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Pine Hearts | Review

Pine Hearts é um jogo de aventura casual, focado em relaxar nossas mentes estressadas, desenvolvido pela Hyper Luminal Games Ltd e distribuído pela Little Nook. Nele, acompanhamos a história de um jovem que, para lidar com o peso dos sentimentos em sua vida, decide escalar uma montanha na qual costumava brincar com o pai.

E aí, será que o passeio vale o ingresso? É o que veremos agora, em mais uma análise cheia de charme do Pizza Fria!

https://www.youtube.com/watch?v=IFPwFa4d8r0

Coração quentinho

Anos de decepções videogamísticas e derrotas em partidas ranqueadas, nos mais diferentes jogos, me transformaram em um jovem rapaz, verdadeiramente, calejado. De fato, leitores e leitoras, todo esse charme, elegância e suavidade escondem um ser humano blasé. Antes eu sofria, agora eu sou fria, e esse tipo de coisa. Contudo, percebi que era tempo de mudar.

Após me deliciar com o combate frenético de Hades 2, senti a necessidade de pegar leve. E, como se fosse trazido por anjos tocando saxofone, o trailer de Pine Hearts apareceu na minha frente. Aventura relaxante? Emocional? Sem loucura de combates, com foco em ser um carinha legal e ajudar as pessoas? Pode me inscrever, chefia. Era justo o que eu precisava.

Sendo honesto, sempre é bom procurarmos algumas experiências assim. Os jogos de fazendinha, por exemplo, sempre foram meu refúgio quando a vida, ou a dificuldade alta de certos jogos que amo mais do que deveria, me mostram que, de fato, não nasci para ser pro player. Dito isto, será que nosso chegado de hoje poderá entrar para nossa lista de jogos para esquentar o S2? Venham comigo, e veremos.

Pine Hearts
Hora da review ! (Imagem: Divulgação)

História

Pine Hearts conta a história de Tyke, um rapaz que se encontra em processo de luto devido à perda de seu pai. Como forma de processar, e lidar, com o sentimento, nosso amigo decide ir até o parque de Pine Hearts para viver a última aventura que havia planejado com seu velho: escalar uma alta e gélida montanha que lá se encontra.

Contudo, motivação e vontade não serão suficientes. Para realizar o feito, nosso amigo precisará obter uma série de ferramentas e habilidades através da cooperação com os habitantes do parque, e das lembranças esquecidas dos tempos felizes que viveu com seu pai naquele lugar. Mas Tyke é um carinha empenhado, e o preparo para escalar a montanha acaba se tornando mais uma parte da aventura.

Pine Hearts trata, de diferentes formas, um dos processos mais dolorosos que qualquer um de nós pode passar: o luto. Todos já tiveram de lidar com isso, por diferentes motivos, e sabemos que não é fácil. Contudo, a aventura de Tyke nos convida à pensar que outros sentimentos também podem ser sentidos em conjunto, como a alegria das memórias que tivemos com as pessoas, a gratidão por tê-las em nossa vida, o apreço pelos que ainda estão conosco, e por aí vai.

Além disso, é em ajudar os próximos que Tyke encontra uma ferramenta importante para sua cura, e uma ajuda essencial em seu processo de aceitação. Eu realmente curti o jogo, tanto pela forma como aborda um tema tão sensível, quanto pela beleza que mostra e os debates que nos convida a ter. De que há felicidade, ainda que agridoce, e que as coisas podem melhorar. E que no ajudar, e amar, o próximo, podemos começar pouco a pouco a nos curar também.

Pine Hearts
Ajudar é sempre importante. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Pine Hearts é quase um simulador de boa vizinhança. Para poder terminar seu preparo, Tyke precisará ajudar o povo do parque de diversas formas. Encontrando coisas, entregando coisas, abrindo caminhos, tirando pessoas de buracos, e por aí vai. Cada atividade que realizamos é recompensada com pequenas gotinhas que, após atingir determinadas quantidades, liberam novas memórias.

Essas habilidades e ferramentas vão, pouco a pouco, liberando mais locais para irmos. Todos os objetivos são bem simples, e o cerne da experiência se resume à buscar ou entregar coisas. De um ponto de vista mais frio, o título não oferece uma experiência muito elaborada, ou diferente do que já vimos em diversos outros. Ainda, a tendência de se focar em nos mandar andar de cá pra lá servindo de garoto de entrega pode ser meio maçante.

Contudo, Pine Hearts se vende como o que chamam de cozy game, no qual a tranquilidade da experiência, e o relaxamento resultante, é o maior atrativo. E, de fato, ele relaxa que só vendo. É como se ele fosse, leitores e leitoras, uma adorável pantufa de coelhos que colocamos em nossos pés em um dia frio, enquanto tomamos um copo de chocolate quente.

Pine Hearts
Atrapalhando o futebol da galera. (Imagem: Divulgação)

Pine Hearts merece um elogio, em especial, por conta de suas opções de acessibilidade. Os desenvolvedores realmente se preocuparam em tornar a experiência o mais acessível possível, incluindo uma gama interessante de opções de customização para agradar e atender todo tipo de jogador, independente de suas necessidades. Essa é uma iniciativa louvável, que merece ser celebrada.

Resumindo, Pine Hearts entrega uma jogabilidade mais focada em relaxar e alegrar o jogador, do que oferecer desafios ou mecânicas super elaboradas. Na verdade, a graça da coisa está em conhecer os diversos moradores do lugar, e ver como pequenos atos podem deixá-los, e ao próprio Tyke por extensão, mais felizes.

Pine Hearts
Faça um novo amigo todo dia. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Pine Hearts é um jogo lindo de se ver, cheio de detalhes e portador de uma fofura simplesmente fenomenal. Eu realmente curto coisas fofas, e o jogo conseguiu me agradar e, nos momentos de maior aperto do coração, me pegar diretamente nos sentimentos. Algumas sequências, de quando nosso protagonista era pequeno, se passam como se fosse em um conto de fadas, vistos pelos olhos de criança. Muito legal.

A trilha sonora não decepciona, criando um clima realmente confortável e muito agradável através de músicas relaxantes e legais de se ouvir. Nunca me enjoei, e ouviria por fora do jogo sem problema algum.

Pine Hearts
Doguinhos! (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Pine Hearts?

É a hora da verdade, leitores e leitoras. Será que Pine Hearts vale a pena? Bem, vamos relembrar as coisas que falamos até o momento para tentar chegar na resposta dos milhões. Primeiramente, é preciso lembrar que a proposta do jogo é de ser algo confortável, para alma e coração, muito mais do que apenas um título focado em mecânicas ou ação.

De positivo, notamos uma história bem legal, capaz de abordar temas complexos e dolorosos com uma sensibilidade ímpar. Todos já passamos pelo que Tyke passa, e o jogo torna fácil se identificar com o carinha, e criar laços com ele e os moradores do lugar. Isso se torna ainda mais fácil com os belos visuais, sons, e com o modo de acessibilidade. De negativo, o foco em ajudar acaba tornando a experiência uma grande fetch quest, na maior parte do tempo, ocasionando em certo marasmo.

Mas, de todo modo, acho que Pine Hearts é uma experiência super válida. Ele não deixou meu coração disparado como MULLET MADJACK, mas proporcionou uma serenidade e tranquilidade que também eram necessárias. Ele pode não ser o jogo para todos os momentos, mas certamente é um que pode nos ajudar naqueles que mais precisamos. Recomendo.

Pine Hearts foi lançado no dia 23 de maio para PC, via Steam, e Nintendo Switch, contando com localização em português do Brasil.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Little Nook.

Pine Hearts

R$ 59,99
8.8

História

10.0/10

Jogabilidade

7.5/10

Sons e Visuais

10.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • História amável e envolvente
  • Apresenta e lida bem com temas sensíveis
  • Realmente passa a sensação de conforto, envolvendo e alegrando o jogador
  • Lindo de ver e ouvir
  • Ótima acessibilidade

Contras

  • Pode se tornar repetitivo, dado o ciclo de jogo
  • Poderia ter uma variedade maior nos objetivos e formas de ajudar a galera de Pine Hearts

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.