Maximum Football | Review
Após um bom período em acesso antecipado, Maximum Football, game de futebol americano lançado pela Invictus Games Ltd e a Maximum Entertainment, já está disponível em sua versão 1.0 para PC via Steam, Xbox Series X|S e PlayStation 5. O título gratuito surge para os jogadores como uma alternativa aos jogos da EA, Madden NFL e College Football, trazendo times e jogadores fictícios para os campos virtuais. A ideia é a de “mudar o jogo”, mas será que isso procede? Essa questão e várias outras serão observadas nesta análise. Portanto, venha comigo descobrir o que é possível esperar nos gramados virtuais!
Uma estreia gratuita… com ressalvas
Pois bem, como fã de futebol americano, fiquei muito animado com o anúncio de Maximum Football. O jogo chegou com ares de ousadia: um simulador de futebol americano gratuito, com modos como Dynasty e uma liga fictícia chamada Maximum Pro League, que remete diretamente ao sucesso dos títulos já mencionados da Electronic Arts. A proposta do jogo é de ser uma alternativa viável, acessível e personalizável para quem quer fugir dos altos preços da concorrência. Ou, pelo menos, de ser uma nova experiência virtual no esporte.
O jogo é gratuito, sim, mas as limitações surgem logo de cara: o Dynasty Mode, por exemplo, é cortado após algumas temporadas se você não pagar por isso. A boa notícia é que dá para desbloquear temporadas a mais com desafios diários, sem gastar um centavo. A má? Esses desafios não compensam o marasmo que vem logo depois. Além disso, se quiser desbloquear tudo de uma vez, o valor sobe com a edição Dynasty a R$ 80,50, ou R$ 161,00 com a Legend Edition, que também promete acesso futuro ao Franchise Mode e alguns cosméticos extras. O preço é relativamente alto e, infelizmente, não compensa o gasto. Todavia, outros modos estão disponíveis, o que é meio que um alívio.

Jogabilidade ainda precisa daquele refino
Vamos direto ao ponto: jogar Maximum Football não é uma experiência ruim, mas ainda falta muito para chegar ao nível dos concorrentes (se é que posso chamá-los assim, né!?). A movimentação dos jogadores ainda é limitada e, em alguns momentos, acaba sendo tosca. Realmente, os desenvolvedores conseguiram melhorar bastante coisa desde o acesso antecipado, e isso é bom. Porém, a física segue sendo meio esquisita, com animações robóticas, lineares e, muitas vezes, desconectadas da realidade de uma partida de futebol americano. É difícil ignorar a sensação de que os atletas deslizam pelo campo como se estivessem usando patins. E olha, eu tentei ignorar…
O sistema de passes também não ajuda muito, ainda que também tenha sido outro aspecto aprimorado. Porém, a cada passe, a sensação que tive foi a de que a bola flutua de uma maneira totalmente antinatural, como se desafiasse as leis da gravidade, e a câmera atrapalha um pouco na leitura do campo, algo essencial para um esporte tão tático e minucioso. Pra quem já se acostumou com a imersão dos simuladores da EA, o que é meu caso, a diferença é gritante. E não é só isso: há falhas que beiram o cômico, como em alguns momentos que os recebedores param após receber a bola. Esses detalhes fazem toda a diferença entre um touchdown e uma interceptação.

Mesmo com a confirmação dos desenvolvedores de que a captura de movimentos foi utilizada, o resultado observado nesta versão 1.0 passa bem longe do que se espera de um simulador moderno. Talvez o problema não esteja na técnica, mas sim na direção. Seja como for, o sentimento é o de estar jogando uma versão alfa que ainda precisa de polimento. Ele não é de todo ruim, mas esses aspectos tiram toda a possibilidade de brilho de Maximum Football.
Dynasty: pago, mas é o modo mais justo
Embora eu esteja sendo bem crítico sobre o jogo, nem tudo em Maximum Football é desastroso. O grande trunfo e, talvez, sua principal promessa de redenção, é o Dynasty Mode. Muito parecido com o modo Carreira de outros jogos, mesmo tendo lá suas questões, ele mostra que ainda há algo a ser explorado aqui. Com mais de 130 equipes pré-montadas, nomes criativos, uniformes variados e a possibilidade de criar times do zero, o jogo entrega um nível de customização raro entre os concorrentes.
Outro destaque está na gestão fora do campo: você pode definir preços de ingressos, controlar venda de produtos de merchandising, contratar técnicos, melhorar instalações e até decidir quantos food trucks terá no estádio. É um toque de Football Manager que confere profundidade ao modo e mostra que a equipe por trás do jogo tem boas ideias, mesmo que ainda falte resolver diversas coisas na execução geral.

Aspectos técnicos e outras questões
Visualmente, Maximum Football até que cumpre o básico. As interfaces são simples, os uniformes têm bastante variedade e o visual do campo é justo para o que ele se propõe. Mas basta colocar um fone de ouvido para a experiência desandar. A narração é bem repetitiva, sendo até chata ao jogar por muitas vezes. Frases desconexas, entonação bizarra, comentários em momentos inoportunos… Tudo soa tão artificial que fica praticamente impossível não suspeitar do uso de inteligência artificial, algo que os desenvolvedores alegam não ter feito.
Um ponto que julgo legal em Maximum Football é a possibilidade de você criar um time em sua totalidade, em um modo similar ao Ultimate Team, o Maximum Pro League (MPL) com cartinhas de jogadores, itens e outras coisas mais. Porém, se você espera encontrar entre as cartas jogadores como Justin Jefferson, TJ Watt ou Patrick Mahomes, pode ir tirando o cavalinho da chuva: a proposta do jogo gratuito é a de criar jogadores fictícios, algo que acaba por tirar um pouco do encanto da coisa. Isso sem contar que o modo mencionado acima acaba sendo exatamente como nos jogos da EA, em que o dinheiro pode acabar falando mais alto do que a habilidade.

Dá pra jogar sem gastar? Isso é possível, claro, mas utilizando moedas do próprio jogo para adquirir pacotes, algo que demora bastante, já que o progresso em Maximum Football é lento, confuso e cheios de questões. Outra coisa frustrante é o matchmaking online, que sofre de falta de jogadores e instabilidade, prejudicando qualquer tentativa de competitividade real.
Vale a pena jogar Maximum Football?
Olha… a versão 1.0 de Maximum Football é um daqueles casos em que a ideia é excelente, mas a entrega fica devendo em quase todos os quesitos, o que é uma baita pena Ainda assim, não dá para ignorar as sementes plantadas: alguns modos são interessantes, a customização é louvável, e a visão de negócios no Dynasty Mode é, ironicamente (ou não, né?), mais ousada do que a observada nos jogos da EA. Mas isso não basta para salvar o jogo neste momento. A experiência de gameplay, que deveria ser o coração do título, simplesmente não convence. E como dizem por aí: quando o campo é ruim, nem o melhor técnico consegue fazer milagre.
Se você é fã de futebol americano e tem curiosidade, baixe. O jogo é gratuito, e experimentar não dói, e até pode te distrair por alguns momentos. No entanto, só não espere uma experiência fluida e divertida logo de imediato. Agora, se você é daqueles que busca uma alternativa real aos simuladores aqui mencionados, é melhor esperar. Talvez, no futuro, as coisas funcionem melhor e o jogo consiga se encaminhar para um nível maior. Ideia os desenvolvedores têm, só falta agora executar certinho, sobretudo na jogabilidade. Aliás, uma tradução para o português seria muito bem-vinda, já que Maximum Football também está disponível somente em inglês, tal como os grandões da EA.
Concluindo, Maximum Football tem ideias interessantes e diferenciadas, apresentando modos com potencial e uma base gratuita que pode atrair curiosos. Ele não tem licenciamento, sendo todo fictício, mas esse ponto é bem subjetivo e seria esquecido se tudo funcionasse bem. Maaaas… o caminho até se tornar um esse jogo, sendo um concorrente de verdade para a EA ainda é muito longo, e a bola, por enquanto, continua escorregando das mãos.
*Review feita em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Maximum Games.


