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Mortal Kombat 11: Aftermath | Review

Um ano se passou após o lançamento de Mortal Kombat 11, e o título, que recebeu updates contínuos nesse tempo, acaba de ter sua história “kontinuada”, através da expansão Aftermath. Nascido de mais uma parceria bem sucedida da WB Games e  NetherRealm Studios, o pacote adiciona uma nova narrativa, continuando os eventos logo após o término do enredo apresentado no jogo base. De quebra, ainda traz três personagens jogáveis inéditos: o deus do vento Fujin e a rainha shokan Sheeva. Juntando-se a eles está Robocop, o policial ciborgue, ícone dos filmes de ação dos anos 80-90.

É importante deixar claro que o segundo ano de Mortal Kombat 11 trouxe diversas novidades além da expansão. Updates de balanceamento nos personagens, novos estágios e maneiras inéditas de finalizar o oponente no final do “kombate”. Lutadores podem agora utilizar o próprio cenário para acabar com seus adversários nos “stage fatalities” ou, estranhamente, fazer algo inofensivo e amigável para terminar a luta, os chamados “Friendships”.

Todo este conteúdo é gratuito. Total independente da expansão de história, então levem isso em consideração ao pensar em comprar o pacote Aftermath. Mas aqui, nosso objetivo é avaliar a expansão. Ela vale a pena? É suficiente para dar combustível novo a um jogo progressivamente mais antigo? Você confere agora, em mais uma crítica do Pizza Fria!

Uma realidade alternativa, ou não

A nova campanha, que pode ser finalizada em três horas, começa logo após a destruição da antagonista Krônica, com o feiticeiro Shang Tsung surgindo juntamente com os personagens Fujin e Nightwolf, para prevenir os heróis que será necessária mais uma viagem pelo tempo, a fim de resgatar um item específico da vilã, evitando que o universo entre em colapso.

Os diálogos e interações entre os personagens estão mais divertidos do que nunca. E a campanha permite ao usuário utilizar todos os seis lutadores DLCs parte da franquia lançados até agora (excluindo, assim, Coringa, Spawn, Exterminador e Robocop, que são personagens convidados). Dessa forma, mesmo que não tenha adquirido os combatentes durante o último ano, pode se ter um “gostinho” da sua jogabilidade.

Mortal Kombat 11: Aftermath
O feiticeiro Shang Tsung tem um grande papel no DLC (Imagem: Divulgação)

É fato que a campanha não adiciona, em termos práticos, quase nada à história e pode ser terminada de maneira muito mais veloz do que aquela encontrada no jogo base. Não significa, porém que não seja uma experiência divertida, inclusive por colocar o jogador na pele de vilões em certos momentos. Os capítulos focados em Sindel, Shao Kahn e Shang Tsung, principalmente, são divertidíssimos. O carinho com o fã brasileiro continua evidenciado, visto que a dublagem é maravilhosa e não deve em nada ao trabalho original.

Talvez a novidade mais empolgante de Mortal Kombat 11 seja o sistema de “Kustomização”. Nele, é possível modificar os lutadores com acessórios, trajes e até animações de apresentação e vitória, que podem ser desbloqueadas nos outros modos ou encontradas na Kripta. No entanto, o detalhe principal é a opção de escolher dentre diferentes golpes especiais.

Relembre o gameplay

Apesar das contínuas inovações,notamos que a jogabilidade ainda contém a essência do jogo base, que, diga-se de passagem é a melhor da franquia até hoje.

O jogador tem disponíveis barras “defensivas” e “ofensivas” que são independentes. Assim, podem ser usadas para manobras distintas para amplificar o dano ou se proteger com mais qualidade. Isso quebra o paradigma presente em vários outros títulos de luta, onde deve-se escolher gastar os recursos sacrificando ataque por defesa ou vice-versa .

Mortal Kombat 11: Aftermath
Batalhas violentas sempre foram a marca da franquia (Imagem: Divulgação)

É possível manter a ameaça sobre o oponente com golpes especiais melhorados, ao mesmo tempo que se pode sempre considerar queimar o medidor para quebrar um combo adversário e se manter seguro.

Mil maneiras de surrar o oponente

Contribuindo mais ainda para a economia de recursos, surge uma nova classe de golpe chamada “Fatal Blow”. Podendo ser acessada, somente, quando um personagem atinge a marca de 30% de sua vida, a manobra incia uma animação estendida, que confere dano enorme no oponente. Tal golpe também tem medidor próprio, o que diferencia do “X-Ray”, movimento semelhante usado em jogos anteriores da franquia. Este último também utilizava a mesma barra usada para amplificar golpes especiais ou interromper avanços inimigos. Assim, na prática, era muito pouco usado.

Mortal Kombat 11: Aftermath
Os fatal blows oferecem uma cena brutal de alta qualidade e um dano igualmente brutal ao adversário (Imagem: Divulgação)

Outra modalidade de golpes que chegaram em Mortal Kombat 11: Aftermath são os “Krushing Blows”, uma versão mais forte de certos ataques, especiais ou não, que causam um efeito estilo “Raio X”. Alguns apenas conferem mais dano se comparados às suas versões originais, outros, porém, abrem espaço para aumentar combos.

Cada um desses movimentos são ativados em situações específicas, algumas mais fáceis de acessar, como acertar a mesma manobra especial três vezes. Outros requerem mais planejamento, como “ser o primeiro golpe que você acerta na partida”.

De qualquer maneira, não deixa de ser um elemento criativo estimula o jogador a conhecer todos os personagens. Saber os requerimentos de ativação de um desses golpes influi diretamente em vencer lutas de maneira mais efetiva, da mesma maneira que evitar que seu oponente consiga ativar os dele.

Kombate ao seu modo

Mortal Kombat 11: Aftermath
Os personagens podem ser customizados em aparência e habilidades (Imagem: Divulgação)

Também digno de nota é o sistema de “kustomização” de Mortal Kombat 11. Mais que a edição estética dos lutadores, o jogo oferece a capacidade de equipá-los com diversas habilidades disponíveis em uma lista, individual para cada combatente. Assim, o usuário pode criar variações próprias de seus personagens favoritos, o que traz uma experiência muito mais pessoal do que as oferecidas nos jogos anteriores.

Vale a pena comprar Mortal Kombat 11: Aftermath?

Mortal Kombat 11 como um todo é uma experiência obrigatória para fãs da franquia e qualquer pessoa que se interesse por jogos de luta. A expansão, porém, é outra história, infelizmente. Com um preço inflado, que varia de R$ 129,99 a R$ 164,90, para PlayStation 4Xbox OneNintendo Switch e PC, via Steam, por uma campanha de poucas horas e três personagens, o pacote se torna pouco atrativo, principalmente se compararmos com o jogo base, que atualmente custa 199 e traz 21 lutadores e uma narrativa histórica que é duas vezes maior. O conjunto com o game e a expansão varia entre R$ 199,99 e R$ 249,99.

É triste ter que incluir esse raciocínio sobre preços na avaliação da qualidade de uma expansão. Mas neste caso, é um fator grande demais para ser desconsiderado. Aftermath oferece qualidade na campanha e personagens divertidos. Se os valores diminuíssem um pouco, certamente eu recomendaria com toda a alegria do mundo.

*Review elaborada no PlayStation 4 padrão, com código fornecida pela WB Games.

Mortal Kombat 11: Aftermath

7.8

História

8.0/10

Jogabilidade

10.0/10

Gráficos e Sons

9.0/10

Extras

4.0/10

Prós

  • Campanha pequena, mas feita com qualidade
  • Diversas novidades gratuitas no gameplay

Contras

  • Preço desproporcional ao conteúdo

João Gabriel Marques

    Jornalista e Videomaker por formação, entusiasta de filmes e jogos por gosto. Gosta de coisas complicadas que explodem o cérebro e de coisas bestas que desligam o mesmo.