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Midnight Fight Express | Review

Midnight Fight Express é um beat ‘em up isométrico, em 3D, desenvolvido por Jacob Dzwinel e publicado pela Humble Games. O jogo nos coloca no controle do temível Cara de Bebê, o destruidor, durante sua cruzada para limpar as ruas da cidade com o sangue de seus criminosos. O velho jeito Final Fight de se resolver qualquer questão de segurança pública, como sempre.

Será que ele vale nosso tempo e investimento, ou será apenas mais um soco na cara e uma memória ruim para nossa vida já espancada pela rotina diária? É o que veremos agora, em mais uma análise feliz e sorridente do Pizza Fria!

Trem da trocação honesta de tapas

Que tempo para se estar vivo, leitora. A rotina dos dias é cruel, o sistema é brutal e não estamos seguros em lugar nenhum. O que, como entrei em sua casa no meio da noite? Por quê estou pegando seus biscoitos e achocolatados? Detalhes, detalhes! Veja bem, como a vida é perigosa. Estava voltando para casa essa semana, e fui atingido em cheio na cara por um drone. Um drone!

Ao chegar em casa, percebi que fui marcado na testa com uma série de letras e números. Por sorte tive o lampejo de genialidade de digitar o código na Steam, e percebi ser para o jogo Midnight Fight Express. Fiquei interessado por dois motivos. Primeiro, por me lembrar de um conto de terror do mestre Clive Barker, chamado Midnight Meat Train. Segundo, por ser do velho estilo de porradaria. Ou beat ‘em up, para os mais refinados

Eu sou um grande fã desse estilo de jogos, seja no formato mais clássico de andar da esquerda para a direita socando tudo (como popularizado nos arcades nos últimos 40 anos) ou em suas versões mais atuais. Por exemplo, Cobra Kai: The Karate Kid Saga Continues é um bom exemplo desse gênero sendo trazido com uma vibe mais atual para os dias de hoje.

Midnight Fight Express
Insira uma referência a Serpentes a Bordo aqui. (Imagem: Divulgação)

O gênero de jogos de porrada tem recebido um amorzinho considerável do universo, recentemente. Um bom exemplo disso é o agradabilíssimo Sifu, definido pelo segundo Matheus mais excelente deste site como uma experiência incrível e única. Bom, devo dizer que posso usar meus poderes de previsão do futuro e prever que direi o mesmo de Midnight Fight Express.

Comecemos pela parte mais, digamos, simples do conjunto. A trama de Midnight Fight Express é mais ou menos o seguinte: controlamos o Cara de Bebê, um cara sem memória que, um dia, recebe um drone pelo correio. Aparentemente, sua compra internacional não foi taxada ou retida. Que alegria! Mas, percebam, ele não esperava que droninho, seu novo amiguinho, falasse e tivesse uma missão em mente.

Ele sugere para Cara de Bebê que a cidade está corroída e dominada por uma grande chefão do crime, e que nosso herói é o único que pode pará-lo. Afinal, nosso chegado conhece das artes marciais, das armas e da velha dança do combate. Logo, como todo ser humano dotado de pensamento racional, nosso destemido protagonista decide ouvir o que, provavelmente, seria uma alucinação induzida por trauma cerebral e sai pelas ruas descendo o braço em todos os malfeitores que encontrar.

Midnight Fight Express
É o Droninho, seu amiguinho. (Imagem: Divulgação)

As batidas (há) da trama são bem medianas, desse ponto para a frente. Temos uma pequena reviravolta no meio, uma no final e a promessa de que a história pode continuar por outra vertente. Sendo sincero, essa parte de Midnight Fight Express serve apenas como um pano de fundo para entendermos o motivo de descermos o braço com vigor em toda sorte de malfeitor e depravado da cidade.

Vamos ao que interessa, leitor, finalmente. Midnight Fight Express é um beat ‘em up isométrico, a boa e velha visão quase de cima, no qual utilizamos combos para quebrar a oposição, além de outros movimentos para defender e manipular o cenário para causar dor, sofrimento e expressões de desconforto em qualquer um que esteja vendo.

Conforme passamos de fases vamos liberando novas habilidades, que nos permitem finalizar inimigos, dar tiros com um revolver recarregável, usar uma corda para puxar os inimigos para perto (estilo Scorpion), agarres, armas para atirar ou quebrar na cabeça dos comédias das gangues. Muitas possibilidades, muita variedade, tudo bem feitinho em Midnight Fight Express. Da forma que eu gosto.

Midnight Fight Express
Podemos pegar a marreta ou a arma para arrumar uma confusão honesta, por exemplo. (Imagem: Divulgação)

Toda essa variedade é o maior tempero de Midnight Fight Express. Podemos começar batendo em um inimigo, puxar outro para perto, finalizá-lo, depois jogar o primeiro em cima dos outros e roubar a arma de um terceiro para atirar para todos os lados. Ou podemos sair chutando as coisas em todo mundo. Simplesmente sensacional. Aliás, vale dizer que as animações são muito bem feitas, e não costumam se repetir muito.

Por vezes, devo dizer, me senti como se estivesse vendo um filme da série John Wick misturado com um estilo frenético e bombástico de Hotline Miami. Nosso personagem é customizável, e com o número certo de itens e imaginação podemos deixá-lo um pouco parecido com o lendário assassino interpretado por Keanu Reeves. Magnífico.

Fora isso, o teor rápido da jogabilidade faz com que tudo flua bem e sem paradas. Bem, quase sem. A história tem uma mania feia de interromper minhas tretas para que Droninho faça alguma piada levemente sem graça, ou moderadamente interessante. Temos uma opção para que os diálogos passem sozinhos, mas isso faz com que a ação seja pausa momentaneamente, de todo modo.

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Clássica briga de bar. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Midnight Fight Express tem visuais bem legais, coloridos e vibrantes. Ele é bem caricato, mas ajuda a ter uma identidade própria e que se destaca da multidão. Além disso, os modelos dos inimigos e de nosso próprio protagonista são muito bem feitos e bem animados. Além disso, a variedade de partes de corpo e roupas que podemos utilizar para criar nosso Cara de Bebê é simplesemente adorável.

Falemos da sonoplastia. Temos o básico, com sons de socos e tiros com um bom impacto. Mas a parada aqui, leitor tretador, é a trilha sonora. Cada fase tem uma música própria, sensacional, e memorável. O músico Noisecream criou uma setlist pauleira para o título, e recomendo a todos que a ouçam sempre que puderem, principalmente se curtirem o estilo synth. Ouçam a baixo e julguem por si mesmos.

Vale a pena jogar Midnight Fight Express?

Veja, leitor, como tenho uma boa quantidade de Health Points. Fui acertado em cheio na cabeça, passei pelo moedor da rotina diária e ainda estou aqui. Bom, felizmente tive Midnight Fight Express para me ajudar a passar pelos momentos de maior alucinação. Portanto, falemos sobre o que achei. Para começar, vou levantar os únicos pontos que incomodam: a ação travar para a história basicona ser disparada pelo droninho é um saco.

Mas, em contrapartida, a jogabilidade de Midnight Fight Express é filé, os combos são bonitos, as animações são bem feitas e a ação é bombástica e quase ininterrupta. Temos uma grande ferramenta de customização de nosso personagem, habilidades para desbloquear, desafios para vencer em cada fase já completada. Enfim, tem muita coisa para ajudar o jogo a ter uma vida útil maior, e nos dar mais motivos para continuar arrebentando geral.

O que mais eu posso dizer? Midnight Fight Express é um jogo de porrada pauleira, com uma trilha sonora sinistra e que me prendeu completamente por cada minuto que joguei. Creio que valha experimentar uma vez e voltar para repetir, porquê a experiência é refinada. Os fãs de jogos de briga vão curtir, e até os que não o forem terão algo para aproveitar. Recomendo fortemente.

Midnight Fight Express foi lançado no dia 23 de agosto e está disponível para PC, via Steam, PlayStation 4, Xbox One e Xbox Series X|S. O título também está disponível para assinantes Game Pass, tanto no console, quanto no PC, sem custo adicional. Uma versão de Switch está prevista e deve chegar em breve.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce GTX, com código fornecido pela Humble Games.

Midnight Fight Express

+ R$ 59,99
9

História

7.0/10

Jogabilidade

10.0/10

Sons e Visuais

10.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Animações maravilhosas
  • Pancadaria frenética, bonita e refinada
  • Trilha sonora totalmente excelente
  • Todo em português
  • Muitas opções de customização de bonecos

Contras

  • História um pouco meh
  • Ação para em algumas vezes para ouvir bobeiras do Droninho

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.