Bayonetta & Vanquish 10th Aniversary Bundle | Review
A PlatinumGames e a SEGA disponibilizaram no último dia 18 de fevereiro, a coletânea Bayonetta & Vanquish 10th Aniversary Bundle para o PlayStation 4 e Xbox One. Aprimorados pela Armature Studio, a proposta era de trazer os dois premiados jogos, pela primeira vez, para os consoles da nova geração, enquanto se une os dois mundos em um único pacote.
Mas será que mesmo dez anos depois Bayonetta & Vanquish ainda conseguem se destacar no mercado? Como essas mecânicas envelheceram? A resposta em trago agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Vanquish e a sua história
Lançado originalmente em outubro de 2010, Vanquish teve como diretor o gênio Shinji Mikami, a mente por trás de clássicos como Resident Evil, Killer7 e Dino Crisis. Esse é um frenético jogo de ação em terceira pessoa se destacou por introduzir inovações ao gênero FPS como, por exemplo, um original impulso mecânico deslizante.
Mas, antes de mais nada, se procura um jogo com uma narrativa bem elaborada, Vanquish não é para você. O game começa após um grupo ultra nacionalista assumir o controle da Rússia e de uma estação espacial do país. Eles usam essa estação para atirar um raio devastador e destruir toda San Francisco.
A fim de impedir o próximo ataque, os Estados Unidos têm apenas oito horas para invadir a estação espacial. E assim, Sam Gideon, um agente norte americano da DARPA, com uma super armadura experimental, parte junto das forças militares para solucionar o problema.
Entretanto, enquanto o objetivo do exército é resolver o problema da ameaças terroristas, Sam precisa resgatar do local um dos principais cientistas da DARPA, o criador da arma ARS, o traje que nosso herói possui.
O gameplay de Vanquish
Com o intuito de concluir sua missão, Sam usa todo o poder de sua arma, o que garante a ele um incrível aumento na velocidade, maior precisão em seus ataques, um poder de fogo estrondoso e até mesmo aumento da sua percepção, deixando por alguns segundos tudo ao seu redor em câmera lenta.
Entretanto, como sempre, nem tudo são flores, mesmo com o traje especial Sam é vulnerável, uma vez ele possui algumas limitações. Existe um sistema de superaquecimento onde quanto mais as habilidades do traje são usadas mais sua barra de energia vai se esgotando e o traje perde sua mobilidade, precisando ser refrigerado por um tempo.
Vanquish é um jogo de tiro em terceira pessoa trabalhado na cafeína. Pois as habilidades do ARS aliadas aos motores à jato equipadas em seu personagem, garantem combates acelerados com uma boa dose de tensão e adrenalina.
Além disso, os inimigos atacam rápido e geralmente os tiros vem de todas as direções. E sim, falo sério, tudo acontece tão rápido que as vezes você morre sem saber de onde veio o tiro. Portanto é necessário que se tenha uma breve noção de tudo o que se encontra no campo de batalha.
Outro ponto importante a se destacar são as músicas, elas são ótimas e possuem batidas tão aceleradas quanto o jogo em si, dando a sensação de tudo estar bem ajustado.
O remaster de Vanquish
Como era de se esperar, a versão remasterizada de Vanquish possui algumas melhorias. Para começar, o tempo de carregamento dos cenários foi drasticamente reduzido, tornando a missão ainda mais rápida e dinâmica.
E apesar da grande e frenética quantidade de inimigos e dos detalhamentos das fases, o jogo não travou e se mantêm fluido. Isso sem contar as melhorias nos filtros das texturas e iluminações em geral.
Claro que, sem dúvidas, a Armature Studio poderia sim ter melhorado ainda mais essas texturas, já que demos um gigantesco salto entre a geração passada e a atual.
É possível observar em alguns momentos, sombras de má qualidade, serrilhados, texturas que não foram mexidas na remasterização. Isso sem contar as algumas quedas na taxa de quadros em algumas cutscenes, mas nada que vá atrapalhar nossa frenética missão nesse excelente título de ação.
Bayonetta e sua marca histórica
Disponibilizado em outubro de 2009, um ano antes de Vanquish, Bayonetta foi assinado por outro grande gênio, Hideki Kamiya, responsável por clássicos como Resident Evil, Okami e Devil May Cry. Certamente esse ambicioso hack & slash cheio de ação, ironia e belíssimas cenas cinematográficas foi um dos jogos de maior sucesso na geração passada.
Estrelado por uma protagonista feminina com muita personalidade, beleza, sensualidade e carisma, Bayonetta traz logo de cara um prólogo cheio de ação. Assistimos a uma cena onde somos apresentados à nossa heroína, a bruxa que dá nome ao jogo e que foi ressuscitada há 20 anos do fundo de um lago, não tendo nenhuma lembrança do seu passado.
No entanto, ela carrega consigo a metade de um artefato chamado “Olhos do Mundo”. E é informada por um rapaz chamado Enzo, sobre rumores de que a outra metade estaria em Vigrid. E assim, ambos partem em busca da outra parte do artefato.
O título é considerado um dos mais importantes ao inserir uma protagonista feminina empoderada. forte, rápida, inteligente, sagaz e totalmente confiante. Além disso, seus poderes de manipulação do tempo e suas magias a tornaram um ícone dos videogames.
A narrativa de Bayonetta
Logo no prólogo, você já vai sentir o tom irônico e exagerado do jogo. Nossa bruxa enfrenta uma horda de anjos com socos, chutes e suas quatro armas de fogo: uma arma em cada mão e outras duas presas ao salto alto calçado por ela. Toda essa luta ao som de uma deliciosa versão remixada da música Fly Me To The Moon.
Sim, meus amigos, vocês não leram errado. As pistolas ficam presas aos seus sapatos. E não, ninguém se importa em como ela consegue atirar ou lutar sobre os saltos. A verdade é que a possibilidade da combinação de combos com as armas das mão e dos pés ficaram incrivelmente dinâmicos e todos gostamos disso.
Por fim, temos outro importante personagem na narrativa: Rodin, o dono da loja “The Gates Of Hell”, um comerciante que entrega a você armas e é quem você verá diversas vezes no jogo. Ele vende itens de cura, novas habilidades e armas a troco de moedas deixadas pelos inimigos chamadas Halo.
Sem dúvidas, outro ponto a se destacar é que o jogo é cheio de referências a jogos da SEGA, existem diversas partes em que podemos escutar musicas dos jogos After Burner e Out Run, por exemplo.
A clássica jogabilidade de Bayonetta
Nossa heroína conta com diversas armas para derrotar seus inimigos, que vão de pistolas a chicotes, garras, espadas dentre outros. Elas são equipadas tanto nas mãos, quanto nos pés, sendo possível estar com uma arma diferente em cada parte do corpo.
Eventualmente, além das armas podemos usar os Torture Attack, ao surrar os inimigos uma barra vai se enchendo, quando cheia, deve-se pressionar dois botões simultaneamente para torturar os inimigos com iron maidens, guilhotinas, e outros modos mais criativos.
Já para enfrentar os chefes, Bayonetta conta com um ataque devastador chamado Climax e conjura monstros demoníacos com seus cabelos para esmagar os inimigos. No início das batalhas, a área se fecha e devemos enfrentar os monstros usando e abusando de combos e piruetas no ar. É inegável que a jogabilidade é extremamente parecida com a de Devil May Cry.
Por fim, terminando as batalhas, recebemos uma classificação pelo nosso desempenho e nossa heroína joga um beijo para quebrar a proteção que impedia nossa passagem. Ao final de cada fase, recebemos uma classificação em cima do tempo, dano recebido e resultados nas batalhas vencidas.
O quanto o remaster fez bem a Bayonetta?
É lógico que ao jogar, evidenciamos uma série notável de melhorias, principalmente no quesito performance. O tempo de carregamento entre as fases é praticamente inexistente, o jogo carrega tudo muito rapidamente, o que sem dúvidas deixa a experiência mais agradável.
Porém, assim como em Vanquish, Bayonetta peca no quesito texturas e câmera. O título tem o mesmo problema: houve um salto muito grande de qualidade entre entre os consoles nos últimos dez anos e a sensação que fica é de que os produtores apenas maquiaram o jogo original e o colocaram à venda.
As texturas são as mesmas, mas com um filtro por cima para deixar tudo mais agradável aos olhos. Quanto à câmera, que já era problemática em 2009, por nos obrigar a rodá-la o tempo todo para procurar inimigos, continua chatinha de controlar. Acredito que eles poderiam ter dado uma caprichada nesses detalhes.
Vale a pena comprar Bayonetta & Vanquish 10th Aniversary Bundle?
Em primeiro lugar, preciso deixar claro uma coisa: confesso que a ausência de legendas em PT-BR me incomodou bastante, uma vez em que a produtora poderia ter caprichado mais na entrega do produto.
Apesar disso, a PlatinumGames não é referência em jogos de ação atoa. Bayonetta & Vanquish são jogos que certamente ajudaram a empresa a se consolidar nesse mercado e que valem a pena serem apreciados com gráficos e performance melhorados. Se você já jogou ambos e, no momento, não tem por onde se aventurar, talvez valha a pena jogar. Só que se ainda não teve essa chance, não espere mais! A hora é essa!
*Review elaborado no PS4 padrão, com código fornecido pela SEGA.