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Heartworm é lançado para PC inspirado em clássicos do terror psicológico dos anos 90

Vincent Adinolfi e a DreadXPO anunciaram nesta quinta-feira, 31, que o jogo de terror psicológico Heartworm acaba de ser lançado para PC via Steam. O título presta uma homenagem moderna aos clássicos do survival horror como Silent Hill e Resident Evil. Combinando visuais nostálgicos, atmosfera inquietante e mecânicas contemporâneas, Heartworm promete uma jornada intensa, emocional e perturbadora pelos limites da memória, da perda e do sobrenatural. Com duração estimada entre 4 e 6 horas, o jogo mergulha os jogadores em uma narrativa pessoal e profunda, cheia de tensão e mistérios, onde cada detalhe importa e onde até mesmo a câmera se transforma em uma arma essencial para enfrentar o desconhecido.

Sobre Heartworm

Heartworm é uma verdadeira carta de amor aos clássicos do terror dos anos 90, mas sem se prender totalmente ao passado. O jogo utiliza uma combinação de perspectivas fixas e em terceira pessoa sobre o ombro, evocando de forma eficaz a atmosfera de títulos icônicos do gênero. No entanto, ao mesmo tempo, traz uma abordagem autoral e moderna, com filtros de pixelização estilo PSX, opções de controle em tanque (tank controls) e um sistema de inventário retrô, mas com personalizações ajustáveis para jogadores contemporâneos.

Essa dualidade entre o velho e o novo é uma das grandes forças do jogo. Os jogadores podem escolher a intensidade da experiência nostálgica, desde efeitos visuais retrô até jogabilidade com controles modernos, tornando a jornada acessível tanto para os veteranos do gênero quanto para quem está chegando agora ao universo do horror psicológico.

Uma história de luto, memória e descida ao sobrenatural

Em Heartworm, os jogadores acompanham Sam, uma jovem mulher que tenta lidar com a dor da perda de seu avô. Em busca de respostas e conforto, Sam mergulha em fóruns online e acaba sendo atraída para uma mansão isolada nas montanhas, um local que guarda segredos enterrados e fenômenos inexplicáveis.

O enredo, envolvente e carregado de emoções, desenrola-se por meio de cutscenes pré-renderizadas e cenas in-game, construindo uma narrativa que vai muito além do susto fácil. À medida que Sam explora os corredores da casa mal-assombrada, os limites entre realidade, memória e delírio vão se dissolvendo, levando o jogador a questionar constantemente o que é real e o que é projeção de um trauma ainda não resolvido.

Um sistema de combate limitado e simbólico com a câmera como arma

Diferente de outros jogos do gênero, onde o combate é muitas vezes central, Heartworm adota uma abordagem mais simbólica. A única “arma” de Sam é uma câmera fotográfica, usada para enfrentar as manifestações sobrenaturais que cruzam seu caminho. Essa mecânica, ao mesmo tempo simples e impactante, reforça a fragilidade da protagonista e amplia a tensão durante os encontros com as entidades obscuras.

O sistema de combate é limitado, mas significativo. Cada encontro exige atenção, posicionamento e estratégia. O uso da câmera, além de funcional, tem um papel metafórico poderoso, como se Sam estivesse tentando capturar ou compreender fragmentos do passado que a atormentam. Esse elemento amplia o peso narrativo da jogabilidade e contribui para uma experiência imersiva e autoral.

Quebra-cabeças desafiadores e múltiplos finais

Fiel às raízes do survival horror, Heartworm apresenta uma série de puzzles e enigmas que testam a percepção, a lógica e a memória do jogador. A solução desses quebra-cabeças é essencial para o avanço da trama e revela informações importantes sobre o passado de Sam, a origem da casa e os mistérios que envolvem sua jornada.

Os puzzles não apenas interrompem o fluxo narrativo com desafios inteligentes, como também ajudam a reforçar o sentimento de estar em um lugar que guarda segredos e armadilhas mentais. Além disso, o jogo oferece múltiplos finais, incentivando a exploração cuidadosa e a tomada de decisões com base em interpretações sutis do enredo e dos eventos experimentados ao longo da aventura.

Estética PSX e ambientação sonora que amplifica o horror

Visualmente, Heartworm aposta em uma estética que remete diretamente à era PlayStation 1, com gráficos em baixa resolução, texturas pixeladas e ângulos de câmera propositalmente restritos. Esses elementos não são apenas escolhas estilísticas, eles colaboram para intensificar o clima de opressão e claustrofobia típico dos melhores títulos do gênero.

A trilha sonora original e os efeitos sonoros evocativos completam a ambientação. Sons distantes, passos em madeira podre, ecos inexplicáveis e uma trilha musical discreta, mas perturbadora, guiam o jogador por uma espiral crescente de tensão. O silêncio também tem papel fundamental, sendo usado com inteligência para causar desconforto e suspense.

Álvaro Saluan

Completamente apaixonado por videogames, escreve e pesquisa sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte. Vai dos jogos de esporte aos RPGs tranquilamente, admirando cada experiência. Seu maior ídolo dos jogos é Hideo Kojima.