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Rainbow Skies | Review

Rainbow Skies é um jogo de RPG, focado em exploração e com combate de turnos, desenvolvido pela SideQuest Studios e publicado pela Eastasiasoft. O título nos coloca no controle de um trio de aventureiros que se encontram presos pelo elo mais forte já visto nesse mundo: uma boa e velha magia que os impede de ficarem a mais de alguns poucos metros de distância uns dos outros. Clássico.

E aí, será que vale a pena nos envolvermos nas tretas desse trio ternura? É o que veremos agora, em mais uma bela análise do Pizza Fria.

Sai da minha aba, sai pra lá

Rainbow Skies, leitores e leitoras. Eu já não ouvi falar nesse nome antes? Em algum evento pelo mundo, será? Ou em alguma de minhas aventuras? Não, possivelmente em um suave e agradável sonho de verão. Já sei! Se bem me recordo, esse título foi lançado pela primeira vez faz um tempo já, em um console obscuro e amaldiçoado chamado PS Vita. Bons tempos.

Lembro de ter curtido a premissa, da primeira vez que o vi, por conta de seu enfoque em quantidade de conteúdo, inimigos, missões e tudo mais. Dado o fato que seu aparelho original era portátil, uma aventura longa cairia muito bem. Principalmente para ajudar a matar o tempo naquelas viagens chatas e intermináveis, ou nas horas sentado no ponto esperando um ônibus que nunca viria.

Mas os tempos mudaram, caros leitores! Estamos no ano 2023, nem se fala mais do último portátil da Sony e o terreno dos jogos móveis já não é mais o mesmo. É nessa dinâmica que Rainbow Skies entra em cena, novamente, tentando recapturar o velho agrado do público e recuperar seu lugar no mercado cada vez mais disputados de RPGs, principalmente no pequenino poderoso da Nintendo.

Rainbow Skies
Que a aventura comece! (Imagem: Divulgação)

Rainbow Skies conta a história de três personagens, amigos por necessidade e aventureiros por vocação. Começamos a trama acompanhado Damion e Layne, dois rapazes que vivem em uma cidade que paira nos ares. Eventos (quase) fora do controle de nossos camaradas fazem com que eles sejam lançados de sua casa em direção ao solo, caindo na frente da maga Ashly justo na hora que ela lançava um feitiço de dominar e prender monstros. Que azar. Agora, o trio está preso por um encantamento difícil de quebrar, e única maneira que sair dessa roubada é meter o pé na estrada até encontrar um bruxo forte o bastante para desatar esse nó.

As coisas vão tomando rumo diferente do esperado, mas nada que vá tornar o título um primor ou um divisor de águas em se tratando de narrativa. Contudo, a ideia daqui é só ter uma motivação básica para explorar o mundo, algo que nos mantenha em locomoção enquanto enfiamos a cara em cavernas cheias de teias de aranha e os pés em mares cheios de tubarões.

Os personagens, ao menos, são bem escritos e divertidos. Rainbow Skies não se leva a sério, nem um pouco, e isso foi uma fonte de diversão e aproveitamento para mim durante toda sua duração. Por exemplo, Damion é conhecido por ser muito corajoso e leal, mas consideravelmente tapado e com pouca atenção e retenção de conteúdo. Sendo assim, boa parte dos tutoriais das (várias) mecânicas do jogo fazem graça de sua grande dificuldade de entender até o mais simples dos conceitos.

Rainbow Skies
Nosso destemido herói, acordando de ressaca em dia de prova. (Imagem: Divulgação)

Uma coisa que posso dizer logo de cara é que Rainbow Skies possui uma quantidade considerável de mecânicas e coisas para se fazer, mais do que eu poderia ou gostaria de colocar aqui. Afinal, parte da diversão é descobrir, não é mesmo? Mas, posso ao menos falar de maneira geral para que possamos ver o lado bom e o lado ruim da questão.

Em se tratando de tretas, o título fornece o bom e velho combate em turnos. Cada hora um anda, uma quantidade de quadrinhos de acordo com seus atributos, e também pode bater ou usar magias. Evoluir os bonecos, com níveis e pedras de habilidade, libera novos golpes e melhora a distância que podemos percorrer. Até ai, tudo bem. O único ponto ruim é que o jogo nos obriga a andar para cima de um inimigo para atacá-lo, e isso pode ser meio estranho de fazer quando somos obrigados a acompanhar a confusão de um ponto de vista isométrico. Por muitas vezes me vi andando para longe quando o que queria era dar uma sapatada na cara de um troll.

Fora isso, a parte de combate funciona como o devido. Podendo ser, até, bem desafiadora e divertida. O título nos dá a opção de aumentar a dificuldade gradativamente, conforme vencemos batalhas desafiadoras dentro da que estivermos no momento. 10 vitórias no rank 2 nos promove para o 3, e por aí vai. Levando em conta que lutar é parte corriqueira da jornada, é bom que tenha variedade. Acreditam que até podemos capturar e criar nossos próprios monstrinhos? E transformá-los em máquinas de destruição? Excepcional.

Rainbow Skies
Pancadaria honesta e intensa. (Imagem: Divulgação)

Fora das brigas, Rainbow Skies ainda oferece uma quantidade surpreendente de conteúdo e coisas para se fazer, mais do que costumamos ver em jogos do estilo. Salvo o arroz de feijão de quests e subquests, também podemos explorar mapas, procurar tesouros, navegar, criar e melhorar itens, buscar coisas escondidas em cada cantinho de cada lugar, encontrar masmorras secretas, pescar, e um tanto mais. É realmente louvável a criatividade e cuidado para criação dessas mecânicas.

Realmente, isso é algo que favorece muito o fator rejogabilidade, e ajuda que não nos sintamos travados ou entediados o tempo todo. Sempre tem algo novo para descobrir, uma conquista, uma arma, um novo monstro, enfim. Sempre uma cenoura na ponta da corda para irmos atrás. Infelizmente, nem tudo que brilha é ouro, não é mesmo?

Um problema inerente a esse tipo de estratégia é que, por vezes, algumas mecânicas de Rainbow Skies parecem ter sido implementadas apenas para constar. Além disso, é fácil se sentir confuso e sufocado com o esforço que o título faz para nos agradar e apontar para a próxima coisinha brilhante que precisamos perseguir. Sabe quando visitamos aquele parente que, de tanto querer ser o anfitrião perfeito, acaba sendo um mala? Bom, poderíamos pensar que o mesmo acontece aqui.

Contudo, nada que desmereça a quantidade de mecânicas divertidas e bem implementadas. O ponto é que o excesso acaba causando mais danos do que a falta, em determinados momentos, e um carinho maior em alguns aspectos vencedores poderiam ajudar a elevar a experiência a pontos que, da forma que foram desenvolvidos, ela não pôde alcançar.

Rainbow Skies
Um universo de possibilidades. E peixes. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Rainbow Skies tem visuais bem fofinhos, ainda que decidamente last gen. Temos modelos bem exagerados e coloridos, com uma boa variedade de cenários e elementos aparecendo na tela. Um problema disso é que logo de cara o título nos acerta com uma sobrecarga de informações e emoções, o que pode dar um leve susto e, talvez, uma pequena pane no sistema. Mas, por outro lado, todos os equipamentos que colocamos aparecem em nossos personagens. É o máximo, e deve ser celebrado.

O departamento mais pobre, temo, é o sonoro. Temos uma quantidade baixa de sons, e nenhuma dublagem. Além disso, a trilha sonora é bobinha e pouco inspirada, ainda que relaxante. Em um ano de WrestleQuest, essa disparidade fica ainda mais visível.

Rainbow Skies
Que confusão! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Rainbow Skies?

Podem rir, suas pequenas hienas. É a hora mais assustadora do dia, na qual devemos dar valores concretos para conceitos abstratos. Que absurdo! Mas, tais são os fatos. Por isso, vamos parar e pensar sobre nosso papo até agora para tentar responder a questão da [insira hora do dia aqui, leitor e leitora]: Rainbow Skies compensa?

Bom, eu achei o combate do jogo bem divertido, com variedade tanto dos protagonistas quantos dos nossos monstrinhos. Além disso, o título é bem divertido e engraçado, sem se levar a sério. A diversidade de mecânicas mantém a experiência sempre fresca, aumentando a vida útil da parada e nos dando sempre outro motivo para voltar.

De negativo, eu citaria as dificuldade em controlar a câmera em combate, dada sua angulação, e a confusão visual que permeia boa parte da interface do jogo. Além de seu departamento sonoro nada exemplar. Uma última cutucada seria nas mecânicas implementadas mais para fazer volume do que para dar qualidade ao conjunto da obra.

Mas, tudo em tudo considerado, não posso dizer que não curti meu tempo com Rainbow Skies. O título não é perfeito, nem de longe. Mas, diverte. E, ao fim do cabo, não é isso que importa? Sendo assim, se RPG for seu estilo, acredito que vá gostar do que encontrará aqui.

Rainbow Skies está disponível para PlayStation 4 e chega nesta sexta, 11, para Nintendo Switch.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela eastasiasoft.

Rainbow Skies

+ R$ 85
7

História

7.0/10

Jogabilidade

7.0/10

Sons e Visuais

6.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Muitas mecânicas e coisas para fazer
  • Domar monstros é bem divertido
  • Sempre estamos ganhando algo, ou avançando em algum objetivo
  • Equipamentos aparecem nos personagens
  • Bastante conteúdo

Contras

  • Câmera atrapalha andar durante as tretas
  • Departamento sonoro pobre
  • Interface confusa
  • Algumas mecânicas poderiam ser mais bem trabalhadas

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.