ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist | Review
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist é o primeiro DLC do agradável Astlibra Revision, lançado em 2023, desenvolvido por KEIZO e e publicado pela WhisperGames. Nele, acompanhamos a virada de 180 graus na vida de uma humilde filha de padeiro que, após encontrar um cachorro bem peculiar, acaba se metendo na maior aventura de sua vida.
E aí, será que vale a pena encarar? É o que veremos agora, em mais uma análise quentinha do Pizza Fria!
Quase tão bom quanto pão de queijo
Que dia alegre, leitoras e leitores desse site maravilhoso que amo escrever. Sempre fico feliz de revisitar jogos pelos quais criei certa afeição, portanto pulo em qualquer oportunidade de avaliar esse tipo de conteúdo. Ainda que não me deixe tão feliz quanto receber um cheat de dinheiro infinito, provar a existência de ovnis ou ter um planeta batizado com meu nome, o contentamento é real. São as pequenas coisas que valem, não é mesmo?
E o DLC em questão vem do adorável Astlibra Revision, um JRPG de ação muito legal que conferimos ano passado. Inclusive, recomendo darem uma olhada na análise para sacarem um pouco mais sobre as bases nas quais nosso querido de hoje, ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist, foi construído. E para ver como o eu do passado pensava sobre a vida e todas as coisas. Não era tão fabuloso como hoje, certamente. Clássico!
A ideia por trás dessa expansão, de forma bem geral, é colocar o modelo de jogo testado e aprovado dentro dos moldes de um roguelike, um gênero em franca expansão e que, devo admitir, tem um lugar cativo dentro do meu frio, frio coração. Mas, será que essa mistura deu certo? Ou, levando em conta a profissão de nossa protagonista, acabou ficando dura e sem graça como pão velho? É o que saberemos agora, minha gente.
História
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist conta a história da filha do padeiro que, até então, não poderia ter uma vida mais pacata e sem sal. Contudo, seu frágil mundinho é abalado após, certo dia, ela ficar sabendo que o herói do primeiro jogo sumiu em uma caverna e, o mais normal até aqui, encontrar um cão falante. Segundo o tal ser mágico, ela possui potencial e pode ser a única com a força necessária para salvar nosso chegado e seus amigos que, como sempre, tomaram um chá de sumiço também.
A partir disso, armada com sua vassoura do poder + 0, nossa heroína reúne sua coragem e sai desbravando andar após andar da tal caverna, deitando toda sorte de monstros e abominações que aparecem em seu caminho, sem perder o charme e majestade, até conseguir cumprir a sua missão. E, claro, encontrando algumas caras já conhecidas pelo caminho.
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist é um história paralela interessante, que explora alguns pontos do original que não foram tão desenvolvidos assim. Além disso, achei legal a forma como o título demonstra que todos podemos ser os heróis e heroínas de nossa história, contanto que tenhamos a coragem para fazer o que é necessário e nos erguer na ocasião. E se tivermos animais mágicos e algumas relíquias arcanas. Sabe como é, para dar aquele apoio moral. Não é mesmo?
Gameplay
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist pega as fundações sólidas do título, como uma ação em 2D na qual usamos uma série de armas e magias diferentes, e coloca para rodar dentro de um padrão roguelike. Embora eu não vá me delongar muito nessas bases, posso dizer que as mecânicas são divertidas, cheias de combinações para tentar e habilidades para aprender.
Aqui, o esquema funciona mais ou menos assim: como em todo rogue, começamos nossa expedição no topo de uma camada da caverna, cada qual com sua temática. Conforme vamos descendo, subimos de nível (que é zerado após a expedição acabar) e ganhamos cristais para melhorar nossos atributos e liberar magias, gemas para ativar habilidades, cartas de classe (que conferem benefícios e fortalecem a boneca), itens de criação, armas e por aí vai.
Na cidade, podemos gastar nossa grana comprando roupinhas para customizar a personagem, materiais de criação para novos equipamentos, pegar pergaminhos de habilidades, fortalecer nossa personagem, e por aí vai. Além disso, podemos aprender novas receitas para criar e, até, lutar no coliseu. Contudo, se morrermos durante a expedição perdemos quase tudo. É o preço do fracasso, não é mesmo?
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist mantém o sistema de balança do título anterior, no qual podemos usar a Libra, com seus diversos pratos, para poder colocar alguns itens. Cada qual tem seu próprio peso, e suas respectivas melhorias, que precisam ser cuidadosamente balanceados para conseguirmos o resultado máximo dessa mecânica. Continua sendo bem legal, e realmente ajuda quando estamos fracos no começo de cada camada, ou em expedições mais iniciais.
Esse lance de armas, magias e classes faz com que ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist seja bem flexível em se tratando de builds, permitindo com que o jogador foque no que mais lhe agradar. Eu joguei na dificuldade mais alta, e percebi que magias que acertavam todos na tela eram meu caminho para fugir de uma morte súbita. Sendo assim, usar a classe mágica, e colocar todas minhas habilidades em coisas que as fortaleciam, foi meu grande trunfo para evitar virar comida de monstro.
O jogo é bastante competente em tudo que se pretende a fazer, dando uma boa quantidade de opções ao jogador, se unindo aos fundamentais bem definidos que o base já oferecia. Isso também se manteve na face rogue, com uma experiência bem tranquila e legal de explorar. Ainda que não seja nada fora da casinha, o que existe foi aplicado com sucesso.
Mas, de todo modo, é preciso frisar que ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist não inventa tanta moda assim com a fórmula rogue. Seguindo a analogia da protagonista padeira, temos um pãozinho de sal chique e fofinho, mas que não vai além daquele que já vimos em outras padarias. Esse ar mais mundano e pouco arriscado pode soar estranho para alguns que costumem jogar mais coisas do gênero, que ultimamente vem sendo colocado em tudo que vemos por aí.
Quanto aos sons e visuais, eles seguem como na obra original. Temos gráficos coloridos e muito bonitinhos, com músicas que conseguem fazer com que fiquemos animados e envolvidos quando a ação começa. Contudo, temos dois probleminhas: não há legenda em português, e alguns cenários são muito escuros e repetidos.
Vale a pena comprar ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist?
É isso aí, gente fina e bonita do meu coração, será que ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist deu bom? Levando em conta a qualidade do jogo base, já podemos ter uma ideia. Devo dizer que fiquei bem satisfeito, principalmente porque essa DLC junta dois estilos que me agradam demais e, vamos ser sinceros, que foram feitos um para o outro. Como doce de leite e um pão de sal bem quentinho e fofo. Totalmente excelente!
Eu curti muito explorar a caverna e ir fortalecendo minha personagem aos poucos, somado ao desafio considerável e justo das dificuldades mais altas. Ir criando minhas próprias builds, com armas fortes e magias boladas, junto do equipamento e classes de apoio, foi demais. Vestir a boneca com várias roupinhas, também, foi um adicional. De negativo, senti que o jogo foi muito pelo seguro, ousando pouco, e esqueceu das legendas. Ah, e alguns cenários foram muito escuros.
Mas, ainda acredito que ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist seja muito fácil de recomendar para todos. Se não conhecer o gênero, vai ser um excelente primeiro rogue para ir se ambientando. Se já for conhecido, como eu, vai ter algo competente para matar a sede de ficar morrendo e voltando mil vezes até conseguir. Seja como for, vale muito a pena.
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist chegou em outubro deste ano para o Nintendo Switch, como um título standalone. O game foi lançado originalmente como uma DLC de ASTLIBRA Revision para PC, via Steam, em fevereiro de 2024.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela WhisperGames.
ASTLIBRA Gaiden: The Cave of Phantom Mist
BRL 59,99Prós
- Jogabilidade precisa e divertida
- Customizar a personagem é legal
- Implementa bem as mecânicas rogue nas fundações sólidas do jogo base
- Muitas opções para customizar nossas builds, com armas, magias e muito mais
- Desafiador na medida certa, principalmente nas dificuldades maiores
Contras
- Faltou a legenda em português
- Os elementos rogue são bem aplicados, mas não saem do lugar comum e não inovam
- Alguns cenários são escuros demais, mesmo com a tocha ligada