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Tinykin | Review

A arte de desenvolver jogos se democratizou bastante nas últimas décadas, permitindo que mais pessoas pudessem criar seus mundos, contar suas histórias e principalmente criar aqueles jogos que sempre quiseram jogar. Isso é mágico, não é mesmo? Essa variedade de jogos que a indústria independente nos proporciona é algo incrível, ainda mais com as ideias malucas que só poderiam ter saído de mentes de desenvolvedores independentes. E Tinykin é sobre isso, a Splashteam claramente queria muito jogar um novo jogo da franquia Pikmin, e não só fez o próprio jogo como aprimorou todas as ideias da franquia da Nintendo.

Como eu adoro conhecer jogos esquisitos e ficar por dentro da indústria indie, Tinykin me chamou muita atenção no Steam Next Fest do início de 2022, onde tive a oportunidade de jogar a demo do jogo, que me conquistou logo de cara. De lá pra cá minha vontade de conhecer e ver como a Splashteam iria brincar com as ideias da franquia Pikmin e misturar elas com mecânicas de plataforma 3D, só aumentava.

E caso você também tenha interesse em comandar uma horda de bichinhos fofinhos enquanto resolve puzzles e coleta itens, vem comigo para mais uma das nossas análises!

O que é Tinykin?

Tinykin é um jogo que mistura elementos da franquia Pikmin, com o gênero de plataforma 3D e “collectathon”, gênero muito famoso nos anos 90 e início dos anos 2000, com os incríveis Banjo KazooieSpyro Super Mario 64Tinykin apesar de ser uma explosão criativa, é um jogo que também esbanja carisma, trazendo um jogo todo em 3D, mas com seus personagens em 2D. O jogo foi desenvolvido pela Splashteam e publicado pela tinyBuild para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.

No jogo você assumirá o papel de Milodane, um jovem arqueólogo e pesquisador do planeta Aegis que dedica a sua vida para tentar entender a origem da humanidade e estudar o passado da civilização, civilização essa que acredita ser originária do próprio planeta Aegis. Entretanto Milodane, ou Milo, acredita que a humanidade vem de um planeta muito distante chamado Terra, e decide ir até lá para continuar seu trabalho de pesquisa e achar as respostas para suas perguntas.

Chegando na Terra, Milo descobre que ele é muito pequeno comparado com os objetos do planeta, sendo do mesmo tamanho dos insetos que aqui residem. Isso tudo além do fato da Terra aparentemente estar parada no tempo em 1991. Após uma conturbada chegada, Milo é recebido pelos habitantes dessa casa gigante que são nada mais nada menos que os insetinhos que moram por aí, e também os Tinykins uma espécie de bichinhos fofinhos que por alguma razão obedecem e gostam da companhia de Milo. Seu trabalho então é descobrir o que diabos está acontecendo aqui, descobrir o passado da humanidade e ajudar os habitantes dessa casa, tudo isso com a ajuda dos seus novos amiguinhos fofinhos, os Tinykins.

A premissa do jogo é essa, e convenhamos que ela por si só ja é interessante e divertida , e combinada com os visuais carismáticos do jogo só tende a conquistar o seu coração cada vez mais.

Tinykin
Quando eu digo que esse é o jogo mais fofo do mundo é disso aqui que eu tô falando. (Imagem: Reprodução)

Comandar bichinhos fofinhos nunca foi tão divertido!

A principal mecânica do jogo é sem dúvidas os Tinykins, e pra ser sincero, utilizar eles é bastante simples, porém vamos entender como o sistema funciona num geral. Ao entrar em um mundo você normalmente não terá nenhum Tinykin para utilizar, obrigando você a encontrá-los pelo mundo em questão e recrutá-los para sua turma.

Entretanto a graça desse sistema se encontra na variedade dos bichinhos em si, pois os Tinykins possuem cores diferentes e dependendo dessa cor eles assumem um papel diferente, por exemplo os Rosas são fortes e podem carregar objetos pesados para você. Os bichinhos Vermelhos funcionam como bombas, e servem apenas para quebrar estruturas seja para liberar atalhos, liberar novos Tinykins, ou acender alguma coisa com fogo, a diferença desses vermelhos é que eles somem após a explosão (eu acho que eles não morrem, se não seria meio triste). Os bichinhos verdes são acrobatas natos e conseguem se equilibrar para gerar uma espécie de corda para você subir, e alcançar lugares até então inacessíveis.

Tinykin
Eu assistindo meus parça trabalhar (Imagem: Reprodução)

E o mais legal de todo esse sistema de Tinykins é que algumas tarefas exigem que você tenha um número específico de seguidores de determinada cor para carregar alguma coisa, ou explodir uma porta, e ter esse “requerimento” para algumas tarefas obriga o jogador a explorar o mapa em busca de mais e mais Tinykins para resolver todos os puzzles do mundo atual, visto que você não leva seus amiguinhos de um mundo pra outro.

Existem outros tipos de Tinykins no jogo, mas eu não quero estragar a surpresa de encontrá-los e de entender como eles funcionam, mas saiba que todos os tipos do jogo são muito criativos e utilizar eles de maneira inteligente é muito prazeroso.

Tinykin
Eu e meus parça indo coletar uns pólens por aí (Imagem: Reprodução)

Um sonho para os colecionadores de plantão!

Que Tinykin é sobre comandar bichinhos, igual a Franquia da Nintendo, eu acho que está bem claro né, então como o jogo funciona a partir disso? Tinykin é estruturado em “mundos”, cada mundo é uma imensa fase com um objetivo principal bem claro que é coletar um certo item e levá-lo até a sua base. Entretanto esses mundos são gigantes e trazem muito conteúdo a ser explorado, seja missões secundárias, seja itens coletáveis ou puzzles a serem resolvidos.

Esses mundos possuem um level design incrivelmente satisfatório de se explorar, tendo uma boa verticalidade que torna o simples fato de subir e se movimentar pelo cenário numa espécie de puzzle a ser resolvido. E para somar com esse level design o jogo também traz excelentes ferramentas para ajudar o jogador nessa locomoção, ferramentas essas que são bastante diferentes do famoso “pulo duplo” característico do gênero. No lugar desse pulo duplo, o jogador pode planar numa bolha podendo alcançar lugares mais inacessíveis, e também utilizar de um Skate de Sabonete para deslizar pelo cenário e fazer manobras radicais por aí.

Essa simples combinação de planar e deslizar traz uma complexidade absurda para se movimentar pelos imensos cenários e mundos do jogo. Essa movimentação toda torna o ato de coletar itens pelos mundos numa coisa inexplicavelmente prazerosa, você provavelmente vai querer explorar todos os mundos ao máximo só para andar no seu Skate Sabonete mais um pouquinho, e isso é um sonho para os jogadores que gostam de coletar e colecionar coisas em jogos (eu incluso).

Além de obviamente coletar itens, esses mundos trazem muitos personagens interessantes para conversar, e com eles muitas missões secundárias para você fazer, missões essas que pode ser achar uma criança perto do piano da sala, seja ajudar uma sociedade secreta a roubar as joias espalhadas pela casa, pode ser também ajudar os besouros e as traças a se reconciliarem, e todas essas missões e desafios secundários contam um pouquinho a mais da história desse mundo e o passado da humanidade.

Tinykin
Os mundos desse jogo são imensos, vivos e cheios de conteúdo para explorar (Imagem: Reprodução)

Vale a pena jogar Tinykin?

Tinykin é um daqueles jogos que eu sabia que ia adorar, o jogo reúne ideias de outros jogos de plataforma 3D que eu amo com uma mecânica que não é exatamente inovadora, mas que aqui é muito bem aplicada para criar uma das experiências mais gostosas que eu tive com videogames esse ano. Esse jogo me divertiu demais com os diálogos os personagens e as coisas que acontecem (principalmente a revolução das formigas) tem um carisma inexplicável.

Entretanto talvez o sentimento que melhor explique a sensação de jogar esse jogo seja aquela sensação de assistir um filme infantil bem feito, daquele calorzinho no coração sabe? E falando do público infantil eu acho que esse jogo é ideal para as crianças se divertirem, pois é um jogo simples, bonitinho e com bastante conteúdo para elas se divertirem por horas. Tinykin é um excelente jogo que eu recomendo para qualquer pessoa que tenha se interessado nem que seja um pouquinho.

O jogo foi lançado no dia 30 de agosto e está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Series X|S, Nintendo Switch e PC, estando também incluído no catálogo do Xbox Game Pass tanto de PC quanto dos consoles.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela tinyBuild.

Tinykin

R$47,49
9.2

História

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos

10.0/10

Trilha Sonora

9.0/10

Extras e Variablidade

10.0/10

Prós

  • Visuais
  • Variedade de conteúdo
  • Tradução e Localização para PT-BR
  • Level Design
  • Revolução das Formigas

Contras

  • O último mundo não é do mesmo nível dos outros.
  • Falta de ferramentas para auxiliar na busca de colecionáveis.

Matheus Feldmann

Game Designer de formação, preservador de jogos antigos, amante de MMORPG's, Jogos de Luta, jogos indies e RPG's em geral. Também assumo o posto de maior defensor de jogos ruins, especialmente Daikatana.