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FAIRY TAIL 2 | Review

FAIRY TAIL 2 é um JRPG, com uma mistura de combate em turnos e tempo real, desenvolvido e publicado pela KOEI TECMO GAMES CO., LTD. Nele, acompanhamos as aventuras da galerinha da Fairy Tail durante os acontecimentos do último arco do mangá. Além disso, o jogo aproveita o espaço para ampliar a narrativa em diversos pontos, além de se aprofundar mais ainda no relacionamento entre os personagens.

E aí, será que vale a pena encarar essa parada? É o que saberemos agora, em mais uma bela análise antecipada do Pizza Fria!

O fim da jornada

Se eu ganhasse um real cada vez que fizesse uma review de um jogo que envolvesse o nome de Hiro Mashima, leitores e leitoras desse site que quase pode ser chamado de a maior guilda videogamística do universo, eu teria dois reais. O que não é muito, mas ainda assim é muito curioso. Pouco tempo atrás, tivemos Farmagia. E agora, chegou a vez da obra que solidificou a fama do autor e seu lugar no hall de mangakas de sucesso.

FAIRY TAIL 2, por sinal, entra em cena com a missão de revolucionar, e inovar, tudo que o anterior fez de interessante ao mesmo tempo em que adapta o último arco do mangá original para os videogames. Além disso, o título aproveita o espaço para poder expandir mais seu universo, inserindo certos relacionamentos e pontos que não haviam sido muito explorados até então.

Admito que não faz tanto tempo que assisto Fairy Tail, embora tenha tido um apreço de longa data pelos trabalhos de Mashima. Principalmente, devo dizer, o por muitos subestimado, e pelos sábios amado, Rave Master. Ah, que anime! E devo dizer que um dos personagens dele, o adorável Plue, faz mais uma pontinha em uma das missões secundárias do jogo. Bom, feitas as honras, vamos ao que realmente interessa! É hora de fofocar.

FAIRY TAIL 2
Acelera Natsu, quero ir ler a review do Pizza Fria! (Imagem: Divulgação)

História

FAIRY TAIL 2 engloba os eventos que fecham a narrativa original do mangá, o arco da invasão do império de Alvarez. Por isso, o jogo já começa com o pau quebrando, e nossos heróis precisando lutar para defender a sede da guilda dos ataques constantes de vilões que desejam roubar o tesouro da Fairy Tail para si. Afinal de contas, não se pode ter nada de bom nesse mundo sem invejosos virem atrás, não é mesmo? Que deprimente.

Daí, o título segue explorando a história que já conhecemos até o derradeiro combate contra um certo destruidor de mundos. Admito que me senti levemente confuso no início, por ainda não estar familiarizado com essa parte da lore, mas o jogo conta com um resuminho bem camarada que ajuda os menos informados, como esse que vos escreve, a entender o básico para não ficar boiando por muito tempo. De todo modo, a ação embala e não deixa a peteca cair até o final, além de construir um ritmo que lembra muito os episódios do anime. Lembrem disso, pois falarei mais para frente.

Uma coisa maneira que FAIRY TAIL 2 faz, ainda, é usar parte de sua duração para explorar os relacionamentos entre os protagonistas, através de episódios especiais, e a adição de um capítulo original à narrativa da franquia. Eu achei isso bem maneiro, ainda mais por pensar que os personagens são um dos grandes pontos fortes da série, e todo tempo com eles é sempre algo bem gasto e que trás boas risadas ao jogador.

FAIRY TAIL 2
Hora de fofocar, minha gente. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Em sua essência, FAIRY TAIL 2 é um JRPG, com combate em turnos, no qual andamos por mapas semi-abertos enquanto encaramos missões principais e opcionais, evoluímos nossos personagens e lutamos contra todo tipo de inimigo que vier pelo caminho. Além disso, o jogo incentiva ao jogador que explore o máximo possível, até em lugares que inicialmente não poderia entrar, para conseguir mais itens, diálogos e recompensas.

A estrutura das missões é bem padrão, geralmente envolvendo ir de um ponto ao outro para lutar contra um chefe ou limpar uma área de inimigos. As secundárias, por sua vez, geralmente giram em torno de entregar coisas para pessoas. Os mapas também não saem muito do lugar comum, e acredito que esse seja um dos aspectos mais protocolares do jogo. A graça maior, nesse ponto, está mais nas lutas que enfrentamos até chegar nos pontos de interesse das missões, do que na jornada em si.

E falando de treta, FAIRY TAIL 2 dá uma variada interessante na fórmula de turnos que conhecemos que, ainda que simples, é um tanto quanto divertida. Temos um pequeno círculo que se enche e, quando completo, nos permite atacar com golpes básicos apertando um botão. Cada pancada nos dá SP, que pode ser utilizado para lançar os golpes característicos que os personagens usam na série. Eles, inclusive, podem ser combados uns com os outros para dar um dano violento na vida do inimigo, ou diminuir sua barra de resistência até o atordoar.

Cada um dos personagens conta com seu próprio arsenal, com elementos que os tornam mais ou menos efetivos em determinadas situações, e a pancadaria se desenrola muito como algo que veríamos no anime. Claro, não é um combate em tempo real, mas a dinâmica ainda é bem interessante. Eu, por exemplo, sempre favorecia usar Natsu, Lucy e Erza no meu time, e ver os danos subindo enquanto eu cuspia fogo, lançava bicudas e cortava geral era legal demais da conta.

FAIRY TAIL 2
O combate é bem divertido. (Imagem: Divulgação)

Além disso, é muito importante saber utilizar os bonecos e as mecânicas do jogo de uma maneira inteligente para ir longe. Por exemplo, determinados personagens entram em nosso time na capacidade de suporte (como Jellal), outros podem ser utilizados conforme aumentamos nosso Fairy Rank durante uma luta e, ainda, os personagens do trio que está ativamente lutando ainda podem se unir para ataques sincronizados que causam um monte de dano e, de quebra, ainda conferem buffs para os aliados. É um sistema básico em princípio, mas que pode ser muito expandido se quisermos.

Outro ponto alto de FAIRY TAIL 2 é a luta contra os diversos chefões, de dentro ou fora da história principal. Eles são muito legais de enfrentar, e geralmente incluem muito do que vemos acontecer na telinha (ou nas páginas, vai saber) em toda sua glória animada. Por exemplo, a grande maioria das lutas contra os Spriggan 12 são muito maneiras de encarar.

Contudo, nem tudo são flores. Tive alguns problemas bem enjoados com carregamentos demorados demais, quedas de frames, travamentos ocasionais e cutscenes que levavam tanto tempo para começar (embora já mostrassem os comandos de cena) que me fizeram achar que o jogo tinha quebrado. Isso jogando em um Nintendo Switch. Foi consistente o suficiente para me deixar um pouco desanimado, em alguns momentos. Além disso, os momentos de menor tensão e com poucos combates podem acabar se tornando um pouco maçantes com o tempo.

FAIRY TAIL 2
Essa vai machucar. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

O departamento visual de FAIRY TAIL 2, no entanto, já um pouco mais agridoce. Por um lado, temos modelos muito bem feitos e animados que parecem demais com os personagens que vemos no anime/mangá e golpes que saltam aos olhos. Do outro, temos texturas muito serrilhadas e com pouca definição, que acabam diminuindo um pouco o brilho de alguns momentos.

Já a trilha sonora é mais consistente, tanto pela dublagem já conhecida em japonês quanto pelas músicas e efeitos sonoros que caem como uma luva, sem contar os gritos de batalha que continuam poderosos como sempre. Uma pena, no entanto, que não tenhamos legendas em português.

FAIRY TAIL 2
Os modelos ficaram bem legais. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar FAIRY TAIL 2?

FAIRY TAIL 2 foi uma experiência interessante para mim, leitores e leitoras, por diversos motivos. Admito que curto bastante a série e, apesar de ter ficado meio perdido no começo, consegui aprender o suficiente no códice do jogo para poder me situar e aproveitar o passeio. Achei, também, que conseguiram passar muito bem a vibe dos animes para o jogo e, ainda, achei o combate divertido demais. Os chefes, então, nem se fala.

Contudo, acho que o game ainda peca em alguns pontos essenciais que o impedem de ser uma experiência realmente excepcional. Por exemplo, os bugs e problemas de carregamento que encontrei me deram uma dor de cabeça danada, assim como as quedas de frame e texturas serrilhadas por todo lugar. Por fim, tudo que ocorria entre combates e narrativa acabava ficando meio sem sal eventualmente.

Mas, entre mortos e feridos, FAIRY TAIL 2 ainda se salva. O jogo é um JRPG bem legal que, ainda que tenha seu real valor quando aproveitado por apreciadores da obra, ainda oferece o suficiente para divertir qualquer fã do gênero. Ainda que gostasse de ver algumas coisas diferentes, senti que o esforço foi válido e até bem sucedido. Se curtir as aventuras de Natsu e amigos, pode ir sem medo.

FAIRY TAIL 2, novo RPG de ação, será lançado em 13 de dezembro para PlayStation 5, PlayStation 4 e Nintendo Switch, e em 12 de dezembro para PC, via Steam.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Koei Tecmo.

FAIRY TAIL 2

BRL 299
7.6

História

8.5/10

Gameplay

7.5/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Apresenta bem o arco final da história, além de dar um pouco mais de conteúdo original
  • As cenas de interação entre os personagens ficaram bem legais
  • Combate rápido e divertido, emulando bem o que vemos nas telinhas
  • Chefes bem divertidos de enfrentar
  • Códice resumindo a jornada até o arco do jogo ajuda a situar os novatos

Contras

  • Bugs, travamentos e quedas de frame ocorreram com certa frequência
  • Missões secundárias pouco inspiradas não ajudam a diminuir o marasmo entre os pontos mais interessantes da narrativa
  • Texturas muito serrilhadas, e algumas em baixa resolução
  • Faltou a legenda em português

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.

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