Metroid Prime 4 Beyond | Review
Metroid Prime 4 Beyond foi lançado no dia 4 de dezembro de 2025 Para Nintendo Switch 1 e 2 e é um jogo de ação e tiro em primeira pessoa com forte foco na exploração, assim como seus antecessores, o último deles lançado há quase 20 anos, em 2007 para o Nintendo Wii. A aguardada continuação da jornada da caçadora de recompensas intergaláctica Samus Aran, equipada com sua poderosa Power Suit, finalmente chegou para renovar o legado da franquia.
Explore o misterioso planeta Viewros e atenda ao pedido dos Lamorn, uma espécie alienígena que habitava o local. Descubra um caminho de volta para casa escaneando estátuas, investigando vestígios do passado e encontrando pistas para seguir em frente. Utilize Vi-O-La, uma moto tecnologicamente avançada, para explorar áreas abertas, alcançar regiões distantes e até enfrentar inimigos enquanto se desloca.
E claro, prepare-se para encarar Sylux, um enigmático caçador de recompensas que nutre um profundo rancor pela Federação Galáctica, e por Samus. Sua presença é constante e ameaçadora, tornando cada avanço na história ainda mais tenso e envolvente.
E então, você, assim como eu, achou que não viveria o suficiente para jogar o tão aguardado quarto jogo da franquia Metroid Prime? Ou Metroid Prime 4 Beyond é a sua porta de entrada para a série? Há pouco tempo escrevi uma análise do primeiro game aqui, caso queira revisitá-lo antes de mergulhar em Beyond. Agora, se preferir partir direto para a nova aventura, bora preparar aquele coado quentinho para aquecer nossos corações saudosos e vem comigo nessa análise intergaláctica do Pizza Fria!
Bem-vindo ao misterioso planeta Viewros
Metroid Prime 4 Beyond se passa no ano de 20X9 do calendário cósmico. Determinado a eliminar a caçadora de recompensas e destruir a Federação Galáctica, Sylux e seu exército de Piratas Espaciais lançaram uma série de ofensivas contra instalações de pesquisa da Federação. Acredita-se que esses piratas estejam sob o comando de metroids, agora capazes de se fundir a outras formas de vida para assumir o controle de suas mentes, uma ameaça ainda mais perigosa do que antes.
Quando as forças inimigas avançam sobre instalações científicas em Tanamaar, um planeta do sistema Desolan, a Federação Galáctica envia um pedido urgente de socorro. Samus, que estava em uma missão de reconhecimento nas proximidades, é designada para atender ao chamado. Assim, Metroid Prime 4 Beyond tem início, com Samus pousando em meio ao caos e à destruição para mais uma vez apoiar a Federação em sua luta desesperada.
Após percorrer um longo caminho inicial, que funciona como um tutorial para ensinar os comandos e habilidades básicas, Samus enfrenta Alberax, um colosso controlado pelos metroids. Ao derrotá-lo, Sylux enfim aparece, e após uma breve troca de tiros, Samus desperta na Cronotorre, com sua Power Suit severamente danificada, mísseis, salto espacial e diversas funcionalidades estão inutilizadas.

Guiada por um ser misterioso em forma de esfera, Samus chega a uma espécie de salão antigo, onde um cristal flutuante lhe concede poderes psíquicos latentes, permitindo que ela interaja com tecnologias psíquicas através de seu visor. Ao alcançar o topo da torre, agora empoderada com habilidades inéditas, ela encontra Chatoyant Vooloon, o último sacerdote lamorniano, que a encarrega de transmitir o legado do planeta Viewros e de seu povo a um novo mundo.
Para isso, Samus precisará reunir cinco chaves espalhadas pelo planeta, a fim de acessar o teletransportador principal localizado no pináculo da Cronotorre. E assim, a verdadeira jornada de Samus se inicia em Metroid Prime 4 Beyond.
Jogatina para todos os gostos
Com o objetivo de agradar tanto os jogadores mais casuais quanto os veteranos da franquia, Metroid Prime 4 Beyond oferece três modos distintos de dificuldade. Logo de início, temos acesso ao Fácil, com combates mais acessíveis, e ao Normal, onde os inimigos apresentam o desafio padrão esperado da série. Em ambos os modos, as estações de salvamento restauram tanto a energia de Samus quanto sua munição.
Ao concluir o jogo no modo Normal, o modo Difícil é desbloqueado, e aqui, meus amigos, é onde o filho chora e a mãe não vê. Essa dificuldade é pensada para jogadores que buscam um desafio mais intenso, com inimigos mais agressivos e um balanceamento ajustado para tornar cada confronto mais exigente e estratégico.
Metroid Prime 4 Beyond é um jogo de tiro em primeira pessoa, com alternância para a terceira pessoa durante os momentos de pilotagem. Apesar da perspectiva em primeira pessoa sugerir um foco maior na ação, o game mantém com excelência os tradicionais elementos de exploração e plataforma que definem a identidade da franquia Metroid Prime.

A jogabilidade é simples, fluida e bastante responsiva. Os controles podem ser personalizados a qualquer momento no menu de configurações e, entre as opções disponíveis, gostei bastante do uso do Joy-Con 2 livre nas mãos, você se movimenta com o analógico esquerdo, segura ZL para travar a mira em inimigos e utiliza o giroscópio do segundo controle para ajustes finos.
Mas o grande destaque no Nintendo Switch 2, sem dúvidas, é o modo mouse. Quem me conhece sabe o quanto eu sempre fugi de jogar com mouse e teclado, mas aqui a Nintendo acertou em cheio. A combinação do movimento no analógico esquerdo com a mira extremamente precisa do Joy-Con 2 em modo mouse se encaixa perfeitamente na nova jornada de Samus, elevando a experiência de combate em Metroid Prime 4 Beyond a outro nível.
Uma continuação com diversas novidades
Metroid Prime 4 Beyond trouxe novidades importantes à consagrada série de jogos em primeira pessoa protagonizada por Samus Aran. Agora, além de contar com seu armamento clássico, como mísseis, diferentes armaduras, a Morph Ball e os canhões, Samus passa a dominar poderes psíquicos da raça alienígena Lamorniana, ampliando de forma significativa o seu leque de habilidades e as possibilidades de interação com o cenário.
Outra novidade é que, desta vez, Samus não está completamente sozinha. Ela conta com o apoio de membros da Federação Galáctica ao longo da jornada. O engenheiro Myles MacKenzie se destaca como um importante aliado, atuando como suporte técnico da heroína e sendo responsável pelo desenvolvimento de novos armamentos que auxiliam diretamente na progressão da aventura.
No quarto capítulo da série Metroid Prime, a Retro Studios também optou por abandonar a estrutura totalmente linear. Talvez influenciada pela liberdade proposta por The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, ou simplesmente para se alinhar a tendências mais modernas, a desenvolvedora entrega um mundo aberto de grandes proporções, com áreas amplas e exploráveis. Um vasto mapa desértico se torna palco para a exploração, onde Samus utiliza sua moto Vi-O-La para alcançar locais escondidos, segredos e aprimoramentos espalhados pelo ambiente.

Nem tudo, porém, funciona perfeitamente, essa área aberta no deserto acaba deixando um pouco a desejar. A implementação da Vi-O-La como nova mecânica até é bem interessante, mas em certos momentos soa artificial e mal-acabada. As dunas, por exemplo, não transmitem a sensação de areia, pilotar ou caminhar por elas lembra mais um asfalto pintado de laranja.
Além disso, o sistema de colisão da moto causa estranheza, ver a Vi-O-La simplesmente saltar ao bater em uma parede, sem qualquer impacto mais convincente, quebra a imersão. É um detalhe pequeno, mas que poderia ter recebido mais cuidado, especialmente considerando o alto nível de polimento presente em outros aspectos do jogo.
Audiovisual competente e localização para o português do Brasil
Metroid Prime 4 Beyond conta com dois modos gráficos distintos, permitindo que você escolha aquele que melhor se adapta aos recursos da sua TV. O modo Desempenho entrega resolução Full HD, 1080p com impressionantes 120 quadros por segundo, deixando a jornada de Samus extremamente suave e fluida. Já o modo Qualidade é voltado para jogadores com televisores compatíveis com 4K, oferecendo maior resolução, porém com a taxa de quadros reduzida para 60 fps.
Tanto no modo dock quanto no portátil, o jogo roda de forma exemplar, durante toda a minha jornada pelo planeta Viewros, não presenciei bugs, gargalos ou travamentos, tudo fluiu dentro do já conhecido padrão de qualidade da Nintendo. Os tempos de carregamento são discretos e, embora perceptíveis entre algumas áreas, não comprometeram o ritmo da experiência. Além disso, não observei problemas de pop-in durante a jogatina.
No quesito sonoro, Metroid Prime 4 Beyond entrega um trabalho competente, a trilha sonora não chega a se destacar de forma marcante, mas também não decepciona, mantendo o nível esperado da série. Os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel, reforçando a imersão e ajudando a construir a atmosfera durante a exploração e os combates.

A excelente notícia, que faço questão de destacar, é que Metroid Prime 4 Beyond conta com legendas totalmente localizadas para o português do Brasil. Trata-se de um ponto extremamente positivo para a Retro Studios, que torna a experiência muito mais acessível e agradável para o público brasileiro, especialmente em um jogo tão focado em narrativa ambiental e exploração.
Vale a pena jogar Metroid Prime 4 Beyond?
Sim, vale muito a pena jogar Metroid Prime 4 Beyond, especialmente para quem aguardou quase duas décadas por uma continuação da série Prime. O jogo entrega uma experiência sólida, respeitando a essência da franquia ao mesmo tempo em que introduz novidades relevantes, como os poderes psíquicos lamornianos, novos aliados da Federação Galáctica e uma estrutura menos linear, que amplia as possibilidades de exploração.
A jogabilidade continua sendo um dos grandes destaques, com controles simples, responsivos e ajustáveis, com destaque absoluto para o modo mouse do Nintendo Switch 2, que se encaixa perfeitamente no combate em primeira pessoa e eleva a precisão a outro nível. Os diferentes modos de dificuldade também agradam tanto jogadores casuais quanto veteranos que buscam um desafio mais intenso.
No aspecto técnico, Metroid Prime 4 Beyond impressiona, o jogo roda de forma estável tanto no modo dock quanto no portátil, oferecendo opções gráficas que atendem desde quem busca fluidez extrema, com 120 fps, até para quem prefere resolução mais alta em 4K. Os tempos de carregamento são discretos, não há problemas relevantes de desempenho, e a experiência geral segue um padrão alto de qualidade.
Apesar de algumas decisões questionáveis no design do mundo aberto desértico e na implementação da moto Vi-O-La, esses pontos não chegam a comprometer a experiência como um todo. Com legendas em português do Brasil, boa performance, novidades bem-vindas e uma aventura digna da caçadora Samus Aran, Metroid Prime 4 Beyond é uma continuação que faz jus ao legado da série e certamente vale o seu tempo.
*Review elaborada em um Nintendo Switch 2, com código fornecido pela Nintendo.

