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Horizon Zero Dawn Remastered | Review

Horizon Zero Dawn foi originalmente lançado em 2017 para PlayStation 4 e, no mesmo ano, ganhou a expansão The Frozen Wilds, e a Complete Edition, que também chegou em 2020 para PC e foi analisada por mim aqui. As razões para o sucesso do game são muitas, mas passam principalmente pelo universo pós-apocalíptico único e o visual deslumbrante para a época, além de uma narrativa bem interessante que acompanhava Aloy em busca de respostas.

Agora, com Horizon Zero Dawn Remastered chegando para PlayStation 5 e PC, fomos convidados pela Sony para reviver esta experiência com melhorias técnicas e visuais que se aproximam de sua sequência direta, Horizon Forbidden West, lançada em 2022. No entanto, será que as atualizações fazem valer a pena revisitar esse clássico? Vamos explorar o que a remasterização oferece em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Um mundo onde a natureza retomou o controle

Horizon Zero Dawn se destacou, principalmente, pelo cenário pós-apocalíptico repleto de natureza e máquinas em forma de animais. A trama se passa em uma época onde a civilização da Terra foi destruída, e a humanidade voltou a viver em tribos isoladas, com uma vida que combina tecnologias primitivas, com receio de tudo aquilo que o passado tecnológico avançado trouxe. Jogamos como Aloy, uma jovem guerreira da tribo Nora, que foi criada como uma exilada por ser “sem-mãe”, e que luta para ser aceita por seu povo.

Conhecemos o passado de Aloy logo no começo, e nos familiarizamos com sua busca por respostas sobre sua origem e os mistérios das máquinas, e são esses os objetivos que a conduzem em uma jornada para descobrir o que aconteceu com o mundo no passado e, por consequência, suas origens. Logo no começo da história, encontramos o Foco, um dispositivo avançado que revela informações sobre o ambiente ao seu redor, permitindo desvendar segredos e acessar arquivos digitais deixados pela antiga civilização. Esse dispositivo torna-se uma parte crucial de aventura, fornecendo um elo entre o passado e o presente.

Horizon Zero Dawn Remastered
Máquinas de aço em formatos de animais são a característica de Horizon Zero Dawn (Imagem: Divulgação)

Narrativa cativante e expansão de história

Horizon Zero Dawn Remastered mantém sua narrativa intacta, ou seja, não há qualquer alteração relevante na história do jogo principal ou da sua expansão, The Frozen Wilds. Eu já disse em outras ocasiões que adoro a franquia e considero os detalhes dessa narrativa incríveis. A busca de Aloy pela verdade a coloca frente a frente com novas alianças e inimigos, enquanto tenta desvendar as origens das misteriosas máquinas que dominam o planeta. Sylens, interpretado pelo falecido ator Lance Reddick, é um personagem importante em toda essa trama.

Nossa jornada é extensa e conta com cerca de 60 horas de conteúdo, somando a campanha principal e The Frozen Wilds, que está inclusa no pacote. Muito do que admiro na história do jogo base é que a narrativa vai além do básico, explorando temas de perda, sobrevivência e a tensão entre progresso tecnológico e desastres ambientais. The Frozen Wilds não tem o mesmo impacto, mas é um bom complemento, já que vamos para uma região congelada ao norte do mapa, encontramos máquinas ainda mais poderosas com desafios adicionais e alguns novos desdobramentos da narrativa. Mesmo após anos de seu lançamento, e já com a sequência disponível, acho que a história ainda se destaca.

Horizon Zero Dawn Remastered
Montaria terrestre está presente no game (Imagem: Divulgação)

Exploração, ação e mecânicas de gameplay

Horizon Zero Dawn Remastered mantém a fórmula original, sendo um RPG de ação e exploração em mundo aberto. Aloy pode enfrentar as máquinas de forma direta com sua lança ou arco, ou optar por abordagens furtivas, usando o cenário a seu favor e utilizando o Foco para identificar pontos fracos e analisar padrões de comportamento, uma tática bem útil na maior parte das vezes. Além disso, o jogo conta com uma árvore de habilidades que permite personalizar o gameplay ao estilo do jogador, com habilidades que vão desde técnicas de combate aprimoradas até a capacidade de converter máquinas para lutar ao seu lado.

A diversidade de inimigos é um dos pontos fortes de Horizon Zero Dawn, oferecendo desde criaturas mais simples, como os Galopes, até grandes ameaças robóticas, como o Tempestade, que exigem estratégias elaboradas e uso inteligente dos recursos disponíveis. Mesmo nos momentos de combate mais intensos, o jogo mantém o jogador em alerta constante, equilibrando bem a dificuldade e o desafio, sem exageros. Subir em um Pescoção ainda é bem divertido e, em alguns casos, desafiador.

Horizon Zero Dawn Remastered
As cidades estão mais povoadas e detalhadas em Horizon Zero Dawn Remastered (Imagem: Divulgação)

A remasterização também herdou os recursos de acessibilidade de Horizon Forbidden West, permitindo aos jogadores customizar vários aspectos da experiência. Por exemplo, agora é possível ajustar a opacidade do HUD, aumentar a visibilidade de pontos de interesse e configurar o tamanho dos textos e legendas, entre outras opções. Esses detalhes enriquecem a jogabilidade, tornando-a mais inclusiva e adaptável para diferentes estilos de jogo.

Um salto técnico e visual no PS5

O grande diferencial de Horizon Zero Dawn Remastered é o salto gráfico, que aproxima o título de sua sequência, Forbidden West. A Nixxes, responsável pela remasterização, trouxe uma série de atualizações visuais que vão desde novos efeitos de iluminação até a melhoria dos assets e texturas do ambiente. O sistema de iluminação foi completamente refeito, tornando a ambientação mais realista. Um exemplo é que em áreas mais florestadas ou sob neve, a ambientação ganha profundidade, e a iluminação amplifica o tom cinematográfico que destaca o contraste entre o mundo natural e os destroços tecnológicos do passado.

Horizon Zero Dawn Remastered
Até mesmo personagens secundários ganharam mais detalhes visuais em Horizon Zero Dawn Remastered (Imagem: Divulgação)

A vegetação, que já era rica no jogo original, foi retrabalhada para incluir maior variedade e densidade, o que aumenta a sensação de autenticidade ao mundo do jogo. Com isso, os biomas têm mais identidade visual, e a vegetação parece responder melhor às mudanças climáticas do ambiente. Esse refinamento é evidente nas áreas congeladas de The Frozen Wilds, onde a neve e o gelo parecem mais orgânicos, e os efeitos de tempestades de neve e ventanias intensas foram aprimorados, aumentando a imersão.

Não temos novidades na história, exceto novos ajustes para diálogos e interações, como uma atualização no sistema de capturas faciais. Em entrevista ao site Comic Book, um artista sênior da Nixxes disse que o título ganhou mais de 10 horas de cenas refeitas. No jogo original, as interações em conversas muitas vezes pareciam um pouco mais rígidas, mas na remasterização elas estão bem naturais. A expressão facial de Aloy e de outros personagens foi refinada, aproximando-se do nível de qualidade de Forbidden West, e agora há uma variedade maior de ângulos de câmera nas cenas. Gostei especialmente do brilho dado aos olhos, e detalhes nos cabelos. Esses aprimoramentos são sutis, mas fazem uma diferença significativa ao longo da narrativa.

Horizon Zero Dawn Remastered
O terreno e a vegetação ganharam bastante atenção da Nixxes em Horizon Zero Dawn Remastered (Imagem: Divulgação)

Por outro lado, ainda sinto falta de um elemento visual que faz falta desde a primeira versão, que é o sangue. Entendo que ele pode ter sido removido por uma questão de classificação etária, mas poderia ter sido algo opcional incluído em Horizon Zero Dawn Remastered, já que é uma queixa um pouco recorrente dos fãs da franquia.

Performance e modos de jogo

Horizon Zero Dawn Remastered oferece três modos de desempenho: qualidade, a 30 FPS, um modo equilíbrio, que roda a 40 FPS em telas compatíveis com VRR, e um modo de performance, que oferece 60 FPS. Cada um deles permite aproveitar o jogo de diferentes maneiras, com ênfase em detalhes visuais ou fluidez dos movimentos. Uma análise antecipada do canal Digital Foundry, muito mais capazes do que eu para este tipo de resenha, dá o tom: a resolução dinâmica é usada para manter a estabilidade da taxa de quadros, com o modo qualidade alcançando até 4K nativo e o modo de desempenho variando entre 1800p e 4K. Em uma TV LG C1, usada neste teste, a experiência foi incrível.

Horizon Zero Dawn Remastered
Enfrentar os Garrafrias e Garraquentes é desafiador na expansão The Frozen Wilds (Imagem: Divulgação)

Outro recurso de destaque é a compatibilidade com o controle DualSense, que, assim como em Forbidden West, faz bom uso dos recursos do controle, dando mais imersão ao gameplay. Os gatilhos adaptáveis e o feedback háptico são usados para criar uma sensação tátil mais intensa durante os combates, em especial ao tensionar o arco, e a vibração do controle reage ao ambiente de forma bastante sutil. Por exemplo, ao caminhar sobre diferentes superfícies ou sentir a pressão dos ventos em cenários montanhosos, o DualSense aumenta a sensação de realismo.

Além disso, a remasterização traz melhorias no áudio, com um novo mix de som que otimiza o uso do áudio 3D. Eu gosto sempre de ressaltar os recursos do Pulse 3D e considerei incrível a experiência. Durante as batalhas e momentos de exploração, o som se torna uma ferramenta importante, ajudando a identificar a direção de máquinas próximas e a mergulhar na atmosfera de cada região do mapa. A trilha sonora, que já era memorável, ganha ainda mais destaque com a qualidade de som aprimorada, proporcionando uma experiência auditiva mais imersiva. A localização total em português do Brasil segue espetacular e um ponto positivo.

Horizon Zero Dawn Remastered
Horizon Zero Dawn Remastered trouxe uma melhora visual significativa (Imagem: Divulgação)

Novas adições e ajustes pontuais

Em Horizon Zero Dawn Remastered, as novas opções de acessibilidade, a compatibilidade com o DualSense e os ajustes de gameplay herdados de Forbidden West oferecem mais flexibilidade e personalização. Além disso, a opção de importar o save do PS4 é uma adição conveniente, permitindo que jogadores veteranos explorem o modo Novo Jogo+ com seus equipamentos e habilidades já desbloqueados. Essas adições refletem uma abordagem moderna, que busca melhorar a experiência sem modificar a estrutura fundamental do jogo. É importante ressaltar, no entanto, que os troféus conquistados não são adquiridos automaticamente.

A remasterização também inclui melhorias técnicas para futuros consoles, com suporte para o PlayStation 5 Pro e monitores ultrawide, em computadores compatíveis. Isso sugere que a Nixxes preparou o título para permanecer relevante por mais tempo, sem precisar de atualizações frequentes. No entanto, vale destacar que, para quem já possui a versão original, o upgrade é pago, mas com um preço acessível considerando o volume de melhorias gráficas e de desempenho.

Horizon Zero Dawn Remastered
Detalhes! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Horizon Zero Dawn Remastered?

Se você já possui Horizon Zero Dawn (que, inclusive, foi dado de graça no Play At Home de 2020), a atualização para a versão Remastered pode ser adquirida por R$ 50, tanto no PlayStation 5, quanto no PC, desde que o título esteja dentro da mesma plataforma. Considero um preço acessível, especialmente considerando as melhorias visuais e de desempenho oferecidas. E apesar da história e da estrutura de gameplay permanecerem as mesmas, a remasterização entrega uma experiência técnica interessantíssima e um visual aprimorado.

Por outro lado, se você já se impressionou com o original e está apenas em busca de um conteúdo inédito, não será aqui que vai encontrar. Dito isso, recomendaria Horizon Zero Dawn Remastered para novos jogadores ou para aqueles que desejam reviver a aventura de Aloy em sua melhor versão até aqui.

Horizon Zero Dawn Remastered tem o lançamento previsto para o dia 31 de outubro para PlayStation 5 e PC, Steam e Epic Games Store.

*Review realizada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Sony.

Horizon Zero Dawn Remastered

BRL 249,50
9.1

História

9.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

9.5/10

Extras

9.0/10

Prós

  • História envolvente
  • Gameplay bem executado
  • Gráficos ainda melhores
  • Totalmente localizado em PT-BR

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.

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