Crysis Remastered | Review
Crysis está de volta! 13 anos depois, a franquia volta às suas origens com Crysis Remastered, uma remasterização do primeiro jogo que promete trazer de volta todo o espetáculo visual pelo qual a série é muito conhecida para PlayStation 4, Xbox One e PC.
Mas será que o tempo fez bem ao jogo? Confira a análise do Pizza Fria, que com certeza pode ser lida sem problemas em qualquer dispositivo seu!
Índice
- Por que Crysis marcou tanto?
- As novidades de Crysis Remastered
- Roda Crysis Remastered?
- Vale a pena comprar Crysis Remastered?
Por que Crysis marcou tanto?
Depois do sucesso de Far Cry em 2004, a Crytek lançou Crysis no final de 2007 e imediatamente causou um furor enorme. O shooter, revolucionário à época, recebeu muitos elogios da crítica; no Metacritic, agregador de notas, o jogo ficou com média de 91 em 100 pontos. Mas afinal, por que Crysis revolucionou tanto para ser tão bem sucedido?
A história do jogo em si é relativamente simples, contando sobre uma operação que se passa no ano de 2020, onde arqueólogos americanos encontram na Coreia do Norte algo que “pode mudar o mundo”: fósseis alienígenas que precedem o ser humano em dois milhões de anos. Então, o jogador entra na pele de Nomad, soldado da Delta Force americana com a missão de resgatar os arqueólogos e coletar todas as informações que possam ser importantes.
Com uma história simples como essa, é de se esperar que ela não tenha sido o motivo de tanta aclamação. E não foi mesmo – o ponto principal de tantas glórias foi o aspecto visual do jogo, com gráficos de tirar o fôlego até hoje, sério!
Tantos avanços visuais só foram possíveis graças à CryEngine, motor gráfico próprio da Crytek, que dava aos desenvolvedores total liberdade para impressionantes modelos de objetos, texturas com altíssima qualidade, iluminação volumétrica, profundidade de campo, partículas. Hoje em dia, todas essas palavras fazem parte do cotidiano dos jogos, principalmente dos AAA; mas você consegue imaginar tudo isso funcionando em um PC de 2007?
Justamente por oferecer gráficos tão revolucionários e impressionantes em uma época onde isso não era o padrão da indústria, Crysis foi o título topo de linha para testar computadores, principalmente os que não atendiam os requisitos recomendados da época: um Core 2 Duo e uma NVIDIA GeForce 8800 com incríveis 640MB de memória RAM. E foi assim que nasceu um dos maiores memes dos jogos: “E aí, seu PC roda Crysis?”
E apesar de todos os avanços de hardware que tivemos desde 2007, reza a lenda de que Crysis ainda dá trabalho para algumas máquinas bastante recentes. Portanto, fica a dúvida: se o jogo ainda agrada aos olhos e ainda serve como título de benchmark para algumas máquinas, por que então temos uma versão remasterizada?
As novidades de Crysis Remastered
Anunciado em abril desse ano, o retorno da franquia com Crysis Remastered trouxe de volta uma legião de jogadores “apavorados” e memes sobre o desempenho do jogo em suas máquinas. Esse, realmente, é o ponto principal da remasterização, mas a Crytek foi um pouquinho mais além com as mudanças no jogo.
Os menus estão idênticos aos do Crysis original, com a exceção de que agora não temos o modo multiplayer; tudo o que temos é a campanha single player. Nas opções, infelizmente continuamos sem tradução para português – apesar do jogo estar traduzido em uma ampla gama de idiomas, o nosso não entrou em Crysis Remastered. Fora isso, as opções de desempenho são as mesmas – bastante amplas – do título original, com a diferença de que a configuração Ultra dos gráficos aqui tem um nome diferente: Can It Run Crysis? (Será que roda Crysis?)
Depois do deboche da Crytek com nossos PCs que estão prestes a se tornarem frigideiras, dentro do jogo o gameplay de Crysis foi melhorado com simples mudanças de teclas: as opções de amadura que exigiam apertar um botão do mouse e depois selecionar a opção de um menu no Crysis original, agora em Crysis Remastered podem ser acessadas em uma única tecla específica para cada opção da armadura, com a “super corrida” sendo ativada simplesmente ao segurar shift, por exemplo. Ao voltar para o jogo original, essa facilidade no gameplay da remasterização me fez muita falta. Modernização das mecânicas clássicas na medida certa!
Ainda assim, se você preferir, o jogo também disponibiliza a opção da armadura clássica, se você gostar mais (ou quiser experimentar) da mecânica original. Eu preferi, de longe, a versão modernizada. Uma dor de cabeça a menos, já que os inimigos do jogo são bastante espertos e podem te colocar em uma confusão de grandes proporções – e os novos comandos da armadura dão um pouco mais de controle sobre a situação.
Apesar de também serem os mesmos do original, os mapas de Crysis Remastered tiveram pequenas alterações de caminhos em relação ao primeiro jogo, que deixam o gameplay bem mais fluído, e eu bem menos perdida para onde seguir em meio a tanto mato das florestas Filipinas. Mais um ponto positivo para a modernização de Crysis!
Roda Crysis Remastered?
Ray Tracing, resolução de até 8K… enfim, os gráficos!
Crysis Remastered foi anunciado como uma repaginada completa do jogo clássico, e até colocou medo nos jogadores quando a Crytek anunciou que “nenhuma placa de vídeo vai suportar rodá-lo em 4K com 30 quadros por segundo”, mas até onde isso significa que a remasterização é, de fato, uma melhoria nos gráficos?
Em geral, as texturas do jogo estão mais detalhadas, apesar de nem todos os modelos do jogo estarem atualizados, com algumas coisas ainda em low-poly da mesma forma que eram em 2007. O jogo em si é mais claro mesmo nas cenas noturnas (isso resultou em eu quase nunca precisar usar o modo de visão noturna), nas cenas diurnas os mapas são coloridos e vibrantes, o Ray Tracing traz alguns momentos impressionantes com reflexos gerados em tempo real… e é isso.
Pois é. Eu gostaria de ter curtido uma remasterização de Crysis com muito mais novidades sobre os gráficos para contar para vocês, mas infelizmente não foi isso o que a Crytek nos entregou. Para um jogo tão impressionante como o título original, que até hoje enche os olhos de muitos jogadores, Crysis Remastered não muda nada tão significativamente a ponto de trazer de volta o encantamento com gráficos de tirar o fôlego, como aconteceu no passado.
Na verdade, Crysis Remastered com cores super saturadas tira muito do aspecto realista do jogo original, deixando a remasterização com um ar muito fantasioso e até um pouco cansativo de se olhar por muito tempo, com tantas cores pulando na tela ao mesmo tempo.
O hype criado em volta de Crysis Remastered não rodar em todas as máquinas não vem de um jogo com gráficos tão bonitos, que dá trabalho para as máquinas aguentarem tanta beleza, mas sim, de uma remasterização que é mal otimizada e não honra a fama do título original, entregando gráficos que não chegam perto dos jogos de tiro em primeira pessoa mais atuais.
Vale a pena comprar Crysis Remastered?
Nessa era de remakes e remasterizações, algumas joias antigas de fato encontram uma nova vida e um novo público ao serem refeitas ou retrabalhadas. E depois de jogar Crysis Remastered, me perguntei se realmente era necessária uma nova versão desse jogo em específico. Com o que nos foi entregue, a resposta é não. Não era necessário um Crysis Remastered que não revoluciona da mesma forma que o primeiro jogo.
Como um jogo de tiro em primeira pessoa, é divertido; como Crysis, não está à altura.
Portanto, vale a pena comprar Crysis Remastered? Se você quer testar a potência da sua máquina, e saber até onde ela suporta um jogo considerado “parrudo”, espere por uma promoção na Epic Games Store, ou por uma atualização com o recurso de DLSS, que deve melhorar consideravelmente a performance do jogo. Mas se você não quiser esperar e já tiver o Crysis original, já existem modificações gráficas criadas por fãs que deixam ele com a cara da remasterização.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Crytek.
As traduções na maioria dos jogos não fazem com o portugues por saberem que o brasil é o Nº1 na pirataria, nas traduções particulares entre outras “coisinhas” ( jeitinho brasileiro ).