Dead Age 2 | Review
Dead Age 2 é um jogo que mistura RPG, elementos de roguelike e sobrevivência desenvolvido pela Silent Dreams e publicado pela Headup. Controlamos Jason, um sobrevivente que precisa, veja que absurdo, sobreviver em um mundo devastado por um apocalipse zumbi do tipo 3, seção 5: mortos levantando e jantando todos que não sejam do clubinho deles.
Será que vale nosso tempo limitado nesse planeta terra, caro leitor? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria!
Morreu, mas passa bem
Dead Age 2, então. O que falei acima realmente me surpreendeu quando linhas tags de gênero de jogo na Steam, estimada leitora. Zumbis? Por favor! RPG? Só se for agora. Sobrevivência? Pode caprichar, meu consagrado. Elementos de roguelike que irão me punir por jogar da forma horrível que faço há mais de vinte anos? Já estou me preparando fisicamente e mentalmente para a diversão.
Realmente fiquei curioso sobre a forma com que esses estilos iriam trabalhar em conjunto. Será que será um RPG nos moldes antigos onde podemos morrer de fome e inanição? Ou um no estilo de terror onde morremos e voltamos incontáveis vezes, par nos lembrar que o passeio nunca acaba e o sofrimento da condição humana é infinito e inevitável? Hmm, provavelmente não.
A ideia em Dead Age 2 é que controlamos uma série de personagens, gerados de forma aleatória, que se movimentam em um grande mapa entre vários pontos representando algumas localidades em busca de suprimentos, armamentos ou algo arbitrário para completar alguma tarefa da história ou para ganhar reputação com alguma das facções que dominam o mundo.
Ah, mas o quê é esse roguelike que tanto falo? Oras pois, leitor curioso, ocorre que escrevi um postagem aqui no Pizza falando sobre isso, uma vez. Recomendo a leitura. Mas, para terem uma ideia melhor do que falo, vou colocar um pedacinho da explicação desse gênero de jogo, que falei lá. Saquem só:
Mas, afinal, o que define o gênero roguelike? Em verdade, temos dois tipos: rogueLIKE e rogueLITE. Basicamente, ambos são estilos de jogo nos quais os mapas são randomizados. A maior diferença é que no LIKE não há forma de manter nada que se tinha ao morrer. Suas habilidades e armas serão as mesmas, independente se está na tentativa um ou mil.
Dead Age 2 aplica esse conceito com a ideia de que todos os pontos do mapa são randomizados, bem como os personagens que compõe seu time. Os sobreviventes são aleatórios, e escolhidos pelo jogo a cada ciclo novo que começamos. Salvo nosso protagonista, Jason, que mantém suas habilidades todo o resto é feito na hora e no calor do momento.
Isso é reforçado pela ideia de ciclos, que nos permite reiniciar a história melhorando algumas habilidades. Isso só pode ser feito no começo de cada um, e serve como um bom incentivo para explorarmos e experimentarmos com tudo. O jogo não é enorme, então não somos punidos demais por qualquer erro cometido. Contudo, isso pode se tornar um pouco repetitivo, e até frustrante, com o tempo.
Dead Age 2 é dividido, basicamente, em combate, construção de base e sobrevivência. Temos uma base na qual nossos sobreviventes se reúnem, conversam, descansam e se preparam para expedições. Podemos melhorar vários aspectos dela, como produções de comida, munição e equipamentos. Ou, ainda, melhorar defesas para o caso de ataques de zumbis e outros inimigos.
Isso dá uma importância para a busca e manutenção correta de recursos, porque além de comida, água e munição para que nossos personagens sobrevivam precisamos pensar no que gastar para tornar a base mais robusta. Materiais de construção são escassos, e cada parte adicionada confere uma série de vantagens específicas.
Existem outras moradias de sobreviventes além da nossa, nas quais podemos interagir, aceitar missões e comprar itens. Dead Age 2 conta com três facções diferentes, cada qual com seus objetivos e vantagens. Nossa reputação varia de acordo com as decisões que tomamos, e nessas bases podemos, também, tomar medidas para aumentar ou descer o carinho de cada uma por nós.
Outro foco central é o combate. Ele se dá por turnos, envolvendo ataques de longa distância, curta distância e habilidades como lançar granadas, coquetéis molotov, colocar armadilhas e afins. Além disso, cada personagem pode ocupar um espaço no que chamam de linhas. Ataque de curta distância só podem ser feitos na linha de frente, mais arriscada. Ataques de longa distância podem ser feitos de qualquer um, mas gastam munição.
Gerenciar recursos é uma parte importante do esquema, também. Nossa munição é finita e escassa, e itens de cura também não podem ser usados de qualquer maneira. Os inimigos batem firme, e o jogo não dá trégua. Dead Age 2 conta com um sistema de partes do dia, e explorar e retornar à base faz com que um dia passe. Isso pode, por exemplo, fazer com que certas tarefas falhem por terem um limite de tempo.
Sons e Visuais
Veja bem, leitor. Dead Age 2 é, no geral, um jogo bem simples graficamente. A única parte realmente tridimensional é o combate, no qual vemos nosso time em alguns cenários com pouca variação enfrentando as hordas de mortos vivos. Não são bonitos, nem me fizeram chorar lágrimas de alegria. Mas, também, não me fizeram praguejar contra a vida e suas dificuldades.
A outra parte é focada em menus, menus e mais menus. Seja escolhendo missões, locais para vasculhar, o que equipar. Tudo fica neles. Entenda, leitor, menus são sua vida de agora em diante. Sério agora, se não tem paciência de ver telas de gerenciamento pode não gostar tanto dessa parte da experiência. É algo que realmente deve ser levado em conta.
A parte sonora já me agradou um pouco mais. As músicas são padrão para o estilo, mas foram agradáveis aos ouvidos e ajudaram no embalo da experiência no geral. O jogo não conta com vozes, e os outros efeitos não são espetaculares. Mas caem bem no proposto e se encaixam bem nos cenários e situações de jogo.
Vale a pena comprar Dead Age 2?
E então, qual o veredito? Bom, Dead Age 2 é um jogo de zumbis bem divertido. Ele não é bem um RPG, não é bem um roguelike ou um jogo de sobrevivência. É um misto de todos que, apesar de algumas limitações, diverte e acaba sendo uma boa forma de passar o tempo em alguma tarde monótona de inverno.
Alguns problemas com o tédio causado pela repetição das ações de menus e combates pode jogar a experiência um pouco para baixo, mas no geral acredito que as lutas em turnos e as estratégias envolvidas com as dinâmicas de sobrevivência e racionamento de recursos acabam fazendo a jogatina valer a pena. Se essa mistura maluca fizer seu estilo, Dead Age 2 vai cair como uma luva. Recomendo.
Dead Age 2 está disponível somente para PC, macOS e Linux, via Steam, GOG.com e Epic Games Store.
*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Headup.