Escolhendo uma placa de vídeo para um PC gamer

As placas de vídeo diferem em muitos aspectos. O principal componente é o chip gráfico, que pode ser desenvolvido e fabricado por diferentes empresas, pertencendo a diferentes gerações e séries. Além disso, com base no mesmo chip, são lançadas diversas versões de placas de vídeo, variando em sistema de resfriamento, quantidade de memória de vídeo e overclocking. Vamos ajudar você a entender esse universo.

Não há uma diferença fundamental entre os fabricantes. Tanto a AMD quanto a Nvidia oferecem modelos com diferentes níveis de desempenho, que podem ser usados tanto em sistemas básicos quanto em configurações de ponta para jogos em 4K. Além disso, a vantagem entre as marcas muda conforme novas gerações de chips são lançadas.

Em 2024, as placas da Nvidia tinham uma leve vantagem: os modelos da linha RTX 40 lidam melhor com efeitos de ray tracing e suportam a tecnologia de upscaling DLSS 3. O ray tracing proporciona iluminação e reflexos mais realistas nos jogos, enquanto o DLSS aumenta o desempenho sem comprometer a qualidade da imagem. A AMD possui uma tecnologia equivalente, mas atualmente sua eficiência é inferior.

Desde 2022, surgiu uma terceira opção: placas de vídeo com chips Intel. Até o momento, elas estão disponíveis apenas nos segmentos de entrada e intermediário. Além disso, a Intel ainda não otimizou totalmente seus drivers para todos os jogos populares. Por isso, comprar uma dessas placas pode ser interessante apenas para quem quiser experimentar algo novo.

As placas de vídeo vendidas no mercado raramente são produzidas diretamente pela Nvidia, AMD ou Intel. Normalmente, são versões fabricadas por empresas parceiras como Gigabyte, MSI, Asus, Palit e outras. Essas empresas lançam múltiplas variações do mesmo chip, diferenciando-se em clock, quantidade de memória e sistema de resfriamento – o que impacta no preço.

O primeiro passo é definir o orçamento. Determine quanto está disposto a gastar e veja quais modelos se encaixam nesse valor. No entanto, não corra para comprar a opção mais cara.

Com a grande variedade de modelos disponíveis, uma opção mais acessível pode ter desempenho muito próximo a uma mais cara. Para não errar na escolha, é importante comparar o desempenho das placas de vídeo dentro da sua faixa de preço – e explicaremos como fazer isso a seguir.

O desempenho da placa de vídeo não depende apenas do chip, mas também de outras especificações técnicas, como frequência do processador gráfico, quantidade de memória, largura do barramento, número de núcleos de processamento, entre outros fatores. No entanto, o chip é um bom ponto de partida.

Por exemplo, suponha que seu orçamento permita escolher entre uma GeForce RTX 4060 Ti e uma Radeon RX 7600 XT. À primeira vista, ambas possuem frequências semelhantes, o que pode levar a pensar que o desempenho é o mesmo. Mas não é bem assim! Devido a diferenças na arquitetura dos chips, a variação de desempenho entre esses modelos pode chegar a 20%.

Para comparar chips gráficos, você pode utilizar serviços como o UserBenchmark. Basta pesquisar o nome do modelo, por exemplo, RTX 4060 Ti, e analisar métricas como User rating (avaliação dos usuários), Avg. bench (média de desempenho nos testes) e Value (relação custo-benefício).

No primeiro, é refletida a classificação dos usuários; no segundo, o valor médio nos testes de desempenho.

Também é possível baixar a ferramenta GPU-Z, que exibe informações detalhadas sobre a sua placa de vídeo, incluindo temperatura, frequências atuais e outros parâmetros.

Muitos fabricantes vendem placas de vídeo com frequências um pouco acima das especificações padrão da AMD ou Nvidia.

No entanto, esse overclock geralmente não passa de alguns poucos por cento, como no caso das versões MSI GeForce RTX 4060 Ti VENTUS 2X BLACK 8G OC e VENTUS 2X BLACK 8G. Se o preço for semelhante, vale a pena escolher a versão com overclock. Caso contrário, é mais vantajoso comprar a versão comum e fazer o overclock manualmente depois.

A única exceção ocorre quando a versão com overclock vem com um sistema de resfriamento melhorado, como três ventoinhas em vez de duas. Nesse caso, pode ser interessante investir na versão mais robusta, pois ela será mais silenciosa e ajudará a prolongar a vida útil da placa.

Diferentes versões da mesma placa podem ter quantidades diferentes de memória. Por exemplo, a RTX 4060 Ti pode ser encontrada com 8 GB ou 16 GB de VRAM. Se a diferença de preço for pequena, vale a pena investir na versão com mais memória.

Se a diferença de preço for grande, escolha de acordo com suas necessidades. Aqui estão algumas recomendações:

• Full HD – 6 a 8 GB
• 2K em alta qualidade – 8 a 12 GB
• 4K – pelo menos 12 GB
• 4K em alta qualidade – pelo menos 16 GB

Tecnologia Ray Tracing. Permite que os desenvolvedores implementem iluminação e reflexos mais realistas nos jogos, para que os raios de luz, os brilhos e as sombras pareçam realistas. A Nvidia foi a primeira a apresentar chips gráficos com aceleração por hardware dessa tecnologia junto com a linha de placas de vídeo GeForce RTX.

A AMD implementou o ray Tracing apenas na série Radeon RX 6000, que começou a ser vendida no final de 2020. A empresa possui menos dessas placas de vídeo em comparação com a Nvidia.

Considere que o traçado de raios reduz o desempenho da placa de vídeo nos jogos. Você obterá gráficos mais realistas, mas com uma taxa de quadros (FPS) menor. Para placas de vídeo topo de linha, isso não é um problema, pois a taxa de quadros permanece aceitável. No entanto, com soluções mais acessíveis, será necessário reduzir as configurações gráficas para manter 60 FPS.

Tecnologias de suavização. Permitem melhorar a qualidade da imagem. Os contornos de objetos e personagens ficam mais uniformes, o efeito de serrilhado desaparece e não há tremores durante o movimento.

Escalonamento inteligente. Com o lançamento da linha RTX, a Nvidia apresentou a nova tecnologia DLSS. Seu objetivo é aumentar o desempenho nos jogos sem comprometer a qualidade gráfica. Esse efeito é alcançado porque a placa de vídeo renderiza o jogo em uma resolução reduzida e, em seguida, utilizando algoritmos de rede neural, reconstrói a imagem para a resolução desejada. Para processar esses cálculos, as placas Nvidia GeForce RTX utilizam um bloco especial de núcleos tensores. A empresa vem aprimorando continuamente essa tecnologia e adicionando novas funções. Por exemplo, no DLSS 3, lançado junto com a linha RTX 40, foi introduzido um mecanismo de geração de quadros — agora, as redes neurais não apenas completam os detalhes ausentes da imagem, mas também criam quadros inteiros que são inseridos entre os “reais”. Isso permite que a taxa de quadros (FPS) nos jogos seja ainda maior. No entanto, essa função não é compatível com placas de vídeo lançadas antes da RTX 40.

A AMD e a Intel têm suas próprias alternativas ao DLSS — FSR e XeSS, respectivamente. No entanto, como as gerações atuais das placas de vídeo Radeon e Arc não possuem núcleos tensores, em vez de redes neurais, elas utilizam algoritmos mais simples que aproveitam os blocos de computação genéricos do chip gráfico. Por isso, o escalonamento e a geração de quadros dessas tecnologias concorrentes, no momento, não são tão eficazes e eficientes quanto as da Nvidia. Por outro lado, há um ponto positivo: AMD FSR e Intel XeSS são mais universais. Enquanto o DLSS funciona apenas em placas GeForce RTX, essas alternativas podem ser usadas em qualquer placa de vídeo, independentemente do fabricante ou da série. Por exemplo, o AMD FSR pode ser ativado em jogos que suportam essa tecnologia, mesmo se você tiver uma GeForce GTX, que não é compatível com o DLSS.

Outro passo importante é a verificação de compatibilidade. Se o tamanho e outras características não forem considerados, a placa de vídeo pode não caber no gabinete ou nem mesmo funcionar.

Verifique se a placa cabe no seu gabinete. Consulte as especificações do gabinete para saber o comprimento máximo suportado. Além disso, componentes como radiadores e ventoinhas internas podem atrapalhar a instalação. Isso acontece quando os ventiladores e o sistema de resfriamento líquido (SVO) são instalados na parte interna do gabinete.

Outro fator é a largura. Placas de vídeo com sistemas de resfriamento volumosos podem ocupar vários slots de expansão do gabinete.Por exemplo, a Palit GeForce RTX 4080 Super ocupa três slots inteiros — isso significa que o sistema de resfriamento da placa bloqueará o espaço de três slots abaixo dela na placa-mãe. É importante levar isso em consideração caso você planeje instalar uma placa de rede ou de som em um slot PCIe.

As especificações técnicas da placa de vídeo indicam a potência mínima da fonte de alimentação (PSU) necessária para seu funcionamento estável.

O nome da fonte geralmente informa a potência total disponível para todas as linhas de alimentação, incluindo discos rígidos e outros componentes. No entanto, a potência efetivamente fornecida ao processador e à placa de vídeo pode ser significativamente menor. Esse valor pode ser verificado na tabela presente no corpo da fonte, na seção correspondente à linha de 12V.

Preste atenção também nos conectores de alimentação. Na descrição da placa de vídeo, verifique quantos conectores de 6 ou 8 pinos são necessários para ela. E compare esses valores com as especificações da fonte de alimentação (você precisa da seção “Alimentação da placa de vídeo”). Lá, deve haver o mesmo número de conectores de 6 ou 8 pinos ou mais, mas nunca menos do que o necessário para a placa de vídeo.

Quando se fala sobre o conector de interface na placa-mãe, normalmente é mencionada a versão do PCI-Express (2.0, 3.0 e, mais recentemente, 4.0). O número exato de portas e seu tipo estão indicados na seção “Slots de Expansão” nas especificações da placa-mãe. Normalmente, a porta com a versão mais recente é destinada à placa de vídeo. A versão PCIe das placas de vídeo está indicada nas especificações, na seção “Interface”.

Se você tem uma placa-mãe antiga, que suporta o formato 2.0, e a placa de vídeo suporta 3.0, não há problema. A placa de vídeo funcionará com a largura de banda da versão anterior do PCI-Express, que dobra a cada geração. Por exemplo, a velocidade PCIe 4.0 x8 é equivalente à PCIe 3.0 x16. Na maioria dos casos, a diferença de uma geração afeta o desempenho em no máximo alguns por cento. A exceção são as placas de vídeo em que o barramento PCIe não funciona na velocidade total x16.

O ideal é escolher uma placa de vídeo com um conector da mesma versão que a placa-mãe suporta, ou de uma versão mais alta, caso você planeje trocar a placa-mãe.

As placas de vídeo suportam diferentes resoluções de tela e diferentes quantidades de monitores. Além disso, a placa de vídeo determina a taxa máxima de quadros que o monitor pode exibir por segundo (taxa de atualização, medida em hertz (Hz)).

Vamos usar como exemplo a GeForce RTX 4070 Super. A resolução máxima que a placa de vídeo suporta é 7.680 x 4.320, ou seja, ela pode ser usada com monitores ou TVs 8K.

Para entender quais conexões você precisa, acesse a página de especificações do monitor ou consulte o manual. Se o monitor for Full HD com uma taxa de atualização de até 240 Hz, basta um HDMI 2.0b ou DisplayPort 1.2a. Para um monitor com resolução 2K e taxa de atualização de 240 Hz, será necessário HDMI 2.1 ou DisplayPort 1.3.

Ao conectar, verifique no manual do monitor qual taxa de atualização e resolução são suportadas em cada uma das suas portas. Às vezes, a melhor qualidade está disponível apenas no DisplayPort ou em uma das portas HDMI específicas. É a essas que você deve conectar a placa de vídeo.

A escolha da placa de vídeo para jogos é uma decisão importante, que impacta diretamente a qualidade da experiência de jogo. Defina seu orçamento e requisitos, estude as especificações e análises para escolher o modelo ideal. Considerando o rápido avanço da tecnologia, também é útil deixar um pouco de margem em termos de desempenho, para que a placa de vídeo permaneça atual por mais tempo.

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