Floodland | Review
O mundo está cada vez pior, de diferentes aspectos, e isso todos nós sabemos. E em Floodland, game de estratégia e gerenciamento de recursos da Vile Monarch e da Ravenscourt lançado para PC, via Steam, somos justamente colocados em um mundo alagado por conta das terríveis mudanças climáticas. Mudanças estas que convivemos diariamente, sendo cada vez mais impactantes em nosso planeta. O jogo em questão apresenta justamente como será o mundo caso medidas não sejam tomadas pelos governos, onde sobreviver será uma tarefa muito, mas muito difícil. Se você está curioso pra saber nossas opiniões sobre este desafiador (e necessário) jogo, confira mais uma análise do Pizza Fria!
Um mundo alagado pelas mudanças climáticas
Em Floodland, como o próprio nome já dá a entender, somos colocados diante de um mundo em que as mudanças climáticas se tornaram irreversíveis, alagando assim considerável parte das regiões habitáveis. Não só isso, dividiu ainda mais a humanidade em culturas conflitantes, que contam com recursos extremamente limitados. Ou seja, você, como um líder, deverá tomar decisões difíceis para conciliar os desejos das diferentes facções, manter a paz e ainda ter de guiar o povo para se reinventar diante das adversidades.
Com essa premissa de estratégia e sobrevivência, a narrativa de Floodland se desenrola através do avanço de sua comunidade, que deve lidar com uma grande árvore de tecnologias. No entanto, para que você consiga desbloquear essas tecnologias, será necessário também gerir e explorar diversos recursos como comida, lixo, madeira e outros necessários para reinventar todas as bugigangas tecnológicas de outrora. Cada construção, cada detalhe conta muito em Floodland e, felizmente, o jogo nos guia muito bem para entender suas premissas. Contudo, diante da dificuldade da situação retratada pelo game, não espere moleza!
Ao jogar Floodland, logo lembrei da pegada de Frostpunk, outro jogo também analisado por nós aqui. A riqueza da narrativa do game atrelada aos desafios propostos de ter que gerir uma série de coisas, junto de uma trilha sonora marcante… parecia que eu estava de volta ao mundo gélido do primeiro jogo, mas agora totalmente derretido. E isso é excelente, embora o jogo em si não acrescente tantas novidades ao gênero de estratégia e sobrevivência. De toda forma, Floodland é excelente no que se propõe além, claro, de alertar aos jogadores sobre as possibilidades do planeta caso o pior aconteça (e eu acho que um dia irá).
A jogabilidade em si
Floodland realmente lembra muito Frostpunk. Seja na árvore tecnológica, nas questões propostas pela narrativa do jogo, em que temos que tomar posicionamento, agradando algumas facções e desagradando outras, ou até mesmo na instauração de leis que servem para reger o povo na hora em que o couro pode começar a comer. Aliás, talvez o grande ponto de Floodland esteja mesmo na gestão de conflitos entre as diferentes facções, fortemente demarcadas por opiniões diversas.
E é justamente neste ponto em que entram as leis: ao defini-las, você poderá criar um governo bem específico, podendo ser democrático ou não. Tudo dependerá de como você irá se relacionar com seus seguidores e seus diferentes pontos de vista, algo extremamente difícil de lidar, tal como na política real. Portanto, a ideia central é a de se criar uma sociedade com objetivos comuns, que será muito mais produtiva e irá prosperar. Porém, é bom lembrar que ao escolher as leis em Floodland, tudo terá impacto na jogabilidade.
Outro ponto importante para seguir coletando os diferentes recursos exigidos do game, são as explorações. Com elas, você poderá encontrar diversos recursos, instalações e sobreviventes, além de expandir o mapa, que é único a cada novo jogo, e sua comunidade. E o jogo naturalmente força o jogador a fazer isso, através da narrativa, que é guiada em alguns pontos, seguindo certa linearidade para ir aprendendo as mecânicas propostas.
Concluindo, a jogabilidade de Floodland tem bastante coisa bacana, mas como dito anteriormente, não acrescenta tanto ao gênero. De toda forma, o jogo é ótimo no que se propõe, exigindo atenção constante do jogador, que precisa lidar com pandemias, surtos de fome, roubos e tantos outros pontos que só um jogo de estratégia e sobrevivência pode proporcionar.
Vale a pena comprar Floodland?
Propondo colocar os jogadores em um mundo possível, completamente alagado por conta das mudanças climáticas, Floodland é um título interessante e necessário, tal como Frostpunk e outros que abordam mundos possíveis através da destruição causada pela humanidade. Apresentando gráficos modestos, mas muito funcionais ao que se propõe, uma trilha sonora interessante e condizente com toda a melancolia de um mundo em crise, Floodland não faz feio ante os AAA. Sua jogabilidade, muito bem explicada e traduzida para o português, é detalhista e cheia de mecânicas, demandando tempo e atenção do jogador. Contudo, como já foi dito, não inventa ou acrescenta grandes coisas ao cenário dos games. E nem por isso é um jogo ruim… muito pelo contrário.
Concluindo, se você é fã do gênero de estratégia e sobrevivência, Floodland pode ser um título agradável e desafiador. Apresentando mapas únicos a cada nova partida, além de oferecer diferentes possibilidades dentro do seu arco narrativo, como desafios diferentes ou questões variadas trazidas pelos clãs. Desta maneira, é um jogo que exige raciocínio dentro do que se propõe. Portanto, se esta é sua vibe, vá fundo! Agora, caso títulos como Frostpunk ou This War of Mine não sejam do seu gosto… Aí é melhor procurar outra coisa.
*Review elaborada no PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Ravenscourt.