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Fairy Tail | Review

Fairy Tail, a popular franquia de mangá e anime, que tem capítulos publicados semanalmente desde 2006, acaba de dar um presente aos fãs não japoneses. Pela primeira vez, um jogo baseado na série foi lançado em território ocidental, para PlayStation 4, Nintendo Switch e PC, via Steam.

Com o mesmo nome da animação e pertencente ao gênero de RPG, o título foi desenvolvido pelo GUST Studios e distribuído pela Koei Tecmo. Saiba tudo da nova aventura do mago Natsu e seus companheiros, em mais uma resenha do Pizza Fria!

Mecânicas simples e divertidas

Fairy Tail se comporta como um típico RPG de batalha de turnos. O jogador controla uma equipe de lutadores (até cinco de uma vez no final do jogo) e deve executar ações tais como ataque físico, defesa ou uso de itens e magia. A interface do jogo é bem acessível, com tutoriais e indicações bem definidas sobre o que cada escolha significa na batalha.

Os personagens não tem equipamentos comuns dos RPGs, tais como armas e armaduras. Tudo que é possível de anexar ao grupo são cristais especiais, que aumentam status específicos de cada personagem. Cada membro do grupo aprende novas habilidades conforme seu nível sobe. O jogador também pode destinar recursos monetários recolhidos no jogo para o desenvolvimento de seus lutadores.

Por ser uma franquia que coloca enfase em grupos de magos, o combate é bem centrado nos diferentes poderes mágicos utilizados pelos personagens jogáveis. Existem 16 ao longo da aventura, cada qual com habilidades e estilos de luta únicos. Alguns possuem habilidades defensivas, como curas e barreiras, enquanto outros focam seu arsenal em causar o máximo de dano possível a cada turno.

Fairy Tail
Cada personagem tem acesso a magias e habilidades únicas. (Imagem: Divulgação)

Adicionalmente, existe um sistema de magias elementais que exercem vantagens e desvantagens uma sob a outra, o que estimula o pensamento estratégico do jogador. Assim, ele deve montar uma equipe que possa reagir de melhor forma contra os inimigos que se encontram em determinada região, bem como em balancear ataque e defesa.

As animações das magias são bem elaboradas, com efeitos brilhantes e poucas técnicas que são cópias umas das outras.

Domine o tabuleiro

Uma característica que deixa as lutas dinâmicas é o fato de que os inimigos são dispostos no campo de combate em posições específicas, como em um tabuleiro. As habilidades dos personagens jogáveis geralmente vem em padrões que acertam certas partes da arena. Assim, deve-se escolher o tipo de ataque mais adequado e que acerte mais oponentes.

Essa escolha, no entanto, não é sempre fácil, pois técnicas que cobrem mais espaço e causam mais dano vem acompanhada de um maior custo de pontos de magia, algumas até podem deslocar os adversários de posição, abrindo caminho para o aproveitamento total de uma magia que antes não acertaria todos os alvos.

Depois de acumular energia com diferentes ataques, o usuário recebe a oportunidade de usar um “Chain Attack”, um golpe devastador que demanda uma combinação de botões apertados na hora certa e une os poderes de todos os personagens presentes. Ocasionalmente, até mesmo um personagem que está fora da equipe pode surgir para ampliar ainda mais o dano causado pela técnica.

Fairy Tail
Os membros da equipe podem unir seus poderes em um ataque massivo. (Imagem: Divulgação)

Certos combatentes também podem se transformar e ter acesso a novas e mais poderosas técnicas. Isso vem com o preço de não poder se juntar aos companheiros para ataques combinados.

Como observado, o jogo apresenta muitas opções para a montagem de estratégia. O sistema é bem explicado, divertido e não demora para que comecemos a dominá-lo, pensando jogadas que envolvem combinar habilidades separadas para acertar todos os inimigos de uma só vez.

Levando a Fairy Tail de volta ao topo

Os eventos decorridos no jogo não se iniciam do princípio da história do anime, e sim no final da saga da ilha Tenrou. Inclusive, o tutorial inicial se passa durante uma batalha de chefe. Essa configuração incomum pode causar confusão em pessoas que, como eu, nunca viu um episódio da série. Porém, felizmente existe toda uma enciclopédia, acessível no menu, que detalha informações sobre a franquia e seus personagens, bem como a guilda, ou grupo de magos que fazem parte, chamado Fairy Tail.

Logo após a luta inicial, os protagonistas ficam adormecidos por sete anos e emergem em um futuro em que sua equipe perdeu todo o prestígio outrora desfrutado por seus membros. Assim, a tarefa inicial que o usuário recebe é a de resgatar a popularidade da associação. Ele, deverá, assim, cumprir diversas missões para conseguir dinheiro e popularidade.

Fairy Tail
A guilda poderá ser revitalizada com o dinheiro ganho em missões. (Imagem: Divulgação)

Os recursos obtidos no sucesso das empreitadas pode ser revertido para o melhoramento do quartel general da guilda, com possibilidade da construção de vários aposentos, tais como loja e cozinha. Cada qual conferindo um benefício específico aos personagens. Com isso, o grupo subirá de posição no rank das guildas.

Zelar pela fama da guilda é certamente uma das mecânicas mais divertidas e recompensadoras do jogo e espanta o enjoamento causado pelas missões, que não são muito variadas em objetivo.

Simplicidade é o nome do jogo

Fairy Tail é um jogo simples, mas no sentido bom da palavra. É claro o cuidado dos desenvolvedores em evitar todo tipo de frustração. Todos os objetivos são bem sinalizados no mapa, sejam àqueles pertencentes a missões da história ou não obrigatórias.

O personagem jogável faz comentários avisando o usuário quando entra em um cenário em que os adversários são fortes e ser derrotado em uma luta significa apenas voltar no princípio da mesma instantaneamente.

Também é possível transitar automaticamente entre os locais já explorados, o que economiza tempo nas clássicas tarefas que exigem a obtenção de itens localizados em pontos distantes.

Fairy Tail
A exploração é simples e os objetivos claros no mapa. (Imagem: Divulgação)

Locomover-se somente assim, no entanto, significa receber menos experiência, já que enfrentaremos menos batalhas. Isso pode ser um pouco frustrante, pois o jogo exige atingir certos níveis de desenvolvimento nos personagens e na base de operações antes que possamos avançar para o próximo capítulo da história.

A dificuldade geral do jogo pode ser também ajustada a qualquer momento.

Vale a pena comprar Fairy Tail?

Fairy Tail apresenta muito conteúdo voltado aos fãs. Com missões especiais voltadas para o desenvolvimento e interação entre personagens da franquia, isso aumenta o relacionamento entre tais membros da equipe, fazendo com que tenham mais chances de usar ataques combinados.

Muitas das horas de jogo são gastas com cenas que contextualizam a história do anime, embora todas sejam passíveis de serem puladas, se assim o usuário desejar. A campanha não é muito longa, com 30 horas sendo mais do que suficientes para cumprir a história principal. As missões não obrigatórias, por sua vez, não são das mais criativas.

O baixo orçamento do jogo é evidente, com muitos personagens que aparecem durante a campanha não tendo modelos, falta de NPCs com diálogos prolongados e muitas cenas sem diálogo gravado. Deve-se dizer, no entanto, que o GUST Studios fez um belo trabalho com os recursos disponíveis.

A história é contada em um ritmo agradável, até para novatos na franquia. O sistema de combate é bem divertido e o jogo dá grande liberdade em personalizar o nível de dificuldade da aventura. Certamente recomendável a fãs da franquia e apreciadores de RPG que não buscam uma aventura de grande duração e querem se divertir com mecânicas simples e satisfatórias.

*Review elaborada no PS4 padrão, com código fornecido pela KOEI TECMO.

Fairy Tail

R$ 249,90
8.3

História

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e sons

9.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • Sistema de combate divertido
  • Mecânica de melhoramento da Guilda recompensadora e interessante
  • 16 personagens jogáveis com habilidades únicas

Contras

  • Requerimento de nível para acessar certas partes da história
  • Falta de legendas PT-BR
  • Algumas missões repetitivas e pouco criativas

João Gabriel Marques

    Jornalista e Videomaker por formação, entusiasta de filmes e jogos por gosto. Gosta de coisas complicadas que explodem o cérebro e de coisas bestas que desligam o mesmo.