto fator de replay. As fases variadas e a capacidade de personalização artística, combinadas com o desempenho técnico sólido e a trilha sonora eletrônica empolgante, fazem deste jogo uma escolha excelente para quem aprecia desafios de plataforma bem executados.
RKGK foi desenvolvido pela Wabisabi Games e a Gearbox Publishing e lançado no dia 22 de maio para PC, via Steam.
*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela Wabisabi Games.