Felix The Cat | Review
Felix the Cat foi um jogo lançado para o Nintendinho (NES) em 1992, ganhando uma adaptação para Game Boy no ano seguinte. O jogo traz uma história inspirada na aventura do popular Gato Félix, um dos personagens mais icônicos do entretenimento no século passado. Em posse de sua bolsa mágica, que é capaz de guardar os mais incríveis artefatos, nosso herói do dia parte em uma missão para salvar Kitty, sequestrada pelo Professor, seu arqui-inimigo.
E por que estou falando aqui de um jogo lançado em 1992? Bom, a A Konami, em parceria com a Universal Products & Experiences e a Limited Run Games, relançaram o clássico jogo para PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch no último dia 28, trazendo os dois jogos (mais uma versão japonesa) para as plataformas modernas. Quer saber como essa adaptação se saiu? A resposta eu trago agora, em mais uma review do Pizza Fria!
Um produto do seu tempo
Felix the Cat chega aos consoles modernos quase exatamente como era em 1992. Como parte da linha retrô do Carbon Engine, sistema de emulação da Limited Run Games, o título chega aos dispositivos atuais com poucas novidades: um menu onde é possível escolher uma entre as três versões disponíveis, save state (limitado à um save por versão) e a possibilidade de retroceder no tempo, por um período limitado. Além disso, como parte do pacote emulação, o jogo traz filtros, bordas e a possibilidade de jogar em tela com a proporção nativa ou estendida.
Dito isso, voltamos ao fato de Felix the Cat ser um jogo de 1992, lançado para uma plataforma em específica. É inegável a semelhança de assets e de elementos de gameplay com Super Mario Bros., por exemplo, lançado para o mesmo console sete anos antes. Em uma época onde a produção de jogos era mais limitada e os consoles não evoluíam tão rapidamente como hoje, é até estranho quando se coloca essa diferença temporal lado a lado, mas é inegável que me senti jogando uma versão do clássico mascote da Nintendo.
E, vejam bem, isso está longe de ser ruim! Afinal, ser comparado à um dos maiores jogos de todos os tempos não é algo ruim. Além das semelhanças visuais, o próprio gameplay de Felix the Cat também faz lembrar, seja entrando em bolsas, como os canos em Mario, ou ao andar pelo mapa, pulando e superando obstáculos de plataforma. Derrotar inimigos, no entanto, é diferente. Felix não pode esmagar os adversários pulando em cima, sendo necessário pressionar um botão de ataque.
Esse botão de ataque, inclusive, é o grande diferencial do jogo. Ao avançarmos, Felix, que começa apenas com sua bolsa e uma luva para ataque, obtém power-ups que podem ser desde um carro ou um tanque de guerra, e até mesmo uma tartaruga ou um balão para fases diferenciadas. E esses power-ups funcionam também aumentando a vida do jogador, já que, sem nenhum deles, encostar em um inimigo é hit kill.
Acontece que Felix the Cat se resume somente à isso. A versão de NES tem 25 níveis, enquanto a de Game Boy traz apenas 11, e não oferece gráficos coloridos. O baixo número de fases é explicado porque o jogo até traz uma dificuldade mais alta do que nos dias de hoje, mas padrão para a época em que foi lançado. Logo, com técnicas como salvamento e retroceder após errar um pulo ou ser atingido por um inimigo, reduz consideravelmente o tempo investido para terminar as campanhas. Sem nenhum exagero, é possível terminar os dois jogos em menos de 1h30, isso aprendendo as mecânicas e dominando os recursos de emulação.
A narrativa é simples demais, a trilha sonora em chiptune é básica e os visuais, embora charmosos, poderiam ter tido uma pequena melhoria nesse relançamento, especialmente se levarmos em consideração o preço cobrado pela coletânea. Não há sequer um placar de pontuação online, onde você poderia comparar seu desempenho com outros jogadores ao término da campanha. Além disso, apesar do game oferecer outros idiomas além do inglês no menu, a versão ocidental de Felix the Cat não traz suporte em nenhum outro idioma além do da Terra da Rainha. Apenas os menus externos são traduzidos.
Vale a pena comprar Felix the Cat?
No fim das contas, a decisão se vale a pena ou não comprar Felix the Cat envolve mais do que os aspectos da obra em si. Para os nostálgicos e fãs de jogos clássicos, a coletânea traz uma oportunidade interessante para revisitar um título emblemático dos anos 90, mantendo a essência original. A inclusão de recursos modernos, como save state e a possibilidade de retroceder no tempo trazem para a adaptação para os consoles atuais conveniência e acessibilidade, tornando a experiência menos frustrante do que é ser em sua forma original, especialmente ao considerarmos a dificuldade elevada de jogos da época.
Por outro lado, é importante notar que Felix the Cat não traz nenhuma inovação em relação ao seu lançamento original, além do que foi citado no parágrafo anterior. O jogo mantém sua simplicidade narrativa, gráficos e trilha sonora básicos, o que pode não justificar o valor cobrado para alguns jogadores.
Dito isso, eu indicaria Felix the Cat para nostálgicos, mas apenas em uma promoção. Se a sua motivação para comprar o jogo for revistar um jogo antigo ou matar a curiosidade de experimentar um clássico com algumas comodidades modernas, o game pode render alguma diversão. No entanto, não por R$ 124,50, valor cobrado tanto nas versões para PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch. Minha sugestão é avaliar suas prioridades e preferências pessoais antes de tomar essa decisão, mas tenha em mente que esperar uma promoção talvez seja o melhor caminho.
*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Konami.
Felix The Cat
R$ 124,50Prós
- Nostalgia e charme retrô para fãs de clássicos.
- Inclusão de funcionalidades modernas como save state e retrocesso no tempo para maior conveniência.
- Variedade de power-ups que adicionam dinamismo ao gameplay.
- Manutenção da essência original do jogo, proporcionando uma experiência autêntica.
Contras
- História simples e pouco envolvente.
- Gráficos e sons básicos sem melhorias significativas na reedição.
- Falta de conteúdo extra significativo ou inovador.
- Baixo número de fases, resultando em uma experiência de jogo relativamente curta.