MLB The Show 25 | Review
Olha, vou ser sincero logo de cara: acho beisebol um esporte bem bacana, mas extremamente complicado. Conheço um pouco dos times, como o New York Yankees, que levaram uma coça do meu querido Los Angeles Dodgers no último World Series (que só tem time dos EUA). Ah, e eu também assisti Os Anjos Entram em Campo, filme clássico da Sessão da Tarde. Porém, foi só com a franquia MLB The Show que comecei a entender esse esporte. Agora, com MLB The Show 25, confesso ter conseguido colocar em prática o pouco que sei. É pouco, mas me rendeu algumas vitórias emocionantes – e várias derrotas, obviamente.
Mais uma vez, a sensação que fiquei é a de que, desde o tutorial inicial, feito para escolhermos as melhores configurações, ficou bem claro que a Sony San Diego não estava para brincadeira. A base do jogo continua sólida como sempre, mas as novidades inseridas em Road to the Show, Diamond Dynasty e Storylines fazem esse ser, sem dúvida, ser um título expressivo para esse esporte tão incomum a nós, brasileiros. Desta forma, tentarei explicar um pouco do que vi e senti ao jogar este título, e se ele vale a pena para fãs ou até mesmo novatos. Sendo assim, confira mais uma análise açucarada do Pizza Fria!
Road to the Show: indo do colegial ao estrelato
Cara, eu adoro essa ideia de sair do nada e virar um verdadeiro astro, seja em qual esporte for. Mas em MLB The Show 25, essa foi uma das minhas maiores surpresas no game, com o modo Road to the Show, em que criamos nosso próprio jogador, o controlando em uma trajetória até a Major League Baseball. Em anos anteriores, o modo já era interessante, mas faltava algo. A evolução era lenta, os jogos pareciam meio repetitivos e o sistema de progresso frustrava um bocado.
Agora, tudo começa no ensino médio. Isso mesmo: antes de pensar em draft ou em time profissional, você vive os últimos dias do colégio, com direito a campeonato estadual, scouts de olho em você durante as partidas e a chance de decidir se vai direto para o profissional ou se encara alguns anos como universitário. Escolhi ir para faculdade, para ir pegando o jeitinho da coisa. Com isso, a sensação de autenticidade foi extremamente positiva: MLB The Show 25 traz uniformes oficiais, playoffs universitários e um ritmo de jogo que faz a gente se sentir parte de uma história maior. Ou seja, a imersão trazida por MLB The Show 25 é excelente.

Mas o ponto que realmente transformou minha experiência foi o renovado sistema de progressão. Sai aquele velho esquema de pequenos objetivos e entra o sistema de tokens, onde cada bom desempenho te dá pontos para investir onde você quiser. Quer usar aquele home run para aprimorar sua velocidade? Agora, isso é possível! Assim, é possível perceber que em MLB The Show 25 o ritmo do jogo é mais rápido, mais recompensador e, consequentemente, mais viciante. A primeira vez que joguei, fiquei um bom tempo viajando nas partidas.
Porém, acho que algumas coisas poderiam ser aprimoradas. Um exemplo é uma própria história, que até tenta simular algo mais profundo, mas é genérica. Além disso, os diálogos com o técnico ainda são muito robóticos, tirando toda a dramaticidade fora de campo. Mas é aquilo, né: só o fato de podermos construir um jogador com liberdade real, e em um ritmo justo, já faz valer a pena. Porém, fica a dica aí para melhorarem a narrativa no próximo ano.

A beleza narrativa do Storylines, que traz novamente as The Negro Leagues
O Storylines traz, como o próprio nome diz, traz histórias do esporte. E, mais uma vez, as Negro Leagues são destaque em MLB The Show 25. Que coisa maravilhosa! Calma, eu explico. Aliás, nesta parte, vou gastar meus 2 centavos de historiador: as The Negro Leagues foram ligas de beisebol formadas por jogadores negros nos Estados Unidos, em uma época em que o racismo e a segregação racial os impediam de participar na MLB. Com isso, elas foram criadas oficialmente em 1920 por Rube Foster, mostrando que o talento desses atletas era do mesmo nível — ou até superior — ao dos nomes famosos da época.
Com isso, o modo conta a narrativa de lendas como Satchel Paige, Josh Gibson e “Cool Papa” Bell, que brilharam nesses campos. Portanto, as Negro Leagues não só desafiaram o preconceito, mas também marcaram história com jogos incríveis e estádios lotados, até que seus melhores jogadores finalmente começaram a entrar na MLB, liderados por Jackie Robinson em 1947. Hoje, sua história é celebrada em MLB The Show, algo que acho simplesmente maravilhoso, nos mostrando o passado deste interessante esporte.

O destaque deste modo são os minidocumentários com narração do sempre carismático Bob Kendrick, presidente do Negro Leagues Baseball Museum (NLBM) em Kansas City, Missouri. Os relatos apresentados continuam emocionando, e os momentos jogáveis entre os vídeos ajudam a colocar tudo em perspectiva. E é legal ter objetivos a serem feitos, e não mais partidas. Aliás, essa vem sendo uma opção interessante não só em MLB The Show 25, mas em outros jogos esportivos. No entanto, para contar histórias, MLB The Show 25 é o melhor! Portanto, este é um modo educativo, respeitoso com a história da população negra estado-unidense e que ainda consegue ser divertido. Só deveria ter mais destaque, não sendo somente um mero “extra”.
Franchise e March to October
Para os fãs de serem os verdadeiros managers de uma franquia, das contratações até as vendas feitas no estádio, o modo Franchise segue firme e forte. Não é um grande destaque da ante outros modos, mas ainda assim é legal. Porém, as novidades são tímidas, como o novo sistema de interesse de agentes livres, que simula bem a dinâmica de mercado, mas nada que altere radicalmente a experiência. Já no March to October, iniciei uma temporada com os Dodgers e, mesmo com poucas mudanças visíveis, o modo continua eficiente, especialmente com o recurso de pular direto para as partes mais relevantes da partida.
Por fim, sobre os modos, não vi grandes melhorias na IA de trocas ou nos algoritmos de contrato. Ainda senti que os times inventam umas ofertas meio sem noção e, no fim das contas, negava boa parte das propostas. Porém, é como eu disse: eu não sou um especialista no esporte. Mas no geral, ambos esses modos são ótimas maneiras de jogar com seu time do coração, seja gerenciando tudo detalhadamente ou não.

Jogabilidade ainda mais refinada
No campo, MLB The Show 25 segue apresentando um verdadeiro espetáculo técnico, algo que já era visto em jogos anteriores. Porém, merece ser ressaltado que as animações dos jogadores e até mesmo do próprio estádio e seu público estão mais naturais e a física da bola segue impressionando. Assim, os detalhes no campo fazem toda a diferença, sobretudo para os fãs de beisebol. Adições como o movimento de mergulho para evitar roubos de base, embora pouco role em jogo, adicionam alguma profundidade.
A inteligência dos defensores também ganhou ajustes interessantes, principalmente nas reações iniciais. Como é de se esperar, jogadores com pouca habilidade realmente demoram mais para reagir, o que é esperado, por conta das estatísticas. Assim, essa mudança é mais perceptível nos jogadores de elite – especialmente no modo Franchise, onde cada décimo de segundo conta. Além disso, a nova mecânica de “ambush hitting”, que nos permite a antecipar o jogador para bolas internas ou externas, é interessante. Mas acabei preferindo confiar no reflexo e no bom e velho timming. Porém, nem sempre dá certo. Mas, caso você se enrole no jogo, existem vários níveis de dificuldade que se adequam ao nosso nível.

Vale a pena jogar MLB The Show 25
Olha, se você já jogava a franquia The Show, a resposta é simples: vale muito a pena. As mudanças no Road to the Show transformaram o modo em algo divertido de verdade, o Storylines continua sendo uma joia histórica dentro dos jogos de esporte e os modos Road to October e Franchise trazem, cada um a seu modo, as dores e delícias das temporadas de cada time.
Agora, se você nunca jogou, mas tem aquela curiosidade para entender melhor o beisebol, acho que MLB The Show 25 essa é uma excelente introdução a esse esporte tão diferente para nós, brasileiros. O jogo não tem o objetivo de ser somente um simulador esportivo, apresentando uma experiência completa, acessível, com alma, história, e uma baita jogabilidade.
Por fim, preciso ressaltar algo muito positivo em MLB The Show 25: enquanto em muitos jogos anuais é extremamente raro ver melhorias significativas, aqui a coisa é diferente, e sem perder o equilíbrio. Mais raro ainda é ver um jogo de esporte que consegue emocionar através das narrativas sobre os jogadores da Negro Leagues.
Com isso, o game me fez querer assistir mais do esporte e a começar a acompanhar mais o time que acabei escolhendo pra mim desde a primeira vez que joguei a franquia, lá em 2023: os Los Angeles Dodgers, de Shoei Otani (lindo), Teoscar Hernández e Mookie Betts. Enfim… é isso, pessoal. O jogo, lançado para PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch é, em sua essência, grande demais!
*Review feita em um PlayStation 5, com código fornecido pela Sony San Diego.
MLB The Show 25
BRL 349,00Prós
- O modo Storylines é simplesmente maravilhoso, trazendo novamente as Negro Leagues
- Gráficos estão ainda melhores nesta edição
- Jogabilidade e física estão excelentes
- O jogo é extremamente imersivo
Contras
- Não é legendado para o português brasileiro
- Poderia explicar um pouco mais as regras para novatos