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Path of Exile 2 | Preview

Com uma complexidade esmagadora de builds e variedade de equipamentos, Path of Exile atraiu os jogadores mais hardcores de RPGs de ação, entregando centenas (ou até milhares) de horas de gameplay em um game gratuito, o qual recebe novos conteúdos desde seu lançamento, há mais de dez anos! Agora, sua desenvolvedora, a Grinding Gear Games, promete revolucionar o mundo dos ARPGs com seu mais novo título: Path of Exile 2.

A convite da GGG, fomos até Los Angeles, Califórnia, para testar em primeira mão as primeiras horas de gameplay da aguardada sequência de PoE e descobrir todas as novidades e evoluções do novo título. Reinventando a fórmula do primeiro título, com foco em narrativa, maior acessibilidade e um combate muito mais dinâmico, Path of Exile 2 promete atrair tanto os jogadores veteranos quanto novos fãs do gênero. Veja os detalhes da minha experiência agora, em mais uma preview exclusiva do Pizza Fria!

Seja bem vindo, exilado

O evento que participamos começou com Jonathan Rogers, diretor do estúdio, nos apresentando a primeira cutscene de Path of Exile 2, uma cinemática em CGI com cerca de cinco minutos de duração, com visuais incríveis. Nela, somos apresentados brevemente a algumas das classes e também ao vilão do primeiro ato. 

Mas, além disso, o mais importante: vemos o quanto o novo título promete um foco maior no storytelling visual, com demonstração clara da motivação do jogador na história. Isso já mostra uma grande evolução nesse aspecto em relação ao seu antecessor, o qual possui pouquíssimas cutscenes, e cuja história é mostrada apenas através dos diálogos com NPCs e lores encontradas ao longo da campanha.

Path of Exile 2
Cutscenes de Path of Exile 2 têm visuais incríveis. (Imagem: Divulgação)

Os visuais da cena de abertura são de cair o queixo, principalmente pelas magias e movimentação dos personagens em combate. Porém, a qualidade visual não fica só no CGI em Path of Exile 2. Logo depois da cena, Jonathan nos mostrou um gostinho da gameplay do jogo, e a evolução é impressionante. Animações fluídas dos personagens, bolas de fogo e raios de magias com efeitos de iluminação e partículas, monstros inimigos dos mais variados, e o mais incrível, transformações de bosses que chegam a dar medo.

Classes inéditas e novas combinações de skills

Lançado em 2013, o primeiro Path of Exile ganhou fama por sua complexidade esmagadora, com sistemas profundos de personalização, uma árvore de habilidades que poderia assustar até jogadores experientes. O game atraiu em grande parte os fãs do gênero ARPG, principalmente vindos da franquia Diablo, mas os quais buscavam jogos com sistemas mais intrincados. 

Em Path of Exile 2, os desenvolvedores buscaram manter a mesma profundidade em sistemas de builds e customização, porém com várias melhorias para suavizar a curva de aprendizado e reduzir a barreira de entrada para novatos que queiram se aventurar em seu mundo de fantasia.

Path of Exile 1 Inventory
Sistema de gemas de Path of Exile 1, slots no equipamento (Imagem: Reprodução/Internet)

O maior exemplo está no novo sistema de gemas de skills. Adeus ao sistema complexo de slots em armas, com match de cores de gemas e conexões entre espaços. Entra um novo sistema extremamente simplificado e direto. Os slots agora ficam no próprio personagem, dando total liberdade para que o jogador possa alocar quantas skills ele quiser. O mesmo vale para as gemas de suporte (um ponto alto da customização), as quais podem aplicar modificações únicas a cada skill. 

No gameplay, Jonathan nos mostrou a classe da Feiticeira (Sorceress), a qual utiliza magias como bolas de fogo e sopros de gelo. Aplicando as suas skills uma gema chamada Projéteis Múltiplos, a bola de fogo da maga passava de 1 para 3 disparos em cada evocação. Com apenas 1 clique, a gema era transferida para o sopro de gelo, aplicando o mesmo efeito.

Path of Exile 2
Sistema de gemas simplificado em Path of Exile 2. (Imagem: Reprodução/Internet)

Combate mais lento? Não se deixe enganar

Ao evoluir no primeiro jogo, rapidamente a gameplay se torna um frenesi de disparos de magias constantes. Logo, Path of Exile 1 se torna indistinguível de se entender de fato o que está acontecendo na tela, com o jogador ou matando a todos ou morrendo instantaneamente, a depender apenas do seu equipamento e sua build ser boa o suficiente para aquela área. Muito pouco podia ser feito em termos de gameplay para mudar o resultado de um combate.

Além disso, Path of Exile possuía uma falha fundamental em seu sistema de builds. Devido ao sistema antigo de gemas, toda a build do jogador era sempre construída ao redor de uma única skill. Era muito mais benéfico escolher um feitiço, colocar todas suas gemas para beneficiar ela, e montar os status do personagem ao redor disso. Assim, a gameplay do jogo consistia apenas em “spamar” uma única skill de dano enquanto usa dashes para se locomover pelo mapa.

Path of Exile 2
Combate dinâmico e acrobático de Path of Exile 2. (Imagem: Divulgação)

Já em Path of Exile 2, o foco foi em aprender com os erros e mudar a estrutura do jogo de maneira fundamental para corrigi-los. Isso foi feito principalmente através de 3 pontos:

  • Velocidade de combate reduzida;
  • Toda skill é situacional;
  • Inúmeras formas de combinar skills em “combos”.

O primeiro ponto é o mais visível “a olho nu” ao comparar as gameplays de ambos os jogos. Mesmo nos níveis mais altos, em Path of Exile 2 não é visto o “frenesi de disparos” de antes, dando lugar a um combate muito mais cadenciado. Isto pode causar certa estranheza para os jogadores experientes, porém a mudança tem um propósito. O combate agora é muito mais compreensível visualmente, e cada ação do jogador precisa ser considerada com cuidado.

Já o segundo é explicado tanto pela variedade de movimentação e ataque dos inimigos, quanto pelas próprias skills dos personagens. 

Por exemplo: utilizando a classe Mercenário (Mercenary), cada skill se assemelha a um tipo de arma de fogo. Tiros espalhados e de curto alcance lembram as shotguns, disparos concentrados e de longo alcance lembram uma sniper, além de possuir skills que são idênticas a bombas de fragmentação e de atordoamento. Assim, os tiros de shotgun são efetivos para controlar waves de inimigos que se movem e atacam de perto, enquanto a sniper ajuda a eliminar monstros com ataques de longa distância. Da mesma forma, as bombas de atordoamento podem ajudar o jogador a se livrar de uma situação em que ele esteja cercado. 

Path of Exile 2
Combate da classe Mercenário, com armas de fogo variadas (Imagem: Divulgação)

Já o sistema de combos foi, talvez para mim, o ponto mais alto da diversão de Path of Exile 2. Nele, cada classe possui uma grande quantidade de formas de combinar suas skills, criando os chamados “combos”, os quais são muito mais poderosos do que cada skill individualmente. 

Voltemos a classe da Feiticeira. Uma de suas skills consiste em criar barreiras de fogo no chão, queimando os inimigos que a atravessam. Outra delas são disparos de raios elétricos, que se espalham pelo cenário. Ao criar uma barreira e atirar raios através delas, os disparos da maga ganham dano de fogo, aumentando seu dano em inimigos.

O mesmo pode ser dito do Mercenário, o qual foi minha classe escolhida durante o teste. Ele possui versões elementais dos seus disparos de escopeta em cada skill, e a combinação dos elementos pode criar combos poderosos. Disparos de gelo acumulados podem fazer com que um minion fique completamente petrificado. Ao acertá-lo em seguida com um disparo fragmentado, o minion explode em pedaços, morrendo e ferindo todos os outros soldados ao redor. 

A combinação desses três fatores gerou uma mudança primordial na gameplay de Path of Exile, e o resultado final é nada menos que incrível. O combate gera situações únicas a todo momento, e me exigiam que eu tomasse decisões sobre cada ataque e cada movimento praticamente a todo o tempo. Jogando por mais de 5 horas ininterruptas, eu saí da sessão ansioso por explorar mais daquele mundo, descobrir novas combinações de skills e enfrentar maiores desafios.

O que esperar de Path of Exile 2?

Com aproximadamente 25 horas de campanha e um robusto sistema de endgame já no acesso antecipado, Path of Exile 2 demonstra ambições altas em capturar tanto os fãs hardcore do primeiro título, quanto novos jogadores que buscam um RPG de ação com profundidade e fluidez de gameplay. As melhorias gráficas, o cuidado na expansão do storytelling e seu combate reformulado, muito mais dinâmico e desafiador, representam um compromisso em entregar uma experiência mais rica, sem comprometer o DNA que transformou Path of Exile em uma das referências no gênero.

Ao sair de Los Angeles e voltar para casa, não consegui segurar a ansiedade em voltar a jogar, e a expectativa do que ainda poderei encontrar no jogo futuramente. Path of Exile 2 promete não só expandir o legado de seu predecessor, mas também trazer uma nova geração de fãs para um dos mais complexos e detalhados ARPGs do mercado.

Path of Exile 2 será lançado em acesso antecipado no próximo dia 6 de dezembro, disponível em para PC, via Steam e Epic Games StoreXbox e PlayStation. O acesso será garantido através de “supporter packs” disponíveis para compra no dia do lançamento, ou já liberados para os jogadores de Path of Exile 1 que já gastaram pelo menos US$ 500 em conteúdos do jogo. Após seu acesso antecipado, ele será disponibilizado gratuitamente, porém ainda não há data oficial para seu lançamento.

*O jornalista viajou para Los Angeles à convite da Grinding Gear Games.

Sérgio Barbosa

    Engenheiro desde 2016 e gamer apaixonado desde os 8. Ficcionado em desvendar cada engrenagem por trás de um jogo bem feito, estuda programação e design de jogos no tempo que pode (e às vezes no que não pode).

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