PIONER | Preview
Desde quando ouvi falar de PIONER, percebi diversos jogadores comentando as similaridades entre o título da GFA Games, que será lançado para PC, via Steam em algum momento de 2025, com as franquias Fallout, S.T.A.L.K.E.R. e até mesmo com o extraction shooter Escape From Tarkov. Daí, logo fiquei interessado, sobretudo por curtir demais o gênero MMOFPS. Mas, é aquilo, né? Sempre que surge algo bom demais para ser verdade, acabo ficando meio cético. Trailers ótimos, anúncios de novidades melhores ainda… Enfim, tudo isso me deixa com um pé atrás. Portanto, nesta preview, irei contar em detalhes as minhas impressões dessa prévia e que esperar deste novo shooter. Vem ver!
Uma história bem louca
PIONER nos transporta para uma realidade alternativa onde tudo deu errado, apresentando uma ilha soviética isolada, chamada Tártaros, totalmente destroçada por criaturas bizarras. Assim, o lugar virou o palco de um desastre tecnológico e agora está totalmente infestada de criaturas mutantes, anomalias cósmicas, artefatos bizarros e facções querendo arrancar até a última gota de recurso do lugar. Enfim, uma verdadeira loucura. Eu até cheguei a relembrar um pouco da franquia Metro, mas… não. Bem longe disso.
No game, jogamos como um ex-agente de uma organização especial, sobrevivente no meio desse caos, tentando entender o que raios está rolando ao nosso redor. E, enquanto isso, temos de lutar para não virar comida de bicho radioativo. Tudo isso em um mundo aberto dividido em setores, com zonas seguras, áreas PvP ainda mais caóticas e até modos de extração à la Escape from Tarkov, onde o risco é alto e a recompensa também. Enfim, o jogo mistura uma série de estilos, deixando a história meio de lado. Na real, é algo meio genérico, mas é sempre bom ter um paninho de fundo, né?

Estilos variados de jogo, maaas…
PIONER é aquele jogo que quer abraçar tudo ao mesmo tempo, e isso é meio surreal pra um jogo indie: tem PvE com missões e bosses mundiais, tem PvP selvagem nas zonas mais tensas da ilha, e ainda mistura isso tudo no modo PvPvE, onde você coleta loot precioso e tenta sair vivo antes que outro jogador te encontre (e te elimine, claro). E, para melhorar a situação, temos de lidar também com necessidades básicas tipo fome, sede e descanso. Sim, além de sobreviver aos mutantes e aos outros jogadores, você ainda vai ter que lembrar de comer. Vida difícil no apocalipse…
Porém, ao jogar e analisar não só toda essa mistureba, mas também outros aspectos, achei o jogo meio exagerado demais em sua proposta, acabando por não ficar tão bom em praticamente nenhuma de suas ideias. A sensação que ficou é a de que o jogo é extremamente genérico em sua essência. Aliás, os gráficos, feitos na Unreal Engine 4, estão totalmente defasados. Isso não seria um problema se a jogabilidade fosse legal, claro. Mas até nisso, PIONER peca. A sensação dos comandos não é muito legal, a narrativa é esquisita e os personagens totalmente robotizados e sem sal. Os inimigos são toscos, e nem a trama russa encanta.

O combate do jogo é muito simples. No entanto, algo aqui é positivo: as armas são customizáveis, com modificações que mudam totalmente a nossa forma de jogar. Além disso, para cada tipo de inimigo, é bom utilizarmos uma arma diferente, talvez por atingirem fraquezas. Isso sem falar nas facções, que não estão só de enfeite: elas oferecem missões, alteram sua relação com o mundo e dão um toque RPG que não é novidade nos MMOFPS. Porém, é interessante ressaltar que o título está em uma versão prévia, e pode trazer aprimoramentos em alguns dos pontos citados. Contudo, duvido muito que mudarão gráficos e que deixarão a jogabilidade poderá ficar redondinha. Posso estar enganado, mas…
Assim, é possível dizer que a ideia de PIONER parece ser muito boa, mas quando começamos a jogar, percebemos que não é bem assim que a banda toca. Não que o jogo seja horrível, mas temos tantos jogos potentes nesse mesmo estilo, que até serviram de comparação para ele na introdução, que a experiência acaba minguando absurdamente. Portanto, não gosto de colocar água no chope de ninguém, mas a minha expectativa, que era bem alta, foi pelo ralo.

O que esperar de PIONER?
PIONER tá em desenvolvimento desde 2021 e, desde então, teve anunciado um possível lançamento em 2024, que não aconteceu. Agora, dizem os desenvolvedores que lançarão o game em 2025, o que acho mais possível. E, como levantei no começo deste texto, ele ainda não está dando conta de tantas coisas, sendo mais uma promessa do que algo concretizado. Bem, pelo menos nesta preview. Com tantos sistemas misturados — PvP, PvE, sobrevivência, personalização, narrativa, a coisa fica complexa demais. Mas, a ideia até que é boa e o jogo não é terrível de todo modo. Só não consegue chegar perto dos grandões mencionados.
Outro problema que tive foram alguns bugs. Agarrei em partes do mapa, o jogo travou uma ou duas vezes, os diálogos não seguiam os lábios dos personagens. Enfim, tudo aquilo que não faz lá tanta diferença, mas que, no conjunto da obra, acaba por nos irritar.
Trazendo gráficos da Unreal Engine 4, que já estão defasados, uma jogabilidade meio confusa e sem graça, uma narrativa esquisita, com personagens muito mal articulados, PIONER ainda tem muito a melhorar. Porém, por conta dessa visão prévia que tive, dificilmente consigo dizer que o jogo trará grandes coisas para o mundo dos games. Acho que fui enganado por uma ótima edição de trailers e, com isso, acabei ficando completamente frustrado com minha experiência. Espero que os desenvolvedores consigam acertar algumas coisas, pois o potencial existe. Veremos…