AnálisesNintendoPCPlayStationSlideXbox

Diablo II: Resurrected | Review

Finalmente Diablo II: Resurrected está entre nós! Um dos jogos RPG hack and slash mais marcantes de todos os tempos está disponível para Xbox One, Xbox Series X|SPlayStation 4, PlayStation 5Nintendo Switch e PC, via Battle.net, totalmente remasterizado após 21 anos depois de seu lançamento. Com gráficos atualizados em jogo e nas cutscenes, o título da Blizzard também está totalmente localizado pra o português, com um excelente trabalho de dublagem e legendas, algo maravilhoso para os jogadores brasileiros.

No entanto, sempre que é lançado um título remasterizado, muitas questões surgem: será que a mesma fórmula vista no game original irá funcionar nos dias atuais? E a jogabilidade, envelheceu bem? Essas e outras questões serão discutidas aqui, em mais uma análise do Pizza Fria!

A história segue intacta

Para aqueles que já jogaram o clássico, nada mudou. Contudo, para os novos jogadores, vale dar uma breve explicação da narrativa encontrada em Diablo II: Resurrected. O jogo é a sequência do game Diablo original, onde o personagem que dá nome ao jogo é derrotado por um herói mortal, controlado pelo jogador. Desta maneira, a narrativa prossegue com Diablo possuindo o seu algoz, que perde o controle de seus próprios poderes. Isso fica nítido na belíssima cinemática de abertura, que também está remasterizada, onde Marius, o narrador da história, testemunha o herói caído perdendo o controle, onde ele literalmente solta seus demônios.

Nessa confusão, Marius é o único sobrevivente e, de alguma forma, ele se sente compelido a seguir o Andarilho. Em Diablo II: Resurrected, nosso personagem segue o rastro da destruição, perseguindo o hospedeiro, com o objetivo de destruir o lorde das trevas que está dentro dele. E daí o resto da narrativa é revelada através de outros quatro atos (mais o quinto ato da expansão Lord of Destruction, que está incluída no remaster), enquanto o jogador enfrenta não só Diablo, mas seres terríveis como Mephisto e Baal.

diablo ii
O início de Diablo II: Resurrected. (Imagem: Reprodução)

A jogabilidade

A jogabilidade basicamente não sofreu grandes alterações desde o título original, sendo talvez o ponto mais interessante do remaster para os fãs de carteirinha. Para esses jogadores, a sensação de nostalgia é incrível e sedutora, nos prendendo por horas na frente da tela. Talvez para os jovens o título não ofereça o mesmo efeito, mas ainda assim é inegável perceber que a jogabilidade envelheceu bem, ao contrário de muitos jogos. E o upgrade gráfico ajuda diretamente nesse quesito. Afinal de contas, quem se lembra do Diablo II original sabe bem que os gráficos são extremamente ultrapassados.

Os jogadores poderão escolher entre Amazona, Bárbaro, Necromante, Paladino, Maga, Druida e Assassina, não podendo mudar o gênero do personagem, tal como no original. Ou seja, nada de novo. A partir daí, Diablo II: Resurrected segue uma fórmula básica: você sobe de nível ao aniquilar hordas de inimigos, distribui pontos de força, destreza, vitalidade e energia, além de evolui uma árvore com habilidades variadas. Além disso, como em qualquer outro RPG, com o decorrer do jogo, serão encontrados itens, equipamentos e ouro, todos essenciais para fortalecer seu personagem, que pode ser usado em outras aventuras e em níveis mais difíceis.

diablo ii
O jogo segue a mesma pegada do original. (Imagem: Divulgação)

Desta forma, tudo é muito próximo do que era visto no Diablo II original. Se você morrer, perderá seus itens, tendo de recupera-los onde o seu corpo caiu. Aliás, caso queira evitar a perda de itens e dinheiro, é possível deixar boa parte deles no baú, encontrado nas cidades de cada ato. Ele é dividido em um específico para o personagem em uso e também para ser compartilhado com outros personagens que você criar na mesma conta. Para quem não se lembra, era uma luta passar itens de um personagem para o outro antigamente, obrigando que os jogadores fizessem malabarismos para transferir itens para seus outros personagens.

Alguns ajustes na jogabilidade

Embora Diablo II: Resurrected seja um remaster, algumas pequenas novidades foram implementadas na jogabilidade. No caso desta análise, ela foi feita no PC, portanto frisarei apenas as que se enquadram melhor nesta plataforma. São elas:

  • Coleta automática de ouro, ocorrendo ao passar com o personagem por cima da pilha;
  • Possibilidade de aumentar o tamanho das fontes, além de modos para daltônicos e opções de legibilidade, aspectos essenciais na atualidade;
  • Personalização da opacidade do mapa, algo que não era possível no original;
  • Ajuste de volume de canais de áudio como música ou vozes do jogo;
  • Opção de segurar para atacar e ativar/desativar nomes de itens para reduzir o número de cliques repetitivos;
  • Possibilidade de jogar em até 8 pessoas em cada sala, que podem ser facilmente criadas dentro do jogo.

Provavelmente, após o lançamento algumas coisas ainda podem mudar. O loot, por exemplo, segue o padrão original, onde quem “pegar, pegou”, algo que já não acontece nos RPGs atuais. É claro, esse é um detalhe que pode ser corrigido mas que, ao mesmo tempo, faz parte da experiência padrão. Outra coisa que pode incomodar os jogadores mais novos é o tamanho do inventário, que pode parecer pequeno demais, sobretudo ao observarmos que muitos jogos atuais usam mais o sistema de peso do que o de espaço. Mesmo assim, esse gerenciamento traz um desafio a mais para além dos combates (e não faz sentido carregar 10 espadas, convenhamos).

diablo ii
Os menus e até os personagens seguem fiéis ao original. (Imagem: Reprodução)

Melhorias gráficas e sonoras

Como dito mais acima, Diablo II: Resurrected teve grandes melhorias gráficas, mas sem perder sua originalidade. Os mapas e personagens ainda seguem muito fiéis aos observados na versão original, o que é um ponto muito positivo para o remaster, que apela mais uma vez para a nostalgia. Desta forma, é possível perceber que a iluminação e todo o design do jogo foram muito bem trabalhados,

Outros pontos relevantes nos quesitos gráficos e sons, é que Diablo II: Resurrected pode ser rodado em 4K nos consoles e PCs que suportam a resolução e reproduzir também um som com a qualidade Dolby Surround 7.1. Esses dois aspectos somados trazem ao título uma sensação de suspense e até mesmo de terror, sobretudo em masmorras claustrofóbicas, uma marca do game.

diablo ii
Essa é a diferença do original para o remaster. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Diablo II: Resurrected?

A Blizzard parece ter ouvido o seu público e Diablo II: Resurrected não teve os mesmos erros observados em Warcraft III Reforged, que foi duramente criticado pelos fãs da franquia. O jogo traz toda aquela sensação de 21 anos atrás em gráficos maravilhosamente renovados, sem deixar nada a desejar aos jogos atuais. O melhor de tudo, principalmente pela perspectiva de um fã que já concluiu o jogo diversas vezes, é que o título mantém sua originalidade na jogabilidade, na trilha sonora e até mesmo na narrativa, que segue intacta, sendo uma baita forma de homenagear os fãs. Porém, pode ser que alguns poucos jogadores talvez se incomodem com essa ausência de “algo novo”.

Concluindo, Diablo II: Resurrected é um título muito mais focado nos fãs da franquia. Todavia, é possível que sua fama e o seu sucessor, Diablo III, levem novos jogadores a experimentar a aventura, ainda que ela esteja com um preço relativamente alto. Talvez a Blizzard ainda faça algumas mudanças no jogo, mas só o tempo dirá. De toda forma, fiquei surpreso e muito contente com o que vi, sendo uma forma divertida de se revisitar um passado distante. Afinal de contas, Diablo II é realmente um jogo atemporal.

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Blizzard.

Diablo II: Resurrected

+R$ 179,90
8.8

História

8.8/10

Jogabilidade

8.8/10

Gráficos e sons

8.8/10

Extras

8.8/10

Prós

  • Jogo totalmente localizado para o português
  • Apelo nostálgico funciona muito bem
  • História e jogabilidade envelheceram bem

Contras

  • Preço relativamente alto para o mercado nacional

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.