The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me | Review
The Devil in Me é o lançamento mais recente da Supermassive Games, integrando a já consagrada coletânea The Dark Pictures Anthology. Lançado em 18 de novembro de 2022, o game marca o encerramento da primeira temporada da antologia e promete ser a experiência de terror mais emocionante e realista da série, sucedendo três títulos focados no sobrenatural: Man of Medan, House of Ashes e Little Hope. Inspirado na história de um dos mais notórios serial killers dos Estados Unidos, Henry Howard Holmes, também conhecido como H.H. Holmes.
Sem mais delongas, vamos mergulhar nesta história repleta de crueldade e frieza. Será que conseguiremos escapar incólumes desse psicopata e relatar a verdadeira história do que testemunharemos? Você descobrirá em seguida, em mais uma análise aqui no nosso Pizza Fria!
The Devil in Me, melhor jogo da antologia até o momento?
Sim, The Devil in Me é, pra mim, o melhor jogo da série Dark Pictures até o momento. A possibilidade de que a trama, baseada em eventos reais, poderia realmente acontecer, adiciona um elemento arrepiante à experiência. A narrativa é bem construída, apesar de algumas facilidades apresentadas ao longo do jogo, mas isso não compromete a imersão. Cada personagem tem um papel fundamental na história, e a presença de ferramentas únicas atribuídas a cada uma delas enriquece ainda mais a experiência de jogo.
A escolha de abordar a história de H.H. Holmes em The Devil in Me é, sem dúvidas, um dos pontos altos da desenvolvedora. A biografia controversa do serial killer é explorada de maneira inovadora neste jogo de terror, oferecendo uma experiência de slasher ainda pouco explorada no gênero de Narrativa Interativa com Survival Horror. A densidade do conteúdo e a profundidade das personagens são aspectos relevantes.
Kate, com seus problemas de relacionamento, emerge como uma líder improvável, compensando a falta de liderança de outros. Charlie, um líder mal resolvido, expõe seus conflitos de caráter em momentos críticos. Mark, bondoso mas indeciso, pode confundir os outros com sua hesitação. Erin, tímida e com problemas de saúde, pode influenciar inadvertidamente as decisões do grupo. Por último, mas não menos importante, Jamie, uma figura durona mas vulnerável, cuja dificuldade em se expressar pode levar a mal-entendidos e decisões equivocadas.
The Devil in Me conta ainda com outras personagens intrigantes, cujos detalhes deixarei em aberto para aguçar a curiosidade de vocês, queridos leitores e leitoras.
Novas mecânicas e mesmos erros
As novas mecânicas introduzidas em The Devil in Me funcionam muito bem, especialmente as ferramentas específicas de cada personagem. O kit de escuta de Erin, por exemplo, traz uma novidade ainda não vista na série, enquanto a câmera fotográfica de Mark, apesar de ter um conceito interessante, parece subutilizada no jogo.
Os erros encontrados em The Devil in Me são, em grande parte, os mesmos dos outros jogos da antologia. Um exemplo recorrente é o vilão desistindo de procurar o personagem justamente no momento em que poderia encontrá-lo e potencialmente matá-lo. Além disso, os Quick Time Events (QTEs) às vezes parecem não responder corretamente aos comandos, o que pode ser frustrante e levar alguns jogadores a desistir antes mesmo de completar a história.
Embora você controle diferentes personagens em vários momentos, as opções de esconderijo ou detecção dependem exclusivamente do ambiente. Seria interessante se as características físicas ou psicológicas dos personagens influenciassem mais diretamente na mecânica de esconder-se ou escapar.
Apesar desses detalhes, o cuidado e o esforço dedicados à trama e ao enredo são evidentes. Ficar envolvido com cada parte da história é uma experiência comum entre os jogadores, com a imersão e a plausibilidade da narrativa sendo particularmente surpreendentes, diferenciando-se dos jogos anteriores.
Não se pode deixar de mencionar a ambientação e a riqueza de detalhes em várias partes que compõem as tramas e conflitos da história. The Devil in Me utiliza a iluminação e elementos do cenário de maneira eficaz, criando uma sensação constante de que o assassino pode estar observando ou prestes a atacar.
Essa atmosfera de constante vigilância e imprevisibilidade garante que não haja momentos de total tranquilidade ou calmaria, mantendo os jogadores sempre em alerta.
Vale a pena comprar The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me?
The Devil in Me, sendo um jogo de nicho, pode parecer comum para alguns jogadores, mas para aqueles que apreciam uma história envolvente e que estimula reflexões sobre diferentes escolhas e consequências, ele é certamente imperdível. Este jogo merece estar na lista de títulos que devem ser jogados ao menos uma vez, especialmente considerando a possibilidade de alcançar múltiplos finais.
Um dos grandes atrativos de The Devil in Me é o fator replay. A cada nova jogada, à medida que evitamos a morte dos personagens, novos caminhos se abrem e mudanças significativas ocorrem na história, enriquecendo a experiência. A presença de legendas em português brasileiro é um ponto positivo, embora a falta de dublagem possa ser um obstáculo para jogadores que têm dificuldade em acompanhar legendas e realizar ações simultaneamente.
The Devil in Me está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam. É importante destacar que o jogo suporta Raytracing e oferece total compatibilidade com controle na versão para PC, o que é uma vantagem para jogadores que preferem não usar mouse e teclado.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Bandai Namco.