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Marvel’s Midnight Suns | Review

A Marvel nos últimos anos produziu uma gama de conteúdos em diferentes formatos. E Marvel’s Midnight Suns é mais um deles, misturando uma série de heróis e vilões em uma história inédita, no formato de ação em turnos. O game da 2K e da Marvel Entertainment, desenvolvido pela Firaxis Games, lançado para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, e PC, via Steam e Epic Games Store, nos apresenta um novo ou nova personagem: Hunter, um guerreiro ou guerreira que pode ser customizado por nós, sendo esse um dos pontos diferentes do game, juntamente com o sistema de interação entre os personagens.

Mas será que um jogo de turnos com heróis e vilões é uma boa ideia? E essas interações, dão certo? Confira esses e outros detalhes nesta review!

A história de Marvel’s Midnight Suns

Dando um breve resumo, mas sem spoilers, Marvel’s Midnight Suns narra uma história de uma união bem atípica de magia e ciência. No início, a temível Hydra reviveu nada mais, nada menos que Lilith, a Mãe dos Demônios. E após séculos de sono, ela deseja colocar em prática uma antiga profecia, que consiste em convocar seu mestre do mal, Chthon. Tais inimigos, levam os vingadores ao limite, os forçando a procurar um grupo centenário, os Midnight Suns, que juntam Nico Minoru, Blade, Magik e o Motorista Fantasma, jovens heróis com poderes extremamente sobrenaturais, formados para evitar que a profecia de Lilith se concretize.

Juntos, os Vingadores e os Midnight Suns ressuscitam um antigo guerreiro e protagonista, Hunter, o filho abandonado de Lilith e o único herói conhecido que já a derrotou. E, a partir deste novo personagem no universo Marvel, adentraremos em um universo totalmente novo, mas com os velhos personagens que conhecemos há tempos: Venom, Homem-Aranha, Blade, Capitã Marvel e muito, muuuuito mais… A ideia de Marvel’s Midnight Suns é excelente neste aspecto, nos colocando cada vez mais próximos dos heróis e vilões tão amados dos quadrinhos e dos cinemas, em uma história bem diferente, mas muito boa e cheia de detalhes e easter-eggs.

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Diversos personagens aparecerão ao longo da narrativa. (Imagem: Divulgação)

Antes de prosseguirmos para outros pontos, vale ressaltar que Hunter é um novo personagem introduzido neste universo e que é totalmente customizável por nós. De itens como roupas de batalha, casuais a chifres, cabelos e outros apetrechos, podemos customizar o filho ou filha de Lilith da maneira que acharmos melhor. Além disso, as ações que tomamos ao longo do jogo rendem pontos de amizade, além de luz e trevas, que equilibram o personagem e os caminhos da narrativa.

A jogabilidade

Marvel’s Midnight Suns tem como principal ponto de jogabilidade um cenário de estratégia em turnos mesclado com a criação de decks de cartas para cada um dos heróis disponíveis ao longo da narrativa. Sobre as cartas, elas podem ser adquiridas ao longo do jogo e otimizadas através de um sistema de treinamento, possibilitando a criação e customização dos decks com combos e outras características que mais agradem aos jogadores. Neste ponto, o jogo conta com diversas possibilidades, dando todo o controle para o jogador ou a jogadora, indo para além do controle do protagonista.

Além disso, o jogo traz também um pouco de exploração. A Abadia e seus arredores podem ser vasculhados por Hunter em qualquer momento, permitindo encontrar itens e outras surpresas que rendem alguns benefícios ao jogador. Você pode encontrar muitas coisas, mas caso opte por não circular tanto, não fará muita diferença no resultado final do jogo, acredite.

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A jogabilidade é o ponto alto de Marvel’s Midnight Suns. (Imagem: Divulgação)

No geral, a jogabilidade tática com cartas em turnos é bem divertida e desafiadora, apresentando ao longo da história novos vilões e dificuldades, sempre mudando um pouco da jogabilidade. Todavia, em alguns momentos demora a acontecer por conta de tantas outras interações ocorridas nesse meio tempo, como a criação de vínculos de amizade, exploração, quests e side-quests, e muitos, mas muuuuitos diálogos!

As amizades rendem alguns “brindes”

Marvel’s Midnight Suns tem uma ideia boa de criar um sistema de amizade entre o protagonista ou a protagonista com os demais membros presentes na Abadia, quartel-general dos Midnight Suns que recebe diversos outros heróis. No entanto, ao jogar mais de 15 horas de jogo, percebemos que essas interações ficam repetitivas e forçam um bocado a mão, embora concedam recompensas como itens cosméticos ou cartas de habilidades. A meu ver, esses tipos de interações acabam sendo exageradas e consumindo as mais de 70 horas de jogo prometidas.

É claro, é legal você ver os personagens fora de toda a ação, mas diálogos excessivos acabam cansando o jogador, sendo a ação em turnos quase algo secundário.

Dito isto, talvez fosse melhor dar uma reduzida nessas conversas, que em alguns momentos são obrigatórias, cortando muito o ritmo de jogo. Eu particularmente gosto muito de uma história mais aprofundada, que definem melhor os personagens presentes, mas neste caso, são diálogos meio mornos e sem muita história em si. Sendo assim, achei um ponto um pouco exagerado, mesmo com o jogo sendo legendado em português.

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Magia e ciência se misturam o tempo todo na narrativa de Marvel’s Midnight Suns. (Imagem: Divulgação)

Questões técnicas

Uma coisa que me incomodou em Marvel’s Midnight Suns é que os gráficos do jogo são muito simples e com pequenos bugs. Neste ponto, entendo que a proposta de um jogo em turnos não é lá a perfeição, mas em alguns pontos são nítidos os bugs nos personagens e mapas. Isso sem contar na queda de desempenho ocorrida em alguns momentos ao jogar no PlayStation 5, apresentando travamentos em momentos em que caixas e outros elementos explodem. Contudo, mesmo com gráficos bastante simples e esses bugs, o jogo consegue entregar bem o que se propõe.

Outro ponto interessante em Marvel’s Midnight Suns é o jogo é todo dublado. Digo, todo dublado mesmo. Cada linha de diálogo disponível é dublada em inglês e conta com legendas para o português. E a dublagem é excelente!

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Os Vingadores também surgem para tentar salvar o mundo da profecia de Lilith. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Marvel’s Midnight Suns?

Para os fãs da Marvel, Marvel’s Midnight Suns é um jogo muito divertido, sem dúvida. No entanto, é bom relembrar que este é um jogo em turnos, algo que pode frustrar alguns jogadores que desejam “quebrar o pau” tal como em Marvel’s Avengers. A dinâmica aqui é bem diferente. Contudo, o estilo de cartas em turnos é bem interessante e oferece uma variedade de possibilidades enorme.

Dito isto, um problema percebi no game é seu alto valor, sobretudo nas versões de console, chegando a mais de R$ 300,00 reais. É claro, o título single-player, oferece cerca de 70 horas e tudo mais, mas ainda assim é um valor a ser considerado na realidade brasileira. Aliás, a maior parte dos games são lançados com esse valor atualmente, tendo uma maior diferença nas versões de PC, que geralmente são mais baratas.

Apesar disso, Marvel’s Midnight Suns é um jogo divertido, com uma proposta diferente e um novo personagem totalmente feito pelo jogador, que poderá escolher o caminho da luz ou da escuridão. Concluindo, se você curte heróis, uma boa narrativa e diversas possibilidades, Marvel’s Midnight Suns é um ótimo jogo. Agora, se prepare para muitos diálogos e alguns momentos de praticamente nenhuma ação. Talvez para você isso seja bom. Ou não…

*Review elaborado no PlayStation 5, com código fornecido pela 2K.

Marvel's Midnight Suns

R$ 200,93+
8.3

História

8.6/10

Jogabilidade

8.8/10

Gráficos e sons

7.5/10

Extras

8.2/10

Prós

  • Legendado em português brasileiro
  • Variedade de customização de cartas e aparência dos personagens
  • Ótima narrativa, com vários personagens do universo Marvel
  • Jogabilidade em turnos com cartas é ótima

Contras

  • Gráficos muito simplórios
  • Alguns bugs e glitches visuais
  • Diálogos excessivos em alguns momentos que pouco acrescentam na narrativa

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.