Red Dead Redemption | Review
Foram longos 14 anos, mas finalmente Red Dead Redemption, a épica história de John Marston, chegou aos PCs com melhorias gráficas e desempenho sólido, mas sem escapar de críticas às suas limitações técnicas – muitas delas, oriundas da própria idade do game.
De toda forma, a estreia de Red Dead Redemption nos computadores é um marco aguardado há muito tempo pelos fãs da Rockstar. Preso por anos nos consoles de sétima geração e em soluções alternativas como emulação, o jogo foi relançado em 2023 para PlayStation 4 e Nintendo Switch, e só agora – 14 anos depos do lançamento original – ganha uma versão oficial para computadores, trazendo a história de John Marston para um novo público e dando aos veteranos uma chance de reviver o clássico em resoluções modernas e taxas de quadros maiores. Porém, o port, embora competente, traz suas próprias questões que geram discussões entre os entusiastas.
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A história de redenção de John Marston
A história de Red Dead Redemption é um dos grandes pilares que sustentam o título. Assumimos o papel de John Marston, um ex-integrante da gangue Van der Linde, que é forçado pelo governo a caçar e matar seus antigos companheiros em troca da liberdade de sua família. Com sua esposa e filho mantidos como reféns, Marston embarca em uma jornada pelo Velho Oeste para acertar as contas com seu passado.
Essa narrativa se torna ainda mais impactante quando conectada aos eventos de Red Dead Redemption 2. Jogadores que vivenciaram a história de Arthur Morgan e a ascensão e queda da gangue Van der Linde certamente vão encontrar uma nova camada de profundidade na história de Marston. A luta pela redenção ganha um peso emocional ainda maior, tornando suas interações com personagens como Dutch van der Linde e Bill Williamson um misto de nostalgia e tristeza.
Além disso, a escrita da Rockstar continua impecável, e ainda melhor. Os diálogos são ricos, os personagens são memoráveis e momentos que desafiam a moralidade do jogador. John Marston não é um herói clássico; ele é um homem em busca de paz, lutando para deixar um legado diferente do caos que marcou sua vida anterior. Essa complexidade faz com que Red Dead Redemption não seja apenas um jogo de ação em mundo aberto, mas sim, é parte de uma das narrativas mais envolventes já criadas.
Gameplay que envelheceu bem, mas mostra suas raízes
Embora seja um jogo de 14 anos, Red Dead Redemption mantém uma jogabilidade sólida e imersiva. O equilíbrio entre exploração, combate e momentos narrativos cria uma experiência fluida, mesmo em 2024. Ainda assim, é impossível ignorar que o título carrega as marcas de sua época, com algumas mecânicas que podem parecer rígidas ou ultrapassadas para os padrões modernos.
O sistema de combate continua sendo um dos destaques. A habilidade “Olhos da Morte” oferece um dinamismo único aos tiroteios, permitindo que os jogadores desacelerem o tempo para marcar múltiplos alvos, trazendo um impacto visual e funcional, garantindo que cada confronto pareça tenso e significativo.
Outro aspecto que envelheceu bem é o design de mundo aberto. Apesar de ser menor do que muitos jogos modernos, o Velho Oeste de Red Dead Redemption é vivo, repleto de encontros aleatórios, atividades paralelas e ambientes que exalam personalidade. Explorar a paisagem desértica a cavalo, participar de jogos de pôquer em saloons ou caçar criminosos são experiências que, embora simples, continuam recompensadoras.
No entanto, algumas limitações começam a se destacar. A movimentação de John Marston, por exemplo, pode parecer rígida em comparação com a fluidez de Red Dead Redemption 2. Além disso, o sistema de moralidade, embora inovador na época, parece menos complexo em um mundo onde jogos como The Witcher 3 elevaram as interações de escolha e consequência a outro patamar.
Melhorias técnicas e limitações do port
A versão para PC traz avanços importantes, mas também destaca áreas onde o jogo poderia ter recebido mais atenção. Entre os pontos positivos, temos suporte a tecnologias modernas como DLSS, FSR, geração de quadros e ultrawide. Jogadores podem aproveitar Red Dead Redemption em resoluções de até 8K, com taxas de quadros desbloqueadas até 144 fps.
O port também é surpreendentemente estável. Testado em um computador com uma GeForce RTX 2080 e um Ryzen 5 7600X, o jogo mantém uma performance sólida, sem problemas de stuttering ou bugs aparentes, rodando com taxa de quadros acima de 60 FPS em resolução 4K, com gráficos pré-definidos no Ultra – já incluindo uma geração de quadros via DLSS neste modo.
Por outro lado, outros aspectos deixam a desejar. As texturas e modelos de personagens permanecem praticamente inalterados em relação à versão original, evidenciando a idade do jogo. Além disso, a falta de recursos modernos como ray tracing e modos de fotografia reforçam a sensação de que este é um port funcional, mas não ambicioso.
No entanto, o principal destaque do port é a localização oficial para o português do Brasil. Agora, todo o jogo ganhou suporte ao nosso idioma – o que já estava disponível no relançamento para PlayStation 4 e Nintendo Switch em 2023, mas é importante frisar, já que esse recurso não estava presente no lançamento original, em 2010.
É importante frisar que o port traz cheats de fábrica, que podem ser configurados diretamente no menu do jogo, o que pode auxiliar e/ou alterar o gameplay conforme o desejo do jogador. Também vale a menção que o modo online, disponível no jogo original, não está presente, assim como no port para consoles do ano passado. O pacote traz apenas a experiência singleplayer.
Trilha sonora: a alma do Velho Oeste
A trilha sonora de Red Dead Redemption continua sendo um dos elementos mais marcantes do jogo. As composições acompanham perfeitamente a jornada de Marston, desde momentos de calmaria até cenas de ação frenética, conectando o jogador ao universo do Velho Oeste.
Jogadores que experimentam o título pela primeira vez no PC descobrirão que a trilha sonora é um dos elementos que envelheceram melhor, continuando a transmitir emoção e contexto de maneira única.
Undead Nightmare: uma mudança de tom divertida
Falando rapidamente, a expansão Undead Nightmare, incluída no port para PC, adiciona uma camada extra de diversão ao transformar o mundo de Red Dead Redemption em um apocalipse zumbi. Embora seja mais leve e menos impactante do que a campanha principal, a expansão oferece uma experiência única, com missões hilárias e encontros sobrenaturais que mostram o lado mais experimental da Rockstar.
Vale a pena comprar Red Dead Redemption para PC?
Red Dead Redemption para PC é uma oportunidade de ouro para reviver um dos maiores clássicos dos games. Sua narrativa poderosa, jogabilidade envolvente e o mundo vibrante do Velho Oeste continuam a cativar, mesmo 14 anos após o lançamento original. Para nós, brasileiros, ficou ainda melhor com a localização em nosso idioma.
No entanto, o port não é perfeito. Embora entregue uma performance sólida e suporte a tecnologias modernas, ele carece de ambição em áreas como modelos de personagens e recursos modernos. E o pacote completo ainda é vendido ao preço cheio: R$ 249,50, o que é um preço um tanto elevado para uma recomendação incondicional, especialmente para quem já jogou o título anteriormente.
Dito isso, para novos jogadores, esta é a melhor forma de vivenciar a jornada de John Marston. Para os veteranos, o port oferece uma chance de revisitar o Velho Oeste em resoluções e taxas de quadros inéditas. Apesar de suas limitações, Red Dead Redemption continua sendo uma experiência indispensável para qualquer fã de narrativas bem contadas.
Red Dead Redemption, ao lado da expansão de terror de zumbis Undead Nightmare, foi lançado para PC, via Rockstar Store, Steam, e Epic Games Store, no dia 29 de outubro. O game chegou em 2023 para Nintendo Switch e PlayStation 4.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Rockstar Games.