Steam Next Fest: os principais destaques de 2022
De tempos em tempos, a Steam realiza alguns festivais para promover jogos independentes na plataforma. Festivais esses que são responsáveis por mostrar ao público demonstrações de jogos incríveis que talvez acabariam esquecidos no meio das grandes produções lançadas a todo momento na loja. Alguns jogos, hoje sucesso de público e crítica, já ganharam destaque nesses eventos, como por exemplo Loop Hero. E hoje irei trazer aqui alguns jogos que me chamaram a atenção durante o Steam Next Fest, ou Steam Vem Aí, em português.
Esses eventos promovidos pela Valve são uma grande oportunidade para desenvolvedores independentes mostrarem o seu trabalho para o público, e para muitos, talvez seja o máximo de marketing que seu produto irá ganhar. Além dessa questão, o Steam Next Fest, é uma excelente fonte para conhecermos jogos que talvez irão fazer sucesso em um futuro próximo, quem sabe não há um fenômeno como Hollow Knight, ou Undertale escondido nessas demonstrações ?
Entretanto, gostaria de destacar que existem centenas de jogos disponíveis para testarmos durante o evento, e que é impossível testar todos em pouco tempo, então com certeza irei deixar alguns excelentes games de fora da minha lista. E isso também não quer dizer que os jogos aqui são melhores que os demais. Apesar disso, para escolher os jogos dessa lista eu tentei ir atrás de jogos desconhecidos e não muito populares que estão participando do evento. Então caso esteja curioso para ver o que os desenvolvedores independentes estão fazendo por aí vem comigo para vermos os destaques do Steam Next Fest!
The Wandering Village
The Wandering Village é um jogo de gerenciamento, construção de cidades e sobrevivência, porém com um diferencial. O jogo se passa em um mundo devastado por algum tipo de infecção que é capaz de matar qualquer ser vivo, porém uma tribo descobre uma imensa criatura, capaz de andar por essa terra devastada. Para sobreviver, essa tribo decide construir sua vida em cima das costas dessa criatura. Então o jogo parte dessa premissa: você é o líder dessa tribo e deve gerenciar os aldeões e construir sua base em cima dessa criatura chamada Onbu.
O jogo é mecanicamente bastante denso, visto que o jogador deve gerenciar a sua própria aldeia, coletando recursos, comida e etc, porém você deve também cuidar de Onbu, alimentando-o, tratando de suas doenças e ferimentos. Fora tudo isso, o jogador também pode dar ordens à Onbu, como qual direção ele deve andar ou até mesmo ordenar para ele para para você explorar a região.
A demo de The Wandering Village é extremamente divertida, complexa e criativa, e com certeza irá agradar à todos os fãs de jogos de estratégia e gerenciamento.
The Unliving
Já imaginou como seria jogar um jogo em que você é o vilão da história, um necromante maligno em busca de poder e conhecimento, capaz de exterminar todos os inocente que passarem pelo seu caminho? Realmente é uma proposta bastante específica, mas que The Unliving entrega com maestria. O jogo é um rogue-like de ação, onde o jogador controla um necromante e seu exército de mortos vivos para os mais terríveis objetivos.
Estruturalmente, The Unliving é bastante genérico, sendo muito parecido com diversos outros rogue-likes espalhados pelo mercado, onde o jogador vai desbloqueando habilidades para facilitar as futuras jogatinas. Entretanto, The Unliving se diferencia nas suas mecânicas e no seu momento à momento. Isso porque o jogador pode atacar os inimigos com magias simples, mas ao derrotá-los, é possível ressuscitá-los como mortos-vivos para lutarem ao seu lado. Além disso, é possível controlar o protagonista e o exército de esqueletos separadamente, algo muito parecido com jogos de estratégia, e que gera situações extremamente divertidas e que exigem bastante coordenação e inteligência para derrotar os inimigos.
The Unliving parece que será um rogue-like bastante competente, que trará uma mecânica de combate bastante única no gênero e com certeza vai agradar seu lado negro da força.
Undergrave
Undergrave é o mais novo título do Wired Dreams Studios, que é composto basicamente pelo Thiago Oliveira (@Thi_o_Oliveira), responsável pelo incrível Red Ronin, jogo que concorreu ao melhor jogo independente pelo BIG Festival.
Undergrave é um rogue-like, com combate tático em turnos, muito parecido com o título antecessor do estúdio, entretanto o jogador possuí algumas habilidades extremamente divertidas e complexas. Uma delas é a possibilidade de atirar a espada no inimigo, porém essa espada fica no chão obrigando o jogador ir até lá buscá-la para continuar no combate. Outra habilidade permite o jogador pular de uma posição do tabuleiro para outra, e o último desses poderes é o famoso “dash” que permite o jogador atravessar os inimigos e até mesmo pegar sua espada no chão.
O jogo é extremamente competente, sendo aquele tipo de jogo fácil de entender, mas difícil de dominar. E dominá-lo será uma jornada extremamente divertida, e entender o comportamento de cada inimigo, e como as suas habilidades interagem entre si, é o que torna Undergrave um dos melhores jogos que testei durante o evento.
Souldiers
Souldiers foi um daqueles jogos que me pegou de surpresa, pois eu não esperava encontrar um título tão carismático, bonito e gostoso de jogar. O game traz uma aventura protagonizada por um soldado comum e não por aqueles heróis das histórias que vemos por ai. O protagonista é membro de um grupo de soldados que foram dizimados por um deslizamento, não restando ninguém. E agora todos terão que lutar no mundo espiritual em busca da paz do seu espírito e seu lugar em Valhalla, ou quem sabe voltar a vida e descobrir a causa da sua misteriosa morte.
O jogo é um metroidvania, com uma direção de arte e gráficos impressionantes, ao trazer uma estética e um universo que lembra muito os clássicos JRPG dos anos 80 e 90, como Chrono Trigger, Final Fantasy, porém em um metroidvania extremamente competente e divertido. Isso tudo levando em conta a possibilidade de jogarmos com três classes diferentes (porém na demo só uma estava disponível) com jogabilidades completamente diferentes entre si, e que com certeza irão gerar várias horas de diversão para os amantes do gênero.
Tinykin
Normalmente os desenvolvedores de jogos independentes criam aqueles jogos que eles sempre imaginaram e quiseram jogar. No caso de Tinykin é perceptível que os desenvolvedores queriam jogar um novo jogo da franquia Pikmin. Apesar das semelhanças com a franquia da Nintendo, o jogo traz uma nova cara para essas mecânicas envolvendo bichinhos fofinhos.
Tinykin é um jogo que mistura elementos da franquia Pikmin, com o gênero de plataforma 3D e “collectathon”, gênero muito famoso nos anos 90 e início dos anos 2000, com os incríveis Banjo Kazooie, Spyro e Super Mario 64. Tinykin apesar de ser uma explosão criativa, é um jogo que também esbanja carisma, trazendo um jogo todo em 3D, mas com seus personagens em 2D.
A demonstração de Tinykin também me surpreendeu pela duração, eu joguei ela por mais de uma hora, pois aqui está liberado todo o primeiro mundo do jogo, podendo ser feito 100% dele, então é possível ter uma boa ideia do tamanho final do jogo. E confesso que não vejo a hora de explorar mais desse mundo com meus amiguinhos Tinykins.
Neon White
Neon White é um daqueles jogos que quando você ouve a sua ideia central, ou você acha incrível ou vira o rosto. O novo título dos mesmos desenvolvedores de Donut County, conta a história de “White” um homem que morreu e se encontra no céu, no meio de uma competição de quem mata mais demônios, porém você deverá cumprir essa tarefa utilizando de cartas que funcionam como armas.
O jogo funciona como dois gêneros de jogos diferentes, um jogo de FPS, e uma visual novel (isso mesmo). Durante suas missões você deverá derrotar os demônios utilizando dessas suas cartas da maneira mais eficiente e estilosa possível para se classificar bem durante essa competição. E entre essas seções de ação desenfreada o jogo funciona como uma visual novel, permitindo que você ande pelo céu conhecendo os outros participantes dessa competição, se relacione com eles, presenteie eles e entre outras coisas. Vale ressaltar que todo o elenco de personagens durante a demo é extremamente carismático e divertido.
Neon White é um jogo extremamente divertido que me fez querer bater meus próprios recordes de tempo nas missões, isso durante sua demo, agora imagine na sua versão final.
Card Shark
Não tinha como falar do Steam Next Fest, sem falar de Card Shark, o jogo que será publicado pela Devolver Digital e que conquistou o público ao trazer uma estética única e uma gameplay extremamente criativa. Tudo isso numa atmosfera densa e pesada do século XVIII.
O título conta a história de um protagonista mudo e sem nome, o qual é acusado injustamente por um assassinato. Para sobreviver, ele acaba se reunindo à uma trupe de golpistas e mágicos, responsáveis por aplicar golpes envolvendo cartas na burgesia do reino. O jogo mecanicamente envolve essas mágicas onde o jogador deve aprender os truques de embaralhar cartas, de passar sinais para seu companheiro de mesa, tudo que envolva alguma enganação para roubar um nobre.
Além de ter uma jogabilidade tão única, Card Shark apresenta uma estética absurdamente linda, lembrando quadros da época que se passa o jogo. Vale também destacar que toda a arte do jogo foi desenhada à mão o que traz um capricho absurdo para as cenas, os personagens e até mesmo para os truques que o jogador faz.
Card Shark foi a demo que mais me diverti até agora no festival, e confesso que estou pensando até agora nas técnicas de embaralhar que o jogo me ensinou.
Lost in Play
Lost in Play é um daqueles poucos jogos que vai fazer você relembrar de momentos da sua infância. O jogo conta a história de dois irmãos e suas aventuras dentro da imaginação deles, aquele tipo de aventura que o simples jardim de casa vira uma floresta mal assombrada, um robozinho à pilha vira uma arma de destruição em massa ou uma caixa de papelão vira uma nave espacial.
O jogo mecanicamente é bastante simples, visto que ele é um “adventure game”, e suas ações como jogador não vão muito além de interagir com pequenos objetos da casa para solucionar puzzles. Porém, Lost in Play brilha na sua estética. O título é visualmente inacreditável, a sensação é de estar jogando um desenho animado, aqueles desenhos bem inocentes que dão um calorzinho no coração.
A demonstração do jogo é bastante longa, e dá para ter uma boa noção das aventuras que esses dois irmão irão enfrentar nas suas próprias imaginações.
Winter Ember
Winter Ember é um daqueles jogos que traz uma premissa estranha, ao misturar o gênero de stealth com uma visão isométrica. Entretanto, o game traz uma história bastante envolvente com alguns personagens interessantes.
O jogo conta a história de Arthur, um jovem nobre que tem sua família brutalmente assassinada durante um roubo à sua mansão. O jovem sobrevive por muito pouco e agora jura vingança pelos responsáveis por arruinar a sua vida. E para alcançar esse objetivo, temos mecânicas de espionagem já consagradas em outros jogos, como Thief, Metal Gear e Splinter Cell, porém sem grandes inovações, além da adição de uma câmera isométrica, que pode ser controlada pelo cenário. Ela gera situações bastante interessantes em termos de design e com certeza vai surpreender até o maior profissional dos jogos de espionagem.
Turbo Overkill
Turbo Overkill é um jogo de tiro em primeira pessoa bastante simples que se passa em universo cyberpunk. O jogador controla um homem com diversas partes do corpo modificadas, para se tornar a maior máquina de matar possível. O game conta com uma movimentação de cair o queixo, ao inserir uma motosserra na perna do protagonista (isso mesmo), que serve para deslizar melhor pelo cenário enquanto trucida todo tipo de criminoso possível, enquanto ouve um Heavy Metal.
Na demonstração, há um arsenal bastante variado que vai desde pistolas, escopetas, metralhadoras e etc. Arsenal esse que inclusive permite algumas alterações e customizações, o que nos mostra uma grande profundidade para a criação do seu próprio estilo de jogo, agora imagine isso na versão final.
Turbo Overkill tem uma estética lindíssima trazendo cenários noturnos de uma cidade cyberpunk feitos em uma pixel art absurdamente linda. O jogo é mais um título dessa nova leva de “boomer shooters” pode agradar qualquer um que goste de tiroteios desenfreados de jogos como Doom, Dusk ou Wolfenstein.
Kao the Kangaroo
O gênero de plataforma 3D cresceu bastante de popularidade nos últimos anos, trazendo consigo vários personagens clássicos que todos nós amamos, seja o Crash, Spyro (menos o Banjo) e agora Kao the Kangaroo voltará para mais uma aventura inédita.
O jogo tem essa premissa de revitalizar esse personagem tão querido pelos fãs, e trazê-lo de volta. O título é um plataforma 3D bastante simples, mas que cumpre seu papel, ao mesmo tempo que mantém a mesma identidade dos antigos jogos do Kao the Kangaroo.
A demo esbanja personalidade e carisma, ao mesmo tempo que traz aquela nostalgia dos jogos anteriores, e com certeza é uma excelente opção para todos os amantes de plataforma, e principalmente para os fãs desse canguru simpático.
O que você está achando do Steam Next Fest?
Esses foram alguns jogos que me chamaram a atenção durante os primeiros dias do Steam Next Fest, e vale destacar muito provavelmente acabei deixando algum excelente game de fora da lista, visto que é impossível testar as centenas de jogos que estão disponíveis durante o evento. Apesar disso, recomendo a todos testarem aqueles jogos que mais tiveram interesse, visto que muitas dessas demonstrações irão ser retiradas após o término do festival, agendado para o dia 28 de fevereiro. Então é bom correr pra testar aquele jogo e para não se arrepender depois de comprá-lo.