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Moroi | Review

Moroi é um hack and slash, com um tanto de puzzles salpicado aqui e ali, desenvolvido pela Violet Saint e publicado pela Good Shepherd Entertainment. Nele, controlamos um cara sem memória, e uma boa mão pra violência, que acorda em uma prisão bizarra cheia de perigos para enfrentar, charadas para resolver e bizarrices para testemunhar.

E aí, será que vale a pena acompanhar essa parada? É o que saberemos agora, em mais uma review fabulosa do Pizza Fria!

Doido (até) demais

Contos de fadas, leitores e leitoras desse site que pode ser chamado de o mais mágico do Brasil, são coisas interessantes. Cheios de florestas encantadas, princesas adormecidas, animais falantes e canções de aquecer o coração. Quem nunca ouviu o conto da Branca de Neve e se maravilhou com a cantoria com os animais e os adoráveis sete anões? Um clássico!

Mas, elas nem sempre eram tão fofas e coloridas como a de nossa amiga que adora comer maçãs. De fato, muitos desses contos ensinavam suas lições morais de maneiras bem mais graves, sombrias e violentas do que as representações atuais nos fazem pensar. Pois é, minha gente, nem pensem em procurar como costumavam contar o causo da Bela Adormecida faz uns séculos.

De todo modo, ainda temos obras atuais que tentam capturar essa beleza(?) sombria dos contos antigos. Como, por exemplo, nosso participante de hoje: Moroi. Se inspirando fortemente em histórias antigas, com todas suas maluquices e imagens surreais, o jogo tentar unir uma estética fantasiosa com uma jogabilidade hack and slash sangrenta e frenética. Mas, será que consegue? É o que saberemos agora.

Moroi
Cadê minha review? (Imagem: Divulgação)

História

Moroi conta as presepadas de um camarada que acorda sem memória de nada, como costuma acontecer nesses casos, dentro de uma cela imunda de uma prisão desolada. Após conseguirmos fugir de nosso cativeiro (coisa fácil no mundo dos jogos), descobrimos que estamos em um universo bizarro onde o real e o fantástico se combinam da forma mais bizarra possível. Quem somos nós? Para onde devemos ir? E, mais importante, o que diabos fizemos para sermos enfiados nesse lugar horrível? Perguntas, meu povo. Perguntas.

Daí, a narrativa segue explorando o surreal, o bizarro e tudo que gira em torno do conceito da Cosmic Engine, um inferno pessoal projetado para ser o mais doido e confuso possível. O título faz uso pesado de simbolismo e mistério, mostrando seu universo através dos olhos de um personagem tão maluco quanto o lugar em que está e as pessoas (e animais falantes) com quem interage.

Um dos pontos mais fortes de Moroi, sem dúvida, é sua narrativa e, mais ainda, sua ambientação e atmosfera. O jogo é adoravelmente bizarro, e realmente fiquei empolgado de ver qual ser estranho e acontecimento inusitado eu veria a seguir. Ainda que ele se exceda em alguns momentos, o saldo geral é bem positivo e suficiente para agradar o jogador.

Moroi
Sai fora. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

O ciclo de jogo de Moroi é dividido, basicamente, em dois grandes momentos: quando estamos tretando com as diversas bizarrices do mundo, e quando estamos tentando desvendar os diversos quebra-cabeças que colocam em nosso caminho. Fora isso, ficamos fazendo serviços para diversas personalidades em troca de chaves, armas, informações e outras coisas do gênero.

Em se tratando de pancadaria, o game se apresenta como um meio hack and slash com visão superior, na qual controlamos a movimentação do personagem com um analógico e a direção que ele se orienta com o outro. Para acertar os inimigos, basta virar para o lado em que eles estão e largar o braço sem dó nem piedade. Fora isso, podemos usar esquivas, equipar diversas armas de curto ou longo alcance e equipamentos secundários que mudam o funcionamento de certos itens que utilizamos.

As armas de Moroi, como disse, se dividem entre aquelas que machucam os inimigos de perto e aquelas que causam dor de uma distância agradável. Cada arma possui variantes, com forças e velocidades diferentes, e estamos sempre trocando entre uma e outra enquanto passamos pela prisão. O combate até que é bem responsivo, mas pode ser muito frustrante quando temos que lutar contra diversos inimigos ou chefes que batem de longe. Isso se dá, na maior parte do tempo, pelo fato do jogo nos cobrar uma mobilidade que ele simplesmente não consegue oferecer.

Moroi
Dano crítico! (Imagem: Divulgação)

O outro lado de Moroi são seus quebra-cabeças, que geralmente se resumem a encontrar alguma coisa no mapa e levar para quem quer que esteja precisando naquele momento. Ou, dependendo, entender como funciona um determinado padrão para poder resolver algum desafio simples de lógica necessário para fazer uma porta abrir ou coisa do tipo.

Bom, quase sempre é lógico. Diversos momentos do jogo me viram confuso correndo de um lado para o outro sem entender direito o que, ou quem, eu precisava encontrar para poder seguir meu caminho. As coisas nem sempre são claras, e por vezes o jogo nos pede para encontrar algo específico em seu cenário, muitas vezes escuro demais, ou entender alguma lógica bizarra que apenas os habitantes desse mundo poderiam compreender.

Em suma, a jogabilidade de Moroi acaba por se apresentar como um misto de sentimentos. Se por um lado o combate até pode ser visceral e empolgante, na maioria do tempo ele é frustrante demais para engajar. Se temos alguns puzzles engenhosos, na maioria do tempo ficamos perdidos sem saber o que fazer. Isso, infelizmente, é algo recorrente.

Moroi
O que você quer de mim? (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Os visuais de Moroi são bem interessantes, principalmente no que se trata dos cenários e dos diversos personagens que encontramos pelo nosso caminho. Contudo, as texturas são pouco definidas, tudo é muito escuro e, por vezes, é complicado de achar o que precisamos ou entender o que está acontecendo na nossa frente.

O mesmo se dá com a parte sonora, que possui alguns sons de ambiente muito legais e certas músicas que conseguem cair como uma luva em alguns momentos mais surreais ou tensos. Contudo, nada que realmente se prenda em nossa memória. Ah, temos legendas em nosso idioma!

Moroi
Alguns cenários são bem legais. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Moroi?

Moroi, leitores e leitoras, foi uma experiência tão curiosa quanto a premissa do título. Por vários momentos fiquei me sentindo fascinado com as doideiras que aconteciam na tela, envolvido com os personagens e suas peculiaridades e, por fim, impressionado com a violência de certos combates. No entanto, a maioria de meu tempo não teve nada a ver com essa sensação mágica.

Na verdade, foi me frustrando com o combate (principalmente em certos chefes), batendo de cara em alguns bugs bem chatos ou, ainda, ficando sem saber o que fazer em alguns puzzles mais tensos. Ou, ainda, caçando alguma coisa bem específico em um cenário que era um pouco escuro demais para encontrar seja lá o que o pato dentado que me deu uma missão queria achar.

No fim das contas, minha gente, Moroi acabou sendo uma experiência bem menos mágica e fantástica do que poderia ser. A premissa é boa, tem potencial e, ainda, consegue nos deixar bem impressionados em determinados momentos. Contudo, o conjunto da obra não favorece, principalmente na jogabilidade, o que acaba fazendo com que esse conto de fadas não seja tão fabuloso quanto poderia ser.

Moroi foi lançado para PC, via Steam, no dia 30 de abril.

*Review feita em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Good Shepherd Entertainment.

Moroi

BRL 46,99
6.3

História

7.0/10

Gameplay

6.0/10

Gráficos e Sons

6.0/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Premissa interessante
  • Legendado em português
  • Alguns momentos bem bizarros conseguem nos divertir bastante

Contras

  • Combate frustrante
  • Visuais escuros e pouco surpreendentes
  • Alguns puzzles são difíceis de entender
  • Bugs ocasionais

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.