Diablo IV | Review

Diablo é uma das franquias que mais gosto desde moleque. De horas em lan houses em Diablo II e noites em claro no primeiro título, sem dúvidas esta foi uma das séries de RPG que mais passei horas jogando na vida. E finalmente Diablo IV está quase entre nós! O game chegará para PC, via Battle.netXbox Series X|S, Xbox OnePlayStation 4 e PlayStation 5 no dia 6 de junho (ou no dia 2 para quem o adquiriu na pré-venda), e dará continuidade na história após a expansão de Diablo 3Reaper of Souls. Nele, os jogadores retornam ao Santuário, tendo como principal inimiga a personagem Lilith, a filha do ódio, que está mais sanguinária do que nunca!

E, após o período de preview, finalmente tive acesse a versão completa, concluindo assim a história, após ter jogado e explorado exaustivamente as novidades do game. Portanto, mostrarei aqui todas as minhas nossas impressões, mas já adianto que não darei spoilers sobre a história, pois ela tem um papel mais relevante neste jogo e, para não estragar sua experiência, falarei apenas por alto, ok? Então se prepare para encarar hordas de demônios em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Uma narrativa diferente das anteriores

Diablo IV se passa anos após os acontecimentos de seu antecessor, mas apresenta uma narrativa bem mais imersiva e diferenciada do que o observado nas versões anteriores, estando nosso protagonista em um papel central. Nele, temos de encarar o regresso de Lilith ao Santuário, juntamente com as diversas ameaças que a acompanham. Assim, logo ao iniciarmos a aventura, batemos de frente com um lugar completamente destroçado, em que a profecia da batalha interminável entre o Céu e o Inferno continua correndo solta, deixando todo o seu caos por onde quer que passe. E isso é incrível para quem gosta de destroçar hordas incessantes de demônios.

Em Diablo IV, temos a escolha de seguir a história ou de sair fazendo missões secundárias, eventos aleatórios que surgem pelo mapa, tomar localizações ocupadas por demônios e torna-las em um novo entreposto através de um sistema de batalha diferenciado, encarar sub-chefes, masmorras e muito, muito mais. Sobre as missões paralelas, elas são interessantes, pois contam histórias extras e acrescentam um bocado a lore do jogo, que já é grande. Elas são opcionais, mas podem render bons itens, experiência e muitas aventuras. Eu sugiro que sejam feitas, pois acrescentam boas horas ao game e nos ajudam a evoluir o personagem, o preparando para os inimigos.

Diablo IV
O jogo está ainda mais bonito! (Imagem: Reprodução)

No quesito narrativo, Diablo IV tem uma imersão diferente de toda a série, apresentando diferentes tipos de cutscenes lindíssimas, que colocam nosso personagem no centro da história. Isso muda um pouco o formato do que é visto nos jogos anteriores, em que boa parte da narrativa era contada apenas por diálogos que, em muitos dos casos, os jogadores mal se importavam. E para prender mais ainda a nossa atenção, Diablo IV terá dublagem e legendas em português brasileiro, sendo este um aspecto de merecido destaque. E agora, confirmando o que eu pude ver durante mais de 30 horas de jogo, Diablo IV tem a melhor história da série, cheia de plots, parcerias e muitas batalhas!

As novidades do Santuário

Em Diablo IV, a renovada versão do Santuário é bem grande, tendo em cada canto oportunidades e aventuras. E agora, finalmente a região está ligada como um mundo aberto, ao contrário do que víamos antes. Assim, você poderá atravessar todos os biomas do game à cavalo, andando, ou pelos teletransportes que são desbloqueados nas cidades e entrepostos encontrados. Outro ponto apresentado em um número surpreendente é a possiblidade de explorar mais de 140 masmorras, que renderão prêmios e habilidades únicas, que poderão ser anexadas em armas ou armaduras, sendo muito úteis para algumas builds de personagens.

Para lutar com chefes e sub-chefes, jogar em equipe será essencial, pois as criaturas demoníacas estão ainda mais desafiadoras, com ataques múltiplos e em diferentes áreas, nos obrigando a usar o dash para fugir do dano, que pode ser mortal. Outra novidade apresentada, é que pela primeira vez na franquia, os jogadores mudarão permanentemente o mundo em sua volta ao dominar e transformar Fortalezas corrompidas em entrepostos aliados, sendo algo a mais pra fazer em Diablo IV. E olha, há tanta coisa, que confesso ter me perdido por muito tempo e “atrasado” demais para chegar ao final. É simplesmente viciante a busca pelos melhores itens e novas aventuras!

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As artes do jogo estão maravilhosas. Lilith é simplesmente incrível! (Imagem: Reprodução)

Os personagens

Em Diablo IV, temos a possibilidade de escolher e customizar as seguintes classes: Bárbaro, Mago, Renegado, Druida e o icônico Necromante, trazendo um toque clássico para o novo jogo da série. Todas elas permitem a escolha do sexo e a customização de vários traços, trazendo assim um pouco mais de variedade ao ambiente de jogo, que segue também contando com a transmogrificação na aparência das armaduras, permitindo escolher diferentes estilos e cores.

O lendário personagem Necromante está totalmente reformulado, e os jogadores e jogadoras poderão usar o Livro dos Mortos, uma habilidade inédita que permite dominar o campo de batalha com seu exército de mortos-vivos. E, de fato, é incrível controlar esta classe, tendo ela a possibilidade de andar com um batalhão de caveiras e um forte golem, tendo uma ótima vantagem. Isso sem contar no alto dano em diversos inimigos, dependendo da escolha de sua build, que pode ser bem variada.

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Meu exagerado Bárbaro. (Imagem: Reprodução)

Contudo, antes de jogar com o Necromante, eu havia começado uma run com um Bárbaro, já que gosto também de jogar com personagens tank, que aguentam bastante dano e conseguem atingir muitos inimigos em área. E foi maravilhosa a sensação de conseguir destroçar múltiplos inimigos de maneira totalmente brutal. Portanto, com essa variedade de classes, Diablo IV atenderá aos diversos requisitos dos jogadores. E o melhor de tudo: será possível resetar toda a árvore de habilidade por um determinado preço, nos permitindo testar diversas builds, o que é ótimo para os entusiastas e jogadores de PvP.

Jogabilidade e outros pontos

A jogabilidade de Diablo IV está excelente, aprimorando o que já era visto anteriormente. Há uma fluidez maior dos movimentos dos personagens, mapas mais bem trabalhados e animações de magias ainda mais aprimoradas. Assim, me muito a atenção a qualidade gráfica do game, que traz ainda mais imersão ao mundo obscuro de Diablo IV, em mapas repletos de vísceras, monstruosidades e aquele clima sombrio que o jogo pede. Somando esses dois pontos, além de toda questão nostálgica que o jogo já tem, Diablo IV certamente será um dos melhores títulos de 2023, tornando o que era bom em algo ainda melhor.

Mas não se assuste se em alguns momentos o jogo apresentar travamentos ao mudar de área, isso infelizmente parece seguir na versão final. Isso é um probleminha chato que, espero, seja resolvido logo. Sobre a qualidade do servidor, algo que critiquei na preview, ela melhorou bastante, não apresentando quedas e nem mesmo demora para conseguir acessar o jogo, estando sem filas. E, sinceramente, espero que seja assim quando o jogo estiver disponível para todos.

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Como um Necromante, você nunca está sozinho. (Imagem: Reprodução)

Por último, devo ressaltar que nos últimos dias, Diablo IV apresentou alguns crashes e, em raros casos, erros até mesmo em sua abertura, me obrigando a abrir novamente o jogo. Sobre os crashes que se sucederam, o lado bom é que o jogo grava o seu progresso. Ou seja, se você passou raiva demais pra matar um boss e deu algum problema no jogo, fique tranquilo, pois você voltará ao mapa com a tarefa concluída, te poupando de passar raiva.

Vale a pena comprar Diablo IV?

Agora confirmando uma hipótese que levantei na preview, Diablo IV é o melhor jogo da franquia, apresentando gráficos excelentes, mas sem perder o estilo clássico de jogabilidade que tornou a franquia tão famosa entre os jogadores desde 1996. Além disso, apresenta uma narrativa mais imersiva e que nos coloca no centro da história. Tudo está muito bacana, do jeito que os fãs, assim como eu, esperavam. É divertido, desafiador, repleto de criaturas, coisas pra fazer e níveis de dificuldade mais ousados. Contudo, como já ressaltado acima, o jogo apresenta alguns probleminhas que, certamente, serão revisados.

Foi maravilhoso poder passar mais de 30 horas no Santuário conhecendo cada canto do mapa, encontrando hordas de inimigos, fazendo quests, quests secundárias, diversos eventos aleatórios, dungeons e muito mais. Ficou aquela sensação nostálgica, mas com gráficos mais polidos e uma jogabilidade bem prazerosa. Aos fãs, creio que o jogo ainda poderá dividir opiniões, pois isso sempre acontece. Mas, em meu humilde ponto de vista, Diablo IV trouxe aquela sensação gostosa que eu esperava passar em mais um jogo da série, trazendo pontos clássicos e, de quebra, ótimas adições.

Vale ressaltar brevemente que o pós-jogo pode apresentar ainda mais desafios, sendo uma excelente sobrevida ao título, não bastando aquele desejo louco dos jogadores em adquirir os melhores itens ou até mesmo em concluir o jogo em níveis muito mais difíceis. A meu ver, tem tudo para manter a comunidade bem ativa, o que é ótimo. Espero que tenhamos atualizações com mais novidades em breve e, possivelmente, um DLC de história.

Se você é fã da franquia, Diablo IV vai trazer tudo visto nos jogos anteriores, mas com ainda mais qualidade e imersão, sendo uma escolha certa para os jogadores e jogadoras. O game, pelo apelo da série e sua qualidade certamente está entre os melhores jogos de 2023, mesclando o velho e o novo da melhor maneira possível. É um pouco caro para a realidade brasileira, é verdade, mas também é garantia de longas horas de diversão.

*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Blizzard.

Diablo IV

R$ 349,00
9

História

8.8/10

Jogabilidade

9.1/10

Gráficos e sons

8.8/10

Extras

9.1/10

Prós

  • Torna o que era bom em algo ainda melhor
  • Totalmente localizado para o português brasileiro
  • Muitas coisas para se fazer, muitos itens a se conquistar
  • A melhor história da série
  • O pós-jogo tem tudo para ser divertido

Contras

  • O jogo apresentou alguns bugs e crashes
  • O lag que dá na mudança de regiões é um problema
  • Poderia ter mais tipos de eventos aleatórios

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.