Final Fantasy VI Pixel Remaster | Review
FINAL FANTASY VI Pixel Remaster é uma re³paginação do clássico Final Fantasy VI, um dos melhores títulos da famosa série JRPG de mesmo nome e lançado pela antiga Square, originalmente, nos perdidos anos de 1994. Ele nos chama para acompanhar as desventuras e desgraças de Terra e seus companheiros em um planeta devastado pela guerra e pela dominação do Império.
Será que ele será tão agradável quanto o último remaster, Final Fantasy V ? É o que veremos agora, em mais uma análise level 99 do Pizza Fria!
Lá e de volta outra vez
É chegado o momento novamente, leitora. Mais um remaster em nossas mãos, mais uma oportunidade para revisitar grandes monstros sagrados da história dos videojogos eletrônicos com todos os confortos que a modernidade nos trás. E, como sempre, mais uma oportunidade para eu pensar ” faz TODO esse tempo que esse jogo saiu? Como estou ficando velho”. Magnífico.
Final Fantasy VI Pixel Remaster é uma atualização em alguns pontos, repaginação em outros, do clássico Final Fantasy VI. Ao que me recordo, foi o primeiro jogo da série que tive contato, na época do PS1. Embora tenha algumas décadas no cinto, não posso dizer que cheguei a pegar esse clássico na época que era conhecido como Final Fantasy III, nesse lado do globo, e disponível apenas para o então console da Big N, o Super Nintendo.
Não, eu joguei a (mal falada, com razão) versão disponibilizada no disco de Final Fantasy Chronicles, que vinha em conjunto com a igualmente estranha versão de Final Fantasy V. Que alegria senti, então, ao ver que essa versão 2022 não carrega nenhuma das bizarrices daquela, ou outras, versões desse clássico. Felizmente, o código deixado em minha porta através de um gentil Mega Flare de Bahamut pode ser de um dos melhores remasters até o momento.
Eu diria que, inclusive, o título original foi – ao lado da sétima entrada da série – foi um dos grandes responsáveis pela popularização do gênero de JRPG para o mercado “ocidental”. Portanto, vale muito a pena darmos uma sacada em Final Fantasy VI Pixel Remaster. Se não pelo prazer do jogo, que seja pela importância cultural.
Mas, paremos com as divagações históricas. Falemos da trama, certo? Final Fantasy VI Pixel Remaster conta a história de um mundo sem mágica, perdida desde a época da guerra dos magi. A humanidade, na sagacidade de sempre, conseguiu compensar essa falta com o uso de maquinário pesado. Mas, sério, quem acharia mais divertido usar máquinas do que poder lançar bolas de fogo e raios das mãos?
Um total de zero pessoas. Por isso, o grande império de Gestahl começa a buscar incessantemente por uma forma de trazer os velhos tempos de volta. Aí entra nossa protagonista inicial, Terra. Uma garota que possui poderes mágicos latentes, um passado misterioso e um potencial infinito a ser explorado. Mas, felizmente, ela não aceita essa imposição. E daí que começam a se desenrolar nossas altas confusões.
Mas, saquem só. Terra não é a única protagonista de Final Fantasy VI Pixel Remaster. Temos uma trupe variada de personagens, com motivações variadas e personagens distintas (menos Gogo, para quem conhece). Isso é um ponto alto do título, e continua maravilhoso como sempre. É realmente interessante quando vemos um jogo com tantas estrelas, e sendo bem aproveitadas dessa forma. Eu chamo Terra de protagonista pela necessidade de atrelar um rostinho quadriculado a cara da imagem da capa dessa review, nada mais. Rá.
Isso, inclusive, se transporta para o combate. Cada personagem tem uma habilidade específica, a qual nenhum outro tem acesso naturalmente. Terra, por exemplo, é a única a usar magia no começo da história. Sabin tem habilidades marciais loucas, e pode dar um suplex em um trem. Locke pode roubar, Setzer usar roletas. Gogo usa mimica. Isso é muito divertido, e o fato de podermos montar um time com 4 membros usando qualquer um dos heróis e heroínas aumenta, muito, a flexibilidade para customização.
Além disso, podemos utilizar o que chamam de magicite para ensinar magias para os personagens. Qualquer um pode usar, e o aumento de atributos ao subir de nível e as mágicas aprendidas depende de qual o usuário estava usando no momento. Essa foi outra grande sacada. Cada um possui afinidades naturais em cada atributo, mas o uso das magicites permite que levemos a evolução de cada um para a direção, por alto, que queremos.
O restante da experiência de Final Fantasy VI Pixel Remaster é focado na exploração do mundo, dos mapas e dos conflitos dos personagens e do mundo que os envolve. Tudo é muito bem feito, e os cenários trabalham muito para mostrar isso. Certos momentos para o meio e fim do jogo transformam o cenário em um personagem adicional, praticamente. Pena que ele não ajuda na hora da trocação de tapas, infelizmente.
Além disso, essa versão turbinada também adiciona algumas alegrias adicionais como a possibilidade de andar na diagonal, acelerar o combate (meu sonho de princesa), uma galeria de arte e som e até uma localização total em português do Brasil. São coisas pequenas que ajudam no agregado de valor. Mas, infelizmente, não compensa o fato de não terem utilizado todo conteúdo adicional que havia sido incluído na versão de Game Boy Advance. Mais conteúdo é sempre melhor, e toda falta magoa meu frio, frio coração. Que rude.
Sons e Visuais
Final Fantasy VI Pixel Remaster traz a melhor fidelidade gráfica de qualquer versão do título original até esse momento, com facilidade. Sprites bem definidas, coloridas e suaves. Felizmente não utilizaram aqueles que foram criados para a versão antiga da Steam, ou para dispositivos móveis. Um abraço 16 bits para minha alma cansada e maravilhada, de fato. Um único negativo que achei foi a seleção de fontes, achei um pouco estranha e difícil de ler, mas isso pode variar de acordo com a experiência de cada um.
O som ficou the tops, simplesmente. A sonoplastia e trilha do jogo original já era refinada, e Final Fantasy VI Pixel Remaster ainda conta com versões remixadas das músicas originais, supervisionadas pela grande Nobuo Uematsu. Para quem não conhece, ele é um compositor de longa data dos jogos da série, e foi o criador da utilizada no original. Ah, e adicionaram novidades na opera cantada por Celes. Aleluia!
Vale a pena comprar Final Fantasy VI Pixel Remaster?
É chegada a hora, santo leitor. É hora de usar minhas magias aprendidas com minha magicite Pizza F para mandar a brava para vocês, agora. Comecemos pelos negativos, como tudo mais na vida. Senti alguns lags e demoras em alguns momentos, mas nada que quebrasse a experiência. A fonte escolhida no jogo também foi meio estranha, e pode incomodar. Agora, devo dizer que o maior tapa em minha digiface foi a exclusão dos conteúdos que haviam na versão de GBA. Por quê ficar sem o que havia lá? Trágico.
Mas, por outro lado, Final Fantasy VI Pixel Remaster ainda tem aquela história maravilhosa de sempre, personagens fascinantes, alta customização de equipes e atributos pelo sistema de magicite, a trilha sonora, enfim. Tudo continua tão bom quanto era, e o título se tornou ainda mais suave de ser experimentado graças as melhorias implementadas pela Square Enix.
Ao fim e ao cabo, leitora sagaz, Final Fantasy VI Pixel Remaster foi, é, e sempre será um dos melhores JRPGs de todos os tempos. Me chamem de saudosista se quiserem, mas defenderei até o túmulo minha convicção! Ou algo do tipo, de todo modo. O que importa, no fim das contas, é que Final Fantasy VI Pixel Remaster ficou muito bem feito, trabalhado e portado. O que mais eu poderia dizer? Recomendo fortemente.
Final Fantasy VI Pixel Remaster foi lançado em fevereiro para PC, via Steam, Android e iOS e é o último título da coletânea Pixel Remaster, que contém os seis primeiros jogos da consagrada franquia de RPG com gráficos remasterizados em 2D, áudio completamente novo e novos idiomas.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce GTX, com código fornecido pela Square Enix.