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Bloodshed | Review

Bloodshed é um roguelike, com uma estrutura FPS, desenvolvido pela com8com1 Software e publicado pela Headup Games. Nele, controlamos heróis que precisam lutar contra ondas e mais ondas de cultistas, demônios, abominações e tudo mais que aparecer pelo caminho para conquistar um pouco de paz, tranquilidade e uma menor chance de caos total e colapsos mundiais. Nada de novo, certo?

E aí, será que o título conseguirá nos cativar e capturar? Ou será apenas mais um na multidão, fadado ao esquecimento eterno de nossas mentes sem lembranças? É o que saberemos agora, em mais uma análise profética do Pizza Fria.

Uma combinação inusitada

Estamos aqui novamente, leitores do site mais totalmente excelente com nome remetendo à comidas de origem italiana, para falarmos sobre um joguinho que entrou na onda do momento: roguelikes. Trazendo, contudo, a proposta de adicionar essas mecânicas em cima de uma jogabilidade de tiro em primeiro pessoa com combate de hordas e sobrevivência. Promissor, não é mesmo?

Foi o que pensei, ao menos, quando vi o trailer de Bloodshed pela primeira vez, ainda na época em que ele vivia exclusivamente entre os bits e bytes dos computadores, sem dar o ar da graça para os bons e velhos consoles de mesa. Contudo, finalmente, chegou a hora disso mudar. Que alegria!

Diferente de como ocorreu para PC, o título chega aos consoles já em sua forma completa e com todo o conteúdo disponível para nosso deleite e desfrute. Isso é muito bom, visto que o título realmente nos empolga a jogar várias sessões e avançar sempre mais, de uma maneira bem interessante que irei comentar mais a frente.

Ah, antes de começar, devo lembrar que não passarei tempo falando da narrativa de Bloodshed . O jogo tem um pano de fundo narrando que somos heróis matando cultistas e abominações, e não há muita elaboração além disto. Contudo, é mais do que o suficiente para podermos entender o que acontece e nos focarmos no que realmente importa: a ação. Dito isto, vamos nessa.

Bloodshed
Será que tem uma review lá dentro? (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

De maneira simples e direta, Bloodshed é um roguelike de tiro em primeira pessoa no qual lutamos contra inimigos, por um determinado tempo até derrotar certa quantidade, enquanto coletamos cristais para conseguir melhorias permanentes e vamos liberando novos cenários. Morrer é normal e aceitável, sendo cada nova tentativa um pouco mais promissora que a anterior.

Em se tratando das mecânicas rogue, o jogo aplica bem os conceitos mais básicos e consegue entregar uma experiência familiar e acolhedora. Todos os inimigos derrotados derrubam experiência, para melhorias naquela tentativa, e dinheiro que pode ser utilizado para comprar novos bonecos, armas e upgrades permanentes para o jogador utilizar.

Ainda que seja familiar, Bloodshed utiliza esse ciclo de jogo de uma maneira bem legal, em muito ajudado pela quantidade de coisas que podemos desbloquear dentre os fortalecimentos, como de atributos por exemplo, até algumas armas e magias bem interessantes que vamos encontrando conforme avançamos em nossa missão.

Além disso, o jogo também implementa a mecânica sempre bem vinda de “segurar” e “deletar” certas melhorias, garantindo que não precisemos contar demais com a sorte no caso de querermos utilizar builds ou armamentos parecidos durante nossas aventuras que não sejam aqueles padronizados de cada um dos bonecos selecionáveis.

Bloodshed
O que escolher? (Imagem: Divulgação)

Os inimigos de Bloodshed derrubam cristaizinhos quando os derrotamos que, ao serem coletados, nos dão experiência que concede novos níveis. Cada nível nos permite selecionar melhorias, magias ou armas novas que, a cada nível, vão se tornando mais e mais fortes. As magias se ativam sozinhas, e as armas podem tanto atirar automaticamente quanto através dos gatilhos.

Em se tratando de armas, temos uma boa seleção para escolher indo de coisas mundanas como escopetas e rifles até magias e chicotes serrilhados. Cada boneco começa com seu próprio kit, que pode ser utilizado por outros após certas condições serem alcançadas. Elas são bem legais, e a possibilidade de utilizar mais de uma junto com magias dá bastantes opções aos jogadores.

Além disso, cada arma de Bloodshed possui um coice considerável. As escopetas, por exemplo, são uma maravilha de usar. Eu curti bastante isso, tanto pela sensação impactante do combate quanto por dar um gás extra na hora das tretas, principalmente quando temos vários inimigos na tela e pedaços deles saem voando por aí.

Por fim, temos diferentes bonecos para utilizar, cada um com suas próprias habilidades únicas. Elas são mais práticas, como pulos com queda lenta ou avanços, mas são diferentes o suficiente para complementar nosso estilo de jogo. Eu, por exemplo, usei o carinha que lembrava o Caleb de Blood. Escopeta cerrada, um forcado elétrico e a capacidade de sair rolando por aí. Sensacional.

Bloodshed
Caleb, é você? (Imagem: Divulgação)

De pontos negativos, sinto que o jogo poderia começar suas missões com mais inimigos. Geralmente o começo das fases é um pouco lento, e ficar andando pelo mapa em busca de monstrões para dilacerar não é lá tão emocionante, não é mesmo? Contudo, quando a parada engata ela vai freneticamente sem parar até o final, seja ele qual for.

Também gostaria que tivéssemos mais fases pelo simples motivo de que o jogo é divertido e uma maior variedade de cenários e objetivos realmente cairia muito bem. Temos coisas para encontrar nelas e algumas secretas, mas ainda acho que mais seria melhor.

Por fim, achei a performance de Bloodshed bem satisfatória no Switch, com o problema sendo apenas alguns carregamentos mais lentos durante fases e outras coisas do tipo que não observamos tanto no PC. Se levarmos em conta que o jogo é mais retro, esse tipo de acontecimento não é lá tão aceitável assim.

Bloodshed
Trovão neles! (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Os visuais de Bloodshed são bem legais, remetendo muito aos jogos de FPS da década de noventa (principalmente os feitos com a build engine) e me agradaram bastante. A ação é visceral, exagerada, frenética e totalmente excelente. Não tenho do que reclamar, e acredito que o título captura bem a época que está querendo representar.

O mesmo se diz da trilha sonora, com sons de arma e combate bem legaizinhos além de trilhas que complementam a ação. Ainda que algumas pudessem ser mais rápidas, ainda acho que conseguem fazer bem o que precisa ser feito. Ah, e temos nossa legenda!

Bloodshed
Deu ruim… pra eles. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Bloodshed ?

Bloodshed, leitores e leitoras de meu coração, é um FPS muito competente que consegue implementar as mecânicas rogue de uma maneira bem competente e orgânica. Eu realmente gostei da proposta do jogo, e seu ciclo de gameplay conseguiu me prender por horas a fio sem nenhuma dificuldade. Não é perfeito, mas é bom o suficiente para nos fazer deixar qualquer questão de lado.

De positivos, temos um tiroteio frenético e impactante, com diversos personagens e armas, uma boa variedade de builds, um ciclo de jogo viciante e uma experiência bem divertida no geral. Contudo, mais fases seriam muito bem vindas, além de um começo mais acelerado para as missões e algumas melhorias de performance no console.

Mas, de toda forma, Bloodshed é fácil de recomendar para qualquer um que curta os estilos que formam a base do título. Eu curto ambos, e devo dizer que realmente aproveitei meu tempo com o jogo e suas mecânicas, a ponto de acreditar que posso recomendá-lo sem preocupação alguma.

Bloodshed foi lançado em outubro de 2025 para PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo SwitchXbox One e Xbox Series X|S. O game havia chegado aos computadores em maio deste ano.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Headup.

Bloodshed

BRL 41,99
8.7

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade frenética e impactante
  • Boa união de rogue e FPS
  • Grande quantidade de armas, magias e melhorias para desbloquear e utilizar
  • Boa variedade de personagens com habilidades específicas
  • Legendado em português

Contras

  • As missões são um pouco lentas no comecinho
  • Poderíamos ter mais fases para encarar
  • Carregamentos são um tanto quanto lentos no console

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.