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Foregone | Review

Foregone é um jogo de ação 2D, no estilo metroidvania, produzido e distribuído pela Big Blue Bubble. Com elementos de plataforma, exploração e coleta de equipamentos, o título promete ser uma boa pedida para todos que curtam o gênero.

Portanto, pegue suas calças de salto e me siga, leitor. É hora de ver o que Foregone tem para oferecer em mais uma análise do Pizza Fria!

Tudo por nada

A história de Foregone se passa em Calagan, que se encontra completamente destruída após uma série de intensas batalhas contra uma força conhecida simplesmente como o Tormento. O jogo o coloca no papel de uma super soldada, com a missão de lutar contra essa corrupção e salvar o que resta da cidade.

A premissa é simples, e se desenrola através de linhas de diálogo faladas pelos personagens e alguns diários espalhados pelas fases, além de alguns comentários em determinados pontos dos cenários e antes de chefes. Fica claro, aqui, que a intenção da trama é mais servir como um apoio para justificar o jogo e a existência do conflito do que para envolver o jogador de fato.

Nessa parte inicial, eu costumo conversar sobre a premissa da história, seus personagens e motivações. Mas veja bem minha situação, leitor. Não há muito o que falar sobre esse aspecto. Mas, de alguma forma, preciso preencher essa sessão. Por isso, vou aproveitar o espaço para dizer que seu novo corte de cabelo ficou maravilhoso! Cai muito bem em seu rosto e valoriza suas particularidades. Fascinante!

Foregone
Não tem muita história, mas permite atirar em pássaros gigantes. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade chiquérrima

Agora é que a coisa fica boa, leitor. O esquema de jogo de Foregone lembra muito um metroidvania, com plataformas e movimentação em 2D com um mapa considerável e habilidades que liberam novos lugares para se explorar com o tempo. Ao longo dos cenários você vai conseguindo novas habilidades como pular em paredes ou pular com força no chão, que permite uma mobilidade maior e alguns novos esquemas de combate.

É interessante que a disposição de plataformas e layout geral do cenário providenciam uma sinergia muito boa entre exploração e combate. Tudo flui muito bem, e trocar tapas e tiros com os oponentes enquanto desliza e pula de um canto para o outro é simplesmente excelente. Além disso, achei os controles de movimento precisos, o que facilita ainda mais o esquema.

Essa precisão é boa, porque boa parte do brilho do jogo se encontra em pulos e desafios de se alcançar lugares para avançar pelos mapas. Pulos duplos, dashes, deslizes, tudo é necessário para se passar por espinhos e outras armadilhas. Mas Foregone te permite um nível de controle adequado ao desafio. Sempre que levei dano ou morri foi por ruindade minha, e não por mau funcionamento do jogo. Excelente!

Foregone
Combate e plataforma combinam muito bem. (Imagem: Divulgação)

As lutas são frenéticas, e o jogador conta com duas habilidades, escolhidas entre várias disponíveis, uma arma de contato e uma de distância. A seleção é variada, indo de clássicos como espadas e adagas até nunchakus com espingardas que atiram a cada golpe. No cardápio de distância, temos básicos como pistolas, espingardas e armas que atiram raios. É uma boa seleção, que confere uma variação aos confrontos e permite que o jogador adeque os equipamentos ao seu estilo de jogo preferido.

As habilidades se dividem entre suporte e ataque. Algumas conferem um efeito de cura ao longo do tempo, escudos e aumento de dano, e algumas permitem investidas e ataques contra todos os inimigos que estão na tela em simultâneo. É um leque interessante, que permite sempre ter algo em mãos caso as armas sozinhas não sejam o suficiente.

Essa combinação permite uma flexibilidade muito grande na hora de montar sua própria forma de lutar, e eu valorizei muito esse aspecto em Foregone. Como os combates são rápidos e frenéticos, a variação é boa, e ter uma ferramenta para cada situação ajuda a diminuir a frustração e garantir que sempre há alguma forma diferente de se encarar as tretas.

Foregone
Movimentação e combate se completam muito bem. (Imagem: Divulgação)

Foregone também conta com um sistema de aprimoramento que permite a melhoria tanto de habilidades quanto de armas. Isso também é interessante, pois cada habilidade possui uma árvore de aprimoramentos que muda alguns de seus atributos. Com isso, as opções de customização de builds da personagem se tornam cada vez melhores.

A protagonista também tem sua própria linha de melhorias, que pode ser acessada usando os mesmos pontos de experiência utilizados com as habilidades. Isso levanta um ponto tático no começo, que obriga o jogador a escolher o que vai melhorar primeiro, conferindo um certo aspecto tático no gasto desses pontos.

Equipamentos são derrubados por inimigos a todo momento, tal qual em jogos focados em loot como Diablo. Algumas armas e armaduras possuem atributos melhores, e outras servem apenas para serem destruídas em troca de ouro. Cada peça de equipamento pode ser aprimorada cinco vezes gastando ouro, o que ajuda a dar uma certa sobrevida ao que você usa enquanto não cai nada melhor.

Foregone
Arco e flecha. Clássico (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Visualmente, Foregone me agradou. Eu tenho um certo problema em me acostumar a esses gráficos meio 2D, meio 3D, mas no geral são legais. O esquema de cores é vivo, os efeitos de armas são bons e os cenários tem personalidade. Embora, por vezes, sejam repetitivos ou simplistas. Em geral, o visual confere a identidade que o título quer passar e não machuca a vista.

Os sons também são bons, com os efeitos sonoros conferindo um bom impacto aos golpes e pontuando bem os momentos de maior impacto. As vozes são pouco usadas, mas caem bem. O que me desagradou, no geral, foi a música. Não que ela seja ruim, mas me pareceu calma demais.

Em jogos frenéticos como esse ajuda uma trilha sonora bombástica e eletrizante. Por vezes me encontrei em combate cheio de projéteis, inimigos e poderes (que rodou sem travar, diga-se de passagem) e a música parecia uma daquelas usadas em meditação. Para as partes de plataforma é justo, mas me agradaria algo mais pulsante.

Foregone
Os gráficos de Foregone têm cores bonitas e vibrantes. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Foregone?

É tempo leitor, qual minha opinião do jogo? Bem, eu julguei que Foregone tem muito mais positivos que negativos. As únicas coisas que eu realmente fiquei incomodado, além da trilha sonora, foram a repetição em alguns inimigos e o fato de alguns chefes serem a mesma coisa com uma ou outra mecânica a mais. Nada que mate o título, mas que vale ser notado.

No mais, temos um nível de rejogabilidade interessante com salas secretas do mapa para se descobrir, algumas missões paralelas para realizar e alguns desafios de combate. Não é nada super longo, mas dada a premissa do jogo são suficientes e conferem uma vida extra ao título. Além disso, são boas para repetir e juntar equipamentos melhores.

Tudo em tudo considerado, gostei muito de meu tempo com Foregone. Se você for um leitor de bom gosto e cultura, apreciador de metroidvanias, vai apreciar ainda mais. Ah, e tem legendas em português! Mas, piadas a parte, o título é bom, diverte e foi bem feito. Recomendo fortemente.

Foregone está disponível em formato digital para PlayStation 4, Xbox One, PC, via Steam, e Nintendo Switch.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Big Blue Bubble.

Foregone

+ R$ 37,99
8.3

História

7.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Gameplay

10.0/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Jogabilidade divertida e precisa
  • Legendado em português
  • Boa diversidade de habilidades e equipamentos
  • Boa customização favorece um estilo de jogo variado

Contras

  • Música não acompanha bem a ação
  • Alguns inimigos e chefes repetidos

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.