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Final Fantasy Pixel Remaster | Review

Final Fantasy é uma das franquias mais conhecidas no mundo dos jogos. Prestes a lançar seu 16º jogo na linha principal, a marca também contou com diversos spin-offs e, como tudo nessa vida, teve um começo. Este será o foco da review de hoje: a coletânea Final Fantasy Pixel Remaster, originalmente lançada pela Square Enix para computadores e celulares, mas que agora chega para PlayStation 4 e Nintendo Switch.

E eu já adianto: Final Fantasy Pixel Remaster traz tudo aquilo que os fãs, como eu, gostariam: uma versão clássica dos seis primeiros jogos da linha principal da franquia, com recursos que modernizam o gameplay e tornam a experiência ainda mais dinâmica. Quer saber o que achei disso tudo? Confira agora, em mais uma review do Pizza Fria!

Histórias variadas, mas com muitos elementos em comum

O primeiro Final Fantasy foi lançado em 1987 no Japão, chegando ao ocidente no ano seguinte. E arrisco a dizer que, ao lado de Dragon Quest, o game foi responsável por influenciar toda uma geração de fãs de RPGs de turno, que posteriormente conheceram e jogaram outras franquias, se apaixonando pelo gênero. E é essa a essência de Final Fantasy Pixel Remaster: ao mesmo tempo em que mira em agradar uma parcela antiga de jogadores, o game traz elementos modernos que buscam atingir um novo público.

A coletânea é composta pelos seis primeiros jogos da linha principal, ou seja, Final Fantasy, Final Fantasy II, Final Fantasy III, Final Fantay IV, Final Fantasy V e Final Fantasy VI. Cada título pode ser jogado de forma independente, já que suas histórias não são sequenciais. Falarei brevemente sobre cada um dos títulos antes de prosseguir:

  • Final Fantasy I: No primeiro título da franquia, quatro heróis anônimos, os Guerreiros da Luz, embarcam numa jornada para derrotar os Quatro Demônios e restaurar a luz dos cristais do mundo. É uma história de fantasia clássica com um enredo que estabelece muitos dos temas e tradições que persistiriam ao longo da série.
  • Final Fantasy II: Diferente do primeiro jogo, Final Fantasy II introduz personagens com nomes e histórias próprias. Firion, Maria, Guy e Leon estão em uma missão para derrotar o maligno imperador Palamecia, que busca conquistar o mundo. A história é mais política e centrada nos personagens do que o primeiro game.
  • Final Fantasy III: Este jogo retorna a uma abordagem mais anônima do primeiro jogo, com quatro jovens escolhidos pelos cristais para se tornarem os guerreiros da luz. Eles são enviados numa missão para restaurar o equilíbrio do mundo. No entanto, Final Fantasy III foi o responsável por introduzir o sistema de jobs, o que permitiu aos jogadores personalizar as habilidades e funções dos personagens, além das tradicionais summons, que se tornaram uma marca da franquia.
  • Final Fantasy IV: Com uma história mais rica e personagens mais complexos, Final Fantasy IV narra a saga do cavaleiro das trevas Cecil, que se esforça para lutar contra seu passado sombrio e salvar o mundo. O game apresenta uma narrativa mais adulta e ficou conhecido pela profundidade de seus personagens.
  • Final Fantasy V: Final Fantasy V segue a história de Bartz e seus amigos na sua missão para proteger os cristais que estabilizam o universo. Este jogo traz de volta o sistema de jobs do III, mas com muitas melhorias e opções adicionais, oferecendo uma grande variedade de estratégias para os jogadores.
  • Final Fantasy VI: Por fim, o sexto título da franquia também traz um grande foco na narrativa, mas é dividido entre vários personagens principais que formam um grupo de rebeldes lutando contra um império maligno. Este jogo é conhecido por sua história rica, personagens memoráveis e por tratar de temas pesados de forma madura.
Final Fantasy Pixel Remaster
Tudo começou assim (Imagem: Divulgação)

É fato que cada um desses jogos contribuiu de maneira única para que a franquia Final Fantasy estabelecesse tradições e inovasse no passado, definindo os JRPGs. E fico muito feliz em saber que agora, através da coletânea Final Fantasy Pixel Remaster, mais jogadores têm a oportunidade de experimentar estas histórias de maneira renovada.

No entanto, os jogos de Final Fantasy Pixel Remaster compartilham muitos elementos em comum, desde magias e invocações (a partir do terceiro jogo), até elementos de gameplay, como:

  • Tema de luz versus escuridão: Uma constante na franquia Final Fantasy é o tema da luz contra a escuridão. Este é um tema recorrente que aparece na maioria dos jogos, onde os protagonistas são frequentemente chamados de “Guerreiros da Luz” e são incumbidos de salvar o mundo da escuridão.
  • Cristais: Outro elemento recorrente é a presença de cristais mágicos que muitas vezes têm um papel central na trama. Eles geralmente são fontes de grande poder e equilíbrio, e o destino do mundo frequentemente está ligado ao estado desses cristais.
  • Sistema de classes ou jobs: O sistema de jobs ou classes, introduzido em Final Fantasy III, é um elemento comum que permite aos jogadores personalizar suas estratégias de combate e progressão dos personagens.
  • Monstros e summons: Os jogos da série Final Fantasy são conhecidos pela sua variedade de monstros e criaturas mágicas que podem ser invocadas, conhecidas como “summons”. Muitos desses monstros e summons, como os chocobos, moogles e a invocação de Bahamut, se tornaram icônicos da franquia.
  • Trilha sonora: A música é um elemento crucial na série Final Fantasy. Composta por Nobuo Uematsu, a trilha sonora de cada jogo é memorável e tem um papel importante na criação de atmosfera e emoção.
  • Temas de amizade, sacrifício e redenção: Final Fantasy sempre se destacou por suas histórias ricas e personagens bem desenvolvidos. Temas de amizade, sacrifício e redenção são comuns em toda a série, dando profundidade e peso emocional às histórias.
  • Mecânica de combate por turnos: Os primeiros jogos de Final Fantasy também são conhecidos pela sua mecânica de combate por turnos. Embora cada jogo possa ter suas próprias peculiaridades e inovações, a base geralmente envolve a seleção de comandos para os personagens executarem em ordem, de acordo com suas velocidades relativas.
Final Fantasy Pixel Remaster
Terra é uma das protagonistas de Final Fantasy VI (Imagem: Divulgação)

Uma coletânea de respeito

Falando sobre os jogos presentes em Final Fantasy Pixel Remaster, um dos pontos altos, sem dúvida, é a qualidade da coletânea. Uma excelente adição foi que todos os jogos estão localizados em português do Brasil de forma oficial, e antes disso, só estiveram acessíveis em nosso idioma em versões mobile ou traduções não oficiais. É legal porque cada detalhe, cada diálogo, cada enredo intricado dos jogos originais foi meticulosamente traduzido, trazendo uma imersão nunca antes experimentada por aqueles que não dominam o inglês (ou japonês, para os mais antigos).

Além disso, a qualidade gráfica e sonora é digna de nota. A Square Enix conseguiu o feito de manter a essência dos títulos originais ao mesmo tempo em que os atualiza para a tecnologia atual. Os gráficos, agora em pixel art refinada, proporcionam uma atmosfera nostálgica e, ao mesmo tempo, inovadora. A trilha sonora, por sua vez, foi remasterizada sem perder a melodia original que encantou gerações, elevando a experiência a um novo patamar. No entanto, Final Fantasy Pixel Remaster também traz a presença de diferentes filtros, sendo possível replicar a tecnologia da época, incluindo as fontes originais.

Final Fantasy Pixel Remaster
O lendário antagonista de Final Fantasy IV está de volta (Imagem: Divulgação)

O gameplay nos jogos de Final Fantasy Pixel Remaster também recebeu atenção especial, com a inclusão de boosts opcionais interessantes que alteram o jogo de forma significativa, como ganhar mais XP, Gil, níveis de arma e magia em cada batalha. Essas novidades não só adicionam uma camada extra de personalização e estratégia, mas também ajudam a tornar a experiência mais acessível para novatos na franquia. Pra mim, a Square Enix mostrou-se consciente de que, embora a nostalgia seja um fator importante, a evolução e a modernização da jogabilidade são essenciais para manter a relevância dos jogos.

Por fim, cada um dos jogos da Final Fantasy Pixel Remaster conta com um bestiário próprio, que é parte fundamental na busca da platina, um reprodutor de música e uma galeria de arte com imagens de monstros e personagens.

Final Fantasy Pixel Remaster
Bahamut pode ser invocado a partir de Final Fantasy III (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Final Fantasy Pixel Remaster?

Final Fantasy Pixel Remaster é uma ótima oportunidade para os fãs da franquia conhecerem as origens da saga. Aproveitar essa coletânea é uma verdadeira aula de história dos videogames, permitindo que o jogador aprecie a evolução da série. Além disso, para aqueles que já são veteranos, é a chance de revisitar esses mundos com uma nova perspectiva.

Em suma, a coletânea Final Fantasy Pixel Remaster é um trabalho de amor pela franquia, que não só respeita suas raízes, mas também as celebra e as eleva a novos patamares. Seja você um veterano dos RPGs ou um novato curioso sobre as origens de Final Fantasy, essa coletânea é um título indispensável. A Square Enix nos presenteou com a melhor versão desses jogos, um verdadeiro tesouro para qualquer fã.

Final Fantasy Pixel Remaster está disponível como um pacote para PlayStation 4, iOS, PC, via Steam, e Nintendo Switch, mas também pode ser adquirido de forma individual nessas plataformas. Cada um dos seis jogos também pode ser comprado individualmente em dispositivos Android.

*Review elaborada em um PlayStation 5, com código oferecido pela Square Enix.

Final Fantasy Pixel Remaster

+ R$ 288,60
10

História

10.0/10

Gameplay

10.0/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Extras

10.0/10

Prós

  • Seis histórias épicas que moldaram o gênero
  • Lindos gráficos em pixel art
  • Boots interessantes de gameplay
  • Trilha sonora memorável
  • Totalmente localizado em PT-BR

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.