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The Last Plague: Blight | Preview

The Last Plague: Blight é um jogo criado pelo Original Studios para PC via Steam, que traz consigo uma premissa de simulador de sobrevivência em mundo aberto, algo que não é necessariamente uma grande novidade para os jogadores. Assim, ele traz consigo todo aquele cenário de construção e sobrevivência em um mundo assolado por uma praga desconhecida, que aparece para nós como uma estranha névoa verde, que “intoxica” nosso personagem se não tomarmos os devidos cuidados.

Essa proposta se parece com a de vários títulos, e a nossa ideia nesta prévia é a de mostrar justamente o que há de igual e de diferencial neste título, que chega em acesso antecipado neste dia 3 de outubro. Confira nossas impressões abaixo!

Uma narrativa comum em um mundo cada vez mais possível

Pois bem, a narrativa de The Last Plague: Blight é bem clichê, nos colocando em um mundo assolado por uma doença misteriosa, conhecida como a Praga, que deixou a Terra desolada e totalmente coberta por natureza selvagem. Até aí, nada de novo sob o sol. Assim, nós assumimos o papel do último sobrevivente da humanidade, que, após escapar dos efeitos devastadores da praga, se encontra totalmente solitário, exausto e faminto. No entanto, em meio a toda essa situação, surge uma esperança, quando uma figura enigmática aparece, oferecendo a chance de lutar contra a praga e salvar o mundo. A jornada, porém, será árdua e cheia de desafios.

Assim, The Last Plague: Blight se desenrola para nós, mas com muitos desafios, em uma progressão condizente com a ideia de simulação, em que precisamos transformar matérias-primas disponíveis na natureza em uma infinidade de ferramentas e apetrechos. Neste ponto, a narrativa não apresenta nada de inédito, sendo bem simples. Afinal, o foco aqui não é necessariamente ela, mas a questão da sobrevivência, ponto este que tem uma grande complexidade.

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Construir sua moradia não é tão fácil quanto em outros jogos. (Imagem: Divulgação)

Sobreviver é mais difícil do que parece

Imagine… o mundo está tomado por uma praga, você não sabe o que fazer e precisa se virar para sobreviver. Pois é, The Last Plague: Blight nos coloca exatamente nessa situação, sendo bem imersivo neste ponto. Na verdade, é imersivo até demais, e tem uma progressão bem lenta e trabalhosa. Portanto, o jogo oferece uma experiência autêntica e realista de como resistir a uma doença desconhecida que dizimou a humanidade. Assim, para bebermos água limpa, sem estar contaminada pela doença que assola a Terra, teremos de ferver a água antes. Agora, pense que você terá que gerir todas as necessidades básicas do personagem, como hidratação, energia, fome, sono e por aí vai. É difícil…

Então, para sobrevivermos a esta situação caótica, será necessário coletar uma infinidade de recursos naturais, cozinhar alimentos, tratar materiais para criar ferramentas e construir abrigos. Mas acredite, ainda tem como ficar mais complexo. Teremos também de lidar com mudanças climáticas severas, criaturas selvagens e tudo o que te rodeia em um mundo totalmente gerado proceduralmente, onde a cada partida é muito fácil de se perder. Ou seja, se você quer mesmo uma aventura imersiva de sobrevivência, The Last Plague: Blight traz isso de maneira extremamente minuciosa. Particularmente, achei detalhado demais, e a jogabilidade acaba sendo comprometida.

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Para construir um único tijolo, você precisará fazer uma dezena de coisas antes… (Imagem: Divulgação)

Felizmente, a ideia de The Last Plague: Blight funciona melhor ao enfrentar esse ambiente com alguns amigos, no modo cooperativo online. A colaboração entre até quatro jogadores pode facilitar a sobrevivência e a luta contra a praga, algo que deixa a experiência mais dinâmica e envolvente, sem contar na resenha que rola a cada jogatina. No meu caso, infelizmente não tive essa experiência. Mas, conhecendo jogos do gênero, é fácil dizer que a jogabilidade compartilhada é bem preferível do que a de um andarilho solitário. E, como diria Alexander Supetramp, em Na Natureza Selvagem: “A felicidade só é real quando compartilhada”. Ou não…

Aspectos mais técnicos

The Last Plague: Blight é um jogo que funciona bem, mesmo com toda a sua complexidade. Os gráficos não são ultrarrealistas, mas funcionam bem para a proposta, as animações tentam trazer um certo grau de simulação, a questão do áudio é totalmente condizente com um mundo assolado por uma praga mortal… Enfim, a ideia do jogo funciona bem, ainda que precise de alguns ajustes.

Uma coisa que percebi é que os menus do jogo são muito simplórios, embora tragam toda a informação necessária. Mas sei lá, a aparência não é muito agradável, me lembrando demais aqueles guias presentes em outros títulos de diversos gêneros, com muitas informações. Aliás, aqui falta um cadinho de jogabilidade intuitiva, algo que certamente incomodará alguns jogadores. Afinal, a cada tarefa que fazemos, temos que ir elaborando mil coisas. Desta maneira, posso dizer tranquilamente que The Last Plague: Blight é um simulador que deixaria Bear Grylls muito orgulhoso.

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O mundo de The Last Plague: Blight é bonito, convenhamos. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de The Last Plague: Blight?

Olha, sinceramente The Last Plague: Blight faz muito bem o que se propõe, e a versão em acesso antecipado está redondinha, sem problemas de desempenho. Além disso, não percebi ao longo da gameplay bugs e glitches, algo que surpreende positivamente. Porém, uma questão que pode ser crucial aos jogadores é o quão interessados eles são em simuladores de sobrevivência. Se gostarem de algo mais casual, The Last Plague: Blight não será a melhor escolha, por conta de toda a sua profundidade. Agora, se curtir mesmo a imersão de um simulador de sobrevivência, este jogo agradará bastante.

Por fim, é interessante de se mencionar que os desenvolvedores já explicitaram que irão adicionar vários recursos nas próximas atualizações, como a continuação da história, interações com NPCs sobreviventes, pesca, customização de personagens, sistema de ferimentos e muito mais. E, felizmente, o jogo também será localizado para vários idiomas, incluindo o português do Brasil. Isso facilitará bastante para os jogadores que não estão familiarizados com o inglês, já que para dominar a sobrevivência aqui, você praticamente precisará de todas as informações disponíveis.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX, com código fornecido pela Original Studios.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.