The DioField Chronicle | Review
Lançado no dia 22 de setembro para Nintendo Switch, PC, via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S, The DioField Chronicle é um RPG de estratégia em tempo real, SRPG, desenvolvido pela Square Enix, em parceria com a Lancarse, e publicado pela própria Square Enix.
Em The DioField Chronicle, a Square Enix promete nos apresentar com batalhas táticas profundas e em tempo real, em cenários realistas no estilo diorama. Tudo isso colocado em um contexto histórico de guerra e honra épica, em um mundo único e belo que combina fantasia, influências medievais e modernas. Se você, assim como eu, for um órfão de Final Fantasy Tactics, esperando por outro grande jogo do gênero, The DioField Chronicle talvez ele possa tapar esse buraco em nossos corações. Quer saber mais? Não perde tempo não, vai lá na geladeira, pega aquela pizza de ontem e vem conferir se o game vale a pena em mais um review do Pizza Fria!
Bem vindos à Zess Ail Continent.
The DioField Chronicle se passa em um mundo de magia e tecnologia. A história acontece em Zess Ail Continent, nome dado para os grupos de países ao ocidente do continente Rowetale e a ilha de DioField. Essa ilha é reconhecida pelo seu povo, solo fértil e por possuir uma fonte de energia de alto valor, chamada de pedra Jade, uma pedra brilhante e cobiçada, que possibilita a manipulação da magia.
No continente de Rowetale, o Império de Trovelt-Schoevian, através de pesquisas, conseguiu desenvolver a tecnologia da magia moderna, porém, essa pesquisa foi roubada pelo bandido Schoevia, que tomou o poder da nação e avançou com sua guerra para os países vizinhos, a fim de dominá-los. Sendo assim, com intuito de defender essas nações das garras do tirano, foi criada a Rowetale Alliance.
Neste conflito, para acabar com a aliança, o Império de Trovel-Schoevian necessita das pedras Jade para alimentar seus equipamentos de guerra e por isso, decide avançar na ilha DioField.
E assim, chegamos enfim ao momento em que o game inicia. Nossa jornada começa com três personagens, Andrias Rhondarson, Fredrest Lester e Izelair Wigan, que são recrutados para a guarda de um lorde conselheiro de DioField.
The DioField Chronicle nos traz premissas tradicionais no que sê diz a jogos do gênero SRPG, como traições, política e religião, tudo isso regado a diversas reviravoltas. Aborda esses temas com uma certa complexidade, porém, em uma narrativa simples de entender, tudo de forma linear, através dos diálogos e com belas cenas de animação.
Explicando o novo sistema de batalhas
Em The DioField Chronicle, a jogabilidade é basicamente aquela que já víamos em outros clássicos táticos, porém, com uma bela repaginada e não existe o caminhar entres os tiles, aqui. A movimentação no game é livre e aberta, o que nos proporciona uma maior liberdade e dinamismo nas batalhas e aumenta nosso leque de estratégias durante as missões.
Durante as batalhas controlamos até quatro guerreiros simultaneamente e cada um desses guerreiros pode levar uma subunidade, que só dá as caras na luta quando uma habilidade específica dela é usada, ou quando efetuamos a troca durante a batalha. Além disso, o game conta com as famosas e poderosas summons para nos auxiliar, podemos carregar até três itens para cada confronto e é possível combinar ataques para enfraquecer inimigos e causar mais dano.
Tudo funciona de uma forma bem simples e intuitiva. Após selecionar um personagem, é feita a escolha da ação e neste momento, o game congela. Nem mesmo o relógio que marca o tempo, no canto superior direito das batalhas, corre e você pode pensar com calma qual próximo passo vai tomar.
Isso facilita muito o game e tira aquela necessidade de urgência que poderia nos fazer errar. Talvez essa seja uma das estratégias da Square Enix para trazer novos jogadores ao gênero, mas que sem dúvidas, facilita demais e pode desagradar os jogadores veteranos que vieram em busca de batalhas desafiadoras.
Vamos explorar as classes
The DioField Chronicle conta com quatro diferentes tipos de classes: Guerreiros, Cavaleiros, Arqueiros e Magos.
Sendo assim, os Guerreiros, são personagens cujo ataque é focado no dano corpo a corpo. Eles possuem como variação de armas as adagas, espada e escudo ou machados. Existem também dois tipos de Cavaleiros, mas ambos são personagens de dano focado no corpo a corpo. Aqueles que são montados a cavalo possuem as lanças como arma principal e os cuja montaria são dragões, possuem as garras do animal como arma.
Já no quesito dano a distância, temos os Arqueiros que, além dos arcos, podem estar com bestas ou armas de fogo e por fim, mas não menos importante, os Magos, cujo foco são as magias e como arma, utilizam as varinhas ou cajados.
Apesar dessa bela gama de armamentos, é importante destacar aqui que cada um dos personagens adquiridos ao longo da campanha já possuem suas armas e montarias pré-estabelecidas, e só podemos equipar aqueles mesmos tipo de itens em cada um deles.
Além das armas, nossos heróis podem ser equipados com até dois acessórios, como elmos, perneiras, colares ou braceletes que darão habilidades passivas. Cada um desses itens melhoram determinados atributos como Pontos de Vida, Ataque, Defesa, Técnica ou Sorte.
Os equipamentos influenciam nas habilidades dos heróis.
The DioField Chronicle possui um diferencial bastante interessante a se destacar. As habilidades usadas pelos personagens estão ligadas às armas equipadas por eles e não a eles próprios. Isso é algo de extrema importância e que deve ser levado em consideração antes de cada confronto.
Sendo assim, uma adaga por exemplo, pode conter as habilidades Assassination e Leaping Attack. Essas são habilidades que seu herói poderá utilizar quando equipado com essa arma. Porém, se você equipar outra, com diferentes habilidades, essas duas não mais estarão disponíveis, ao menos que você equipe uma adaga que contenha essas duas ou uma delas novamente.
É um exemplo essa Short Sword of the End, mostrada na imagem acima, que possui como habilidades os golpes Assassination, Shadow Step e Avatar Rush, além de conter habilidades passivas.
Bem vindo ao quartel general
Nem só de batalhas vivemos em DioFileld. Quando não estamos lutando, o game se passa, na maior parte do tempo, no quartel general dos Blue Fox. Por lá, podemos caminhar livremente, conversar com os personagens para nos aprofundarmos mais sobre suas histórias e conflitos, comprar itens, evoluir habilidades, melhorar as evocações, liberar novas armas e até mesmo refazer aquela missão que você falhou em algum objetivo.
E por falar em missões, ao início de cada uma delas, nos é proposto desafios valendo itens. Esses objetivos não são muito variadas e no geral, são simples como encontrar e abrir um baú em algum lugar do mapa, não deixar nenhum personagem desmaiar ou até mesmo terminar a missão antes de um determinado tempo.
Apesar de simples, esse é um belo motivo para refazer as fases, já que tem como premiação pedras para melhorar as habilidades das invocações, pontos para melhorar as habilidades das técnicas ou barras de ouro necessárias para construção de novos armamentos.
Por fim, mas ainda sobre as missões, o game oferece três dificuldades distintas, fácil, normal e difícil e se você já for um jogador com ao menos um mínimo de experiência em jogos de estratégia, minha dica é para jogar no difícil. Apesar de ser um jogo dinâmico, The DioField Chronicle é fácil, talvez principalmente por que como já explicado acima, o jogo pausa quando é pressionado o botão para selecionar uma habilidade e isso facilita demais a progressão.
Um game com audiovisual impecável
Os belíssimos cenários em formato de diorama em The DioField Chronicle contam com a direção de arte de Takahiro Kumagai, responsável por jogos como The Last Remnant e The Legend of Dragoon e Hirofumi Fukui, com a inspiração nas artes conceituais de Isamu Kamikokuryo, artista responsável pelas maravilhosas artes de jogos como Final Fantasy XII, XIII, XV e Paper Mario: The Origami King.
Com uma equipe de pesos dessas, como era de se esperar, o game está lindo, os detalhes gráficos, a iluminação e a fluidez das animações estão todos maravilhosos e os cenários nas batalhas estão ricos em detalhes. Apesar de eu ter que ressaltar que pela quantidade de estágios, eles deveriam ter variado mais, pois, depois de um tempo jogando as fases ficam bem repetitivas.
Vale ressaltar também que joguei no PlayStation 5 e que o jogo roda e flui perfeitamente no Modo Qualidade em 4K, apesar de possuir modo performance e Full HD.
Já em relação à trilha sonora, as belíssimas músicas orquestrais foram compostas pelos gênios Brandon Campbell e Ramin Djawadi e sem dúvidas, se encaixam perfeitamente à proposta do jogo. Apesar da falta de variedade, em momento algum consegui as achar enjoativas. No entanto, os efeitos sonoros me incomodaram um pouco, eles soam como repetitivos depois de um tempo, que entrar nas configurações do game e abaixar um pouco, pois no padrão, estava bem alto.
Vale a pena jogar The DioField Chronicle?
Em primeiro lugar, não posso deixar de comentar que The DioField Chronicle não possui legendas em Português do Brasil e por ser um game com bastante foco na história, sem um conhecimento do inglês, francês, alemão, japonês ou chinês, você não irá aproveitar totalmente o que o game tem a oferecer.
Além disso, o jogo é relativamente fácil, o que pode incomodar bastante os veteranos do gênero. Porém, The DioField Chronicle é uma ótima porta de entrada para novos jogadores e se a sua intenção for a de curtir uma boa aventura, sem muitas dificuldades ou desafios, o game te oferece uma jogatina sincera e de alta qualidade.
The DioField Chronicle está disponível para Nintendo Switch, PC, via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S em duas versões: padrão e deluxe, com preço variando de acordo com a plataforma. Os jogadores também podem baixar uma demo gratuita do game em todas as plataformas.
*Review elaborado em um PlayStation 5 com código fornecido pela Square Enix.