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Lost Ruins | Review

Lost Ruins é um jogo no estilo metroidvania, desenvolvido pela Altari Games e publicado pela DANGEN Entertainment. Ele te coloca nos sapatinhos de uma colegial que se vê perdida e sem memória em um castelo cheio de monstros terríveis e coisas bizarras. Com lançamento marcado para esta quinta-feira, 13, será que esse vai ser mais um para entrar na sua lista de desejos? Hora de descobrir, leitor, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Perdida e sem rumo

Existem várias curiosidades sobre mim, intrépido leitor, que mostram de maneira clara a forma que minha mente funciona. É uma coisa bem prática, aliás. Como somos chegados, vou te contar um deles. Eu sou um grande, grande fã do gênero metroidvania desde a velha época do PlayStation 1. Sempre que vejo algum jogo nesse estilo coloco em minha listinha.

O que seria um metroidvania, você pergunta? Eu respondo feliz, se primeiro me disser como entrou na minha casa para me questionar isso. Eu já troquei a fechadura, que horror! Metroidvanias são jogos que combinam o estilo que era visto na série Metroid, com exploração e habilidades que liberam mais partes do mapa, com o estilo de combate e visuais de Castlevania. O exemplo mais clássico, e definidor, do estilo é o totalmente excelente Castlevania Symphony of the Night.

Portanto, qualquer jogo que possua um mapa explorável, que se abre enquanto coleta novas habilidades e itens, pode ser considerado um metroidvania. Em teoria, ao menos. Os melhores, cá entre nós, são aqueles com elementos de plataforma e em 2D. Que, curiosamente, é o caso em Lost Ruins.

Lost Ruins
As artes são muito boas. (Imagem: Divulgação)

Lost Ruins começa com sua personagem despertando sem memórias no que, aparentemente, são as ruínas de um castelo. Completamente perdida, ela é abordada por uma maga elfa que a diz que foi convocada por alguém até aquele lugar. Ela não foi a primeira, e como todos os outros deve partir em busca do que esqueceu e o motivo de ter sido levada até ali.

Para isso, nossa heroína deve prosseguir pelas ruínas do castelo e seu entorno, enfrentando uma série de inimigos e chefes, servos da chamada Dama das Trevas. Começo básico, mas a trama tem um desenrolar legal. Os personagens não são extremamente fora da norma, mas agradam e cumprem bem seus papéis.

O interessante, aqui, é que Lost Ruins faz uso de visuais e cores fofinhas para passar uma história muito mais pesada e sangrenta do que aparenta ser. Quando vi a idade recomendada na loja da Steam me surpreendi, mas após jogar entendi bem porque. Fora o sangue abundante, o jogo aborda algumas ideias mais fortes. Ainda mais levando em conta que o elenco, em sua maior parte, é composto de colegiais.

Lost Ruins
Mas que gracinha. (Imagem: Divulgação)

Essa pegada me lembra muito de um outro jogo queridinho, Corpse Party. Particularmente acho esse impacto do visual com a temática interessante, e ajuda a dar uma nova visão do estilo. Por exemplo, alguns inimigos humanoides deixam cair carnes ao serem mortos, que podem ser consumidas pela heroína ou vendidas para um NPC. Tenso, não?

A jogabilidade de Lost Ruins é bem divertida, dentro do esperado em um metroidvania. O legal, aqui, é que o jogador conta com diversas opções de arsenais, itens e habilidades. As armas são dividas em categorias, com velocidades de ataque diferentes, e contam com uma série de efeitos diferentes como dano de envenenamento e afins. Além disso, a personagem tem acesso ao uso de magias e uma série de equipamentos.

Os equipáveis são interessantes, pois adicionam uma camada a mais ao ciclo de explorar e matar inimigos. Alguns, por exemplo, aumentam resistências em certos elementos e diminuem em outros. Certas armas tem um alcance longo e são muito lentas, forçando que cada estilo de jogo se molde em volta desses positivos e negativos.

Lost Ruins
As opções de armas e itens são bem variadas. (Imagem: Reprodução)

Fora isso, Lost Ruins possui uma cara bem conhecida. Você explora os mapas, que possuem entradas e saídas interconectando cada um, liberando mais inimigos e preenchendo mais espaços conforme avança. De tanto em tanto tempo você enfrenta um chefe, e os desafios vão aumentando conforme progride. Nada que mude a fórmula demais, mas o que é entregue é bem feito.

Os controles também são precisos, e de todas as vezes que morri nenhuma posso culpar o jogo. As diversas opções de dificuldade também são um plus. Eu sou um homem de cultura e bom senso, logo jogo tudo no médio. Mas é interessante ver opções que se focam desde o mais casual até o maior amante da sofrência.

Lost Ruins
Alguns mapas variam o gameplay com certas pegadas, como visibilidade reduzida. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

O visual de Lost Ruins me agradou bastante. As sprites dos personagens são bem animadas, e a movimentação é bem fluída. Além disso, sou um amante da arte pixelada e a apresentada aqui me agradou bastante. As cores são fortes, chamam atenção para a violência e ajudam a criar essa estranheza entre os personagens bonitinhos.

Os retratos dos personagens não são tão bons, mas dentro da temática. Os achei um pouco genéricos demais, e alguns forçam a barra mais que o devido para gerar todo esse ar de estranheza e perversão que toma conta do jogo. Os próprios diálogos e diários que o jogador encontra, mais as sprites, já criam isso. Por vezes o forçar a barra me deixou mais incomodado que perturbado pelo que via.

No departamento de som de Lost Ruins, não há muito o que se falar. As músicas são agradáveis e calmas, mas nada que se prenda muito a mente nem pontue muito forte os momentos mais tensos. No campo dos efeitos, temos gritos e barulhos de sangue e explosão como era de se esperar. Tudo dentro do esperado, pelo bem e pelo mal.

Lost Ruins
Poderosa e perigosa. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Lost Ruins?

Então, qual o veredito final de Lost Ruins? Bom, antes disso restam dois pontos a serem levantados. Primeiro, que o jogo possui um bom suporte para controles. É algo muito bom, e que nem sempre é visto em indies. Segundo, que tem uma tradução em português filézinha, agradável e sem confusões. Isso também é algo bom que deve ser notado.

No mais, Lost Ruins é uma experiência metroidvania boa. Principalmente levando em conta o escopo reduzido do jogo. A jogabilidade é divertida, as opções ofensivas e defensivas são grandes e o mapa tem muitos lugares para se explorar. Por conta disso, ele convida o jogador a passar mais tempo buscando coisinhas aqui e ali e tentando combinações novas de combate. É um plus que aumenta o tempo de vida da experiência.

Os gráficos também agradam, principalmente no visual de arte dos pixels e efeitos. Os retratos dos personagens são um pouco genéricos demais, e alguns forçam muito a barra sem necessidade para gerar um desconforto no jogador. Mas nada que destrua a experiência, no final das contas. O som é legal, mas nada que te fique na cabeça por muito tempo. Ao fim e ao cabo, gostei da minha experiência com Lost Ruins. Recomendado, mais ainda se for um apreciador do gênero metroidvania.

Lost Ruins chega hoje para PC, via Steam, por R$ 37,99.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela DANGEN Entertainment.

Lost Ruins

8

História

7.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade divertida
  • Visuais muito bons
  • Variedade de itens e armas

Contras

  • Música pouco expressiva
  • Algumas artes de personagem são genéricas ou forçam demais a barra para causar impacto no jogador

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.