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Arknights: Endfield | Preview

Um gacha com características de RPG e estratégia em tempo real (RTS). Isso é Arknights: Endfield. O game da GRYPHLINE, baseado no universo do tower defense para celulares e do anime Arknights: Perish in Frost, esteve em teste técnico nestes últimos dias, e nós do Pizza Fria, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o game. Nele, encarnamos na pele de Endministrators, uma espécie de entidade que surge em momentos de crise. Abaixo, falarei um pouco sobre minhas impressões do game. Confira!

Bem-vindo(a), Endministrator!

Logo ao iniciarmos a aventura em Arknights: Endfield, somos levados a uma cutscene inicial, que explica mais ou menos o que está acontecendo. Após isso, somos colocados para escolher o sexo de nosso Endministrator. Contudo, no período de testes foi possível escolher apenas a personagem feminina, que não tinha nenhuma característica para ser customizada. Não sei se teremos essa possibilidade no futuro, mas seria interessante dar uma variada no personagem escolhido.

Porém, ao longo da aventura, somos apresentados a novos personagens, que acabam fazendo parte de nosso esquadrão, que pode ter, no máximo, quatro participantes. Aí é que a estrutura de gacha vai se mostrando. Afinal de contas, sabe-se que outros personagens poderão ser colocados no squad, algo bem comum em games orientais. Não é meu estilo favorito de jogo, confesso, mas fiquei curioso para entender mais sobre. Mas calma, vamos por partes.

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Parte do grupo. (Imagem: Reprodução)

A história

A história do jogo… Bem, se tem uma coisa que Arknights: Endfield apresentou neste teste foram diversos diálogos. Diálogos longos até demais. Isso é bom para a lore, é verdade, mas a gente sabe que gacha mesmo não liga taaanto pra isso. Mas, o jogo nos leva ao planeta Talos-II, um lugar caótico e que muito lembra um mundo pós-apocalíptico. Posso estar falando bobagem, mas em raros momentos, tive uma leve sensação de que o game trazia algumas referências mínimas de… Death Stranding. Sim, não sei se estou enlouquecendo, mas as paisagens e alguns outros detalhes me fizeram lembrar do game de Hideo Kojima.

Enfim, ao longo do período de testes, foi possível conhecer um pouco mais sobre a estrutura do jogo, que traz tutoriais práticos, além de ir apresentando gradativamente o seu pano de fundo. Confesso que a narrativa não é lá muito interessante neste primeiro momento, mas pode ser que as coisas mudem. Ao longo deste período, foi interessante perceber que o Talos-II é tomado por grupos dissidentes, além de outras criaturas.

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Em vários momentos tive a impressão de algo meio Death Stranding… sério. (Imagem: Reprodução)

É tudo meio confuso em Arknights: Endfield, mas é aquela vibe pós-apocalíptica que mistura uma série de coisas e, consequentemente, nos coloca para lutar contra diferentes inimigos. Portanto, pouco se viu da história, e nosso Endministrator segue sendo uma criatura de poucas informações.

Jogabilidade e outros detalhes

Exatamente um gacha RPG com alguns toques de RTS, Arknights: Endfield é muito similar a outros games de celular que eu havia jogado anteriormente. E até que faz sentido, já que o título estará disponível para PC, PlayStation 5, Android e iOS. Ou seja, é um jogo mobile multiplataforma. Digo isso não como uma forma de reduzir o jogo. Muito pelo contrário, é um estilo que parece estar migrando gradativamente para os dispositivos mais robustos, como PC e consoles, algo que Genshin Impact e outros games já executaram. Coisas do mercado gamer. No Brasil, os gachas ainda são menos jogados do que em países orientais, em que jogos deste gênero rendem uma grande fortuna.

Mas sobre a jogabilidade de Arknights: Endfield ele é um RPG estratégico, onde temos que controlar, em tempo real, nossos quatro personagens escolhidos, contra um ou vários inimigos. Temos direito a utilizar golpes básicos, golpes avançados e uma espécie de “especial”, que aparece de tempos em tempos. Até aqui, nada de novo. E, em paralelo, temos de ir subindo o nível das armas de cada um deles, para que o jogo fique um pouco mais fácil. Contudo, confesso que achei o início um bocadinho desbalanceado, mas logo fui pegando o jeito.

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O menu dos personagens lembra um pouco os RPGs. Mas só isso também… (Imagem: Reprodução)

No quesito missão, Arknights: Endfield apresenta uma variedade interessante, mas que também não traz absolutamente nada de novo para o mundo dos jogos. Temos as missões principais, que seguem a narrativa, missões secundárias, missões AIC e algumas tarefas de facção. No entanto, não há nada que surpreenda nisso. Inclusive, torno a falar que achei os diálogos do jogo meio exagerados, sobretudo para um gacha. Talvez o diferencial do game sejam as pequenas construções de bases e outros apetrechos, que acabam me remetendo novamente a… Death Stranding. Fora isso, nada de novo no front.

Por fim, tive uma luta com um chefe que demorou um pouquinho para ser derrubado, mas não botou muito medo. Esta talvez tenha sido a parte mais interessante do game, mas ainda falta muito para se tornar um título cativante, sobretudo se pensarmos no público brasileiro, que é extremamente crítico e exigente em algumas ocasiões. Concluindo, a jogabilidade é básica e não apresenta grandes novidades, seguindo bem o estilo de outros gachas.

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(Imagem: Reprodução)

O que esperar de Arknights: Endfield?

Arknights: Endfield é um jogo com gráficos bonitos, sobretudo na elaboração dos personagens controlados por nós. Já os NPCs parecem perder um pouco desse “refino”, algo perceptível ao longo das missões e batalhas. Seu desempenho no PC foi muito bom, rodando facilmente no ultra, em 4K e com 60 FPS travados, como é possível ver nas imagens.

Fora isso, todo o resto do jogo funciona de maneira regular, não apresentando grandes inovações, sendo um gacha interessante, e pode ser visto por alguns como um Genshin Impact mais moderno, ou com uma proposta diferente. No entanto, mesmo não oferecendo grandes atrativos, é um título leve de se jogar e agradável, embora sua história persista em longos diálogos (que podem ser pulados, felizmente).

Nessa versão de testes de Arknights: Endfield, foi possível ter uma mínima ideia do que o jogo se propõe e, francamente, espero que o jogo consiga trazer mais “robusteza” em seu conteúdo final. Ao jogá-lo, fiquei com uma sensação de vazio, mesmo com uma narrativa por trás da jogabilidade, que também não é lá inovadora. Para fãs de gacha, pode ser um ótimo passatempo. Para fãs de RPG, sinceramente, o jogo está bem longe do ideal. É claro, é questão de gosto e de estilo, mas a minha sensação é a de que o jogo tem muito ainda a melhorar. E é o que eu espero.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.