Dead Island 2 | Review
Dead Island 2, enfim, estará entre nós! Anunciado em 2014 (!), o título teve muitos problemas de desenvolvimento desde então, trocando de desenvolvedora em três oportunidades até chegar à Dambuster Studios, escolhida em 2019, que organizou tudo para, enfim, lançar o jogo ao público na próxima sexta-feira, 21 de abril, para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Epic Games Store.
Nas últimas semanas, à convite da Deep Silver, pude jogar a versão completa de Dead Island 2, inclusive com o modo cooperativo habilitado. E você quer saber o que eu achei disso tudo? A resposta eu trago agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
Conto de fadas em Hell-A
Imagine só. Los Angeles, a capital mundial do cinema, onde astros vivem em luxuosos condomínios, disputando com seus igualmente famosos vizinhos sobre quem tem a maior piscina. É em um cenário caótico desses que Dead Island 2 escolheu para contar sua história de sobrevivência. No papel de um dos seis sobreviventes do game, cuja história se repete para todos, os jogadores devem sobreviver ao caos que toma conta da cidade após um novo surto de mortos-vivos atingir o planeta, cumprindo missões primárias e secundárias.
Sim, Dead Island 2, se passa no mesmo universo de Dead Island e Dead Island Riptide e pode ser considerado uma sequência direta. Sam B, dos dois jogos anteriores, é um dos personagens que marca presença no game, reforçando que esta não é a primeira vez o apocalipse zumbi acontece na região. Dito isso, surge minha primeira crítica para o game: a história é um pouco genérica, e embora conte com algumas reviravoltas, passa longe de ser o ponto forte do game. É óbvio que o título não pretendia ter uma narrativa digna de vencer o melhor roteiro do Oscar, algo evidente pelos trailers, então vamos focar onde realmente importa: no gameplay e nas mecânicas.
Fatiando e explodindo zumbis
Ao iniciarmos Dead Island 2, podemos escolher nosso slayer, o personagem principal, dentro de uma lista de seis. Assim como na preview, minha escolha foi Jacob, o personagem que aparece nas artes principais. O game começa com o avião em que estamos se preparando para deixar Los Angeles, mas ele é abatido após um infectado atacar uma pessoa dentro do avião. Caímos na cidade, aprendemos o básico sobre ataque e defesa, somos mordidos, e dali, começamos nossa aventura, com nosso personagem mostrando sinais de imunidade.
O gameplay de Dead Island 2 é uma mistura de combate em primeira pessoa com elementos de RPG. Os jogadores ganham experiência matando zumbis e completando missões, o que permite desbloquear novas habilidades, através de cartas equipáveis, e melhorar suas armas. O jogo também oferece um sistema de criação de “esquemas”, permitindo que os jogadores criem acessórios para suas armas a partir de itens encontrados no mundo. Isso adiciona uma camada de estratégia ao jogo, já que os jogadores precisam decidir se devem usar seus recursos para criar armas mais fortes ou economizá-los para atualizações futuras.
Dead Island 2 também apresenta novos tipos de zumbis que oferecem um desafio maior. Particularmente, os zumbis mais lentos são mais fáceis de lidar, incluindo os chefões, mas aqueles que são mais rápidos podem ser muito perigosos. Mais uma vez, é preciso ser estratégico ao decidir como lidar com esses inimigos para sobreviver. Os zumbis também são afetados por seus ambientes, como ambientes com fogo e água, em que o jogador pode usar diferentes recursos para detê-los. Dá para atacar diretamente o ambiente para eletrocutar ou incendiá-los, por exemplo.
No entanto, o mais importante nesse rolê todo é o sistema de desmembramento. O sistema foi melhorado em comparação ao primeiro jogo e agora você pode fatiar um zumbi do jeito que bem entender, desde que tenha as armas certas para isso. Dá para cortar cabeças, braços, mãos, pernas e até cortá-los no meio – e nem sempre isso significa a morte do inimigo. O jogo expandiu muito esse recurso, e é extremamente divertido atacá-los em dessa forma.
Melhor acompanhado
Uma das grandes atrações de Dead Island 2 é a possibilidade de se jogar praticamente toda campanha toda em modo cooperativo. Após cumprir as primeiras missões, o jogo abre a opção de se juntar à quatro tipos de partida: solo, pública, apenas convidados ou apenas amigos. Devido às limitações pré-lançamento, consegui testar horas de gameplay com um colega de outro site em uma partida com amigo, mas as impressões foram, no geral, foram positivas.
A começar porque o progresso obtido foi mantido. Isso é fundamental em jogos do estilo, independente de quem é o host. Por mais que, no momento que jogamos estávamos em níveis e missões diferentes, foi possível refazer algumas quests e isso rendeu EXP extra. Falando em nível, o nível do host mais alto é o que será representado pelos zumbis do gameplay, então é meio inviável dar aquela ajuda para novatos – que certamente vão sofrer ao enfrentar zumbis mais fortes.
Jogar no modo cooperativo também é a resposta para uma das minhas principais queixas do jogo: a dificuldade. O game é difícil para ser jogado sozinho, seja pela falta de recursos, ou mesmo pela dificuldade dos inimigos e chefes. Mas isso é superado ao embarcar em partidas com outros jogadores, afinal, é muito mais provável sobreviver ao apocalipse acompanhado do que sozinho… Ao todo, o game suporta até três jogadores por sessão.
Por outro lado, ao jogar Dead Island 2, notei algumas quedas na taxa de quadros do jogo no PlayStation 5, seja como host ou como convidado. Embora leves, elas existiam, e não me pareciam ter ligação alguma com a velocidade das conexões com a internet.
Graficamente incrível, mas…
Dead Island 2 é um jogo com um visual muito bonito e bem construído. Os cenários são bem feitos, detalhados, em especial casas e áreas internas, repletas de easter eggs. O visual dos zumbis é bem criativo, as ruas e barricadas impostas pelo governo são bem definidas e ressaltam bem o cenário de caos que se instaurou em Los Angeles. Há realmente uma sensação de abandono do poder público no visual que é transmitida de maneira singular. E isso é acompanhando pela imersão sonora. Explosões, visual e sons de armas de fogo, de lâminas no chão ou em zumbis, tudo é incrível. O jogo acerta em cheio ao utilizar esses recursos, bem como o feedback háptico do DualSense.
O que faltou, ao meu ver, foram dois pontos: o ciclo dia/noite, que só aparece ao longo das missões, e uma maior integração entre os mapas. Não temos um enorme mapa aberto no jogo, mas sim, mapas de tamanho pequeno à médio, onde exploramos e acabamos mudando de cenário conforme avançamos, separado por loadings que, apesar de serem rápidos, quebram um pouco da imersão.
Vale a pena comprar Dead Island 2?
Apesar de não conter uma história muito cativante e ter uma dificuldade elevada no single player, Dead Island 2 brilha onde mais importa para um jogo: seu gameplay. O título traz um fator diversão que deve ser considerado, principalmente quando considerarmos que o jogo cooperativo é melhor, mais fácil e divertido, se jogado com amigos. Logo, é um jogo altamente indicado para fãs de jogos cooperativos, dos primeiros Dead Island e da franquia Dying Light.
Dead Island 2 será lançado na próxima sexta-feira, 21 de abril, para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Epic Games Store e está disponível no mercado em versões a partir de R$ 299,00.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código oferecido pela Deep Silver.