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Highrise City | Review

Jogos de gerenciamento e construção de cidades geralmente são desafiadores em alguns aspectos, mas bem relaxantes ao nos deixar criar a nossa própria realidade. Neles, somos prefeitos, construtores, engenheiros… mesclamos mil funções através de menus e escolhas, tendo em alguns momentos assistências para executar as ações. Conselheiros como tutorial, por exemplo, nos ensinam a dominar as dinâmicas. E Highrise City é meio que isso, um city simulator indie, criado com diversas opções para montar uma cidade para chamar de sua. O jogo já está disponível para PC, via Steam e GOG.com.

No entanto, será que a experiência do título se aproxima de clássicos como Sim City ou Cities Skyline? Nesta review, responderemos essa e algumas outras questões deste jogo, que está sendo desenvolvido há mais de sete anos. Confira!

Mais que montar, gerenciar!

Já respondendo uma pergunta interessante, Highrise City, diferente dos jogos acima citados é mais focado nas cadeias produtivas, sendo este seu maior diferencial. Desta forma, ao gerenciar essas questões de maneira correta, você fará sua cidade crescer. Mais do que construir apenas, ele traz aspectos de simulação de economia, tendo esta parte uma dedicação maior. Portanto, sua ideia é ir além dos simuladores de cidade, trazendo maior profundidade a questões de gerenciamento de recursos, tendo uma jogabilidade bem desafiadora (bem desafiadora mesmo!).

Sobre essa questão, adianto que o jogo é bem complexo e, mesmo com tutoriais, acaba apresentando uma jogabilidade complexa, que particularmente não me agradou muito. É claro, a proposta dele é bem diferente dos outros, mas talvez isso torne o título em algo muito nichado. Fazer a cidade crescer é uma experiência extremamente difícil. Diante disso, tive a percepção de que o jogo soa como se estivesse meio incompleto, com alguns bugs e um nível de dificuldade meio incomum. Desta forma, pode ser que o título não seja lá tão agradável quanto os outros. E olha que estou habituado com jogos de gerenciamento…

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As cidades são bem simuladas. (Imagem: Divulgação)

Economia como foco

Em Highrise City, para além da parte divertida, da construção, temos que “trabalhar” para que a economia desponte, uma tarefa bem complexa. Temos o objetivo de gerir os suprimentos econômicos, algo que me lembrou um pouco a franquia The Settlers, em que tínhamos de transformar as matérias-primas em produtos para alcançar a produção necessária. Só que aqui, o processo é um pouco mais complexo e demorado. É claro, há como acelerar o tempo, tal como em outros títulos similares, mas mesmo assim, temos de ficar sempre atentos.

Assim, temos de lidar com as cadeias de produção e abastecimento da melhor maneira possível, buscando atingir o crescimento constante da cidade, bem como a satisfação e as necessidades da população, sinalizadas por meio de diversos indicadores. Até aí tudo bem, o jogo mostra o que é necessário, até tenta explicar o que temos que fazer, mas em alguns momentos parece que o tutorial se silencia, nos deixando à deriva de informações. Ao longo da jogatina, tive muita dificuldade em entender as mecânicas. Aliás, confesso que, por conta disso, a vontade de seguir jogando foi diminuindo gradativamente.

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O trabalho e a economia são o foco do game. (Imagem: Divulgação)

Eu queria ser imediatamente bem-sucedido? Não, muito pelo contrário. Só senti falta mesmo de uma jogabilidade mais prática e mais simples de ser assimilada, sobretudo por ter cada vez menos tempo para jogar. Afinal, os jogadores querem desafio, mas também querem ter uma experiência mais tranquila, sobretudo ao passar o dia inteiro trabalhando. Ou seja, trabalhar no jogo logo após trabalhar na realidade é complexo, e fiquei com essa sensação ao jogar Highrise City.

Um ponto interessante é que Highrise City permite cidades com até 40 milhões de habitantes, com até 30 mil edifícios, com mais de 310 opções possíveis, e muitos outros detalhes. Seus mapas são baseados em regiões geográficas reais, como Rio de Janeiro, Vancouver e Nova Iorque. Seus níveis de dificuldade são ajustáveis, mas particularmente acredito que colocar um jogo desse estilo em níveis mais inferiores tira um pouco daquela sensação de gestão. Mas já no modo normal, o título exige bastante de nós.

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O nível de detalhes é bem interessante. (Imagem: Divulgação)

Aspectos de jogabilidade e outras questões

Com sua cidade montada, você poderá fazer várias outras coisas. Highrise City nos dá a chance de poder dirigir pelas várias ruas construídas, além de trazer diversas animações que trazem uma vivacidade para a sua cidade, dando uma impressão de ver um mundo em miniatura, com zoom que mostra muitos detalhes. A ideia toda é muito boa, mas como disse anteriormente, Highrise City ainda me passa uma sensação de jogo incompleto. É interessante a ideia, mas a dificuldade com as dinâmicas demonstradas causa um certo desânimo.

É uma experiência meio árdua dominar todos os detalhes de Highrise City, e confesso preferir neste ponto os outros títulos, que são mais intuitivos e práticos, mas sem abrir mão das questões de gerenciamento. No quesito audiovisual, Highrise City também não traz grandes novidades, tendo gráficos interessantes e detalhados, além de sons bem simples. Contudo, ambos atendem a proposta, sem trazer incômodo para aqueles que se focam demais nestes aspectos. As animações presentes no game são muito vastas, bem como a variação de construções e detalhes.

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O layout do jogo é meio genérico. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Highrise City?

Highrise City é um jogo que requer tempo e paciência… muita paciência. Particularmente, a ideia no papel parece excelente, mas na hora de jogar, me senti um bocado frustrado. É claro, há um aspecto pessoal nisso, mas qual review não traz isso? É praticamente impossível conseguir falar em nome de outras pessoas. Mas retornando, a experiência que tive em Highrise City não foi a melhor que tive em city builders, algo que eu queria muito que acontecesse. O jogo conta com menus pouco elaborados, faltam informações, os gráficos não trazem nenhuma novidade, enfim, é um jogo com proposta interessante. Porém, com o turbilhão de lançamentos, acaba sendo engolido.

Mas se você gosta de desafio e gestão pesada, Highrise City pode te agradar. A questão econômica e de gerenciamento de produção é densa e cheia de possibilidades, algo mais detalhado do que nos demais jogos. Enfim, é uma questão de gosto. Porém, não há como elogiar a vivacidade das cidades construídas, contando com muitos detalhes interessantes que chegam a nos impressionar em alguns momentos. Ao mesmo tempo, também reproduz estereótipos e uma linha narrativa meio monótona. Portanto, se você gosta do gênero, pode ser uma boa possibilidade de diversão. Agora, se você curtir jogos mais “diretos”, é melhor pular para outro.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Deck13.

Highrise City

R$ 88,99
6.9

Jogabilidade

6.5/10

Gráficos e sons

7.6/10

Recursos

7.0/10

Extras

6.5/10

Prós

  • As cidades são bem vivas, com ricas animações e detalhes
  • Variedade de edifícios

Contras

  • O título é meio complexo, o que pode frustrar alguns
  • O tutorial nos deixa à deriva em alguns momentos
  • Alguns bugs gráficos e de jogabilidade

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.