Gori: Cuddly Carnage | Review

Gori: Cuddly Carnage é um jogo de ação, no estilo hack and slash, em desenvolvimento pela Angry Demon Studio e publicado pela Wired Productions. Nele, acompanhamos as aventuras de um gato, um hoverboard com uma educação fora de série e uma espaçonave com uma grande necessidade de terapia e carinho. É isso mesmo que leram, pessoas e felinos. Inusitado, não é mesmo?

E aí, será que vai dar bom? É o que veremos agora, em mais uma purrrview do Pizza Fria!

*Sons de gato satisfeito*

O mundo dos videojogos eletrônicos, leitores e leitoras, realmente é algo mágico. A criatividade pode correr solta, e a união de narrativa com movimento torna possível contar todo tipo de história e, ainda por cima, com estilo. De fato, nada deixa a imaginação fluir tão bem quantos os bits, bytes e pixels. Quer uma prova disso? Basta ver nosso joguinho da vez.

Gori: Cuddly Carnage junta duas coisas que são famosas nesse meio: gatos e gore. De fato, a ideia de um gatinho fofinho miando enquanto dilacera unicórnios zumbificados parece algo divino, entregue pelos deuses em um cartucho de barro. Bem, ou quase isso. De todo modo, hoje irei falar para vocês um pouco do que achei do meu tempo com nosso colega peludo.

Devo admitir que fui pego de surpresa pela proposta do jogo, seja pelo seu protagonista peludo, pelo universo em que se encontra ou por seus companheiros robóticos. Além disso, unicórnios zumbificados do mal? Que cantam e dançam enquanto vomitam glitter e atiram em nós com armas de plasma? Ah, que dia para se estar vivo não é mesmo? Contudo, será que o jogo entrega qualidade em cima dessa premissa curiosa? Venham comigo e iremos descobrir.

Gori: Cuddly Carnage
Camarada simpático. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de Gori: Cuddly Carnage acompanha o heroico Gori, um gato criado em laboratório que possui uma missão: vingar a humanidade matando todos os unicórnios mutantes da Armada Adorável. Aparentemente, esses seres bizarros foram criados por uma empresa para serem os “melhores amigos da garotada”, que nunca sentem fome nem precisam ser cuidados. Diversão total e responsabilidade zero, tudo incluso em um belo pacote construído com engenharia genética e nenhuma preocupação com segurança. O que poderia dar errado, não é mesmo?

Muito, aparentemente. Felizmente, nosso protagonista foi um dos poucos resultados dessa maluquice que não deu errado. Afinal, Gori saiu tão fofo e adorável quanto poderoso e arretado. Um ponto positivo sobre isso, devo citar, é que ele tem muita personalidade e cai em nossas boas graças com facilidade, mesmo reagindo apenas com miados e expressões diante das coisas bizarras que acontecem ao seu redor. “Sons de gato consternado”, de fato.

Os outros personagens também são bem engraçados, na maioria do tempo, indo de seres desbocados e elétricos como o hover F.R.A.N.K até o deprimido I.A CH1-P. Eles possuem boas interações em conjunto, e ajudam bem na hora de ir construindo o universo do jogo e fazendo ele ter sua própria personalidade. Contudo, acredito que Gori: Cuddly Carnage erra um pouco a mão em alguns momentos, sendo mais vergonha alheia do que risadas e alegria.

Gori: Cuddly Carnage
Dupla dinâmica. (Imagem: Divulgação)

Gameplay

Em se tratando de jogabilidade, Gori: Cuddly Carnage entrega uma jogabilidade de ação rápida, frenética e bem responsiva. Controlamos Gori, que utiliza F.R.A.N.K tanto como meio de locomoção quanto como arma. Temos golpes fracos, fortes, escudos, projéteis e uma série de outras habilidades que podem ser utilizadas através do gasto de combustível, recarregado ao derrotar inimigos ou fazer determinadas manobras pelo cenário. Ah, e temos até um botão para poder miar! Absolute Cinema, de fato.

Além disso, podemos gastar a barra de combustível de nosso hover para executar alguns golpes especiais, como um que lança os inimigos para o alto ou outro, muito bom contra inimigos atordoados, que faz o gatinho sair girando feito um pião maluco. Fora esses, podemos fazer combinações de três golpes fracos ou fortes (intercalando ou não) para realizar alguns golpes básicos. Tudo funciona bem, mas acredito que o título poderia ter explorado um pouco mais esse aspecto.

Fora o combate, passamos um bom tempo zanzando pelos cenários, usando nosso hoverboard para pular, andar em paredes, em corrimãos (mões?) e outros mais. Os controles de Gori: Cuddly Carnage são muito responsivos, fazendo com que ação seja bem rápida e agradável tanto de ver quanto jogar. Isso é excelente, e muito necessário em títulos com essa proposta.

A mobilidade e o combate se unem quando vemos que é preciso sempre estar em movimento, seja para recarregar a energia de F.R.A.N.K ou para desviar dos diversos projéteis e unicórnios explosivos que chegam para nos pegar. O jogo lança uma boa quantidade e variedade de inimigos em nossa direção, e um Gori parado ou sonolento é um Gori que não vai muito longe.

Gori: Cuddly Carnage
A movimentação é essencial. (Imagem: Divulgação)

Gori: Cuddly Carnage nos faz passar por uma boa quantidade de fases, cada uma mais variada e interessante que a outra. O jogo nunca nos faz repetir os cenários, e sempre está lançando algo diferente para explorarmos. Tudo, devo dizer, com muito estilo, bizarrice e uma explosão de cores para não deixar ninguém na vontade. O único problema que senti nisso é que as fases são muito extensas, ainda que contem com checkpoints. Talvez dividir em pedacinhos menores seria menos cansativo ao jogador.

Quanto ao fator replay, podemos retornar nas fases em busca de pontuações maiores e chaves que abrem novas salas no hub central do jogo. Além disso, podemos juntar uma graninha para melhorar nosso herói e suas habilidades, comprar roupinhas, pelagens, e por aí vai. Não é nada de super diferente, mas serve como incentivo para encarar a história mais uma vez.

Por fim, devo dizer que me agradei bastante da jogabilidade do título. Me fez lembrar de um misto de Lollipop Chainsaw com Sunset Overdrive, com um combate frenético cheio de execuções, esquivas, mísseis e miados. O jogo também rodou liso em minha torradeira e, salvo um movimento doido de câmera aqui e acolá, não me deu nenhuma dor de cabeça.

Gori: Cuddly Carnage
Fofo? (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Gori: Cuddly Carnage tem uns visuais bem coloridos e legais, tanto em seus protagonistas quanto nos inimigos e nos cenários em que a pancadaria se desenrola. O jogo conta com algumas fases bem bonitas e criativas, além de oferecer uma boa variedade. Por fim, as animações são bem feitas e o tom ultraviolento contrasta muito bem com o aspecto fofo e cartunesco da coisa toda.

A trilha sonora também ajuda, com batidas e guitarras fortes para embalar a pancadaria frenética que rola nas andanças de Gori pelo mundo maluco dos brinquedos endiabrados. Outra coisa digna de nota é a tradução em português, feita com muito cuidado e que não deixa nada a desejar em relação ao roteiro original em inglês.

Gori: Cuddly Carnage
Inimigos curiosos. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Gori: Cuddly Carnage?

Segurem essa, felinos e felinas deste maravilhoso recanto das massas finas. Será que Gori: Cuddly Carnage vale a pena, ou foi apenas mais uma promessa vazia para eu adicionar ao rol de decepções de minha vida? Bom, vamos fazer o apanhadão de todos esses resmungos semi-coerentes que digitei até agora e ver se conseguimos chegar em uma conclusão.

De positivo, o título entrega uma premissa bem criativa, com uma jogabilidade rápida e frenética que se torna tão fácil de aprender quanto complexa de dominar por completo. O game é bonito, divertido e engraçado boa parte do tempo. Por negativo, levanto apenas que o combate poderia contar com mais variedades de combos, as fases poderiam ser um pouco menores e que o humor não acerta bem no alvo em alguns momentos.

Mas, ao fim e ao miado, Gori: Cuddly Carnage é um jogo de ação muito do bom. De fato, foi um dos hits inesperados do gênero para mim nesse ano, e acredito que os apreciadores dos bons e velhos hacks e slashes não terão do que reclamar. Devo dizer que sempre me considerei um camarada mais chegado aos cães, mas o pequeno Gori e suas garras frenéticas me fazem começar a mudar de ideia.

Gori: Cuddly Carnage chega no dia 29 de agosto para PC, via Steam e GOG.com, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Xbox One.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX, com código fornecido pela Wired Productions.

Gori: Cuddly Carnage

R$ 99,50
8.5

História

8.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

9.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Combate frenético e divertido
  • Hoverboard cria oportunidades no combate e na exploração
  • Gori é um protagonista fofíssimo
  • Muita variedade de inimigos para enfrentarmos
  • Fases criativas e bem construídas

Contras

  • Algumas fases poderiam ser menores, ou divididas em capítulos
  • O jogo poderia contar com mais opções de combos
  • O humor não acerta bem em algumas piadas

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.