AnálisesNintendoPCPlayStationSlideXbox

Grim Guardians: Demon Purge | Review

Grim Guardians: Demon Purge é um metroidvania, mais puxado para o lado metroid, desenvolvido pela INTI CREATES CO., LTD e publicado pela PQube. O título nos coloca no controle de duas caçadoras de demônios que se veem obrigadas a invadir um castelo, totalmente seguro e habitado por fadas e gnomos para resgatar, suas colegas de classe que foram sequestradas e entender o que diabos se passa por lá.

Será que essa incursão vale nosso precioso e finito tempo nesse plano terrestre? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria.

SisterVania

E mais uma vez eu me ergo de meu caixão, leitoras e leitores, como um Drácula renascido prestes a ser chicoteado pelos Belmont. A mera menção de metroidvania é suficiente para deixar o sangue correndo pelas veias e me fazer procurar, o mais rapidamente, uma forma de poder jogar. Foi esse o efeito causado por nosso queridinho do dia: Grim Guardians: Demon Purge.

Como sempre digo, sou um eterno fã de Castlevania, e muito me interessa quando um título tenta dar sua remexida na fórmula original. Para fins de curiosidade, há quem coloque esse como um classicvania. Isso quer dizer que ele se inspira mais nos títulos originais, muito focados em plataforma e armas secundárias, do que nos pós Symphony of the Night. Logo, não teremos elementos de RPG, inventários e nada do tipo.

Admito que fiquei com um pé atrás inicialmente, mas acabei me divertindo bem mais que o esperado. Grim Guardians: Demon Purge consegue fazer uma boa mistura entre poderes e melhorias para deixar tanto o gameplay menos enfadonho quanto a exploração mais vasta e cheia de possibilidades. Salvo uma aresta ou outra, que veremos mais para frente, foi definitivamente interesse. Mas, não vamos colocar os Alucards na frente dos escudos.

Grim Guardians: Demon Purge
Nossas protagonistas. (Imagem: Divulgação)

A história começa em um dia normal para Shinobu e Maya, nossas protagonistas da vez. A caminho da escola, as duas irmãs dão de cara com uma bizarrice espaço temporal e caem na porta de um grande castelo, pouquíssimo parecido com aquele de um certo romeno. Nem um pouco abaladas, as duas decidem tomar o único curso de ação pertinente e adequado aquele momento: sacar uma espada, uma metralhadora e sair estourando geral.

E daí segue o fio da trama, com as duas explorando o castelo, reencontrando antigos desafetos (esse jogo é baseado em personagens da série Gal*Gun, embora não seja necessário nenhum conhecimento prévio) e resgatando qualquer outra estudante azarada o suficiente para cair naquele lugar amaldiçoado. Tudo buscando achar a responsável pela treta que, obviamente, se encontra no topo da estrutura e conseguir fazer tudo voltar ao normal.

Devo dizer que Grim Guardians: Demon Purge não se delonga muito com explicações e desenvolvimentos sobre seu universo e personagens. Não temos nada aprofundado e qualquer um que não conheça algo sobre as protagonistas, de sua época de Gun*Gal, vai ter um pouco mais de dificuldades para se conectar com elas e se investir em suas tribulações. Foi o caso, ao menos, em minha experiência. Ainda que esse aspecto não seja um pilar do estilo, outros que vestiram a manta dos vania conseguiram fazer algumas coisas mais elaboradas.

Grim Guardians: Demon Purge
O que tá acontecendo aqui? (Imagem: Divulgação)

Já na ação, Grim Guardians: Demon Purge se foca em 2D, plataformas e uma exploração leve. Como falei acima, o título não cai tão dentro do estilo metroidvania pelo fato de não termos um mapa interconectado e sistemas de RPG, com equipamentos, atributos e coisas do tipo. Contudo, temos a boa e velha característica de conseguir ir em lugares ocultos do mapa após obter habilidades como bombas, ganchos e outras mordomias.

Por isso o termo classicvania. Temos todo o lance de pular para um lado e para o outro, matando inimigos e enfrentando chefes cada vez mais difíceis que, por sua vez, nos fazem conseguir ir em lugares outrora bloqueados. Tem uma parede suspeita? Volte depois com a bomba arrancada na orelha de um diabão e a exploda para passar. Ah, simples e sublime.

As irmãs de Grim Guardians: Demon Purge possuem controles similares, mas com algumas diferenças interessantes em seu estilo de jogo. Shinobu tem uma metralhadora sinistra, com capacidade de 100 projéteis e um ataque de longa distância. Maya, por sua vez, tem uma espada cabulosa que bate de perto e com uma força aumentada. Além disso, cada uma tem um conjunto de armas secundárias único. A primeira, por exemplo, tem bombas e ganchos. A segunda, bonecas explosivas e guarda-chuvas que permitem cair mais devagar. Entre outras, claro. O conjunto de armas é bem recheado.

Grim Guardians: Demon Purge
O gancho é sempre bem-vindo. (Imagem: Divulgação)

Grim Guardians: Demon Purge tem uma mudança interessante na fórmula que, embora já vista antes, é bem implementada e ajuda a dar um tom de originalidade ao título. Em qualquer momento, podemos trocar de personagem com o toque de um único botão. Além disso, Shinobu e Maya podem reviver uma a outra caso sejam abatidas, dando uma chance extra para evitarmos perder aquela vida querida. E ainda podemos jogar em modo cooperativo!

Também é uma adição de peso, principalmente se jogar junto de outra pessoa for a sua onda. Por fim, podemos usar um ataque em conjunto com as duas. Ele é muito forte, mas não se carrega sozinho e é difícil de acertar, principalmente em inimigos que se movimentem. Por isso, acaba por ser meio meh.

Os controles são bem responsivos e comportados na maioria do tempo, salvo quando precisamos fazer algo mais preciso como usar o gancho em um lugar ou outro. Tirando isso, podemos pular e atacar, com as armas principais ou secundárias, com muita tranquilidade e estilo. E, levando em conta o estilo do jogo, isso é essencial para que a experiência seja mais prazerosa que uma tortura cruel.

Por fim, Grim Guardians: Demon Purge dá a possibilidade de escolhermos tanto um modo mais casual quanto hardcore. No sentido de que em um temos mais regalias, como vidas infinitas e menos dificuldade, e no outro vidas que precisam ser conquistadas através de pride (uma energia que ganhamos de certos monstros e locais das fases) e inimigos mais pauleira. Tudo isso pode ser mudado a qualquer momento sem penalidade alguma.

Grim Guardians: Demon Purge
Os chefes de Grim Guardians: Demon Purge são bem legais. (Imagem: Reprodução)

Sons e visuais

Grim Guardians: Demon Purge conta com gráficos muito bem feitos e coloridos, em um estilo pixelizado que agrada aos olhos e não faz nada ser confuso ou estranho de ver. O design dos personagens e, principalmente, dos chefes é competente e agradou. Além disso, os cenários são suficientemente diferentes e detalhados para que cada área do castelo tenha sua própria cara e ambientação. Tudo considerado, me agradei.

Já a parte sonora foi meio misto. Eu gostei da maioria das trilhas sonoras que, embora pouco memoráveis, servem como um bom pano de fundo para a ação e não causam nenhum sofrimento sonoro. Contudo, quase toda ação que realizamos é acompanhada de falas e gritos das protagonistas que, por serem pouco variados, acabam se tornando enfadonhos e um tanto quanto irritantes.

Grim Guardians: Demon Purge
Grim Guardians: Demon Purge também é bem animado. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Grim Guardians: Demon Purge?

Hora de desvendar o mistério, leitores e leitoras. Será que Grim Guardians: Demon Purge vale a aventura e o gasto de nosso papel moeda? Bem, vamos lá. É importante lembrar que ele não é um metroidvania no sentido clássico, significando a ausência de um sistema de RPG e uma exploração mais bem costurada e fluída. Contudo, ele é um jogo de plataforma competente, sem dever nada aos outros filhotes de classicvania.

A jogabilidade é redondinha, com duas personagens que possuem estilos distintos e dão um bom leque de opções. Pode alterar entre elas com facilidade aumenta o dinamismo da coisa. As fases são legais de passar, as armas e sub-armas são maneiras de usar e os chefes são um estouro. Além disso, o modo cooperativo é uma adição boa. Pena que não colocaram mais formas das irmãs interagirem entre si, fora um ataque especial meio zoado.

Pelo negativo, apenas me irritei mais com alguns pontos que exigiram precisão no controle e com o barulho infernal e incessante das vozes e gritos das personagens. Exagerado, eu sei, mas oras pois. Me incomodou, é a vida. Além disso, um certo repeteco de estágios mais para o fim não me caiu bem, mas é justificado na história pelo fato de liberarmos outras áreas.

Ao fim e ao cabo, amados caçadores e amadas caçadoras, Grim Guardians: Demon Purge é um tiro certo para qualquer fã de ação e plataforma, seja apreciador dos vanias ou não. Uma jogabilidade redonda, com inovações, e um ciclo de jogo bem divertido garantem o título como uma boa pedida para todos os públicos.

Grim Guardians: Demon Purge chega nesta quinta-feira, 23, em formato digital para PlayStation 4 e PlayStation 5, PC, via Steam, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela INTI CREATES CO., LTD.

Grim Guardians: Demon Purge

+ R$ 73,99
8

História

7.5/10

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

8.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Jogabilidade redondinha e divertida
  • Chefes maneiros de enfrentar
  • Visuais charmosos
  • Traduzido em PT-BR

Contras

  • Podiam haver mais formas de interação entre as irmãs, fora um super meio meh
  • Repetição de falas durante a ação dói na alma

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.