MLB The Show 23 | Review
Antes de mais nada, vale a pena ressaltar algo inusitado: sou um completo novato no mundo do beisebol. E, para aprender mais sobre MLB The Show 23 e o esporte no geral, tive a sorte de encontrar o canal Baseball 101, ao qual faço a merecida menção pelo conteúdo extremamente didático e de qualidade. Agora que já deixei claro que aprendi sobre o esporte não só com o referido canal, mas com a experiência in game, podemos começar a falar melhor. MLB The Show 23, game da San Diego Studio, já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch, traz o maior campeonato de beisebol do mundo, o Major League Baseball.
Assim, trazendo a perspectiva de um novato, mas já encantado jogador virtual e espectador do esporte, apresentarei a vocês todas as minhas impressões do game em uma das análises que mais me obrigaram a estudar a fundo um novo e interessante esporte. Então, vamos lá para mais uma review no Pizza Fria!
Imersão única, licenças e customização
Se tem algo de que me surpreendi logo de cara em MLB The Show 23, foi a questão da imersão, trazendo consigo equipamentos, equipes e jogadores totalmente licenciados, sem contar a presença de mais de 180 lendas de todas as gerações do esporte, entre eles Derek Jeter, David Wright, Mark McGwire e Sammy Sosa, que podem fazer parte de sua equipe no Diamond Dinasty, uma espécie de Ultimate Team do beisebol, mas com detalhes particulares, além de cartas elaboradas pela Topps, uma conhecida marca de cromos e cartas colecionáveis.
Assim, nós podemos montar o time dos sonhos com a atual geração e os grandes nomes do esporte. Além disso, é possível criar uniformes para o seu time com diversas opções de customização. Aliás, não é só no ponto de customização e de licenças que MLB The Show 23 se destaca. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o uso da tecnologia FaceScan, em que é possível criar um avatar personalizado com seu rosto a partir de uma selfie, tirada com auxílio do app do jogo, disponível para celulares. A partir daí, você poderá escolher equipamentos, barba, cabelo, altura, etc. Este ponto é maravilhoso e deveria ser implementado em outros jogos de esporte. Uma pena…
Sobre o avatar criado, ele pode participar do modo Road to the Show, que nos coloca na liga de beisebol estado-unidense, iniciando em uma divisão inferior, a MiLB, fazendo treinamentos variados, jogando partidas, escolhendo os melhores equipamentos, que dão pontos de estatística… Enfim, controlamos única e exclusivamente o nosso avatar. Particularmente, para entender o jogo, este modo foi essencial, visto que peguei as principais dinâmicas de rebatedor, arremessador, corridas e de apanhador ao joga-lo, fazendo uma coisa de cada vez. Afinal, no beisebol, os jogadores fazem mil coisas ao mesmo tempo.
Concluindo este ponto, MLB The Show 23 é incrível, simulando realmente o que é visto em uma transmissão na TV. Os estádios são ricamente detalhados, apresentando um resultado muito próximo da realidade, contando inclusive com um sistema de som que narra o nome de cada jogador, torcida animada, efeitos sonoros e muito, muito mais. Se, em um primeiro momento, eu achei que fosse me entediar rapidamente, agora percebo que, ao entender o esporte e suas complexas regras, a experiência se torna divertida e muito desafiadora. Vale a pena dar uma chance.
Diamond Dynasty, o “Ultimate Team” do beisebol
Já citado acima, o Diamond Dinasty nos permite criar a equipe dos sonhos, que podem contar com os novos capitães, figuras essenciais para impulsionar o grupo. Além disso, há um sistema de afinidade de equipe carregados com recompensas para todas as equipes. Este modo também apresenta uma novidade, possibilitando jogar com amigos para ganhar recompensas no novo Co-Op Online. Combine seus melhores itens de jogador de seu inventário Diamond Dynasty e suba de nível para desbloquear recompensas, que podem ser usadas também em outros modos.
O “Ultimate Team” do beisebol, conta com um tutorial detalhado de como ele funciona, apresentando cada ponto sem muita dificuldade. A questão que pode ser chata para alguns em MLB The Show 23, é o fato do jogo estar totalmente em inglês, dificultando um pouco a compreensão de termos e até mesmo dos menus. Mas já era de se esperar que um esporte pouquíssimo conhecido por aqui fosse traduzido – um problema observável em diversos jogos de esportes americanos. Contudo, se você conseguir se virar, o jogo pode trazer muita diversão.
As Negro Leagues: a história do beisebol por outra perspectiva
Aqui está um dos pontos que mais merecem ser ressaltado em MLB The Show 23. O título apresenta um modo história com alguns dos mais lendários jogadores das Negro Leagues, feito em uma incrível parceria do San Diego Studio com o Negro Leagues Baseball Museum e o Presidente da NLBM, Bob Kendrick, que inclusive narra as histórias deste lendário modo. O modo The Negro Leagues tem o objetivo de contar oito histórias marcantes das ligas de beisebol exclusivamente feitas para negros, que eram proibidos de jogar com brancos por conta de todo o processo de segregação racial entre os séculos XIX e XX.
A meu ver, trazer este tipo de narrativa, feita em conjunto com quem realmente entende de assunto, é simplesmente incrível, sobretudo por estarmos vendo uma verdadeira aula de História dentro do jogo, que traz vídeos apresentados por Bob Kendrick contando os principais feitos de lendas como Jackie Robinson, Hank Thompson, Satchel Page e outros, mostrando um lado que muitos esportes americanos parecem querer silenciar ou simplesmente ignorar. Lado este que já causou uma série de problemas em outros “esportes americanos”. De qualquer maneira, pelo que é observado não só na história dos esportes, mas também na história do EUA, torna-se cada vez mais necessário temas assim serem abordados. Um home run dos desenvolvedores!
Gráficos, sons e um pouco da jogabilidade
MLB The Show 23 é um jogo que apresenta bons gráficos, embora não seja lá o suprassumo da nova geração. Ele é funcional e apresenta bem os jogadores, com faces, reações e uma variedade enorme de animações. Já o trabalho de áudio, que vai desde a narração, ao som ambiente do estádio, a narração televisiva, o locutor do estádio, diálogos em campo e por aí vai, também não deixa nada a desejar. Aliás, a trilha sonora do game é simplesmente maravilhosa, mesclando diversos gêneros, agradando a todos os gostos.
Sobre a jogabilidade, ela apresenta uma série de variações que podem ser configuradas de acordo com o jogador. Por exemplo, você pode escolher o estilo de menu apresentado nas rebatidas ou lançamentos, automatização das corridas entre as pontas do diamante, e por aí vai. Embora seja um jogo atípico a nós, brasileiros, com alguma insistência, a experiência se torna mais fácil e compreensível, sendo a curva de aprendizado interessante. Contudo, como disse no início desta review, caso seja difícil aprender a jogar, basta procurar dicas na internet, que não tem erro. Outro conselho que posso dar é de assistir partidas na TV, geralmente transmitidas pela ESPN.
Concluindo, MLB The Show 23 é um jogo muito gostoso de ser jogado em seus mais variados modos, desde o Diamond Dinasty até a carreira que você pode trilhar com o seu avatar. Eu mesmo gostei tanto do modo que já joguei mais de 40 partidas com o personagem aí de cima que, no caso, eu fiz através do FaceScan, uma tecnologia maravilhosa. Além disso, é um jogo bonito de se ver e muito bem feito, sobretudo por trazer uma atmosfera muito bacana, bem parecida com os jogos reais.
Vale a pena comprar MLB The Show 23?
Apresentando um esporte realmente atípico a nós brasileiros, mas com uma qualidade bem interessante. MLB The Show 23 traz o beisebol e toda a sua história dentro de vários modos, permitindo os jogadores e jogadoras a criarem os plantéis dos sonhos no Diamond Dinasty, a desenvolver uma campanha com seu próprio jogador no Road to the Show, ou a gerir detalhadamente seu time no modo Franchise, uma espécie da campanha e muito, muito mais.
Tudo isso é feito em meio a uma jogabilidade adaptativa, mas que requer um certo estudo do jogador para compreender o esporte. Afinal de contas, sem saber o que se passa, vira praticamente o que nós chamamos no Brasil de “Taco” ou “Bets”, que consiste simplesmente em arremessos e rebatidas. Assim, obviamente MLB The Show 23 é um um jogo extremamente nichado, mas que não deve nada a outros simuladores, tendo me surpreendido bastante de maneira positiva. Mas é claro, eu também não sou o melhor parâmetro para debater isso. Contudo, minha experiência foi divertida e amei poder criar meu próprio time, meu avatar e a jogar diversas partidas, aprendendo a cada um dos nove innings.
Concluindo, se você quer aprender sobre o esporte, MLB The Show 23 é uma excelente escolha. Caso você não seja fã ou não tenha interesse, fica meio óbvio que este não é um jogo para você. Contudo, sugiro aos fãs de esportes em geral a darem uma chance a este incomum esporte, que poderá te surpreender.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código oferecido pela Sony.
MLB The Show 23
R$ 349,90Prós
- Modo História com as Negro Leagues é incrível
- A tecnologia FaceScan permite customizar seu próprio jogador
- Variedade de equipamentos e possibilidades de customização
- Múltiplas formas de configurar o jogo, com um tutorial bacana
Contras
- Para os novatos, o jogo pode ser complexo demais
- Algumas jogadas parecem repetitivas