Dead Island 2 | Preview
Dead Island 2 foi um daqueles jogos que muita gente duvidou que um dia seria lançado. Anunciado em 2014 (!), o título passou por muitos problemas desde então e trocou de desenvolvedora três vezes, sendo que a última, a Dambuster Studios, escolhida em 2019, enfim conseguiu organizar a casa para trazer o projeto à luz do dia.
O Pizza Fria foi um dos veículos de imprensa convidados pela Deep Silver para testar o game antes do lançamento. Jogamos um trecho de aproximadamente cinco horas, que contou com missões principais e secundárias, além de apresentar alguns recursos chaves do jogo, que pudemos conferir de perto. Quer saber o que achamos? Começa o que achamos a partir de agora!
Confira também nossa entrevista com a Dambuster Studios, dev de Dead Island 2!
Em time que está ganhando…
Dead Island, o original, foi lançado em 2011, à época, desenvolvido pela Techland. O jogo apresentava recursos de gameplay interessantes, como desmembramento de zumbis, uma árvore de habilidades, criação de itens, campanha cooperativa online, tudo isso explorando por uma enorme ilha, que se dividia em algumas regiões, desde um resort paradisíaco, passando por uma parte urbana até entrar em uma floresta. De lá pra cá, vimos dois jogos de zumbi sendo lançados, produzidos pela própria Techland, que foram sucesso de vendas: Dying Light e sua sequência, Dying Light 2: Stay Human, que venderam mais de 30 milhões de cópias.
Mais do que uma nova franquia, Dying Light aprimorou praticamente tudo o que Dead Island fez, entregando uma experiência diferente, com exploração vertical de cenários com a inclusão do parkour e prédios gigantes, algo que não havia em Dead Island, além de uma história consideravelmente maior, consideando também as expansões. Olhando para o solo tupiniquim, o jogo ainda trouxe dublagem nacional.
Logo, eu tinha altas expectativas sobre o que Dead Island 2 ofereceria quando fosse lançado. Os trailers divulgados, desde o Summer Game Fest 2022 – quando o jogo foi oficialmente re-anunciado, reforçavam um tom mais cômico, melhorias no desmembramento e algumas mudanças na evolução dos personagens. Fora isso, parecia um jogo cujo desenvolvimento se iniciou no começo da década passada, com ideias e argumentos que não são tão atrativos para os jogadores em 2023.
Infelizmente, o trecho de Dead Island 2 que joguei se mostrou dessa forma. Mas não se engane! Por mais que os elementos de gameplay e inovação não tenham chegado, ainda é um jogo extremamente divertido. Destroçar zumbis é ainda uma tarefa muito divertida, e tom cômico e irônico da narrativa acompanha de uma forma interessante a história. Além disso, conforme você avança no jogo e ganha novas possibilidades para jogar. O que eu vou falar abaixo.
Escolhendo seu herói
Ao iniciarmos Dead Island 2, podemos escolher nosso slayer, o personagem principal, dentro de uma lista de seis. Minha escolha foi Jacob, o personagem que aparece nas artes principais do jogo. O jogo começa com o avião em que estamos se preparando para deixar Los Angeles, mas ele é abatido após um infectado atacar uma pessoa dentro do avião. Caímos na cidade, somos mordidos, e dali, começa nossa história, com nosso personagem aparentemente sendo imune.
Los Angeles está em quarentena após o terceiro surto de infectados do mundo. Sim, Dead Island 2 é uma sequência direta de Dead Island e Dead Island Riptide. Inclusive, Sam B, um dos personagens jogáveis nos jogos anteriores, deu às caras na preview, ressaltando que ele é uma das pessoas imunes e fazendo essa referência aos jogos passados.
Nosso teste foi composto por doze missões, sendo nove de histórias e três secundárias, e vou explicar como foi o funcionamento do game nesse trecho. Apesar do número limitado de missões, elas funcionam justamente como uma introdução ao jogo. É nesse trecho que aprendemos as principais mecânicas de movimentação, como atacar, defender e correr, bem como configurar a nova árvore de habilidades, que é baseada em cartas equipáveis. Ou seja, por mais que subir de nível com o personagem melhore os atributos, é encontrando e equipando essas cartas que o jogador ganhará recursos exclusivos.
Há também um sistema de armas, que é muito importante para o game. Nesse trecho, que não há armas de fogo, podemos equipar facas, espadas, pás, tacos de golfe (alô, Abby!), entre outros objetos contundentes. Todos eles têm um nível de ataque, que representa o dano que você vai infligir nos infectados. Conforme você avança o nível do personagem, as armas encontradas também são melhores. Além disso, assim como ocorria em Dead Island, elas podem ser equipadas com modificações, seja para eletrocutar ou incendiar os zumbis, por exemplo.
Uma das coisas que eu gostei em Dead Island 2 foi a integração das armas modificadas com o cenário. Los Angeles, ou Hell-A, como a cidade é chamada pelos devs, está cheia de oportunidades para os jogadores explorarem. Espalhar um galão de água e, em seguida, usar armas de choque vai eletrocutar infectados. Isso é usado até mesmo para energizar partes do cenário, como puzzles, já que há pontos em que temos fios partidos e precisamos inovar para fazer a eletricidade fluir.
Por outro lado, falando sobre energia, Hell-A parece ter um sério problema com distribuição elétrica, o que acabou sendo um puzzle muito maçante neste início de jogo. Em várias ocasiões, é preciso encontrar disjuntores ou fusíveis para habilitar a energia em determinada área que estamos explorando, o que não faz muito sentido do ponto de vista lógico. Parece que eles entraram ali apenas para aumentar o desafio no game, até porque não há nenhum “modo escuta/sensor” no jogo, então o jogador precisa explorar para encontrar suprimentos, itens e colecionáveis pelo mapa.
Visualmente bonito, mas poderia ser melhor
Dead Island 2 é um jogo com um visual bonito e bem construído. Os cenários são bem feitos, em especial casas e áreas internas, o visual dos zumbis são criativos, as ruas e barricadas impostas pelo governo são bem definidas após o caos ter sido instaurado. Há realmente uma sensação de abandono no visual, já que a cidade foi largada à própria sorte.
No entanto, neste trecho, senti falta principalmente de um ciclo dia/noite em Dead Island 2. Por mais que anoiteça no jogo, os mapas funcionam como no primeiro jogo, existem áreas exploráveis e pré-determinadas, e mudamos de cenário conforme avançamos a história. Nesse preview, conhecemos apenas quatro regiões, e nenhuma delas é na praia, por exemplo.
O que esperar de Dead Island 2?
Após muitos anos em desenvolvimento, e muitos problemas evidentes, Dead Island 2 vem se saindo melhor do que o esperado. Apesar do trecho oferecido não contemplar toda a história, ele se mostra promissor e divertido, mesmo com algumas mecânicas repetitivas e pouco inovadoras. Com o foco principal sendo em entregar uma experiência autêntica, o título parece chegar para atingir esse objetivo, apesar de que ter pego algumas ideias emprestadas de Dying Light provavelmente não fariam mal.
Além disso, é importante ressaltar que na preview, não tivemos acesso ao modo cooperativo, que é um dos destaques do jogo, por isso eu considerei o jogo de uma dificuldade média para alta, em progressão normal, ao jogar sozinho. Enfrentei bosses e eles oferecem um grau de dificuldade elevado para aventureiros solos. Como o foco do gameplay é no cooperativo, achei importante ressaltar que, imagino, a tarefa fique bem mais fácil ao jogar com amigos.
Dead Island 2 será lançado em 21 de abril para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Epic Games Store.
*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela PLAION.