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Two Point Museum | Review

Você já imaginou como seria gerenciar um museu? Não parece fácil, certo? No entanto, Two Point Museum, o mais novo título da Two Point Studios em parceria com a SEGA, que será lançado para PC, via Steam, PlayStation 5 e Xbox Series X|S no dia 4 de março, chegará para responder essas perguntas, trazendo uma experiência que mistura humor, estratégia e um toque de caos, seguindo a tônica da desenvolvedora, responsável por títulos como Two Point Campus e Two Point Hospital.

No entanto, será que o mais novo título da Two Point consegue manter a qualidade e a diversão dos títulos anteriores? Mais importante ainda, quais são as novidades que fazem dele um jogo único? Se você está curioso para saber mais, confira esta review antecipada do Pizza Fria!

Gerir um museu nunca foi tão divertido

A proposta de Two Point Museum vai muito além de simplesmente escolher exposições e decidir quais peças irão compor as galerias. Como diretor do museu, precisamos lidar com praticamente toda a gestão do lugar, sendo encarregado de questões como a disposição dos objetos expostos até a contratação de funcionários e a manutenção das instalações. Até aqui, não há nada de absurdamente novo ante os outros jogos, mas faz todo o sentido manter-se assim. Afinal, este é um jogo de gerenciamento. Mas calma, há muito ainda para ser dito.

Desta forma, é evidente que seremos o gestor de todo o museu. E isso significa que você precisará lidar com o orçamento, garantindo que haja recursos para novas descobertas, mantendo a infraestrutura funcionando e atraindo visitantes. Afinal de contas, quem é que gosta de um museu sem graça? As pessoas querem ver novidades! Com isso, o sistema de buzz (burburinho) é um dos elementos exclusivos e centrais de Two Point Museum, funcionando como um medidor do sucesso do museu. Assim, quanto mais novidades e exposições interessantes, mais visitantes e investimentos você atrairá!

Two point museum review
Quem não ama dinossauros!? (Imagem: Divulgação)

Outro diferencial de Two Point Museum que casa perfeitamente com a proposta da museologia divertida trazida pelo jogo, é o sistema de expedições. Diferente dos outros títulos da franquia, onde os elementos principais do jogo já estavam disponíveis desde o início, aqui é necessário enviar equipes para explorar diferentes partes do mundo em busca de novas peças para exposição. Isso adiciona uma camada mais estratégica ao jogo, já que cada expedição tem um custo, um nível de risco associado e possibilidades variadas de encontrar peças cada vez mais raras. Portanto, o resultado dessa mecânica é uma experiência mais dinâmica e menos previsível, sempre com algo novo para ser descoberto.

A jogabilidade segue leve e descontraída

Se existe algo que a Two Point Studios sabe fazer de maneira singular, é criar uma jogabilidade intuitiva, leve e acessível. Mesmo quem nunca jogou um título do gênero pode rapidamente entender como as mecânicas funcionam, graças a uma interface clara e a um tutorial bem estruturado, que nos é apresentado desde o começo. Contudo, não espere moleza sempre. Gradativamente, os desafios vão se acentuando, trazendo assim um grau de responsabilidade para nós, mas sem perder toda a veia cômica da proposta. Até os vândalos do jogo são engraçados!

Outra coisa legal de Two Point Museum é que a disposição dos menus facilita a gestão, sem tornar tudo excessivamente técnico ou extremamente burocrático. As ferramentas de construção e personalização são flexíveis, permitindo criar exposições temáticas e organizar o espaço de maneira eficiente. Além disso, o jogo mantém aquele humor característico da franquia, com diálogos engraçados e situações inusitadas que ocorrem no dia a dia do museu.

Two Point Museum
Divirta-se por horas! (Imagem: Divulgação)

A sensação de progresso é constante, tornando a experiência viciante. Sempre há algo novo para fazer, seja reformar uma ala do museu, planejar a próxima expedição ou lidar com visitantes problemáticos. Esse ritmo equilibrado faz com que o jogo seja perfeito tanto para quem quer se dedicar por horas a fio quanto para quem deseja jogá-lo em sessões curtas, avançando aos poucos. No entanto, confesso que fiquei preso por boas horas quando comecei a jogar. É algo tão leve e tão distinto dos jogos competitivos que vemos por aí, que torna-se prazerosa a ideia de gerir um museu em meio ao caos da vida real.

Isso tudo fica ainda mais legal ao podermos jogar em cinco cenários distintos, focados em temas totalmente variados, como a pré-história, um aquário (que não é bem um museu, mas enfim…), coisas sobrenaturais, um museu de ciências e até mesmo um voltado para o espaço! Portanto, ainda temos uma boa variedade de propostas e, com isso, mais desafios (e piadas!).

Two point museum review
Até lojinhas de presentes temáticos estão em Two Point Museum! (Imagem: Divulgação)

Aspectos mais técnicos

Visualmente, Two Point Museum mantém o estilo cartunesco e colorido dos títulos anteriores da franquia, algo que se casa perfeitamente com o tom descontraído proposto, que garante que ele rode bem em diferentes configurações de hardware. Os personagens possuem animações engraçadas e carismáticas, e o design dos museus e exposições é detalhado o suficiente para manter a imersão sem aquela preocupação constante de alguns jogos atuais em manter um forte realismo gráfico. Aqui não. Aqui a proposta é nitidamente tirar sarro das coisas e nos divertir.

Já a trilha sonora segue a linha dos jogos anteriores, com músicas suaves e agradáveis, que ajudam a manter a atmosfera relaxante. O destaque fica, mais uma vez, para as narrações e os diálogos, cheios de piadas e referências que deixam o jogo ainda mais divertido. Quando joguei a versão prévia, gostei bastante do que vi, mesmo com alguns errinhos aqui e acolá. Aliás, alguns até se seguem. Porém, o espírito de historiador e de um verdadeiro fanático por museus (e piadas), acabou falando mais alto, me fazendo ignorar esses pequenos detalhes (bem pequenos mesmo!).

Two point museum review
Olha o tamanho desse museu! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Two Point Museum?

Mantendo o que eu havia dito na versão prévia, e agora confirmando, posso falar tranquilamente que Two Point Museum consegue pegar a fórmula já bem estabelecida da franquia e aprimorá-la com novas mecânicas que adicionam mais profundidade à jogabilidade. A experiência continua acessível e relaxante, mas agora há mais estratégia envolvida, especialmente com a introdução das expedições e da gestão financeira do museu. Se você gosta de jogos de simulação e gerenciamento, mas sem aquela dificuldade toda, este é o título ideal para você. Ele oferece diversão casual sem abrir mão do desafio, mantendo um equilíbrio perfeito entre estratégia e descontração.

Seja para passar algumas horas construindo o museu dos sonhos ou para mergulhar de cabeça na administração, Two Point Museum é um jogo que vale a pena conferir. Para os fãs da franquia, a qualidade final do título é gratificante. Se a Two Point Studios continuar com o suporte pós-lançamento visto nos jogos anteriores e trazer ainda mais conteúdos, Two Point Museum tem tudo para ser um excelente passatempo. Eu mesmo acabei ficando fissurado por um bom tempo na ideia de criar museus de maneira minuciosa, ao ponto de mudar várias vezes algumas peças de lugar, por conta da minha terrível mania de organização e simetria.

Enfim… se você curtiu jogar Two Point Hospital e Two Point Campus, a diversão aqui é garantida. Agora, se você ainda não conheceu os títulos desta franquia e curte gerenciamento, não sabe mesmo o que está perdendo! Sendo assim, prepare-se para criar o museu mais incrível do Condado de Two Point e, claro, para lidar com todas as situações absurdas e hilárias que só essa franquia sabe proporcionar!

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela SEGA.

Two Point Museum

R$ 129,90+
8.4

Proposta

8.5/10

Jogabilidade

8.4/10

Gráficos e sons

8.3/10

Extras

8.5/10

Prós

  • Um jogo leve, que nos distrai por horas
  • Legendas em português
  • Tutoriais facilitam a nossa vida
  • O bom humor da franquia segue afiado

Contras

  • Em duas ocasiões o jogo teve problemas de travamento
  • Pequenos problemas gráficos, como texturas atravessando paredes

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.