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B.I.O.T.A. | Review

B.I.O.T.A. é um metroidvania, glórias e mais glórias, de plataforma em 2D desenvolvido pela Small Bros e distribuído pela Retrovibe. Ele nos coloca no papel de uma equipe de corajosos pixels, representando heróis e heroínas casca-grossa, que precisam desbravar uma colônia mineradora que está tomada por uma praga alienígena. Clássico! Será que ele vale nosso tempo nesse universo de vários bits? Vejamos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Voltando no tempo

Oras pois, leitor(a). Não o(a) vi aí. Veja bem como são as coisas. Estava mexendo em uma caixa com algumas coisas antigas que havia guardado faz tempo em meu guarda-roupa. Encontrei algumas coisas interessantes, devo dizer. Alguns papiros, um chapéu pirata. Algo que suponho ter sido uma espada laser, algum dia. Será que ainda vendem baterias para esses troços? Fascinante!

Mas, e o mais importante para nosso papo totalmente mágico de hoje, encontrei um relógio antigo, com o display em 8-bits e aquela cor de fósforo verde. Depois de uma sacudida forte e algumas palavras que não posso repetir aqui, ao menos que deseje receber a ira de meus editores, ele ligou. Emitiu uma luz forte, e a seguinte palavra apareceu piscando no display: B.I.O.T.A..

Pois veja bem minha surpresa, sagaz leitor(a). Como é? Estou inventando? Prepostero! Tudo isso é verdade, e não o digo de maneira leviana. Acabei de comer quilos e mais quilos de sorvetes de baunilha. Mas chega de falaremos sobre meus supostos “delírios” e vamos descobrir um pouquinho mais sobre o queridinho da vez: B.I.O.T.A..

B.I.O.T.A.
O relógio era dessa cor. Não, sério. (Imagem: Divulgação)

Comecemos da maneira de sempre, falando a premissa básica do jogo. B.I.O.T.A. conta a história de um grupo de mercenários que é enviado para um planeta minerador que está sendo assolado por uma praga alienígena chamada de “o Agente”. Como essa situação não pode ficar assim de maneira alguma, nossos azarados heróis ficam encarregados de dar um fim para o problema.

Daí para frente a história prossegue de maneira esperada, mas divertida. Uma coisa que achei interessante foram os diálogos apresentados que, devo adicionar, foram legendados em português. Me lembrei muito dos filmes de ação dos anos oitenta e noventa que passavam na televisão nas tardes de minha infância, e isso me deixou bem satisfeito. Pontos para B.I.O.T.A..

Além disso, ele tem uma vibe que me lembrou muito os jogos de alienígenas e tiros dos antigos consoles da Nintendo, principalmente da série Contra. Inclusive, um de nossos protagonistas pula dando giros tal qual os heróis do clássico da Konami. É uma referência sensacional, que também vi em um dos modos de Infernax, que cai muito bem na vibe do título.

B.I.O.T.A.
Game over, man. Game over. (Imagem: Divulgação)

Agora, vamos passar para a parte mais interessante do título. Como falei, B.I.O.T.A. se enquadra, com orgulho, no gênero que chamamos de Metroidvania. Como sempre digo, é um dos meus preferidos e acredito ser um dos mais totalmente excelentes, e que tem passado por uma grande ressurreição nos últimos anos. O que seria isso, me pergunta? Pois veja como defini, em minha análise do santificado Castlevania Advance Collection:

É o estilo que chamamos de metroidvania. Ele se resume, basicamente, em uma exploração de plataforma com combate e habilidades que são destravadas ao longo do tempo que concedem acesso às novas áreas.

MESMO, Eu

B.I.O.T.A. aplica esse conceito um pouco diferente dos clássicos, se focando mais em plataformas, saltos e coisas do tipo. Ainda enfrentamos inimigos e melhoramos nossas habilidades, tanto de combate quanto exploração. Mas, em minha opinião, boa parte do desafio do título vem dos pulos entre chamas e montes de gosma que devemos fazer. Nojento!

B.I.O.T.A.
Pulgas espaciais. (Imagem: Divulgação)

Os controles são bem responsivos e precisos, e não me senti frustrado em nenhum momento. Nem pensei que B.I.O.T.A. estava trabalhando com afinco para me fazer perceber que estou na vida de jogos por décadas e continuo pouco habilidoso como sempre. Não senhores e senhoras, os desafios são consideráveis mas sempre temos as ferramentas para superar.

Podemos fazer isso utilizando tanto um dos oito mercenários jogáveis, alguns dos quais desbloqueados através de progresso nas fases, ou dos veículos que o jogo dispõe. Podemos utilizar um robô, submarino e um jato. Alguns desses, inclusive, mudam consideravelmente o estilo do jogo e a forma de controlar. Achei isso muito interessante, tanto pela criatividade quanto pela sacudida que dá no ciclo de combate e exploração.

Além disso, os mapas contém segredos como salas secretas e caminhos alternativos, que podem nos levar para melhorias para a capacidade de dinheiro que podemos carregar (problema que nunca tive, infelizmente) e elevadores para se mover rápido entre os mapas. B.I.O.T.A. é composto por vários mapas menores interconectados, e diferenciados.

B.I.O.T.A.
Um dos personagens que temos, que usa uma escopeta. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Um dos diferenciais de B.I.O.T.A. é o uso de diversas paletas de cores. 54 para ser mais preciso. Funciona assim: o visual básico do jogo é construído em cima dos bons e velhos 8 bits. Mas (como podem ver nas imagens, também) podemos selecionar diversos sistemas de cores para compor a paleta básica do jogo. Alguns já começam desbloqueados, como o verde fósforo no estilo Game Boy, e outros são liberados através de feitos que conquistamos.

Eu achei isso muito interessante, tanto do ponto de vista estético quanto da variedade. O jogo pode ficar com várias caras diferentes, e achei excelente jogar no estilo dos portáteis antigos. É um charme difícil de reproduzir, acredito, e os desenvolvedores acertaram em cheio. Contudo, o estilo pixelizado e a renderização faz com que certas paletas não batam tão bem, deixando a ação difícil de entender e as imagens na tela confusas e gritantes.

A trilha sonora ficou um mimo, com músicas puxadas para o estilo synth oitentista, fazendo bem a cara do jogo. Ela embalou bem a minha jogatina, e não me enjoei por nenhum momento. A sonoplastia também ficou filé, com os sons de tiros e explosões tendo o impacto correto e relembrando, novamente, os títulos da velha época.

B.I.O.T.A.
Velha guarda. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar B.I.O.T.A.?

Ah meu chapa, lá vamos nós outra vez. Bem, esse é o momento da verdade. Será que acredito valer a pena jogar B.I.O.T.A.? Será que minha opinião irá mudar completamente seu mundinho? Será que terá um poder avassalador? Será que tranquei bem as portas de casa? Perguntas, perguntas. Mas sem tempo para graças, leitor! Façamos uma resumo.

B.I.O.T.A. tem uma jogabilidade precisa e divertida, com muitas seções de plataformas e chefes, dentro do estilo de exploração de um metroidvania. É desafiador na medida, com personagens e veículos que favorecem estilos de jogo diferentes. Ele tem um esquema visual excelente, com menção especial para as paletas de cores. Algumas são sensacionais, mas senti que outras faziam a ação na tela ser quase impossível de entender.

Ao fim e ao cabo, B.I.O.T.A. é um metroidvania de qualidade. Ele é mais focado na ação do que seus irmãos do gênero, mas não perde em nada para eles. Acessível e divertido, posso recomendar com tranquilidade para todos que curtam o estilo ou queiram colocar um pezinho nesse universo maravilhoso.

B.I.O.T.A. chega nesta terça-feira, 12, para PC, via Steam e GOG.com por R$ 20,69.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Retrovibe.

B.I.O.T.A.

R$ 20,69
8.5

História

8.0/10

Gráficos e Sons

9.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade precisa e variada
  • Muitas paletas de cores
  • Podemos salvar em qualquer lugar
  • Legendado em português

Contras

  • Algumas paletas fazem com que a ação na tela fique confusa

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.