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Fear the Spotlight | Review

Originalmente lançado em 2023 e exclusivo para PC, Fear the Spotlight será relançado, agora disponível em todas as plataformas atuais e com tradução para vários idiomas, incluindo o português do Brasil, além de um capítulo inédito.

Sob a égide da Blumhouse, conhecida desde 2000 por financiar dezenas de filmes de terror como Corra! e Não Fale o Mal, a empresa inaugurou sua divisão de jogos em 2023, e o projeto da Cozy Game Pals é sua primeira incursão.

O relançamento se justifica? A Blumhouse acertou em sua primeira aventura no mundo dos videogames? Descobriremos em mais uma análise exclusiva do Pizza Fria!

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História, referências e novidades

Em Fear the Spotlight, controlamos a estudante Vivian que, acompanhada de sua amiga Amy, invade a própria escola à noite para utilizar de um tabuleiro místico. Rapidamente a brincadeira sai do controle e agora além de ter que resgatar Amy, Vivian vai descobrir um passado sombrio sobre a escola que frequenta.

Com muitos documentos para encontrar e interações secretas para ouvir, a narrativa de Fear the Spotlight puxa muitas inspirações de filmes e jogos do século passado, como Carrie a Estranha e Ringu. Similar à saga Silent Hill, o entendimento da história está bastante atrelado aos documentos que justificam muito do que encontramos, mas ainda mantendo pontas soltas para a interpretação do jogador.

O ótimo trabalho de voz das protagonistas e dos poucos secundários preenchem muito bem a narrativa, resultando em uma história que, mesmo bastante familiar para fãs do gênero, tem identidade e devido a não linearidade de como aprendemos os fatos e resolvemos os quebra cabeças, é consistentemente cativante. Para somar mais ainda ao mundo de Fear the Spotlight, um capitulo completamente novo foi acrescentado, fornecendo mais desenvolvimento para alguns personagens e expandindo o final original.

Fear the Spotlight
Prestar a atenção aos cenários e Puzzles complementa a narrativa (Imagem: Divulgação)

Gameplay

A escola possui diversos locais para explorarmos, que estão recheados de quebra-cabeças, onde passamos a maior parte do tempo procurando itens para solução dos diversos enigmas. Neste quesito, Fear the Spotlight é muito satisfatório e a variedade e quantidade dos puzzles são elevadas, com soluções simples, compensando com bastante interações com alavancas, códigos, painéis, entre muitos outros.

Caminhamos, corremos e podemos agachar, além de servir para transitar em locais estreitos, usamos para passar desapercebido pelos perseguidores. Enquanto vamos de um lado para o outro, eventualmente um inimigo aparecerá e vai caçar o jogador.

Infelizmente, estes momentos não se destacam pela facilidade que é lidar com os dois tipos presentes no jogo. Ambos possuem uma visão muito limitada e não escutam as quaisquer ação realizada pelas protagonistas. Os itens de cura são até escassos, mas como aguentamos muitos golpes e o sistema de checkpoint é bastante amigável, faz com que o furtivo seja descartável ao longo das 4 horas de campanha.

Fear the Spotlight
Visual e sonoramente imponentes, mas pouco desafio de fato fornecem.

Sons e Visuais

Remetendo diretamente a geração do PS1, os visuais são agradáveis e o trabalho de animação/iluminação de Fear the Spotlight também são competentes, cumprindo muito bem a proposta de combinar a atmosfera dos anos 90 com tecnologia moderna. Um exemplo disso é o constante uso dos auto falantes do DualSense, que são muito bem aproveitados com sons de rádio, mensagens de texto e toda as interações que fazemos com cada puzzle do jogo, também são comunicadas pelo controle.

A atmosfera do game é bastante convidativa e em nenhum momento jumpscares são utilizados. A aposta dos desenvolvedores para cativar é justamente aprofundar o jogador em sua história e narrativa. Sem apelar para sustos fáceis com sons altos, a tensão é construída pelos detalhes da cena, olhos brilhantes no fundo de uma sala, alterações em tempo real do cenário a sua volta ou removendo a trilha sonora de certos segmentos para angustiar o jogador.

Assim como algumas de suas influencias cinematográficas, Hereditário e O Bebê de Rosemary por exemplo, Fear The Spotlight aproveita o poder do silencio e de suas composições cênicas para imergir e assustar.

Fear the Spotlight
Mapas bem preenchidos de detalhes (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Fear the Spotlight?

O relançamento de Fear the Spotlight certamente ajuda a Cozy Games Pals a trazer maior notoriedade para seu jogo ,e de fato, sua atual versão se justifica. Com conteúdo expandido em gameplay e enredo, somados às legendas em português, os diversos quebra cabeças e documentos podem ser entendidos de maneira adequada. Pecando em suas adversidades diretas, facilmente superadas por simplesmente caminhar em linha reta, é difícil apontar qualquer outro contra do game.

Sem sustos gratuitos e um foco grande em sua narrativa, Fear the Spotlight é até recomendado para um público fora da bola de jogos de terror, já que seus puzzles e narrativas são o foco da experiência, resultando em um ritmo prazeroso de inicio a fim. Uma ótima estreia da Blumhouse nos games, que já promete futuros projetos mais ambiciosos.

Fear The Spotlight será lançado nesta terça-feira, 22 de outubro, para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC, MacOS e Linux, via Steam.

*Review realizada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Blumhouse Games.

Fear the Spotlight

8.7

História

10.0/10

Gráficos e Sons

8.8/10

Gameplay

8.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • História completa e bem contada
  • Excelentes quebra cabeças
  • Atmosfera de terror marcante

Contras

  • Confrontos com perseguidores muito fáceis

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