The Plucky Squire (O Escudeiro Valente) | Preview
The Plucky Squire, conhecido como O Escudeiro Valente no Brasil, foi anunciado em 2022 e rapidamente chamou a atenção do público e da imprensa. Além dos belíssimos visuais, o estilo de gameplay que prometia mesclar 2D com 3D, e o fato de viver e alterar uma história de contos de fadas foram atrativos suficientes para conquistar minha atenção. No ano passado, o trailer apresentado no PlayStation Showcase arrebatou ainda mais fãs para o título, que enfim, teve sua data de lançamento confirmada para o dia 17 de setembro.
À convite da Devolver Digital, pude conferir uma build de preview de O Escudeiro Valente, que traz o começo do jogo. Em pouco mais de 3 horas de gameplay, já deu pra ver que o game, exalando criatividade e um bom trabalho da All Possible Futures, promete muito. Sem mais delongas, vem comigo em mais uma preview do Pizza Fria!
Um brinde à criatividade
O Escudeiro Valente é, possivelmente, o jogo mais criativo que eu já joguei. E eu não digo isso no calor do momento de quem acabou de ter uma experiência fantástica jogando apenas os quatro primeiros capítulos de um game que promete muito, mas sim, com embasamento de quem já conferiu títulos e obras de diferentes gêneros e estilos de gameplay, mas que, vira e mexe, acaba voltando para os famosos jogos de plataforma, que arrebataram um sucesso até o começo dos anos 2000.
Se todo esse sucesso começou com as franquias Mario e The Legend of Zelda, ainda no Nintendinho, passando pelo Sonic nos consoles da SEGA, e indo até o Crash, no PlayStation, não houve criança com acesso a um videogame que não tenha conhecido nenhuma dessas quatro franquias entre as décadas de 1980 e 2000. O estilo acabou caindo em uma certa desconfiança, talvez por oferecer poucas novidades com o passar do tempo. O cenário foi mudando aos poucos, com alguns excelentes títulos sendo lançados nos últimos anos, chegando ao ápice com o Super Mario Bros. Wonder, disponibilizado em outubro do ano passado, que simplesmente disse: “olha, ainda tem jogo nesse estilo”.
O desenvolvimento de O Escudeiro Valente já estava em andamento, mas não era público. Como disse acima, jogar o game foi realmente uma experiência fantástica, que ressalta que há espaço para inovação no mercado gamer, mesmo dentro de gêneros tão clássicos e saturados. E eu vou tentar explicar o porquê…
Um livro interativo… ou não!
A proposta de O Escudeiro Valente era colocar o jogador no centro de uma história literária, mas que é totalmente jogável. E isso funciona muito bem. Nosso herói é Pontinho, o Escudeiro Valente, que vive no Reino de Mana, um “lugar de criatividade”. Temos também nossos inseparáveis amigos, Violeta e Batera, e somos guiados pelo mago Barbaluar, em uma missão que é aparentemente inofensiva: checar porque raios verdes estão caindo e enfrentar o poderoso mago Enfezaldo, que provavelmente é o responsável por isso tudo.
De fato, Enfezaldo é quem está por trás de toda essa algazarra, mas ele é mais safo do que imaginamos. Ao perceber que é o personagem de um livro, Enfezaldo encontrou o livro, o Escudeiro Valente, dentro do livro, e percebendo que era o vilão dessa narrativa e sempre perderia para Pontinho, criou um feitiço para expulsar nosso herói da sua própria história! Imperdoável, não é? Assim tem começo essa narrativa, que se desenvolve nos primeiros dois capítulos do game.
Dessa forma, O Escudeiro Valente se comporta como um jogo de plataforma em 2D quando estamos no livro. A câmera, na maioria das vezes, tem um estilo top-down, embora existam páginas (que são como os mapas da vez) que estejam na vertical e na horizontal, mudando a perspectiva do jogo para uma visão lateral. Ao sair do livro, assumimos uma perspectiva em 3D, no quarto do Sam, que é fã de Pontinho e do livro que estrelamos.
E isso é muito interessante pela forma como O Escudeiro Valente desenvolve essa narrativa. Ao quebrar a “quarta parede” da sua própria história, Pontinho sai do livro, mas consegue retornar após adquirir um artefato, dando um toque de humor ainda mais leve à narrativa que parece ter saído de um conto infantil, mas com um gameplay tão gostoso que com certeza vai atrair diferentes públicos daqueles que originalmente o título foi pensado.
As mecânicas de jogabilidade são bem variadas, por conta dessas perspectivas diferentes. Fora do livro, Pontinho só tem poderes se estiver com sua espada – o que não acontece na primeira vez em que é expulso. Mesmo assim, ele só pode enfrentar inimigos que também foram expulsos do livro por Enfezaldo. Há besouros no quarto de Sam, e os trechos de gameplay nessa parte lembram muito Little Nightmares, com nosso herói devendo se esgueirar para não ser visto e destruído por esses “monstros”.
O combate em si não inova e é bem clássico: batemos com a espada, adquirimos golpes novos, como um ataque de longe, temos uma barra de corações para representar os pontos de vida e é isso. Mas há pontos onde o game simplesmente dá uma virada de chave que me arranca um sorriso. No primeiro capítulo, temos uma luta de boxe para derrotar um chefe. No quarto capítulo, lutamos dentro de uma carta, ao melhor estilo dos RPGs de turno antigos. Simplesmente incrível e diferente de tudo aquilo que já vi.
E tudo isso vem acompanhado de uma excelente localização em português do Brasil. Por mais que eu tenha pegado um trecho específico onde não havia localização, é incrível em como tudo foi traduzido e adaptado ao nosso idioma. O jogo não funcionaria bem sem uma localização e sem o pleno entendimento do que fazer. Afinal, é um livro! Uma das mecânicas mais interessantes é que há trechos onde podemos trocar as palavras de lugar e, assim, alterar o cenário e abrir caminhos para prosseguir em nossa aventura.
A chave de ouro na localização até aqui é que temos um narrador em português para a história, que embora não esteja presente em 100% do game, é uma adição que foi surpreendente.
O estilo visual nesse começo do jogo também é chamativo. Cores bem vivas dentro dos livros, indicativos visuais de peças interativas que realmente remetem aquilo que lia na infância, e um ambiente em 3D fora dele que é muito interessante, e que se alternou nesse começo de narrativa. Já estou curioso para saber como essa história vai prosseguir.
O que esperar de The Plucky Squire (O Escudeiro Valente)?
Minha experiência inicial com O Escudeiro Valente é só elogios e ouso dizer que caminhamos para uma verdadeira obra prima dos jogos de plataforma. Se o título vai se perder ou não no meio da narrativa, ao ponto de se tornar repetitivo, eu não posso dizer, mas dada a criatividade apresentada nesse começo de história, as variadas mecânicas de gameplay e os gráficos vívidos e variados, eu chutaria que não.
O lado bom é que não precisamos esperar muito para ter essa resposta. The Plucky Squire (O Escudeiro Valente) chega para PC, via Steam, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch no dia 17 de setembro, com assinantes do PS Plus podendo adicionar o jogo à sua biblioteca como parte da assinatura mensal. Nossas opiniões completas você confere aqui no Pizza Fria, em breve!
*Preview elaborada em um PC equipado com uma RTX com código fornecido pela Devolver Digital.