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Metal Unit | Review

Metal Unit é um jogo de aventura 2D, com certos elementos de roguelike, lançado para PC, via Steam, e Nintendo Switch, desenvolvido pela JellySnow Studio e publicado pela NEOWIZ. O título possui gráficos pixelados e um arte no bom e velho estilo de anime, e conta a história da humanidade e sua luta contra uma raça de alienígenas.

É tempo de pular em blocos de integridade duvidosa e morrer 3454 vezes no mesmo chefe, leitor. Vejamos o que o futuro nos reserva!

Pessoas simples, gostos simples

Veja bem, cyber leitor, sou um homem de gostos simples tal qual cantava Lynyrd Skynyrd. Algumas vezes não são necessários grandes feitos e maravilhas para fazer a alegria de uma pessoa. Em jogos, amores e sabores, por vezes a simplicidade é o grande brilho da coisa. Isso é algo que vai direcionar bastante os argumentos que vou colocar aqui para te apresentar um pouco mais sobre minhas experiências com Metal Unit.

Primeiro, a história. Metal Unit te coloca no papel de Johanna, também conhecida como Unit-11, uma soldada recém-formada enviada em uma missão para destruir uma raça alienígena, chamada Garou, e descobrir por que sua irmã se voltou contra a humanidade e começou a ficar do lado dos invasores, com outro contingente de soldados.

Metal Unit
Johanna, nossa heroína. (Imagem: Reprodução)

A história aqui é bem simples, mas bem contada. As interações são todas através de uma tela de codex que lembra muito o que se via em Metal Gear Solid, e tem idas e vindas um tanto quanto previsíveis. Johanna utiliza uma armadura chamada no universo de Metal Unit, que possui uma interface que se recusa a dar várias respostas as suas questões durante o jogo e obviamente está escondendo algo. É possível ver desde o começo que Falcon (a versão do Jarvis daqui) sabe mais do que deixa passar e algo muito além da invasão alienígena e luta pela sobrevivência da humanidade está em jogo.

Os personagens são até que interessantes, ainda que suas relações e sua caracterização não seja tanto. Um ponto que você vai reparar muito ao longo dessa análise, metal-leitor, é que Metal Unit é um jogo que possui uma fundamentação sólida, ainda que seja completamente dentro do padrão e da média. Isso se vê no caso da história, por exemplo.

O conto de humanos contra alienígenas já é mais velho que andar para a frente, e mesmo quando a trama dá algumas guinadas tudo continua perfeitamente dentro do padrão. O avanço da história é feito por capítulos, que se desenrolam ao longo de 5 mundos com temáticas diferentes, cada um contendo 15 salas que devem ser limpas até chegar ao chefe.

Metal Unit
Snake? (Imagem: Reprodução)

Metal Unit e seus elementos roguelike

Metal Unit se encaixa dentro de um estilo de jogo já consagrado chamado roguelike. A ideia principal é que as habilidades dos jogador só podem ser aprimoradas, ou itens adquiridos, ao se morrer e voltar para uma região central. Aqui, por exemplo, todos os itens e dinheiro são perdidos ao morrer e convertidos em CC, a moeda utilizada para comprar novas habilidades para Johanna, sua Metal Unit ou a I.A Falcon. Um jogo que exemplifica muito essa pegada é Hades, um grande amor de 2020.

Metal Unit dá uma pequena variada nessa fórmula por contar com um enfoque muito maior em plataformas, com pulos e dashes sendo utilizados tanto para desviar e negar dano dos inimigos quanto para se movimentar pelas telas. Elas são no esquema 2D, e tem uma certa variação dentro do tema do mundo que se visita. Não são geradas proceduralmente, e o jogo escolhe dentro de uma quantidade predefinida qual tela será apresentada ao jogador.

O objetivo dentro de cada uma é derrotar um número específico de inimigos para avançar ao próximo estágio enquanto coleta itens e armas para se tornar mais forte. Cada mundo conta com 15 fases, sendo 3 delas um acampamento no qual pode comprar e sintetizar itens, descansar para recuperar a vida ou abrir mão disso para explorar duas câmaras que contem um baú com equipamentos de raridade mais alta.

Metal Unit
Um exemplo de telas com blocos que quebram ao se ficar em cima por muito tempo. (Imagem: Reprodução)

Ainda que a jogabilidade seja relativamente repetitiva, o jogo dá uma quantidade boa de habilidades e equipamentos para poder variar um pouco as coisas. Certos locais dos mapas só podem ser acessados com a compra de novas habilidades como pulo triplo, por exemplo, que dá um certo quê de exploração a mais. Além disso, existe uma série de armas, equipamentos e ultimates diferentes para serem utilizados.

A variedade é alta, com diferentes tipos de espadas e armas de contato, bem como a distância com pistolas e espingardas. Além disso, os equipamentos não utilizados podem ser usados em uma máquina de criação para gerar novos com raridade e dano mais alto.

Além disso, outras habilidades passivas e ativas também podem ser acionadas ao serem encontradas pelo mapa, fora o que se pode comprar com CC na base após terminar um capítulo ou morrer. Os ultimates, por exemplo, vão desde raios que acertam a tela toda até tempestades de fogo que envolvem a protagonista. É uma quantidade tal que sempre haverão formas de se alterar a maneira de lutar. Além disso, antes de entrar em missões você pode escolher perfis que conferem habilidades como começar as tentativas de jogo com mais poções de cura, receber menos dano, coisas do tipo.

Metal Unit
Um exemplo da tela de habilidades, já com algumas adquiridas. No caso, aumento de dano e defesa. (Imagem: Reprodução)

Além disso, como já falei um pouco antes, Metal Unit também tem uma ênfase grande em plataformas, pulos e se deslocar pelo cenário. O que facilita a coisa é que os controles são bem responsivos, e os pulos que exigem mais precisam ou uso de dashes podem ser feitos de uma forma suave e macia. Todas as vezes que me joguei em algum buraco ou espinhos foi por vacilo meu, e não por falta nos controles do jogo. Isso é um positivo, principalmente em um jogo focado completamente nesse aspecto e no combate.

Os inimigos aparecem na tela conforme os que já estão são derrotados. Suponho que hajam cinco, a cada três abatidos surgem mais três, e assim até que se atinja o número necessário para passar de nível. Eles possuem variação suficiente entre tipos aéreos, terrestres, de contato e distância para manter as coisas andando. E as diferentes habilidades e suas combinações ajudam para que o combate se mantenha rápido, frenético e variado.

Metal Unit
Também é possível trocar as Metal Units e escolher equipamentos fracos para recomeçar ao morrer. (Imagem: Reprodução)

Sons e Visuais

Metal Unit conta com gráficos pixelizados e cores mais fortes, que casam bem para gerar um visual agradável aos olhos. A resolução dos pixeis me pareceu um pouco baixa, mas nada que seja suficiente para deixar a experiência ruim. O maior ponto a se notar, aqui, é que a cara do jogo é completamente simples, não possui nenhum ponto que o faça sair da curva. Funcional, porém nada de se maravilhar. Não chega a ponto de ser fenomenal como em Phoenotopia: Awakening, mas faz o que se propõe.

A mesma coisa com músicas e sons. Não estão em um nível de se agarrar a mente como em Hades, mas dão uma atmosfera boa e tranquila nos mapas que tem essa temática, como os de neve, e também pontuam corretamente os momentos de tensão da trama, ou em chefes onde a adrenalina aumenta. Novamente, não são nada que se prenda na memória a longo prazo mas também não me arranharam os ouvidos.

Metal Unit
Uma das Metal Units alternativas que podem ser encontradas e equipadas. (Imagem: Reprodução)

Vale a pena jogar Metal Unit?

E então, mecha leitor, será que Metal Unit vale a recomendação? Primeiramente, depende muito do que você pensa sobre jogos de plataforma e elementos roguelike. A jogabilidade é simples e efetiva, mas como esses dois elementos são pilares da experiência um apreço por eles é essencial para o aproveitamento. Além disso, é importante levar em conta que Metal Unit não reinventa a roda, e ainda que tenha uma base sólida também não traz nada de revolucionário ou de destaque para o gênero.

Tudo em tudo considerado, eu diria ser um jogo que vale a pena ser jogado. É divertido passar pelos cenários derrotando vários inimigos ao mesmo tempo, e a responsividade dos controles ajuda na hora de um combate mais preciso e frenético. Além disso, a possibilidade de coletar e combinar diversos equipamentos, somada aos novos ciclos com dificuldade aumentada que se iniciam após terminar a história pela primeira vez, ajudam a prolongara vida útil do título e dar mais coisas para se fazer.

Metal Unit não teve, para mim, o mesmo impacto que Hades ou Phoenotopia: Awakening. Mas, ainda achei um jogo bom e que fiquei contente em acompanhar até o final. Se você gostar de roguelikes e jogos em 2D, acredito valer a recomendação.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela NEOWIZ.

Metal Unit

R$ 28,99
7.9

História

7.5/10

Gráfico e Sons

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • Jogabilidade precisa e divertida
  • Boa quantidade de conteúdo pelo escopo do jogo
  • Boa variedade de armas e habilidades para usar

Contras

  • História relativamente previsível
  • Pouca originalidade. Tudo funciona, mas já foi feito milhares de vezes em milhares de lugares.
  • Falta de tradução em português

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.