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Life is Strange: Double Exposure | Preview

Life is Strange: Double Exposure é o mais novo título da popular franquia narrativa da Square Enix, lançada em 2015. Revelado no Xbox Games Showcase 2024, e quase dez anos após o título inaugural, o novo game traz de volta a sua protagonista original, Max Caulfield, agora mais velha, anos depois dos acontecimentos que contaram a premiada história em 2015.

À convite da Square Enix, pude jogar os dois primeiros capítulos do novo jogo, Life is Strange: Double Exposure, que serão disponibilizados para todos os jogadores que adquiram a Ultimate Edition a partir desta terça, 15 de outubro. Neste texto trarei minhas impressões sobre a história, evitando ao máximo spoilers narrativos específicos. Vem comigo em mais uma preview do Pizza Fria!

Efeito borboleta?

Como disse Albert Einstein, o tempo é relativo, e Life is Strange: Double Exposure explora essa noção de uma forma envolvente. Anos depois dos eventos do primeiro jogo da série, reencontramos Max Caulfield, agora uma adulta formada e professora residente na Universidade de Caledon, onde dá aulas de fotografia para alunos de jornalismo. É uma versão mais madura da nossa querida protagonista, que ainda carrega as cicatrizes emocionais do passado, especialmente em relação ao trágico desfecho em Arcadia Bay.

O game começa com Max invadindo um local abandonado para tirar fotos, o que serve como uma introdução às novas mecânicas. Há até uma piada ao apertar L2/LT, dizendo que o poder de voltar no tempo desapareceu e ela não sabe mais fazê-lo. Nesse trecho, as habilidades fotográficas de Max são exploradas, permitindo ao jogador ter mais controle sobre o processo criativo, definindo enquadramentos e ângulos de maneira mais imersiva. Além disso, é possível postar essas fotos na rede social fictícia do jogo, o aplicativo Crosstalk, que lembra bastante o Instagram. Essas postagens, aliás, oferecem um vislumbre sobre o passado de Max, preenchendo lacunas entre o fim do primeiro título e seu estado emocional atual.

Life is Strange: Double Exposure
Safi e Max (Imagem: Divulgação)

Para os fãs de longa data, Life is Strange: Double Exposure traz uma lembrança de uma rival de Max, que também era entusiasta da fotografia, aparecendo em menções no feed de Crosstalk. Porém, o que realmente mexe com o emocional do jogador é a referência direta ao relacionamento de Max com Chloe. Eu optei pela rota em que Chloe morre e Arcadia Bay sobreviveu. Agora, o jogo faz questão de relembrar essa escolha com mensagens tocantes de Joyce, a mãe de Chloe, abordando o impacto dessa perda, tanto para ela quanto para Max.

Contudo, como todos sabemos, em Life is Strange, sempre há um mistério aguardando. A trama principal começa a ganhar forma após a enigmática morte de Safi, uma colega de Max na universidade, assassinada sem qualquer rastro deixado pelo(a) criminoso(a). O primeiro capítulo nos apresenta a essa morte e, na sua cena derradeira, ao novo poder de Max – a Dupla Exposição. Esse novo poder permite que ela transite entre duas linhas do tempo distintas: uma onde Safi está viva, e outra em que a tragédia aconteceu. No segundo capítulo, essa mecânica começa a ser explorada com mais profundidade, embora nossa interação com Safi na linha do tempo onde ela está viva ainda seja mínima.

Life is Strange: Double Exposure
A linha do tempo paralela, sobreposta, é explorada desta maneira (Imagem: Divulgação)

O grosso da investigação até aqui gira em torno de três suspeitos principais: Lucas Colmenero, Vinh Lang e Gwen Hunter, todos/as funcionários/as da Universidade de Caledon, o que nos leva a explorar diálogos, pistas e aquele dilema clássico da franquia: escolher entre duas opções que inevitavelmente terão consequências no futuro. É cedo para afirmar com precisão o impacto das decisões que tomei, mas a narrativa já planta sementes de que tudo vai desaguar em momentos-chave nos episódios seguintes. Aliás, o segundo capítulo termina de maneira chocante, aumentando ainda mais o mistério sobre o assassinato de Safi e a real função dos poderes de Max.

Assistir a filmes e séries sobre viagens no tempo me ensinou uma lição importante: não se deve interferir nas linhas do tempo! Personagens como Barry Allen de The Flash frequentemente ignoram essa regra, resultando em consequências desastrosas. Alterar o passado pode até salvar alguém, mas o futuro nunca permanece igual. Recentemente, a série Matéria Escura da Apple TV reiterou essa noção. A cada alteração temporal, os efeitos colaterais se mostram imprevisíveis e muitas vezes desastrosos. Neste começo, Life is Strange: Double Exposure explora essa ideia intensamente – em especial do último exemplo – me levando a pensar se vale a pena tentar “corrigir” o curso do que aconteceu. Afinal, como podemos ter certeza de que Max não vai acabar piorando a situação?

Life is Strange: Double Exposure
Sem voltar no tempo, Maxine! (Imagem: Divulgação)

Gameplay fluida em qualquer linha do tempo

Os elementos de gameplay em Life is Strange: Double Exposure permanecem bastante semelhantes ao jogo anterior. As decisões continuam sendo o foco central, e a exploração do mapa em busca de colecionáveis e objetos para interagir é uma parte importante da jogabilidade. Além disso, há a inclusão da investigação para descobrir novas pistas sobre o mistério que envolve a morte de Safi. A troca entre as linhas do tempo só ocorre em pontos específicos, mas é bem sinalizada por sons imersivos que utilizam o DualSense de maneira eficaz.

No quesito técnico, o jogo roda muito bem no modo desempenho, garantindo uma experiência fluida em 60 FPS. Para quem prefere uma qualidade visual ainda mais impactante, o modo qualidade oferece 30 FPS com visuais deslumbrantes, e realmente Life is Strange: Double Exposure está muito bonito. A personalização em acessibilidade também merece destaque, permitindo uma série de ajustes, como indicadores visuais que mostram se estamos na linha do tempo em que Safi está viva ou morta, cronômetros para decisões importantes, e até confirmações extras para garantir que suas escolhas sejam intencionais.

Life is Strange: Double Exposure
Gráficos modernizados (Imagem: Divulgação)

A localização em português do Brasil está impecável, e a dublagem original em inglês é cativante, reforçando a narrativa com diálogos marcantes. Em termos de visuais, este é sem dúvida o game mais bonito da série até agora, com um design de personagens detalhado e cenários que realmente capturam a atmosfera misteriosa e envolvente de Life is Strange. É verdade que, até o momento, foram poucos mapas explorados, mas acho que parte da premissa do game é essa, não é mesmo?

O que esperar de Life is Strange: Double Exposure?

Life is Strange: Double Exposure já se mostrou uma experiência envolvente, capaz de capturar a essência emocional da série e expandi-la com novas camadas de narrativa e gameplay. O retorno de Max Caulfield como uma personagem mais madura, lidando com as consequências de decisões do passado e um novo mistério que envolve morte e linhas temporais, cria uma trama repleta de tensão e expectativa. Os primeiros capítulos oferecem não apenas uma exploração mais profunda dos personagens, mas também um novo poder que promete desafiar ainda mais a nossa capacidade de tomar decisões – agora, sem a capacidade de voltar no tempo.

Com a dupla exposição entre duas linhas do tempo, o potencial para reviravoltas aumenta exponencialmente, e os capítulos seguintes têm tudo para nos mergulhar ainda mais em uma montanha-russa emocional. A forma como a história está sendo construída, com um mistério instigante e escolhas que certamente vão impactar até o final, deixa claro que o ápice da narrativa promete momentos de tirar o fôlego e decisões que podem moldar o destino dos personagens de formas inesperadas.

Life is Strange: Double Exposure será lançado no dia 29 de outubro de 2024 para Xbox Series X|SPlayStation 5 e PC, via Steam e Windows Store. A versão para Nintendo Switch será disponibilizada em uma data posterior. O game estará disponível em três edições: Standard, Deluxe e Ultimate, esta última trazendo acesso antecipado aos capítulos 1 e 2 a partir de 15 de outubro de 2024, duas semanas antes do lançamento oficial.

*Preview realizada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Square Enix.

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.